A Guerra Dos Opostos
Minha cabeça está a prêmio
ALEX POV
Nós chegamos até uma rua movimentada. O ar voltou aos meus pulmões, e eu consegui raciocinar novamente. Harry me soltou e parecia um pouco envergonhado ao se afastar para o lado de Hermione e Gina.
– Apenas caminhem normalmente e se misturem. – disse Hermione começando a andar no meio da multidão de trouxas, que vinha na direção oposta a nossa. – Temos que arrumar um lugar para vocês se trocarem.
– Alex, você está com tudo ai? – perguntou Harper indicando minha bolsinha de contas. Assenti. Ela mostrou a sua bolsinha e eu entendi. Tínhamos divido nossos pertences nas nossas bolsinhas, caso precisássemos ir embora de imediato, como fizemos.
Hermione nos guiou até um beco. Abriu sua bolsinha e começou a tirar várias roupas de dentro. Eu e Harper fizemos o mesmo e entregamos roupas para os garotos, enquanto mudamos de sapatos. Guardei os de salto na bolsinha e peguei minhas botinas All Star.
– Para onde vamos agora? – perguntou Gina enquanto Hermione, guardava as vestes à rigor dos garotos, em sua bolsinha.
– Conheço um lugar. Vamos. – disse Hermione e nós a seguimos.
Havia alguns bêbados nas ruas e muitas pessoas transitavam de um lado para o outro. Eu mantinha minha varinha na bota e uma faca no bolso interno da jaqueta que coloquei.
– Ei, largue esse ruivo e venha para cá. – disse um bêbado do outro lado da rua, mas Hermione o ignorou totalmente.
– Você não acha que está um pouco exposta? – perguntou Rony a Hermione.
– Que escolha temos? – perguntou a garota. Nós entramos em um café e me veio à mente, a lanchonete dos meus pais. Só que logo, essa lembrança sumiu já que o lugar que eu estou, não é nem um pouco parecido com a lanchonete dos meus pais. Parece que ninguém se importa em dar uma faxina por aqui.
Nos sentamos em uma mesa para oito, e uma garçonete veio anotar nossos pedidos.
– Um cappuccino. – disse Hermione.
– O mesmo para nós. – disse Max.
Ela saiu dali e entrou na cozinha novamente.
– Vamos para o Caldeirão Furado? – perguntou Rony.
– Claro que não. Lá tem muitos comensais. Você já sabe disso.
– Certo, maninha. Foi só uma sugestão para sabermos o que está acontecendo.
– Mas já sabemos o que está acontecendo. – disse Hermione. – Os comensais da morte tomaram o Ministério da Magia e mataram Scringeour. O que mais você precisa saber?
– Ok, ok. Foi só uma sugestão. – disse Rony.
Nesse instante, dois trabalhadores entraram na lanchonete, usando os mesmos uniformes azuis e com as mãos nos bolsos. Segui-os com o olhar quando ambos, passaram por nossa mesa.
– Acham a casa de Sirius uma boa idéia? – perguntou Justin.
– Não sei. Será que não iriam nos procurar por lá? – perguntou Harper.
Eu continuei observando os trabalhadores. Quando a garçonete foi atendê-los, eles negaram o pedido e continuaram sentados de frente para o balcão. Posso estar sendo paranóica, mas eles são muito estranhos.
– Acho que é melhor irmos. – disse Gina quando recebemos nosso café e a garçonete foi embora novamente. – Lembram que temos que tirar o meu rastreador.
– É. Eu vou fazer isso. – disse ainda de olho nos trabalhadores. Encarei Harry e ele também seguia meu olhar.
Então, algo aconteceu. Os dois homens se mexeram no mesmo instante tirando as varinhas dos bolsos.
– ABAIXEM-SE! – gritou Harry empurrando Rony e Hermione para o chão.
Max puxou Gina e eu me joguei no piso pegando minha varinha.
Vários feitiços voaram sobre mim. Levantei e mirei minha varinha.
– SECTUSEMPRA! – gritei, mas o comensal desviou e ia acertar um feitiço em mim, quando Hermione o acertou em cheio.
O outro comensal, atirou cordas da ponta de sua varinha, que se amarraram em Rony e o derrubaram no chão.
Justin desviava dos feitiços e tentava se aproximar de Harper, que estava caída do outro lado da lanchonete, com a perna ferida.
Max lançava feitiços por Gina e a deixava mais atrás dele. Por sorte, os comensais não pareciam se interessar em acertá-los.
A lanchonete estava totalmente destruída quando me dei conta. Peguei uma faca no bolso e desviei de outro feitiço. O comensal sobrevivente tinha uma grande habilidade. Harry tentou acertá-lo inúmeras vezes, mas errava por conta do comensal, estar logo atrás do balcão e ter uma vantagem para se esconder e desviar.
– Estupefaça! – gritou Harry por fim e o acertou finalmente. O comensal tombou no chão por conta da força do feitiço.
A garçonete surgiu.
– Vá. Fuja. – disse Hermione.
A mulher obedeceu e saiu correndo. Continuei respirando fundo com a adrenalina ativa dentro de mim. Nos aproximamos do balcão e vimos os comensais espatifados no chão. Harry virou um deles com o pé.
– Sabia. Eu o vi na noite da morte de Dumbledore. – disse.
– O que vamos fazer com eles? – perguntou Gina.
Harry ficou quieto por um instante, pensando. Depois disse.
– Harper, feche a porta. Rony apague as luzes. Hermione venha até aqui.
Os três fizeram o que foi pedido – fiquei me perguntando onde Rony tinha arrumado aquele Desiluminador – e Hermione foi até Harry.
– Apague as memórias deles. – disse ele. Entendi imediatamente. Obliviate, um feitiço nada simples mas que pode ser muito útil.
Hermione respirou fundo e apontou a varinha para eles.
– Obliviate.
Uma luz forte surgiu na ponta de sua varinha, iluminando os olhos vidrados dos comensais. Depois, a luz se apagou.
– Pronto. Acho que funcionou. – disse ela.
– Melhor arrumarmos eles e darmos o fora daqui. – sugeri.
Nós arrumamos eles, sentados atrás do balcão. Suspirei ao ver a bagunça.
– Justin. – disse.
– Por que eu? – perguntou ele. – Você quem deveria arrumar uma bagunça alguma vez na vida.
– Faz logo a droga do feitiço. – disse impaciente.
Justin suspirou mas com um aceno de varinha, tudo voltou ao seu lugar e se consertou imediatamente.
Saímos da lanchonete e chegamos até um ponto vazio na rua antes movimentada.
– Para onde vamos? – perguntei.
– Largo Grimmauld. – disse Harry.
– O que? Você enlouqueceu? E se os comensais nos encontrarem por lá? – perguntou Gina.
– Terei um bom motivo para acabar com todos eles. – disse Harry dando de ombros. – E se Snape aparecer, melhor ainda.
Demos as mãos e aparatamos. Chegamos ao Largo Grimmauld, número doze por fim. Seguimos para o estranho defeito, de a casa número onze ser unida a casa número treze e Harry disse uma frase. Logo, a casa de Sirius surgiu aos nossos olhos.
Subimos a pequena escada que dava para a casa e bati na porta. Sirius abriu e ao nos ver, sorriu. Olhou ao redor e fez sinal para nós entrarmos. Obedecemos e entramos rapidamente.
– Lupin me mandou uma mensagem agora a pouco. Como vocês estão? – perguntou ele nos levando até a sala onde desabamos nos sofás.
– Acabamos de ser atacados por dois comensais na avenida Tottenham Corthenham. – disse com a voz levemente fraca.
– Como foi isso? – perguntou Sirius preocupado.
Contamos tudo o que tinha acontecido. Ele nos encarou mais e mais preocupado.
– Mas como isso aconteceu? Eles não podiam estar lá a passeio. – disse ele.
– Foi exatamente o que pensei. – disse Harry. – Poderíamos ficar aqui até decidirmos o que fazer?
– Claro. Claro que podem ficar. O tempo que quiserem. Mas antes, temos que tirar o rastreador de Gina. – disse Sirius e me encarou. Assenti.
– Tudo bem. Ahn... fique quieta ok? – disse para Gina e ela assentiu. Me levantei e apontei a varinha para ela. – Todo o controle que estiver em você, vai desaparecer assim que amanhecer. Mesmo sendo jovem demais, os feitiços de todo tipo, fará em paz.
Um brilho saiu de Gina e sumiu no ar.
– Pronto. – disse me sentando de novo.
– Obrigada. - agradeceu a ruiva.
– Tem certeza? – perguntou Rony.
– Claro que tenho certeza. Não insulte a magia de uma feiticeira. – disse indignada.
– Teve mais alguma novidade? – perguntou Harry a Sirius.
– Lupin mandou dizer a vocês que muitos conseguiram escapar. Não se preocupem, todos estão bem. Graças ao Shacklebolt, que conseguiu mandar a mensagem antes de os comensais chegarem na festa. – disse Sirius. Suspirei aliviada como os outros. Odiaria saber que alguém tinha se ferido gravemente na festa ou coisa pior.
– Já sabe que estão atrás de mim? – perguntou Harry.
– Claro que já. E estão atrás de você, Alex. – disse Sirius.
Eu o encarei. Como assim estão atrás de mim?
– Por que?
– Morgana descobriu que você deu um jeito de escapar de lá. – disse Sirius e me entregou um jornal.
Com letras grandes lia-se:
“GAROTA FUGITIVA AMEAÇA A PAZ”
Uma grande foto minha cobria metade da página e a outra parte, tinha o texto. Eu não li. Preferi não ler. O título diz tudo. Estão atrás de mim porque sabem que vou atrás dos meus pais. Eles podem até tentar, mas não vão me capturar.
– Eles estão colocando sua cabeça a prêmio, Alex. - disse Sirius. - Quinhentos galeões.
– Ótimo. Muito bom. – falei assentindo. Tirei minha faca do bolso e refleti minha imagem. Essa é minha faca favorita. Por que? Pelo simples fato de que ganhei de presente do meu pai. Ele me deu logo depois que retornei para casa e eu não me desfaço dela. Sempre que uso, pego de volta. Mas ela sempre retorna para o meu bolso. Meu pai me deu na esperança de que sempre lembrasse dele na missão. E isso está dando certo. Vou salvá-lo e vou salvar a minha mãe, ou não me chamo Alexandra Russo.
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