Epílogo - 21 Anos Depois

ALEX POV

- Vamos logo, pessoal! Daqui a pouco o trem vai partir! – grito, com as mãos na cintura.

Harry suspira, impaciente.

- Querida, ainda temos quinze minutos.

- É mamãe! Calma! – reclama o garoto de olhos verdes e cabelos rebeldes. Por que ele tem que ser tão parecido com o pai?

Reviro os olhos.

- Tudo bem, tudo bem! Mas se vocês chegarem atrasados não venham reclamar, seus lerdos! – brinco.

- Mamãe, é o meu primeiro ano em Hogwarts! Temos que ir. – diz a garota morena, de cabelos escuros, me puxando pela mão, provavelmente, tentando me arrastar.

- Lilian, relaxa! O trem ainda vai estar ali quando atravessarmos a barreira. – diz Harry, sorrindo.

- Certo. Alvo e Thiago vão primeiro. Seu pai e eu vamos com Lily. – digo, sorrindo para a garotinha à minha frente.

- Vamos Al. – diz Thiago, empurrando o irmão. – Quem chegar por último vai ter que pagar o carrinho de doces.

Alvo e Thiago saem correndo com seus carrinhos e atravessam a barreira, ao mesmo tempo. Encaro Lilian e Harry.

- Certo, nossa vez. – digo, a uma Lilian saltitante.

- Vamos! Vamos! – apressa Lilian.

Saímos correndo e atravessamos a parede de tijolos.

Vejo o Expresso de Hogwarts, soltando fumaça e sorrio. Thiago Sirius Potter já está no seu sexto ano, enquanto Alvo Severo Potter está no terceiro e Lilian Luna Potter, vai para o primeiro ano. Isso deve explicar a animação dela.

Caminhamos em direção ao trem, enquanto milhares de famílias se despedem dos filhos e ajudam com a bagagem destes.

- Onde será que estão seus irmãos? – pergunto, enquanto tenho Lilian abraçada a mim.

- Olhe! Tio Justin e tia Harper! – grita Lilian e se solta de mim, correndo na direção deles.

Justin e Harper aparecem, com Katherine Alex Russo, a filha destes. A mesma tem cabelos loiros como os da mãe e tem os olhos azuis como os do pai. Certo, eu gosto muito dela. Quando ela não me chama de “tia”. Ta bom, eu deveria começar a me acostumar com isso, mas é muito estranho. Katherine vai para o segundo ano em Hogwarts.

- Alex! – Harper me abraça forte e em seguida se vira para Harry. – Harry!

- Onde estão Alvo e Thiago? – pergunta Justin, tendo Lilian em seu colo.

- Devem estar dentro do vagão. – respondo. – Provavelmente, procurando por Rose e Scórpius.

- Acho que eles ainda não chegaram. – diz Harper, olhando para os lados. – Não vi nenhum ruivo por aqui ainda.

- Oi tia Alex! – Katherine me abraça forte. Tudo bem, mesmo ela me chamando de “tia” eu gosto muito dela. Por que? Bom, ela tem o meu nome. Katherine é simplesmente brilhante por causa disso.

- Oi querida. Tudo bem? – pergunto, plantando um beijo no topo de sua cabeça. – Como está em Hogwarts?

- Ótima. – responde Kath, dando de ombros. – Quero entrar para o time de quadribol esse ano.

- Com certeza vai entrar. Afinal, você é uma Russo. – diz Justin, animado.

- Certo Justin. Por favor, não comece. – pede Harper, revirando os olhos.

- O que eu fiz? – pergunta Justin, em tom inocente.

Antes que Harper responda, Alvo e Thiago surgem com Rose, Scórpius, Jonas e Emily. Os últimos são meus outros sobrinhos, filhos do Max e da Gina.

- Tia Alex! Tio Harry! – diz Jonas Maximiliano Russo, animado. Ele tem a mesma idade da Lilian e sorri de orelha a orelha ao nos ver.

- Ei, e eu? – pergunta Justin, fazendo biquinho, enquanto Lilian ri da cara dele.

Emily Molly Russo nos abraça também. Ela tem os cabelos ruivos, como os de Gina e os olhos escuros como os de Max. Já Jonas, tem os cabelos escuros como os de Max e tem os olhos azuis de Gina.

Rose Jane Granger Weasley e Scórpius Hiperion Malfoy também nos cumprimentam. Ambos parecem ser os braços direito e esquerdo de Alvo. Os três não se separam quase nunca. Entretanto, Rose e Scórpius parecem não ser muito...Digamos, amigos.

Logo, Hermione, Rony, Max e Gina aparecem. Eles nos cumprimentam também. Hugo Granger Weasley também surge, com um sorriso. Ele tem a mesma idade de Lilian e é o filho caçula de Hermione e Rony.

Draco e Astoria surgem. É, eles juntos é muito estranho. Por que? Bom, eles se odiavam. Depois começaram a se falar e agora tem um filho, o Scórpius. Dá para acreditar?

- Então Rose, você continua arrasando no time de quadribol da Grifinória, certo, filha? – pergunta Rony, com a intenção de alfinetar Draco.

- Sim papai. – sorri Rose, encarando Scórpius com uma expressão de puro deboche.

Vejo o loiro fechar a cara. Alvo sorri de lado.

- Bom, com um apanhador como eu...

- Você se acha mesmo. – diz uma voz, às nossas costas.

Os Longbottom surgem. Neville e Luna tiveram uma filha e essa, é a maior rival do meu querido filho do meio. Alice Longbottom é da Grifinória e tem a mesma idade de Alvo.

- Ihhh...Olha quem chegou. Alice. – diz Alvo, revirando os olhos. – Olha, ninguém te chamou na conversa.

Alice solta uma risada.

- Eu não preciso ser chamada nessa conversa patética. Até sem convite consigo entrar. – zomba Alice.

Os dois se fuzilam com o olhar.

- Certo, vamos parar com o namoro. – diz Scórpius, bocejando. – Já estou com saco cheio disso.

- Como vai, Alex? – Luna me abraça, depois de Neville ter me cumprimentado.

- Vou bem. E você? – pergunto.

- Ótima. Ah, você já viu a nova edição de O Pasquim? – pergunta Luna, animada.

- Ah, não. Ainda não vi. – respondo.

- Pois eu fiz uma edição especialmente sobre você. Uma das auroras mais famosas do mundo bruxo. – diz Luna, sorridente.

- Ah...Obrigada, Luna. – digo, sorrindo, sem jeito.

- Querida, pode vir aqui um minutinho? – Harry me chama em um canto, enquanto tem Lilian segurando sua mão.

Assusto-me ao ver que ela está chorando e vou até ela, apressada.

- O que foi, Lily? – pergunto agachando-me à sua frente, enquanto seco seu rosto com minhas mãos.

- Estou com medo, mamãe. – responde Lilian. – Eu não sei se vou ser boa para entrar no Quadribol ou algo assim.

- Filha, não se preocupe com isso. – digo, sorrindo. – Você será ótima para mim sendo o que é. Não importa se é boa no Quadribol ou não.

- Mas você foi. Tenho medo de não conseguir ser boa em nada, em Hogwarts. – explica Lilian, chorosa.

- Eu sempre fui má em várias matérias, sabia?

Lilian me encara, perplexa.

- Sério? – pergunta ela.

Concordo com um aceno de cabeça.

- Em Poções, Defesa Contra As Artes das Trevas...

- Mas você é uma auror e era má nessas matérias? – pergunta Lilian, incrédula.

- Sim. Fiquei de recuperação nessas matérias quando estava no meu sexto ano. Se não conseguisse melhorar, provavelmente repetiria o ano.

- E o que aconteceu? – perguntou Lilian.

- Eu conheci seu pai e me meti nas piores encrencas da minha vida. – respondo, suspirando. – Hoje estou amarrada a esse, Cicatriz.

- Bem que você não reclamava naquela época. – diz Harry.

Lanço um olhar para ele de “fique quieto” e Harry cala a boca.

- Enfim Lilian, não importa se você for boa em uma matéria ou em alguma coisa. Continue tentando até melhorar. Você vai sim, ter um talento. Eu tenho certeza disso. Entendeu?

Lilian sorri para mim e me abraça.

- Quero ser igual à você, mamãe. – diz Lilian e tenho que olhar para outro ponto, para não chorar.

O apito soa. As portas começam a se fechar.

- Se cuide, querida. – digo, dando um beijo em sua bochecha e ajeitando sua roupa. – Vou te mandar cartas todos os dias.

- É. Vai chegar uma hora que você só vai ver cartas perto de você. – brinca Harry, abraçando Lilian e a tirando do chão.

Alvo e Thiago surgem e me abraçam ao mesmo tempo.

- Eu não quero saber de encrencas, entendido? – digo, seriamente.

- Pode deixar. – promete Thiago, mas sei que ele está blefando.

- Eu não sou encrenqueiro. – diz Alvo.

- Continue assim, então. – digo, sorrindo para os dois. – Amo vocês.

- Também te amo, mamãe. – dizem os dois ao mesmo tempo.

Eles se despedem de Harry e embarcam no trem, puxando Lilian junto. O Expresso de Hogwarts fecha as portas e começa a andar. Lilian acena para mim, junto com seus irmãos. Harry e eu acenamos de volta.

Então o trem faz a curva e eu não os vejo mais. Sinto a mesma sensação de vazio de sempre.

Harry segura minha mão e eu encosto minha cabeça em seu ombro.

- Ela vai ficar bem.

- Sei que vai. – digo, sorrindo e secando as lágrimas de meu rosto.

Os raios de sol chegam aos nossos rostos. O vento sopra, afastando os cabelos de nossos rostos. Então, sinto a paz. Nada mais aconteceu por vinte e um anos, apenas alegria e nenhum perigo. Finalmente, tudo está bem.