A Good Year

Capítulo 5 - O homem que luta


Depois de um tempo a aula terminou, Miwako e Tomoyo foram as primeiras a saírem, foram correndo para o clube de kendo, esqueceram totalmente de perguntar para mim sobre o nome da pessoa que deveriam encontrar. Chegando a porta Tomoyo deixou escapar algumas palavras.

- Provavelmente eu já sei quem é...

- Sério? Como? – Miwako perguntou ansiosissima para abrir a porta.

- Provavelmente é o...

Foi interrompida com um pedido de licença que vinha de suas costas. Kurogane estava ali pedindo passagem para as duas que impediam sua passagem.

Kurogane era o capitão da equipe de kendo, mesmo estando no primeiro ano, se transferira para a Treze Flores por um pedido do clube, ele era respeitadíssimo por seus veteranos, havia algo nele que inspirava os outros a lutarem melhor, tirando o fato de que era invencível, vencendo os torneios regionais dos dois últimos anos, já era uma lenda do combate com as espadas.

- Ei, é o cão bravo.

- Como Miwako?

- Aquele que acabou de entrar é o garoto mais forte da escola, porem ninguém consegue se aproximar dele, pelo que dizem ele é da yakuza, não devia se meter com gente desse tipo Tomoyo.

A garota que já estava assustada agora não conseguia tira-lo da cabeça, após vê-lo lutar percebeu que era ele que ela queria para o trabalho, porem:

- Não.

A resposta dele ao receber a proposta foi seca e fria, o garoto mal pensou e já deu uma patada nas esperanças da princesa.

- Mas por quê?

- Sou ocupado demais, não posso ficar por ai passeando com você.

- Pense um pouco por fav...

- Desculpe não tenho tempo.

- Tudo bem então.

Tomoyo acabou desistindo devido a frieza com que fora tratada, Miwako também tentou, mas sem sucesso, se Kurogane fosse uma garota com certeza teria o apelido de rainha do gelo.

Alguns dias se passaram quando Miwako chegou com muito animo para falar com Tomoyo.

- Tenho novidades, ainda quer saber mais sobre o samurai?

- Sim, você conseguiu descobrir alguma coisa?

- Claro, tem um garoto na sala E que é ótimo em conseguir informações, seu nome é Sorata, mas isso não importa depois da aula nós vamos até a casa dele.

- O que? Fazer o que lá?

- Vamos adquirir informações horas, tentar descobrir algo sobre ele.

Depois da aula então as meninas saíram direto para onde ele morava, era perto, a uns 20 minutos de caminhada, chegando lá perceberam que o endereço que tinham era de um restaurante, pequeno, bem tradicional, do tipo que não se encontra mais por ai, um senhor de bastante idade colocava a placa para fora, nela dizia: Udon You-ou!

Decidiram por entrar no restaurante e pedir algo, sem entender nada resolveram puxar conversa com o senhor já que não tinha mais ninguém no local, Miwako começou.

- Com licença senhor, mas por um acaso mora um moço alto assim - ela levantou a mão o maximo que pode e não chegou na altura do rapaz. – e bem forte aqui?

- Hum, morar alguém aqui, depende, eu pareço forte o suficiente para você criança?

- Não, desculpe.

O senhor deu risadas e se desculpou pela brincadeira, disse também que ninguém morava ali, só ele ninguém mais.

As duas comeram um ótimo udon e foram embora com a promessa de voltarem mais uma vez. No caminho Tomoyo percebeu que esquecera o celular no restaurante e como Miwako precisava ir trabalhar foi sozinha busca-lo. O caminho era escuro e pouca gente passava por ela, começou a ficar assustada, sua mão tremia com a possibilidade de ter alguém ali preparado para seqüestrá-la novamente, começou a pensar que se Kurogane estivesse com ela seria bem menos assustador. Olhou para trás, sentiu que tinha alguém ali, mas não havia ninguém, começou a andar mais rápido, só conseguia escutar o barulho dos próprios passos que aceleravam cada vez mais, olhava ao redor o tempo todo, não conseguia se acalmar nem pensar em mais nada alem de pegar o objeto esquecido. Estava chegando perto, faltava só virar a esquina e quando o fez tudo ficou escuro, o pano que caíra sobre ela fez-la cair no chão, começou a lacrimejar, se abraçou e fechou os olhos, só de pensar no que aconteceria a seguir já a assustava, o choro e os soluços estavam cada vez ficando mais fortes.

- Calma. Calma.

Ela continuou ali no chão.

- Calma eu disse.

O pano subiu, devolvendo a luz aos olhos da garota.

- Você está bem? – Ela olhou e viu o que queria ver, Kurogane na sua frente segurando o pano que estava sobre ela com uma cara que ela veria muito dali para frente. – Desculpe, eu estava segurando isso para ver o tamanho e você do nada apareceu.

Ela o segurou.

- Graças a Deus que é você.

- Calma, calma, não precisa ficar assustada.

Ele colocou a mão sobre sua cabeça e começou a acariciá-la fazendo-a se acalmar.

- Vamos, eu trabalho ali.

Inconscientemente ela foi com ele, ainda soluçava um pouco, mas nada que não estivesse passando. Ele então trouxe um copo com água para ela e sentou na sua frente.

- Isso por um acaso é seu?

Ele a mostrou o celular.

- Sim, como soube?

O garoto abriu o celular e direcionou a tela na direção dela. Lá estava uma foto dela e de sua mãe.

- A sim. Claro.

Ela pegou o telefone e o guardou, ficaram ali mais um pouco no silencio até que ele decidiu falar.

- Você por um acaso veio aqui atrás de mim?

Ela apenas acenou afirmativamente com a cabeça, estava um pouco envergonhada para falar qualquer coisa.

- Como pode ver eu trabalho aqui, esse senhor é um grande amigo de meus pais, ele cuidou de mim quando eu os perdi. – fez uma pausa para que ela olhasse-o nos olhos – como pode ver nosso restaurante não é muito popular e o vovô esta cada vez mais fraco, não posso deixá-lo sozinho, aquele dia que esbarrou em mim no corredor eu estava sendo chamado, pois ele havia desmaiado no meio da rua. Agora entende o porquê de eu não poder ser seu guarda-costas?

- Entendo, e sinto muito por atrapalhar tanto, é que, bom, depois do que você acabou de ver eu não preciso falar mais nada.

Ele consentiu com a cabeça e nesse momento o celular tocou. Era sua mãe perguntando onde estava, ela então contou que havia saído com uma amiga e que já estava indo embora, sua mãe então mandou que esperasse, pois iria busca-la.

O senhor dono do restaurante apareceu do lado de onde estavam sentados.

- Hum, Kurogane-san, ela é conhecida sua?

- Sim vovô, ela estuda na mesma sala que eu.

- Hum. – ele carinhosamente segurou a mão de Tomoyo. – por favor, cuide bem dele está bem?

- Claro. – ela respondeu sorrindo. – cuidarei dele direitinho.

Kurogane ficou um pouco vermelho, era a primeira vez que o via dessa forma.

- Do jeito que anda sempre com as sobrancelhas enrugadas achei que não sentisse vergonha. – ela riu com a parte de cima da mão na boca tentando esconder os risos.

Depois de alguns minutos de conversa uma buzina chamou a menina, o carro havia chego, ela se despediu e foi embora.

Alguns dias depois do ocorrido o senhor, dono da loja de Udon You-ou faleceu.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.