Pov Tay On

Acordei amordaçada e amarrada nos pulsos, em uma cadeira desconfortável. Em um lugar escuro e frio. Aquilo me arrepiava e muito. Escutei um barulho atrás de mim e senti o cheiro de Damon e o outro cara. Com o barulho luzes foram se acendendo em seqüência me mostrando um enorme, sujo e velho salão. Nele havia caixas velhas fechadas, moveis velhos, muitas coisas que pareciam velhas e nojentas. A voz de Damon soou ao fundo.

-então Tay, o que acha de começarmos com nosso filminho?

Eu me contorci na cadeira, tentei falar, mas tudo que saia era gemidos estranhos por conta da mordaça.

Merda Taylor pensa, pensa.

Damon apareceu na minha frente e falou.

-então o que acham desse filminho? Espero que estejam gostando meus queridos telespectadores.

Que diabos ele estava falando? Ficou louco de vez?

-vou tirar a mordaça dela pro filme ficar um pouco mais interessante para vocês.

Ele tirou a merda daquele pano de minha boca e eu logo o xinguei:

-filho de uma puta, me solta maldito.

-isso mesmo Tay, mostra pra eles o quanto você está desesperada, pede ajuda pra eles, isso mesmo. Vamos lá. Pede para seu namoradinho vir aqui te salvar.

-eu não preciso da ajuda deles. Eu mesma mato você. E direito dessa vez.

Pov Tay Off


Pov Tom On

Aquela menina que passou na avenida que ficou nos encarando ajudou meu irmão, depois gritou algo para Taylor, e todos nós fomos embora daquela avenida, mas no meio da mesma eu freei o carro, eu não poderia deixar Taylor lá sozinha não é mesmo? Eu tinha de fazer alguma coisa. Senti alguém pulando no meu carro e tinha esperança de que fosse Taylor, mas quem apareceu foi aquela garota.

-sei que quer ajudar, mas acredite é melhor ir pra casa, ela vai ficar melhor sozinha.

Eu não sabia quem ela era. Mas ela ajudou ao meu irmão lá trás. E Taylor acreditou nela. Então talvez eu devesse fazer o mesmo. O que ela falou parecia fazer sentido. Taylor tem força. Tem velocidade. Ela é muito habilidosa. E com toda certeza não vai perder pra um cara. Ela matou o conselho inteiro não foi? Um cara sozinho não era nada. Assenti pra menina e ela continuou correndo seguindo nossos carros até a casa de Jost. Teríamos que avisar ao pai dela, o que estava acontecendo. Assim que chegamos peguei a chave reserva da casa deles no painel do carro e entramos. Jost provavelmente já estava dormindo à uma hora dessas. Foi o que eu pensei. Até ver Jost com o telefone na mão. Com uma aparência assustadora.

-David? O que foi? Quem é?

Perguntei o olhando, ele não se mexia, parecia estar em estado de choque.

-liga a TV e coloca no canal de vídeo Tom.

Eu não entendi e repeti a pergunta anterior:

-quem é no telefone David?

-apenas faça o que eu mandei!

Ele disse mais alto que o normal e eu assenti, corri pra TV e a liguei, coloquei no canal de vídeo e pude ver... Nada. Não pude ver nada. Estava tudo escuro. David parecia ter terminado a ligação e agora se direcionava até onde eu estava olhando para TV. Todos os outros também a olhavam sem entender.

-o que há? Temos algo importante a dizer, a Taylor...

Parei de falar assim que a tela se acendeu a minha frente sozinha, câmeras de diversos ângulos mostravam um salão velho com coisas velhas por todo lado e no meio dele, uma cadeira, com uma mulher loira estava sentada. Atrás dela podia-se ver que dois homens caminhavam em sua direção. A câmera mudou, e centralizou bem no rosto da mulher.

-merda!

Eu disse alto vendo o rosto da tal mulher. Taylor estava presa, com o rosto vermelho e amordaçada. Seu cabelo estava suado ou molhado e colava ao lado rosto. Virei para a menina que estava ali com a gente e disse:

-então? Ela ficaria melhor sozinha não é mesmo?

Ela não respondeu e eu voltei à atenção para a TV que começava a falar no vídeo.

-então o que acham desse filminho? Espero que estejam gostando meus queridos telespectadores.

Eu trinquei o maxilar, aquele cara estava nos provocando?

-maldito. Se achar esse desgraçado o mato.

Disse virando as costas pra TV ia sair quando Georg puxou meu braço.

-onde pensa que vai Tom?

-vou achar esse maldito! Ou acha que vou ficar aqui esperando ele fazer algo com a Taylor e ainda assistir de camarote?

-não Tom, mas o que você acha que pode fazer?!

Disse Bill me olhando e eu suspirei. Nada. Era isso o que eu podia fazer. Não sabia onde aquele lugar ficava, e mesmo que soubesse não iria ter forças pra lutar com esse cara. Tudo que eu esperava é que Taylor conseguisse sair daquele lugar. Voltei pra sala derrotado e me sentei, inclinado pra frente da TV com os cotovelos apoiados nas pernas que balançavam freneticamente.

-vou tirar a mordaça dela pro filme ficar um pouco mais interessante para vocês.

Escutei a voz daquele retardado de novo e o vi tirando aquela mordaça dela, ela logo tratou de falar, ou melhor, de o xingar.

-filho de uma puta, me solta maldito.

Dei um sorriso de lado. Essa era a Tay que eu conhecia, mesmo nesse estado ela não recua, ainda mais para um covarde imundo como esse. Ele ria da cara de Taylor e disse:

-isso mesmo Tay, mostra pra eles o quanto você está desesperada, pede ajuda pra eles, isso mesmo. Vamos lá. Pede para seu namoradinho vir aqui te salvar.

Vi o semblante de Taylor mudar, um olhar mortal atravessar a câmera, o maxilar trincar e seus olhos escurecerem um pouco.

-eu não preciso da ajuda deles. Eu mesma mato você. E direito dessa vez.

Ela disse entre os dentes e eu fiquei paralisado com aquela imagem. Aquela não era a Taylor que eu conhecia. Literalmente. Vi aquele tal de Sam olhar pro irmão dele e os dois se levantarem.

-onde pensam que vão?

-ajudá-la.

-não ouviu o que ela disse? Ela não precisa da ajuda de ninguém.

Dean me olhou seco e se aproximou me olhando nos olhos porque eu havia me levantado pra encará-lo.

-acredite não vai querer ver isso. Quando ela começa, não quer mais parar.

Escutamos um estrondo vindo da TV e todos olharam para ela. Vimos uma cadeira voar e bater na parede e um homem bater em uma das caixas. Vi uma Taylor com um sorriso feroz no rosto se aproximar do homem e da câmera.

-esse é o seu fim Damon.

Ela sussurrou perto dele. Pegou a câmera e num piscar de olhos a amassou com as mãos.

-acha que eles não vão ver? Não seja estúpida Taylor. Coloquei câmeras em pontos estratégicos, tudo que você fizer aqui e agora vai ser assistido por eles ao vivo.

Sem nem pensar ela deu um chute no rosto do homem caído e o mesmo começou a sangrar. Outro homem ia se aproximando atrás dela, e pelo visto ela não havia o visto. Ou eu acho que não havia, no mesmo instante que o homem se aproximou ela virou uma cotovelada no rosto dele e ele cambaleou para trás.

-vamos logo Samy!

Disse Dean quase correndo com o irmão para a porta.

-eu vou com vocês!

Disse os seguindo e novamente aquela garota apareceu e disse:

-como é que vão para lá se nem sabem onde é o lugar?

-é pra isso que você serve.

Disse Dean a olhando esperando uma resposta, e só olhava para a TV que continuava com aquela cena horrível. Todos da sala estavam estáticos em frente à mesma observando a velocidade e força de Taylor e principalmente o sorriso no rosto dela enquanto batia nos dois homens.

-da pra falar logo garota?

Eu disse alto olhando pra menina que olhava para Dean, ela fez uma careta estranha e disse calma:

-primeiro tenho nome. Catherine. Segundo não lhe dei o direito de falar assim. Terceiro, se eu soubesse já teria falado.

Eu trinquei o maxilar e ia ir pra cima dela quando um braço me impediu, vi um braço fino e tatuado no antebraço com uma palavra em alemão, olhei para Bill pelo canto de olho e ele apenas balançou a cabeça num sinal negativo. Eu suspirei e voltei pra sala.

-então o que vamos fazer?

-não podemos fazer nada! Deixe que ela termine logo com isso. E volte para casa sã e salva.

Disse Gustav o único que ainda se mantinha calmo no meio de tudo isso.

-ela já matou o outro?

Perguntei vendo um homem jogado no chão com uma poça de sangue em volta da cabeça dele.

-já- respondeu David sem expressão- enfiou uma faca no pescoço dele que deve ter atravessado até o meio do rosto.

Ele parecia sem vida, sei lá estava estranho, como se aquilo fosse normal. Como se estivesse falando de um lance de uma partida de futebol.

-e o pior- disse Georg que também olhava a TV sem acreditar- fez isso rindo e sem derramar uma gota de suor.

Vi Dean bater na parede, um soco muito forte que deve ter machucado sua mão.

-calma Dean. - disse Sam o acalmando.

-eu disse que quando ela começa não para mais.

Ele disse olhando para TV, Taylor caminhava lentamente para o outro homem, o principal.

-vai me bater até a morte como fez com Elena? Você sabe que comigo não funciona. Eu sou imortal lembra?

Ela riu da cara de Damon que falava isso em tom de desespero. Então ela matou a própria mãe com uma surra? Por isso eu não esperava realmente.

-então qual seria o jeito certo para lhe matar Damon? Talvez arrancando seus braços e sua cabeça? Isso resolveria não acha?

-não teria coragem de fazer isso.

Disse Damon tirando as palavras de minha boca, todos olhavam atentamente a tela da TV. Será realmente que Taylor era tão fria e que teria coragem de fazer isso?

Ela sorriu pro homem e disse:

-você ajudou Elena, você a ajudou a acabar com minha vida, e agora que a tenho de volta. Não vou perdê-la para você.

No mesmo instante ela estava atrás do homem, o colocou de joelhos de costas para ela, segurou seus dois braços e apoiou um pé em suas costas o forçando para frente e puxando os braços dele pra trás, o homem gritava de dor.

Olhei ao redor na sala e vi todos quase de olhos fechados para não ver aquilo. Será realmente que ela vai fazer isso? Eu era o único que continuava a ver aquela cena. Ouvi um grito ensurdecedor de um homem e arrisquei olhar para tela enquanto todos quase viravam de costas pra mesma. Levantei-me e sai daquela casa, todos olhando pra mim.

-essa não é a Taylor.

Pelo menos era o que eu queria acreditar!

Onde está aquela garota implicante e engraçada que me irritava e me deixava louco?

Ela se foi? Porra como ela pode fazer isso?

Sai de casa e chutei a porta do meu carro com toda força que pude logo depois me apoiei no teto do carro e debrucei sobre ele, apenas lembrando aquela cena.

-eu quero a minha Taylor de volta- sussurrei olhando pro céu e recebi um abraço de lado que rapidamente reconheci como de meu gêmeo.

Pov Tom Off