Eu e Taylor acordamos por volta das nove da noite. Sim pegamos no sono na hora do almoço. É o que a gente tem feito. Para viajarmos de madrugada descansados e para que fique mais dificil nos rastrear. Sorri pra ela ao meu lado e disse:
-bom dia.
Ela revirou os olhos e disse:
-boa noite seria o certo. Mesmo assim bom dia.
Ela riu e foi pro banheiro tomar seu banho. Escutei o barulho da agua caindo e foi com esse barulho que cochilei novamente. Acordei apenas quando escutei meu nome ao longe. Ela estava em frente ao pé da cama de braços cruzados.
-deixa de ser preguiçoso Booboo.
Ela disse rindo e eu me sentei na cama passando a mão no rosto amassado e nos olhos pra mante-los abertos.
-temos mesmo que ir?
Perguntei. Essa casa era a mais confortavel que ja haviamos invadido. E Paris era tão legal.
-temos mesmo que ir. Sinto que eles já nos acharam.
Assenti e me levantei indo pro banheiro e tirando a roupa pra tomar um banho. Ela gritou do quarto.
-vou ir comprar algo pra comer. O que você quer?
Eu bufei e gritei de volta.
-que fique no quarto até eu sair e ir com você.
Escutei ela bufar do quarto e o barulho de algo se jogando na cama. Provavelmente ela. Tomei um banho meio demorado e desliguei o chuveiro. Coloquei a calça e percebi que havia esquecido a camiseta. Sai do banheiro falando:
-eu esqueci a camis...
Parei no meio do caminho vendo a cena. Taylor estava em pé e no chão havia um homem todo de preto. Ela o olhava alarmada e suas mãos tremiam. E sangravam. Fui até ela e a abracei colocando seu rosto entre meu pescoço e ombro para que parasse de olhar o homem.
-calma Tay esta tudo bem agora.
Eu falava passando a mão no seu enorme cabelo loiro. Ainda sentia suas mãos tremendo em volta das minhas costas nuas. Sua pele era extremamente fria para minha pele quente. E isso me causava arrepios. E me dava vontade de beija-la novamente. Ela pressionou mais o rosto contra meu pescoço e senti sua respiração.
-desculpa não devia estar pensando isso nessa situaçao.
Ela não falou nada e olhou o homem.
-eu o conhecia.
Juntei as sobrancelhas em sinal de confusão e ela disse.
-ele estava na Itália quando fui pra lá e me deu uma carona. E depois ele me encontrou em uma balada de repente. E deu em cima de mim. Ele se chamava Ben. Ben Philips.
Eu olhei pro rosto do homem e depois pra mão dela.
-ele te machucou?
Perguntei sem entender. Ninguem que venho atrás dela antes conseguiu a machucar.
-é que eu não sabia o que fazer. Nao queria ataca-lo. So fiz isso porque percebi que ele realmente queria me machucar e quando percebi ja estava machucada.
Olhei a palma de sua mão com um corte profundo.
-com o que ele fez isso?
-acho que foi com um canivete.
-deixa eu ver.
Estendi a mão em sua direção e ela apontou pro homem de bruço no chão. Fui até la e o virei vendo a arma que a cortou cravada em seu peito. Arranquei ela de la e olhei. Nao era um canivete. Nem uma faca. Era um punhal com o simbolo do conselho. Eles já estão recorrendo á isso. Bom não é por menos. Depois de doze mortes. Limpei o sangue do punhal na toalha e o guardei no bolso da calça. Fui ate ela e cortei a barra da toalha amarrei em sua mão.
-no caminho passamos em algum hospital.
Avisei e terminei de me trocar. Depois em uma velocidade anormal comecei a guardar nossas coisas dentro de nossas mochilas. Ela pegou a dela e eu peguei a minha. Saimos da casa já na velocidade maxima. Ela ao meu lado perguntou:
-pra que país agora?
-Alemanha.
Ela não respondeu apenas continuou me seguir. Depois de um tempo disse.
-porque vamos voltar pra casa da Elena?
-precisamos de um plano. Continuar fugindo e matando nao vai dar certo. Acho que ela gostaria de nos ajudar.
Ela assentiu e voltou a ficar em silencio depois de mais algum tempo disse:
-eu não quero mais esse poder.
-qual deles?
-o de ler mentes.
-e porque não?
-porque é irritante saber o que pensam a toda hora. Ou o que pensam quando olham pra mim. Pode até parecer legal no começo mas depois é extremamente irritante.
-e qual o outro motivo?
Perguntei sabendo que não era apenas por isso.
-descobri que é extremamente vergonhoso beijar alguém com esse poder.
Ela riu e eu tambem.
-bom pense bem. Afinal ele pode ser bem util.
Ela assentiu e ficamos em silencio ate o hospital. Ela foi pra emergencia pois o corte era profundo. Enquanto o medico dava pontos na mão dela conversava comigo.
-e como sua namorada fez isso jovem?
Corei um pouco. Tudo bem nao foi um pouco. Fiquei parecendo um pimentao.
-er... Nao somos... Er namorados.
-oh me desculpa.
Ele disse sorrindo e olhando pra ela.
-mas aposto que gostaria.
Disse ele olhando pra mim novamente e piscando.
-doutor eu tomei nestesia local. Ainda escuto o que estao falando sobre mim.
Ela disse rindo e o medico tambem riu.
-mas entao como a senhorita fez isso?
-lavando uma faca.
Disse ela sorrindo e ele cortou a linha dos pontos.
-tenha mais cuidado da proxima vez. Afinal uma moça tão bonita nao deve se machucar.
Ele disse passando a mão no cabelo dela como se ela fosse uma criança. Mas eu sabia muito bem sua más intençoes. Ela revirou os olhos assim que pensei nisso e o medico se virou pra mim.
-assine por favor o nome inteiro dela nessa ficha. Eu ja volto para fazer um curativo.
E assim saiu da sala. Ela levantou pegou uma faixa branca de curativo e passou pra mim.
-não assina em nada. Não é bom espalharmos mais meu nome por ai.
Eu fiz um curativo por cima dos seus oito pontos e ela colocou a mochila nas costas. Me puxou pra fora da sala pela janela.
-vamos embora logo antes que o medico volte.
Assenti e passei pela janela da sala do medico que da em cima das pacientes. Ela riu novamente assim que leu o MEU pensamento. E assim que dei enfâse ao "meu" riu ainda mais.