Lembram daquela minha viagem tranqüila na qual eu quase deitaria naquela poltrona daquele avião pra pelo menos tentar ter um sono profundo para que não visse as horas passando e para que não reparasse que a cada minuto eu estava longe de todos que eu mais amava? Pois é ela não aconteceu.

1° uma criança sentada a minha frente começou um coral de choro sem motivo aparente, pelo menos não para mim. Quando ela finalmente ficou quieta eu consegui dormir.

2° quando dormi tive um pesadelo.

Pesadelo On

Eu estava num lugar escuro, sentada em um sofá, mas tudo estava muito escuro e eu percebia minhas mãos molhadas. Ouvi um barulho, alguém abrindo a porta e chegando a casa eu sorri e a pessoa acendeu a luz da sala, me levantei e sorri.

-eu estava te esperando meu amor.

Ele não correspondeu, pelo contrario me olhou muito estranho até com medo, e quando me olhei no reflexo da mesa de centro da sala vi o que ele via. Uma Taylor sombria, minhas mãos não estavam simplesmente molhadas, elas estavam encharcadas de sangue assim como minha boca estava toda suja de sangue, do outro lado da sala vi quatro pessoas mortas e igualmente ensangüentadas, eram eles. Bill, Georg, Gustav e meu pai. Quando me virei de novo pra Tom com um sorriso diabólico no rosto ele arregalou os olhos e tentou fugir, mas era tarde demais eu já estava na sua frente tapando sua passagem e então disse:

-eu quero você.

No mesmo instante eu já estava fincando meus dentes em seu pescoço e ele se contorcendo de dor em meus braços.

Pesadelo Off

3° quando acordei suada por conta do pesadelo e de gritos no avião que eu não entendia porque. Até que percebi que estávamos com uma pequena turbulência e a aeromoça tentava acalmar os mais exagerados, enquanto me segurava na poltrona a todo impacto, até que finalmente a turbulência cessou e no lugar dela voltou o choro da criança a minha frente. Pelo menos agora chorava com algum motivo aparente para mim.

Quando sai daquele avião peguei minhas malas entrei em um taxi e fui direto pra casa, não queria olhar para aquela casa vazia. Tudo bem que só moramos eu e meu pai aqui e na maioria das vezes eu fico sozinha, mas agora é diferente, ele não esta no escritório arrumando papéis, e também não está na sala conversando sobre uma nova turnê com os meninos ou sobre uma nova sessão de fotos nem nada. Antes eu me sentia sozinha agora eu estou sozinha. Joguei as malas pela sala e fui pro quarto, tomei um banho e coloquei um pijama me deitei e dormi.

Quando finalmente acordei já eram sete da noite do mesmo dia? Ou do outro? Eu estava confusa, pois sai da frança ás três da manhã. Cheguei aqui pela manhã? Ou já era de tarde? Não sei. E nem me preocupei em saber. Desci as escadas com o celular na mão e fiz um lanche, comecei a comer e liguei o celular. Á essa hora eles já devem saber que eu vim pra casa sem me despedir de ninguém.

Havia muitas mensagens, dele e de todos. Mas só li a de Bill que dizia:

“oi Tay, nem se lembrou de se despedir de mim não é mesmo sua loira?! Ok eu já sei de toda a história e te desejo sorte, sei que vai precisar. Não se preocupe ele está bem pelo menos está tentando. E só mais uma coisa. Faz um grande favor pra mim? Vai lá à minha casa com a chave reserva e vê como anda o Scoty? Sabe como ele fica em casa quando está só com a empregada. Obrigado. Beijos.”

Depois que li terminei de comer e me levantei falando sozinha:

-bom então vamos lá ver como está o Scoty.

Quando terminei uma voz estridente, feminina de uma mulher soou atrás de mim:

-você não vai á lugar algum.

Dei um sorriso sacana de lado, já esperava por isso.