A Garota

Capitulo 5 - Cadê aquela garota?


Depois da conversa que gerou discussão eu não falei mais com Eduardo, naquele mesmo dia quando James me deixou em casa eu desabei em lágrimas

Hoje era uma sexta-feira, eu não tinha despedido Leila até porque ela disse que não importa o que estivesse passando entre mim e o Eduardo, o amor que ela tem pela Ana fortalece a cada dia, ela disse que não era pra mim se preocupar enquanto a isso, e acho que pelo jeito Eduardo vai continuar a pagando pra cuidar dela, e é a obrigação dele.

Acordei com uma dor de cabeça forte por ter chorado na noite anterior, suspirei.

'' A partir de hoje, nada nem ninguém tirará o meu sorriso, eu vou viver pra cuidar de mim e da Ana, Eduardo é passado" - eu digo a mim mesma.

Depois disso, levantei a cabeça e caminhei até o banheiro, estranho porque Ana não tinha chorado e nem sequer dado sinal de vida, eu tomei um banho rápido e sai a caminho do quarto dela , quando cheguei meu coração quase parou, Ana não estava em seu berço, me desespero, meus olhos se enchem de lágrimas, ela foi sequestrada?

Comecei andar de um lado para o outro chorando e mesmo sabendo que minhas lágrimas não adiantariam era o único modo que me fazia acalmar, tive a ideia de ir atrás de Eduardo, hoje venceria o meu orgulho e procuraria ajuda com ele, sai descalço mesmo e corri até seu apartamento, apartei a campainha quatro vezes seguidas e ele nem se quer atendeu, dei um soco na porta no ódio e ela abriu, acho que estava destrancada, quando cheguei na sala, encontrei a loira do restaurante com Ana no colo , ao mesmo tempo eu sentia um alívio e também, ódio.

– Devolva minha filha agora, sua miserável. - eu gritava e Eduardo chegou à sala.

– O que você está fazendo na minha casa garota, saía daqui. - Eduardo disse m expulsando.

– Eu não saio daqui sem a minha filha, onde você estava com a cabeça, você é louco? Isso é sequestro se você não sabe, não tem o direito de tirar a minha filha dentro da minha casa, não tem - eu parti pra cima dele e comecei a socá-lo, e Ana começou a chorar.

– Para garota, saí daqui. - Eduardo disse e me empurrou fraco.

– Tire suas mãos da minha filha agora, sua idiota. - falei e peguei Ana do colo daquela vadia.

– Você não pode levá-la de mim. - Eduardo disse gritando.

– Não só como posso como vou. - eu disse e sai andando com Ana no colo.

– Eu sou o pai!- ele disse, e eu revirei os olhos.

– E eu sou a mãe, se quiser faça um com essa baranga que você chama de namorada. - eu digo xingando.

– Eu vou entrar na justiça, vou lutar por Ana e quero ver quem entra nessa guerra. - ele diz.

– Entre onde você quiser não me importo, ninguém tira Ana de mim. - falo.

– Você vai ver, naquele tribunal inventarei horrores sobre você e quero ver só, direi que você não passa de uma puta que no mesmo dia que termina com o pai de sua filha já ta com outro, bem isso eu não errei não é mesmo, isso foi completamente verdade. - ele disse e eu mirei um tapa bem dado em sua cara, mas estralou e ficou meus cinco dedos perfeitinhos em seu rosto.

– Nunca mais se atreva a falar isso de mim, nunca mais. - eu disse pegando as coisas de Ana e saí andando com ela, fui pra minha casa e pela primeira vez não senti nada, eu não chorei , senti nojo de ter namorado mesmo que por pouco tempo um cara como Eduardo. Agora eu lutaria mais que ninguém por Ana e se ele quer inventar coisas no tribunal, eu sou boa e invento também, quero ver quem ganha essa guerra de verdade, liguei pra uma advogada e já íamos começar a dar processo nessas coisas.

Não desgrudei de Ana um minuto se quer, eu não poderia me perdoar se eu a perdesse nem que fosse perder pelo Eduardo, eu estava uma pilha de nervos, a minha campainha tocava sem parar, só podia ser ele, disse à Leila que não queria que ela entregasse a neném pro Eduardo a partir do momento que ele entrasse aqui, expliquei o motivo da minha revolta e ela ficou boquiaberta, surpresa. Quando deu 18h00min horas, minha campainha tocou, Ana dormia e depois de muito tempo consegui coloca-la no berço, sem me preocupar.

– Já vai. - eu disse e fui abrir a porta, quando abri a porta, percebi que era Eduardo - O que você quer? - perguntei grossa.

– Ver a Aninha. - ele disse.

– Ela está dormindo. - eu disse.

– Aceito ver a mãe dela também. - ele sorriu sacana.

– Sai daqui. - eu disse grossa.

– Deixe-me entrar, vamos ter uma conversa civilizada. - ele disse.

– Não quero falar com você não entendeu ainda?- eu disse.

– Mas eu quero. - ele tirou minhas mãos do batente da porta e entrou sem ser convidado, reviro os olhos.

– Diz logo o que você quer. - eu falo.

– Entrar em um acordo. - ele disse.

– Não tem acordo nenhum, vai embora agora. - falei abrindo a porta e ele se aproximou de mim, parecia que ia me beijar.

–Tem acordo sim. - ele disse.

– Não tem - eu afastei e fechei a porta sem querer quando fui andar pro lado, não tinha escapatória.

– Você não pode me impedir de ver ela. - ele disse.

– Você não pode simplesmente sequestra-la. - eu disse seca.

– Para de drama, foi só um passeio. - ele disse.

– A partir do momento que ela viver embaixo do meu teto Eduardo, ela é minha e não é qualquer um que vai entrar e pega-la de mim sem ao menos, eu saber - eu disse.

– Eu não sou qualquer um. - ele disse.

– Passou a ser pelo menos, pra mim. - eu disse.

– Eu sei que você ainda me ama. - ele disse.

– Dos meus sentimentos, da minha vida particular, não te devo informações a única coisa que nos liga é Ana, somos meros desconhecidos um pro outro, simples. - eu disse.

– Você não é uma desconhecida pra mim. - ele disse.

– Mas você é, pra mim - falei e a campainha tocou, dou um pulo me afasto e abro a porta é minha advogada.

– Olá Beatriz, prazer Paula, sou sua advogada que irá te acompanhar no tribunal, posso entrar? - ela diz.

– Claro. - falei e sorri fraco.

– Desculpe, eu não queria atrapalhar volto outra hora se quiser. - ela diz olhando pra Eduardo.

– Não precisa, fique, estávamos realmente falando de Ana. - falo.

– A sim, sente-se vou te falar algumas informações. - ela disse e eu sentei.

– Como assim advogada, você levou esse papo a sério? - Eduardo me olha desconcertado.

– E você não?- pergunto seca.

– Não. - ele disse.

– Só lamento. - eu falei.

– Bom Beatriz, vim te falar que já dei entrada aos papeis e já falei com o juiz, sim foi um pouco rápido, mas ele disse que o seu caso é meio com urgência e marcou a audiência pra daqui duas semanas. - ela diz atenta e eu arregalo os olhos.

– Duas semanas, vocês estão de palhaçada com a minha cara, não é possível. - Eduardo diz irritado.

– Tudo bem, Paula. - eu digo.

– Bom eu tenho que ir, acho que já tomei seu tempinho. - ela sorri me dando um beijo no rosto, a acompanhei até a porta, ela saiu e eu fechei Eduardo me olhava desconcertado.

– Eu não acredito que vai fazer isso comigo. - ele disse.

– Não só como vou como já estou fazendo Eduardo. - falei.

– Não era pra você ter levado a sério, eu estava de cabeça quente. - ele disse.

– Mas eu levei e vou levar até o fim, então se vire com um advogado dentro de duas semanas. - eu falei.

– Você me paga Beatriz. - ele diz.

– Em cheque ou cartão?- eu digo irônica e ele sai batendo porta forte.

Meu coração acelerou, daqui duas semanas enfrentaria um juiz , Eduardo, e um advogado a insegurança bateu, tenho medo do que pode acontecer, tenho medo de perder a guarda de Ana, ela é tudo que tenho , eu não deveria ter levado isso tão a serio mas agora, é tarde. Fui preparar algo pra comer e Ana acordou, dei um banho na mesma e coloquei uma roupinha fresca, recebi e a mensagem de Paula dizendo o dia, a hora e o local que teria que estar daqui duas semanas, já era.

Por Viviane

Eu mesma já não me entendo mais, depois que Eduardo e a tal da criança chamada Ana apareceu na vida de Beatriz eu fui praticamente esquecida, virei amiga da Mariam sim, fui falsa, mas que nunca foi falsa na vida que atire a primeira pedra, a verdade é que fui uma ingrata, eu não sabia e troquei o certo pelo duvidoso, Bia estava tão certa quanto qualquer um , realmente ela me ajudava todos os dias ou até mesmo quando eu não precisava, ela estava lá, e eu não soube valorizar, eu descobri que Mariam só era minha amiga pra tirar informações sobre Eduardo, depois que contei a ela que tinha encerrado minha amizade com Bia, ela me deu um pé na bunda, me chamou de tudo quanto é nome, e ela estava certa, eu magoei minha melhor amiga, eu fui falsa e agora reconquistar o amor dela estará cada vez mais difícil.

Acordei dos meus pensamentos com Mathias chegando na minha casa...

– Bom dia, princesinha. - ele me dá um selinho.

– Bom dia amor. - eu digo sem ânimo.

– O que aconteceu em? - ele pergunta.

– Sinto falta da Bia. - eu digo e ele se senta e fica em silêncio.

– Eu acho que você deveria ir atrás dela. - ele diz.

– Ela nunca vai me perdoar. - eu digo com os olhos cheios de lágrimas.

– Você não sabe se não tentar. - ele diz.

– Tem notícias dela? - pergunto.

– Soube que ela largou de Eduardo, ela o pegou com Sofia, quando ela ia dar vacina na Ana, ela está muito mal e hoje fui até a casa de Eduardo e ele disse que ela pensa que ele sequestrou Ana hoje, e que agora daqui duas semanas ele vai ter que enfrentar a justiça pra ver quem é que fica com a guarda da criança. - ele diz e eu fico boquiaberta.

– Nossa, minha amiga deve estar uma pilha de nervos. - digo diz.

– Sim. - ele diz.

– O que eu faço, mor? - eu digo chorando.

– Vai atrás dela, vence esse orgulho. - ele diz, ele estava certo.

– Deixa isso tudo passar, amor eu estou muito arrependida. - eu digo.

– Eu vejo. - ele fala.

– Amor, fala com ela? - eu disse.

– Porque eu? - ele pergunta.

– Ela te ouve. - eu digo secando as lágrimas.

– Amanhã vejo isso. - ele diz pegando em meu braço e apertou sem querer, doeu.

– AI. - reclamo.

– O que foi? - ela diz.

– Meu braço. - falo.

– O que tem ele? - ele ergue a manga da minha camisa, e tinha cortes sim eu estava me auto-mutilando pela minha melhor amiga - Não acredito que você fez isso. - ele diz me olhando incrédulo e eu derramo algumas lágrimas. - O que você tem na cabeça Viviane? Se cortar pelos outros, não se pode fazer isso, vou te levar ao psicólogo. - ele diz nervoso.

– Me interne que se dane, eu não posso mais viver assim, eu não posso. - eu gritava.

Por: Beatriz

As duas semanas passaram-se voando, eu mal me dei conta. Por causa dessas coisas de advogado eu não estou indo pra escola e a livraria onde trabalho está a beira da falência, a dona está vendendo tudo pra tentar curar seu pai de uma doença que ela nunca me disse qual era, eu sei que o velho está muito mal e talvez seja a hora de procurar outro emprego, antes que fique completamente... Desempregada

Acordei com meu celular despertando, gelei hoje era o grande dia, a audiência seria as oito e agora eram aproximadamente sete horas, Leila ficaria com Ana não queria que desde pequena minha filha presenciasse essa cena, o pior é que eu não sei o que falar, e se Eduardo começar a inventar qualquer tipo de coisa sobre mim eu também inventarei, não vou aceitar e nem ao menos permitir que Ana saísse de meus braços, eu tinha mais direto que Eduardo se fosse ver, porque pela teoria e enganação dos juízes foi eu quem carregou ela por nove meses, alimentei e blá blá blá (mas tudo mentira pois ela na verdade é minha prima mas ok, disfarcem) Levantei com um pouco de preguiça e caminhei até o meu banheiro, me desfiz das roupas que vestia as coloquei e fui tomar banho, não demorei muito sai coloquei uma roupa apresentável, daquelas de pessoa responsável, aliás, eu era em vez em quando, por enquanto ninguém reclamou de mim pelo jeito que trato minha baby, coloquei uma sapatilha , fiz um trança em meu cabelo e do nada a porta do meu quarto se abriu, parecia um soco dei um pulo era Eduardo, completamente bêbado.

– Você é louco de entrar em minha casa assim, cara? - eu disse irritada, já pegando meu celular bati uma foto do estado em que ele se encontrava, seria muito útil pra mim.

– Eu te amo. - ele começou a chorar.

– Mas eu não te amo - eu disse por impulso, é claro que eu o amava e estava escrito em meus olhos, na minha testa em qualquer parte do meu corpo se fosse ver.

– Ama sim, eu sei que me ama, eu sei que você não vive sem mim, eu sei que você está sofrendo. - ele diz.

– Sai da minha casa agora, espero que não chegue a audiência bêbado, ou sim porque aí a guarda de Ana já é minha. - eu disse rindo irônica.

– Faz o que quiser eu já não me importo mais, eu tenho chorado todas as noites por você será que não percebe. - ele diz.

– Eu vejo o quanto está chorando por mim mesmo, junto com outra, claro, agora saí daqui senão serei obrigada a chamar os seguranças do condomínio porque isso é invasão de privacidade de acordo com a lei você pode ser punido, então sai daqui AGORA - gritei no agora.

– Eu já vou, mas... Eu te amo. - ele disse se aproximando cambaleando pra cima de mim.

– Sai daqui, você está fedendo! - eu disse dando um passo para trás.

Ele foi quebrando acho que tudo que via pela frente, só escuta o choro de Ana, me desespero, se ele pegar minha filha quebro ele na paulada, corri até seu quarto e ela só tinha deixado seu urso cair, suspiro aliviada, logo Leila chega, passo as ordens e ainda conto o que aconteceu logo cedo que o Eduardo chegou bêbado aqui e tudo mais, depois ela me deu boa sorte era incrível porque mesmo ela sendo como uma mãe pra ele, ela ficou do meu lado torcendo para que eu ganhasse a guarda do bebê, ela me acalmava. Despedi-me dela, e dei um beijo na testinha de Ana.

Sai rumo ao elevador e Eduardo não estava que ótimo, entro no elevador e minha advogada me liga.

– Oi, bom dia como está?- ela pergunta.

– Oi, bom dia muito nervosa. - digo.

– É normal, iremos ganhar essa causa. - ela disse se gabando.

– Eu tenho que te contar umas coisas, mas primeiro vou mostrar ao juiz. -eu disse.

– O que seria? - ela pergunta curiosa.

– Resumindo, resumidamente... Hoje Eduardo entrou com tudo no meu apartamento eu assustei, ele estava completamente bêbado e eu bati uma foto, ops, já contei. - falei.

– Nossa isso vai ser ótimo. - ela diz com ar de esperança.

– Às vezes acho que isso não é o suficiente. - eu falo.

– Essa é a prova que a maioria dos juízes prefere ver, você vai ganhar isso com um piscar de olhos, só mantenha a calma, tenho que desligar estou chegando. - ela diz.

– Tudo bem, até daqui a pouco, beijo. - eu digo e desligo.



O elevador finalmente chegou e eu peguei um táxi, cheguei em cima da hora, desci do carro e respirei fundo.

'' Deus queira que isso seja uma coisa certa, mesmo amando Eduardo o que ele fez foi meio que imperdoável, não por mim e sim pela minha filha. - eu digo a mim mesma.

Entrei naquele negócio e as únicas coisas que vi foi muitas portas e muitos policiais fardados que além do mais eram lindos, senti uma insegurança tomar conta de mim, não sei do que eu temia sendo que tinha a faca e o queijo na mão, talvez seja o amor que sinto pelo Eduardo que me deixa assim tão desconcertada, mas ele merece um castigo por ter me feito entrar em desespero.

Ao chegar à recepção eu ia perguntar pra secretária se ela havia visto a minha advogada, mas nem deu tempo porque quando ia abrir minha boca ela chegou.

– Olá. - ela sorri.

– Oi. - eu digo meio tensa.

– Relaxe, isso não é um bicho de sete cabeças. - ela tenta me acalmar, mais piora.

– Estou meio desconcertada. - eu digo abaixando a cabeça.

– Posso te fazer uma pergunta? - ela diz.

– Claro. - eu falo.

– Você gosta do pai da sua filha?- ela diz e foi como um soco na boca do estômago, fiquei sem ar e nem soube o que dizer, resolvo, dizer a verdade.

– Sim. - foi somente o que eu disse.

– Então é normal mesmo o que você está passando, estranho seria se você não gostasse dele e estaria ai toda desconcertada. - ela tenta me fazer sorrir.

– É, faz sentido. - eu digo e ele aparece por outra parte , estava sóbrio dessa vez, gelei e seu advogado me encarou.

– Oi. - Eduardo disse seco.

– Oi. - respondi seca também.

– Boa sorte. - ele disse.

– Eu já tenho a sorte. - eu digo com ar de vitória.

– Hum... Quero que saiba que não estou aqui pra uma disputa, eu sei que errei em tudo que fiz, mas eu adoraria que você não tivesse levado tão a sério. -ele diz parecia realmente arrependido.

– Eduardo você sequestrou a minha filha - eu disse.

– Que é minha também. - ele disse acrescentando.

– Vem Beatriz, você não pode se estressar. - a advogada me tira dali.

– Nos vemos, lá dentro. - Eduardo diz e eu só assento com a cabeça que sim.

Paula me leva pra tomar uma água e já consigo notar que meus olhos estão cheios de lágrimas, ela me abraça.

– Calma. - ela diz.

– É tudo muito complicado. - eu seco uma lágrima que ia molhar sua camiseta.

– Eu sei, é amor... Tem certeza que quer ir à diante com tudo isso Bia? - ela diz.

– Eu não sei. - suspiro e volto a chorar.

– Se estiver disposta a desistir, rasgamos aquele papel e saímos porta a fora sem olhar pra trás. - ela diz.

– Eduardo merece um castigo Paula, não posso voltar atrás com minhas decisões, sim... Eu quero por isso a diante. - eu agora estava mais confiante, uma secretária chega.

– O juiz as espera na sala dele. - ela diz, eu gelo.

– Obrigada. - Paula sorri amigável - É agora ou nunca! - ela me diz.

– Socorro - falei fitando o teto.

– Vou te fazer mais uma vez a pergunta: Tem certeza que quer levar isso à diante? - ela diz paciente.

– Sim - essa foi a minha ultima palavra até entrar na sala, ver uma mesa enorme, com dois policiais frente à porta literalmente armados, um juiz em cima de um negócio um pouco alto, Eduardo estava sentado em uma das mesas, me sentei à sua frente. O juiz começa a falar e eu só consigo encarar Eduardo. Foi quando Eduardo começou a falar.

– Bem senhor juiz - ele se levanta- Estou aqui lutando pela guarda da minha filha porque a senhorita Beatriz não tem fazendo coisas que me agradam e que agradam o crescimento da minha filha. - ele diz e eu espero.

– E o que seria? - O juiz diz.

– Pois bem, há pouco tempo eu comecei a namorá-la ai tudo bem nossa vida particular é nossa vida particular, mas chegou um dia que por alguns problemas resolvemos largar e no mesmo dia ela estava com outro cara, o professor do nosso colégio passeando entre aspas com a nossa filha. - ele disse e eu olhei pasma.

– Isso é verdade senhorita Beatriz? - o juiz disse.

– Sim senhor juiz, mas do mesmo jeito que pra ele eu errei, ele também errou, aquele mesmo dia, antes de largarmos eu fui com a minha filha chama-lo para ir comigo dar vacina nela, chegando lá a porta estava entreaberta e eu o peguei com outra mulher na maior beijação e o pior a minha filha viu tudo , e sobre o meu professor eu estava sim passeando porque ele estava dando vacina em seu afilhado e eu simplesmente fui almoçar com ele , porque não queria chorar em minha casa e o senhor acha certo isso? - pergunto.

– Isso é verdade senhor Eduardo? - o juiz o olha e ele está vermelho igual um pimentão.

– Sim. - ele diz sem continuidade.

– E tem mais senhor juiz, como ele quer a guarda da minha filha sendo que hoje no meu apartamento ele chegou invadindo tudo , quebrando o que tinha direito por estar bêbado e eu tenho provas quanto à isso, e posso garantir e não estou mentindo que há poucos dias atrás ele praticou um sequestro com minha filha, sim ele a levou sem minha permissão , a tirou dentro de minha própria casa para se dar ao luxo com a nova namorada, isso não se deve por isso estou mais disposta do que nunca a lutar sim pela guarda da minha filha, porque antes ficar comigo que sou responsável do que um pai irresponsável que pega duas ou três em uma noite, bebe igual a um condenado e ainda sequestra a própria filha, é isso, pronto falei - eu disse e Eduardo ficou sem argumentos para discutir, pois sabia que tudo o que eu havia dito era verdade e eu nem precisei ao menos inventar.

– Mostre-me a prova, por favor?- O juiz pede.

Peço licença e procuro em minha galeria de fotos a sua foto que tirei enquanto ele estava querendo se aproximar de mim, levanto-me com estilo, tropeçando em tudo, e entrego assim o meu celular com a foto, o juiz olha indignado e nos pede quinze minutos para esperarmos para ele analisar os fatos.

Eu saio à frente, eu precisava de um ar... E Eduardo veio logo atrás, segurou-me pelo braço com um pouco de força, resmunguei.

– AI - eu falo.

– Você não pode fazer isso comigo ta ouvindo? Não pode. - ele disse estressado.

– Me solta, você está me machucando. - digo e tento me soltar.

– Só escuta uma coisa... Eu posso perder essa causa, mas você nunca poderá me proibir de ver minha filha, nunca - ele ainda me segurava.

– Me solta agora ou eu entro naquela sala e falo pro juiz que você me agrediu ai você vai passar a ver sua filha daqui anos porque sairá daqui algemado acusado de infringir a lei Maria da Penha - eu disse e ele me soltou, tinha ficado vermelho meu braço, ele estava transtornado nem parecia o Eduardo que havia conhecido uns meses atrás.

Ele sai andando em direção à porta e sinto que iria começar a chorar, mas eu não podia, aliás, eu não posso chorar por homem nenhum principalmente se o homem for da espécie Eduardo.

15 minutos depois...

Quinze minutos se passaram, minha advogada apareceu e entramos novamente naquela sala que me causava calafrios, nervos e tudo que tinha direito, sentei-me e o juiz entrou com um envelope em mãos, meu coração acelera.

– Estive analisando os fatos e vou chegar logo à conclusão do que deu. - ele diz um pouco frio, meu coração palpita mais forte, o que era pra ser segundo pareceu uma eternidade por fim ele abriu , eram dois, seu assistente entregou um pra cada um - Eu declaro , perante a lei que a guarda de Ana Ribeiro Chaddad Campos será de Beatriz Chaddad, trazendo assim que o pai Eduardo Almeida Campos possa visita-la três vezes por semana, dando uma pensão de trinta por cento de seu salário mensal e passando um final de semana sim e outro não , sem exceções, dou encerrado aqui o caso de vocês. - O juiz decreta e Eduardo se vê derrotado, eu estou tão feliz que nem me contenho, abraço Paula, sem ela eu não teria ganhado, pego meu celular novamente e olho pra Eduardo que está de cabeça baixa, saio sem olhar pra trás, quando chego a saída, Eduardo me chama.

– Posso falar com você? - ele disse e eu ajo com maturidade.

– Sim. - eu digo e me aproximo dele, não fiquei tão perto.

– Parabéns o que uma foto de um ato irresponsável não faz. - ele diz sarcástico.

– Pois é, pense nos seus atos Eduardo. - eu falei.

– Quais são os dias que poderei ver minha filha? - perguntou.

– Quais os dias que você sugere?- eu falo.

– Segunda quarta e quinta podem ser? - pergunta Eduardo.

– Sim, contando com um fim de semana seu e um final de semana meu. - digo.

– Sim. - ele diz e eu saio andando, ele segura meu braço, porém leve agora. - Beatriz ,quero que saiba que nunca em momento algum pensei em prejudicar Ana ou você de alguma forma, eu amo muito vocês, por mais que você não acredite que eu te amo, eu te amo, amo Ana mais do que qualquer coisa no mundo, não quero que ela cresça sem me ter presente na vida dela , espero que entenda isso. - ele diz.

– Olha Eduardo, você já disse e já tentou explicar o seu amor por Ana, eu acredito que você a ame, ela é uma criança muito fofa qualquer um seria capaz de se apaixonar por ela , agora a única coisa que daqui pra frente quero tratar com você é sobre o assunto de nossa filha e mais nada, sem papo de relacionamento , sem chances de voltar ou chegar a me reconquistar, o tempo passa mas tudo que você fez e faz vai ficar na minha memória aceite. - eu digo me soltando, dou um passo e me viro. - E outra coisa, em relação aos meus relacionamentos, peço que não interfira na minha vida, e que independente com quem eu esteja se a pessoa gostar da minha filha você vai ter que aceitar, assim como eu irei aceitar você com qualquer garota que se dizer sua namorada, ela gostando da minha filha vai ter todo meu respeito, mas se passar a maltratá-la eu volto na justiça e impeço você de vê-la. - eu disse.

– Já entendi. - ele disse.

Sai andando feliz da vida, eu tinha ganhado a causa não via a hora de chegar em casa e ver que tudo isso tinha acabado, pego o primeiro táxi que encontro passo meu endereço pago a corrida ao chegar, entro correndo eu falo oi até pras camareiras, pego o elevador e logo chego ao corredor, ao destrancar a porta com um sorriso no rosto, o desfaço ao ver quem me espera.

– Você?