Eu e Akimi conversamos sobre algumas coisas, mas acho que os momentos em silêncio olhando para ela, foram os melhores. Mas logo um dos Otakus novos veio me chamar para mais um conselho.

Rapidamente todos nos reunimos, eu, Akimi e o cara que foi nos chamar fomos, basicamente, os últimos a chegar. Aparentemente, Marco havia conseguido pegar o "general", que na verdade era apenas um sargento do exército do Leste.

- Eles estão subestimando bastante a gente vocês não acham? E esse arrogante aí teve coragem para fazer o que fez com a Julie e a Eliza. - Disse Hiro apontando para o corpo desacordado do sargento amarrado numa cadeira.

- Sim... Vocês terminaram todo o interrogatório com ele? - Falei.

- Ah terminamos sim, mas o Marco acabou desmaiando de cansaço então o fim foi na base do genjutsu. - Falou Hayato.

- Certo, e qual foi o resultado? - Perguntou Tetsuo.

- Ele não era uma pessoa importante, entende? Tinha contando com poucas informações, mas era arrogante o suficiente pra espiar muito, pelo que descobrimos o Quartel General das Forças Armadas do Leste, tomou controle de todas as forças militares de uma média de 3.000 km de costa. Aparentemente, o mesmo aconteceu no Sul, Norte e Oeste do país. Pelo que ele disse, e pelas memórias recolhidas pelo nosso ninja, o quartel está um caos porque o País realmente está mandando ofensivas ao Japão, que saem daqui, apesar de que esse não tem dificuldade alguma de rechaçar as ameaças sem enviar forças pra cá, que é o no mínimo estranho.

- Só? - Insistiu Tetsuo.

- Foi o que deu pra tirar, ele era realmente um inútil arrogante.

- Então estamos bem, vamos aproveitar a chance, ele disse que o exército estava desestruturado vamos atacá-lo. - Falou Dante.

Na mesma hora Hayato contestou dizendo que não era possível com 23 pessoas apenas. Foi o suficiente pra um verdadeira batalha começar. E sinceramente eu não estava no meu melhor dia pra aguentar besteiras desse nível.

- HEEY! - Gritei. - DÁ PRA FICAREM QUIETOS? OLHEM PARA O QUE ESTÃO FAZENDO.

Todos pararam instantaneamente e me olharam. Eu tinha que falar alguma coisa, e sabia o que falar.

- Vocês, por acaso, perceberam que até agora estamos atirando no escuro? Andando ao acaso e por puro extinto? Nós ganhamos poderes ridiculamente do nada, o país desestruturado declara guerra contra o Japão, uma das potências mundias, tivemos duas batalhas e no mínimo duas mortes, aparentemente eles estão levando os otakus a prisão, por algo que nós não fizemos, aliás fizemos, mas que não tem nada de errado. - Despejei tudo que estava martelando na minha cabeça.

- Pelo amor de Deus, minha gente. - Falei. - Precisamos de apenas um, UM, objetivo. Eu vi o que eles estavam fazendo eles estavam trancando uma pessoa que não fez nada de errado numa jaula como uma criminosa. - Apontei pra Akimi que, como vi de relance, se retraiu. - Eu tenho um objetivo. Eu decidi proteger os que estão passando por isso, mas e nós? Porque agora estamos no mesmo barco, matamos mais de 20 soldados, e pra todos os efeitos, somo fugitivos. - Completei.

O silêncio dominou o recinto por alguns momentos. Pelo menos até Yue se posicionar:

- Está certo... Você está certo. Todos nessa sala concordam em tomar como nosso objetivo proteger a nós e a os outros em perigo nessa maldita guerra sem sentido?

Aos poucos todos anuíram.

- Pois bem, agora nós estamos realmente juntos, somo um. E lutaremos para proteger os inocentes, certo? - Falei.

Novamente todos anuíram.

- Ótimo, então temos algumas mudanças a fazer não acham? - Troquei um olhar rápido com Yue e acho que ela entendeu o quis dizer.

- Como assim? - Perguntou Akimi.

- Nós acabamos nos firmando aqui, então a primeira coisa é adequar esse espaço. Alguém aqui tem noção do espaço onde estamos? - Falei

- Eu dei uma olhada no prédio então tenho uma ideia, e quando nós viemos pra o evento eu vi o suficiente do lado de fora. Ao redor do prédio é basicamente um grande jardim que vai até a entrada e os portões a uns 800 metros de distância. O prédio tem três andares, várias salas no segundo andar e no terceiro uma espécie de escritório. - Falou Yue.

A esse ponto o conselho era quase um diálogo entre mim e Yue. Decidimos refazer os portões na frente com ajuda dos alquimistas e organizar nossos próximos passos que seriam da um jeito de arrumar suprimentos e mais otakus em escolas, de preferência os que conseguiram ser discretos.

O resto do dia passamos trabalhando em refazer o QG. Criamos muros gigantes no lugar das frágeis grandes que rodeavam o que um dia já foi um centro de convenções. Dentro do prédio fizemos algumas alterações e com um sacrifício enorme dos alquimistas e os que entendiam do assunto fizemos uma espécie de placas para captação de energia solar utilizando alquimia e magia Solid Script, a energia era o suficiente para usarmos na enfermaria e em alguns outros pontos.

Devo admitir que o dia foi bem divertido, na verdade, me pergunto como conseguimos fazer tanta coisa brincando.

No fim do dia, fizemos um sorteio para a patrulha fiquei com o pedaço da meia-noite então rapidamente dei um jeito de dormir em uma das macas vazias da "enfermaria", que por sinal tava marcado com minha mochila.

Antes de dormir que nem uma pedra pensei na minha mãe, esperava sinceramente que nada acontece a ela... E também que ela não acabasse contando o que falamos pra ela na nossa "visita", talvez eu passasse pra ver ela um dia ou outro, mas entre esses pensamentos acabei dormindo e só acordei quando uma garota nova veio me chamar pra o meu turno.

Peguei minha mochila e saí andando para me posto. Na frente do prédio, logo em cima, na fachada. Me sentei ali e liguei o meu notebook, liguei a internet e fui ver como estavam as coisas.

Algumas notícias sobre um ataque bárbaro de japoneses num aeroporto e em outros lugares, definitivamente exagerados, se é que aquilo era realmente verdade. Nada sobre captura de otakus ou pessoas relacionadas ao Japão, também nada sobre a gente, mas definitivamente dava pra ver que o país estava agitado.

Como não tinha nada muito novo acabei desligando o computador e guardando-o. No meio da escuridão e silêncio inquebráveis decidi fazer uma experiência. Retirei a zampakutou da minha cintura e a coloquei nas minhas mão, me concentrei um pouco e a chamei.

O mundo se quebrou como vidro a minha volta. Eu estava sozinho no meio do mar, quer dizer, mais propriamente em cima da água, a lua cheia e amarelada brilhava no céu deixando sua marca na água serena. Fora a lua não havia mais fontes de luz, tudo era escuridão, e na imensidão do nada e, ao mesmo tempo, do tudo uma pessoa imersa na escuridão falou com a voz calma e grave:

- Olá, eu sou Sanjyuugurin.