Seguimos o caminho todo em silêncio, as palavras de Paola ecoavam em minha mente, e eu não conseguia controlar as insistentes lagrimas que caiam por meu rosto. Assim que chegamos à mansão subi direto para nosso quarto, Carlos Daniel veio atrás de mim preocupado, e assim que trancou a porta me abraçou fortemente.

– Fique calma meu amor, - seus braços ao redor de meu corpo me confortaram - você veio o caminho todo chorando. O que aquela mulher fez com você?

– Ah Carlos Daniel... - solucei em seus braços, eu sabia que estava mais sensível com a gravidez, e tudo aquilo que Paola havia me falado teve um significado maior.

– Olha pra mim meu amor, - ele disse levantando meu rosto, só então percebi que seus olhos estavam marejados - me conta, o que aconteceu?!

Olhando em seus olhos disse com a voz embargada.

– Ela disse que... Que não vai deixar que eu tome posse do que é dela... Que Lizete é filha dela e não minha... – solucei encarando-o – que vai recuperar tudo o que dela...

– Lina... - ele me puxou ate a cama fazendo-me sentar e se sentando ao meu lado segurou minhas mãos - essa mulher só quer te assustar, sabe que ela não vale nada...

– Ela é minha irmã Carlos Daniel, minha irmã gêmea. - disse olhando-o fixamente enquanto as lágrimas rolavam em minha face.

– Ela é sua irmã, assim como é mãe de Lizete, mas isso não significa nada pra ela meu amor, não sofra por essa mulher, não deixe que ela consiga o que quer.

– Eu tenho medo Carlos Daniel... - confessei fechando os olhos fazendo com que mais lagrimas caíssem.

– Medo da Paola? - ele perguntou limpando meu rosto.

– Medo do que ela pode fazer, ela me odeia, tenho medo de tudo isso que estamos vivendo acabar...

– Shh... - ele me puxou para seus braços me apertando contra seu corpo - isso nunca vai acontecer meu amor, nunca... – uma de suas mãos desceu ate meu ventre, levei minhas mãos ate a sua - vamos ter um filho Lina, um filho nosso, um dádiva dos céus, não se preocupe com Paola, ela não irá fazer nada contra você, só quer te perturbar.

Assenti com a cabeça e acariciei meu ventre.

– Acho que estou mais sensível com a gravidez. - disse levantando o rosto para olha-lo – Sinto um aperto no peito, temo o que ela pode fazer.

– Não fique assim meu amor, ela não vai conseguir nada, só quer te perturbar, te deixar nervosa, - seus lábios roçaram levemente nos meus – não é bom que se altere dessa maneira, eu estou aqui com você vida minha, estou aqui.

O abracei com força, me sentia mais segura com Carlos Daniel, ele sempre seria meu porto seguro.

Fomos interrompidos daquele momento com uma batida na porta.

– Senhor Bracho, tem uma pessoa querendo falar com o senhor. – era Lalinha, e pela sua voz tensa imaginei que era algo importante.

Carlos Daniel me beijou e se levantou indo ate a porta.

– Quem é Lalinha? Eu estou com Paulina, ela não esta se sentindo muito bem. – ele disse um pouco impaciente.

– Senhor é que... – Lalinha me olhou sentanda na cama, percebi seus olhos assustados me fitando – é que ela tem pressa em falar com o senhor.

– Aconteceu alguma coisa Lalinha? – perguntei me levantando e indo ate Carlos Daniel.

– Onde esta a vovó Piedade? – Carlos Daniel perguntou já preocupado.

– A vovó foi com a Adelina e Lizete visitar a dona Patricia senhor.

– Então quem é Lalinha? Fale de uma vez... – Carlos Daniel perguntou irritado.

– A senhorita Paola...

– Mas o que essa mulher veio fazer aqui? – Carlos Daniel disse completamente nervoso.

– Amor... – disse segurando seu braço fazendo com que ele me olhasse.

– Paulina, se ela veio aqui para te incomodar ainda mais...

– Ela disse que é do interesse de vocês dois. – Lalinha disse observando-nos.

– Diga que já vamos Lalinha. – disse para Lalinha que assentiu e nos deixou novamente a sós.

– Eu vou falar com ela, você fica aqui Paulina. – Carlos Daniel disse me fitando.

– Mas Carlos Daniel... – disse olhando-o.

– Lina, olha como você ficou com a visita dessa mulher na fabrica... Com certeza veio para te deixar ainda mais nervosa.

– Não posso deixar você sozinho com ela, - disse firme – eu vou com você.

– Tudo bem Lina, mas se ela fizer qualquer coisa contra você... – ele disse respirando fundo e acariciou meu rosto – Você esta bem?

– Estou meu amor. - sorri segurando sua mão que estava em meu rosto e a levei ate meus lábios depositando-lhe um beijo.

Seguimos ate a biblioteca, Paola estava em um canto da sala com um porta-retratos nas mãos, onde havia uma fotografia minha, de Carlos Daniel e Lizete na beira da piscina, ambos beijavam minha barriga.

– Paola... – Carlos Daniel disse seu nome com desprezo.

– Boa tarde Carlos Daniel, - ela disse colocando a foto sobre a mesa – e minha querida irmãzinha.

– Não seja sínica Paola, não dirija a palavra a Paulina. - Carlos Daniel disse envolvendo o braço em minha cintura, puxando meu corpo para o seu – Fala logo o que quer.

– Isso são modos de receber sua cunhadinha. – ela riu indo ate o sofá e sentando-se.

– Não estou com paciência para seus joguinhos Paola! – a mão de Carlos Daniel espalmou sobre meu ventre.

– Vejo que minha irmã já lhe contou sobre minha visita. – ela disse sorrindo.

– E me contou também sobre as ameaças que fez a ela. – ele disse nervoso e impaciente.

– Eu só estava brincando irmãzinha, não acredito que levou tudo a sério! – disse fingindo indignação.

– Não vamos perder nosso tempo com você Paola, - Carlos Daniel disse nervoso e me guiou ate a saída da biblioteca – Lalinha te levara ate a porta.

– Eu vim falar sobre minha filha. – a voz de Paola nos fez parar abruptamente.

– Sua filha? – Carlos Daniel perguntou incrédulo.

– Sim minha filha, Lizete é minha filha, e você sabe muito bem disso.

– Como pode chama-la de filha? – ele perguntou irritado se virando para encara-la.

Fiquei ao lado de Carlos Daniel e observei Paola, ela continuava sentada, com a expressão indecifrável de sempre em seu rosto.

– Ela é minha filha... – ela disse arrogante.

– Não vou permitir que se aproxime dela.

– Se fizer isso queridinho, entro com uma ação judicial contra você e contra sua adorada esposa. – ela cuspiu as palavras encarando-me com o olhar carregado de ódio.

– Paulina não tem nada com isso Paola, - Carlos Daniel rebateu – ela ao contrario de você, foi a mãe que Lizete sempre precisou, ela da amor a Lizete, carinho, cuidado, coisa que você é incapaz de entender.

– Não vou discutir isso com você agora Carlos Daniel, - ela se levantou indo até nós – eu conversei com meu advogado, e tenho o direito de conviver com minha filha... E você não pode me proibir.

– Ela tem razão Carlos Daniel. - disse olhando-o – Querendo ou não, Paola tem direito de ver Lizete.

– Ora, achei que o gato havia comido sua língua irmãzinha. – seu olhar ameaçador me fez gelar por dentro.

– Não dirija a palavra a Paulina. – Carlos Daniel disse ficando entre mim e Paola.

– Eu não vou comer sua esposinha, querido. - ela soltou uma gargalhada carregada de sarcasmo – Só vim lhe avisar que virei algumas vezes visitar Lizete.

– As coisas não são simples assim Paola. – Carlos Daniel disse no seu extremo – Acha que pode chegar impondo ordens, logo você?

– Só estou em meu direito de mãe querido, e não entendo o porquê disso tudo, antes dessa aí aparecer você não se opunha com minhas visitas.

– Fazia isso em respeito a sua mãe, que não tinha culpa de ter uma filha como você.

– O recado está dado Carlos Daniel, virei visitar Lizete algumas vezes, e se você proibir, te denuncio. – suas palavras ecoaram pela sala da biblioteca.

– Vou procurar meu advogado Paola. – disse Carlos Daniel.

– Faça isso querido, - ela sorriu – porque eu já procurei o meu.

Com um olhar em minha direção ela passou por nós indo até a saída, Carlos Daniel me abraçou com força.

No dia seguinte procuramos o advogado de Carlos Daniel, ele nos orientou como proceder caso Paola tentasse alguma coisa, não havia como impedi-la de ver a filha, e Carlos Daniel não teve outra alternativa a não ser liberar as visitas, mas essas deveriam ser apenas em casa e sob a supervisão de um de nossos empregados, Paola concordou sem pestanejar.

Havia se passado mais de duas semanas da volta de Paola. Nesse período ela visitou Lizete duas vezes, levou presentes, mas não ficou mais que alguns minutos, Paola se entediava fácil demais.

E apesar da aparente falta de interesse em ter Lizete, eu temia o que ela poderia fazer, e o que pretendia com tudo aquilo.

– Carlos Daniel, Paola deve estar tramando alguma coisa. Acho que ela pode tentar tirar a Lizete de nós. – disse enquanto me deitava ao seu lado em nossa cama.

– Claro que não meu amor, - ele me puxou para seus braços e afagou meus cabelos – ela nunca quis saber da filha, praticamente a abandonou, ela não seria louca de tentar conseguir a guarda de Lizete, e mesmo que tente, nenhum juiz dará a guarda a ela, Paola não tem nenhum direito sobre a filha. Você mesmo me afirmou isso lembra? – ele disse beijando o alto de minha cabeça – E nosso advogado também.

– Eu sei que ela não conseguiria Carlos Daniel. – disse acariciando seu peito.

– Então porque se preocupa tanto? – ele perguntou calmamente.

– É que... De qualquer forma, ela é a mãe... – disse sentindo um nó se formar em minha garganta.

– Paola pode ter dado a luz a Lizete, mas ela nunca foi mãe, - sua voz se tornou tensa e logo depois se suavizou – você é a única mãe que Lizete teve.

– Eu amo Lizete como minha própria filha. – falei sentindo meus olhos umedecerem.

– E eu te amo ainda mais por isso. - ele acariciou meu rosto e eu o apertei contra mim.

– Lizete é tão importante pra mim Carlos Daniel, - confessei erguendo minha cabeça para o olhar – foi graças a ela que conheci você, minha mãe, e ate mesmo... Paola, que apesar de tudo, é minha irmã.

– Sei o quanto você sofre com esse ódio de Paola por você, mas ela sempre foi assim meu amor, sempre pensou apenas nela, nunca se importou com ninguém, nem a filha conseguiu fazer com que ela tivesse um pouco de compaixão.

– Eu me sinto tão culpada por ela ser assim.

– Lina, - suas mãos limparam as lagrimas que escorreram por meu rosto – sabe muito bem que não tem nenhuma culpa, você era uma criança meu amor, a maior vitima dessa historia foi você.

– Não Carlos Daniel, a maior vitima disso tudo é Paola, se ao menos eu me lembrasse de o que realmente aconteceu...

– Não vamos pensar sobre isso agora Paulina, - ele disse com o olhar fixo no meu – estamos tão felizes, tão realizados, logo teremos o fruto de nosso amor em nossos braços, não vamos nos preocupar com Paola ou qualquer outra coisa que não seja parte de nossa alegria, de nosso amor.

– Você tem razão meu amor, - disse e levei minha mão ate meu ventre – não vamos deixar que Paola estrague nossa felicidade.

– Isso meu amor, - ele sorriu e limpou as lagrimas de meu rosto – sabe que não gosto de ver você com essas lagrimas.

– Eu te amo Carlos Daniel.

– Eu também te amo. - um pequeno sorriso surgiu nos seus lábios e ele me deitou sobre o travesseiro se inclinando para me beijar. E depois de trocarmos alguns beijos e caricias, ele me fitou com o olhar carregado de paixão.

– Adoro seus beijos. – disse sorrindo enquanto ele me fitava.

– Apenas os meus beijos? – ele perguntou com o olhar carregado de malicia enquanto uma de suas mãos traçava um caminho desde meus lábios ate o vale de meus seios.

– Não, – disse acariciando seu rosto - adoro tudo que vem de você.

Ele me beijou ardentemente, arrancando o ar de meus pulmões.

– Eu sinto sua falta senhora Bracho. – disse se inclinando para sussurrar em meu ouvido fazendo todo meu corpo arrepiar – Estou louco para te sentir...

– Eu estou bem aqui... – ofeguei quando ele beijou meu pescoço – amo tanto você.

– E esta disposta a ir ao paraíso? – perguntou subindo com seus lábios por meu rosto.

– Sempre. – respondi fechando os olhos.

Meu corpo estava mais sensível e alerta com a gravidez, e cada toque dele em minha pele desencadeavam milhões de estímulos e sensações. Ser dele, estar conectada a ele, o sentir junto a mim... é algo tão magico que nunca conseguirei encontrar palavras para explicar.

Suas mãos que conheciam tão bem cada parte de meu corpo, seus lábios capazes de me levar aos céus, suas caricias sempre cheias de amor e desejo, seu corpo se encaixando tão perfeitamente ao meu, tudo me fazia imensamente feliz, nunca me cansaria de estar assim com ele.

Depois de nos amarmos com calma e dedicação, Carlos Daniel começou a deslizar levemente seus dedos por meu corpo causando uma sensação gostosa enquanto ele me observava com o olhar carregado de carinho e eu tentava acalmar minha respiração ainda agitada.

– Nosso garotão esta crescendo. – ele disse acariciando meu ventre de 4 meses e meio.

– Não vejo a hora de tê-lo em meus braços. – disse baixinho enquanto ele se aproximava para me beijar.

Assim que nossos lábios se encontraram senti um leve tremor onde sua mão estava espalmada em minha barriga, Carlos Daniel se afastou e me olhou com os olhos arregalados.

– Você também sentiu? – perguntei levando minha mão ate a dele.

– Senti. – seus olhos brilharam – Ele... ele mexeu...

– É a primeira vez que o sinto assim...

– Que bom que estou vivendo isso com você. – ele falou com o olhar fixo no meu. - Eu te amo tanto, tanto... – seus olhos brilharam enquanto ele se inclinava ate meu ventre, depositando um beijo ali.

Senti outro tremor e sorri quando Carlos Daniel começou a conversar com nosso filhinho.

– Oi garotão, o papai e a mamãe te acordou foi? – ele dizia enquanto acariciava minha barriga – É que nós nos amamos muito meu filho, e estamos tão felizes com você meu amor.

Enquanto observava Carlos Daniel “conversar” com nosso bebê, sentia meu coração acelerado e meus olhos úmidos, era maravilhoso sentir nosso filho, saber que ele crescia forte e saudável em meu ventre, e que dentro de poucos meses estaríamos ali com ele. Um filho meu e de Carlos Daniel, isso me deixava completamente feliz, realizada.

– Temos que escolher um nome pra ele meu amor. – disse ainda sorrindo enquanto Carlos Daniel acariciava meu ventre buscando fazer com que nosso filho se mexesse outra vez.

– É sim... – ele sorriu – Já estamos bem atrasados não é?

Concordei sorrindo, ele puxou um cobertor para cobrir meu corpo e se deitou ao meu lado apoiando a cabeça com a mão e me olhando fixamente.

– E em quais nomes a senhora Bracho já pensou?

– Na verdade pensei em um. – sorri.

– Hum... E qual seria? – disse divertido contornando meus lábios com os dedos.

– Eu estivesse conversando com vovo Piedade... – observei sua reação – e ela me disse que você era muito apegado ao seu avô, igual à Lizete é com ela.

– É verdade meu amor, - ele sorriu pensativo – ele era um homem digno, respeitável, e me ensinou muito, sinto sua falta... Você iria gostar dele.

– Bom, eu pensei muito sobre o que ela me falou, e pensei que se você concordar... – disse olhando-o nos olhos.

– No que esta pensando Paulina? – ele perguntou sorrindo – Não me diga que...

– Sim meu amor, - sorri enquanto observava-o – se você não se opor, podemos colocar o nome de seu avô em nosso filho...

– Lina, - ele me beijou – como posso agradecer por tudo o que me fazes? Ate mesmo com a escolha do nome de nosso filho você me surpreende.

– Você me faz a mulher mais feliz do mundo, isso pra mim já é o bastante. – sorri enquanto ele me beijava mais uma vez.

– Você é maravilhosa Paulina... Vovô ficaria tão feliz... – ele sorriu e disse o nome pela primeira vez – Otávio...

– Nosso pequeno Otávio. – disse segurando sua mão que ainda continuava em meu ventre.

Carlos Daniel sorriu e se inclinou ate minha barriga, ele sussurrou o nome para nosso filho e logo depois a beijou, e então continuamos ali, desfrutando da companhia do outro e gravando em nossa memoria e coração cada segundo que vivíamos.

Quando entrei no sexto mês Carlos Daniel fez uma surpresa a mim e a Lizete, ele comprou uma barraca e tudo o que era necessário para um acampamento, montou tudo no jardim da mansão e depois de improvisar ate mesmo uma pequena fogueira nos levou para “acampar” como havíamos prometido meses antes a Lizete, foi uma noite cheia de gargalhadas, o céu estava repleto de estrelas e a lua parecia um globo florescente iluminando aquela imensidão, passamos horas contando estrelas, e vibrávamos quando víamos uma estrela cadente. Eu sabia que já havia passado vários momentos como aquele quando tinha mais ou menos a idade de Lizete, e mesmo não me lembrando de nada, não me importei, o que me importava era o que veria para frente, e percebi que talvez existam coisas em nossas vidas que nunca devemos tentar entender, e que devia deixar todas aquelas duvidas sobre o que haviam me acontecido onde estavam... no passado.

Os meses passaram, minha gestação seguia tranquila, nosso filho se desenvolvia saudável, Carlos Daniel e eu aproveitávamos cada momento, cada chute que sentia em minha barriga, e passávamos vários minutos conversando com Otavio, não havia sensação mais sublime do que aquela.

Paola visitou Lizete outra vez, seu olhar frio e indecifrável para mim foi como uma espada cravada em meu peito, eu não conseguia entender o porquê de sentir aquela sensação esmagadora em meu peito toda vez que me lembrava de suas palavras na fabrica, Paola era fria, imparcial, incompreendida. Ao contrario do que eu imaginava, ela não enchia a cabeça de Lizete dizendo que eu não era sua mãe, acho que para Paola era ate mais fácil ser chamada de tia, isso tirava aquela responsabilidade que o nome de mãe tem.

Logo eu entrei no oitavo mês, já caminhava para as ultimas semanas, a ansiedade já começava a se tornar mais presente. Nos últimos meses compramos todo o enxoval de nosso bebê, e também já havíamos decorado seu quartinho, tudo já estava pronto para sua chegada. Nosso pequeno Otavio seria recebido com muita alegria e amor.

– Quando meu irmãozinho vai nascer mamãe? – Lizete perguntou enquanto caminhávamos ate o jardim onde vovó Piedade e Carlos Daniel estavam.

– Faltam algumas semanas Lizete. - sorri para ela.

– Ele vai ser bem pequeno? – ela perguntou interessada.

– Vai sim meu amor, vai ser muito pequenino, e por isso vamos ter muito cuidado com ele.

– Eu vou te ajudar a cuidar dele mamãe.

– Eu sei que vai meu amor. – disse segurando sua mão entre a minha.

Nos últimos meses Lizete e eu passamos mais tempo juntas, e ficamos ainda mais apegadas, ela sempre estava comigo, sempre me contando como foi na escola, ou como iria me ajudar quando Otavio nascesse.

Mesmo com a presença de Paola vivíamos dias memoráveis e cheios de felicidades.