Capítulo 20 Planos

Mais uma semana começou, e Paola ainda não havia retornado, a cada ligação ela adiava sua volta, e eu desconfiava que ela não quisesse me reencontrar, talvez sentisse medo de como seria ter a irmã de volta.

Os sonhos se tornaram freqüentes, sempre o mesmo sonho, a mesma angustia a cada despertar, aquele acampamento havia impregnado em minha mente.

Carlos Daniel me acompanhava todos os dias ate meu apartamento, e sempre jantávamos juntos, não o convidei para dormir comigo, tinha medo de não me controlar, eu o amava com todas as forças que havia em mim e o que mais desejava era poder me entregar de corpo e alma a ele, mas havia um pequeno receio que gritava em minha cabeça sempre que sentia que poderíamos ir mais longe do que os beijos.

Estávamos voltando para nossas salas na fabrica Bracho após terminar uma reunião, Carlos Daniel me puxou para sua sala.

— Esta tudo bem meu amor? – perguntou assim que me fez sentar e se ajoelhou de frente a mim segurando minhas mãos.

— Esta sim Carlos Daniel, - sorri ternamente para ele – não se preocupe.

— Notei que você esta um pouco abatida, - ele passou a mão pelo meu rosto – esta acontecendo alguma coisa?

— São só alguns sonhos que ando tendo, não se preocupe. – acariciei seu rosto suavemente.

— Bom Paulina, vovó e Paula me disseram que você esta trabalhando demais, e eu também acho...

— Que bobagem Carlos Daniel, - disse o interrompendo e sorrindo – você sabe muito bem que o que faço aqui não é nem um pouco cansativo.

— Bom, mas vovó e sua mãe se queixaram que depois que você começou a trabalhar aqui quase não as visita.

— Isso é verdade. – disse um pouco triste.

— E há dias que percebi que você esta assim, - ele tocou a ponta de meu nariz – sempre distraída, distante...

— A verdade é que esses sonhos estão me atormentando, - falei seriamente – não consigo parar de pensar neles, é tao real Carlos Daniel.

— Bom meu amor, - ele sorriu timidamente e segurou mais firme em minhas mãos – eu queria te fazer uma proposta, conversei com vovó Piedade e ela achou uma excelente idéia.

— Hmm... Que proposta senhor Bracho? – perguntei curiosa.

— O que você acha de nos distrairmos um pouco, esquecer de tudo por alguns dias? – perguntou sorrindo.

— Seria ótimo poder me desligar desses sonhos. – disse pensativa.

— Então você aceita? – perguntou ansioso.

— Bom, antes de aceitar preciso saber qual é a sua proposta. – sorri desconfiada.

Carlos Daniel se levantou e sentou a meu lado, beijou meus lábios e segurou delicadamente minhas mãos me olhando intensamente nos olhos.

— Você e eu. Uma noite inesquecível em Cancun. – ele sorriu – Topa?

— Nós dois? Sozinhos? – perguntei com os olhos arregalados e a face ruborizada.

— Sim Paulina,- seu riso ecoou pela sala me deixando ainda mais vermelha – por acaso tem medo de ficar sozinha comigo?

— Não, - disse sem jeito desviando meus olhos dos dele – claro que não...

— Paulina, - ele puxou meu rosto lançando aquele olhar de encontro ao meu – não se preocupe, eu não te forçarei a fazer nada que não queira. Só quero poder passar alguns dias com você longe de tudo. Olha quanta coisa você descobriu desde que chegou ao México? Quero apenas te deixar feliz.

— Bem, eu... eu acho que...

— Por favor, Paulina aceite. – ele suplicou me olhando intensamente – Apenas nós dois.

—Carlos Daniel você esta me deixando em uma situação difícil, - disse passando a mão pelo meu pescoço – ai tomara que não me arrependa depois, - respirei fundo e fechei os olhos – tudo bem Carlos Daniel eu aceito passar alguns dias em Cancun com você.

Carlos Daniel sorriu, um sorriso tão iluminado e puro que meu coração encheu de felicidade, e na mesma hora soube que havia tomado a decisão correta. Ele aproximou seu rosto do meu e pressionou os lábios nos meus com suavidade, e assim que se afastou me olhou ainda sorrindo.

— Obrigado Paulina, não sabe como me deixa feliz, e tenho certeza que não vai se arrepender, muito pelo contrario, vai ate me agradecer por ter te levado para Cancun comigo.

— Estou bem convencida disso. – o beijei mais uma vez.

— Vamos pra casa arrumar nossas malas? – perguntou acariciando com o polegar o meu rosto.

— Arrumar as malas? – perguntei confusa – Mas ainda temos tempo, nós não vamos no sábado?

— Claro que não, - ele sorriu faceiro – quem disse que iríamos no sábado?

— Mas achei que...

— Achou errado, - ele me interrompeu sorrindo maliciosamente – vamos hoje mesmo para Cancun.

— Hoje? – meus olhos se arregalaram em uma expressão de espanto – Ficou maluco Carlos Daniel?

— Mas pra que adiar se podemos sair hoje mesmo?- ele roçou os lábios nos meus – Não vejo a hora de ficar sozinho com você, sem ter que te dividir com sua mãe ou Lizete.

Meu coração estava acelerado, sabia que nessa viagem poderia acontecer algo mais forte entre nós, e não sei se era bom ou ruim, mas eu queria que acontecesse.

— Esta bem meu amor, - disse sentindo meu pescoço arrepiar onde ele depositou um beijo quente – vamos hoje.