POV por Henrik

Senti de imediato minhas costas ficarem quentes.

Meus olhos ficaram embaçados, meu ouvido estava fazendo um zunindo, mas ainda assim conseguia ouvir gritos. Olhei em volta e algumas pessoas estavam se atirando no chão pegando fogo e outras correndo. Procurei pelo meu pai e o encontrei segurando minha irmã. Ele gritou algo com ela, e ela cessou o fogo que havia feito.

Caroline estava descendo as escadas quando Lina colocou fogo em tudo, meu pai acenou para eu ajuda-la enquanto ele levava minha irmã para dentro. Aqueles que não se queimaram ajudaram a apagar o fogo de outros. Quando tudo se resolveu, não houve mortes, apenas algumas queimaduras que com o tempo iriam se curar, Marcel deu seu sangue para sua acompanhante e a hipnotizou para esquecer daquilo.

—Henrik, o que foi que houve? - Perguntou ele tão confuso como todos ali.

—Eu não sei, mas eu tenho quase certeza que minha irmã não gostou nada de ver essa festa.

—Lina? Ela está de volta! Graças á Deus. - Ele ficou feliz com a noticia, mas depois franziu o cenho confuso - Mas espera, o que você quer dizer com isso?

—Ele está querendo dizer que foi uma retaliação da minha sobrinha ao ver as pessoas que ela ama festejar, quando ela decide voltar pra casa.- Tia Rebekah apareceu atrás dele.- Eu vou até la ver como ela está, a culpa é minha.

—Eu preciso levar Marina para casa, eu voltarei mais tarde para ver como ela está e a culpa não é sua Rebekah.

Eu acenei para ele, mas estava olhando Melissa machucada, cuidando dos machucados de Nate. Eles vão se curar rápido, eles não sabem disso? Jackson estava vindo em minha direção e estava furioso, ele mal falou comigo quando me empurrou.

—O que foi aquilo? - Gritou ele e minha mãe veio correndo segurando ele.

—Mãe, acho melhor você ir até o meu pai, eu resolvo isso.- Ela me olhou sem confusa e eu olhei sério para ela - Vai logo.

Ela entendeu o recado, não pestanejou e nos deixou ali. Não era só o Jackson que estava nervoso, os seus amigos também, e como ninguém viu minha irmã chegar eu não tiro a razão deles de vir tirar satisfação com um dos bruxos que conseguiriam colocar fogo nessa casa em questão de segundos.

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POV por Klaus

—Me solta!- Lina gritou comigo quando eu a larguei em seu quarto.

Mal acreditava que estava vendo ela bem ali na minha frente.

—Sweetheart...-Tentei chegar perto dela e ela se afastou, seus olhos estavam tentando transparecer ódio, mas era visível o medo.- Por quê fez aquilo?

Indaguei e ela tossiu cuspindo mais sangue, fiquei mais preocupado. Ela limpou sua boca e me olhou.

—Quando eu mais precisei de vocês...-Ela respirou fundo para continuar.- Vocês estavam aí, festejando...alegres...felizes!

Estou preocupado que ela esteja nesse estado, porém ainda sim ela quer brigar por isso? Não, eu preciso de uma explicação!

—Você não deu sinal de vida durante todos esses dias. Nós cancelamos o almoço do seu irmão e precisávamos distrair a mente depois de tudo o que houve. E isso não é motivo pra querer machucar todos Lina! - Eu não tinha percebido que havia falado mais alto do que eu pretendia e vi os olhos da minha filha encher de lágrimas.

—Eu não dei sinal de vida? Eu estava perdida! Gritei por vocês, chamei por vocês! Eu...-Ela caiu de joelhos segurando sua cabeça com força.- AH!

—Lina? - Cheguei perto dela e a segurei em meus braços, seus olhos começaram a escorrer sangue, me assustei. - Santo Cristo, o que houve com você?

—Pai...me ajuda...isso dói...-Ela agonizava.

—Nik, o que está acontecendo? - Rebekah perguntou preocupada.

Lina chorava em meus braços dizendo que estava doendo. Olhei para Rebekah sem entender absolutamente nada e algo me distraiu. Eram gritos lá fora.

—O que está acontecendo aqui? - Hayley entrou no quarto preocupada também.

—Ela está bem, mais ou menos na verdade. - Disse um tanto nervoso com os gritos - Desce e tira aqueles animais de cima do meu filho.

—Sai você de cima da minha filha.- Ela respondeu rispidamente e correu para perto de Lina.

—Mãe? Mãe? - Lina olhou para Hayley chorando e correu pra cima dela a abraçando.

—Meu amor eu estou aqui filha, você está bem?- A lobinha fez a pergunta estúpida devido ao estado da garota.

—Mãe...Me ajuda, eu não sei o que está acontecendo, toda vez que eu tento me lembr...AH! - Lina segurou novamente a cabeça com dor. Os gritos lá fora ficaram mais alto. Me levantei para dar um fim naquilo quando Lina levantou um pouco sua cabeça provavelmente ouvindo o que estava acontecendo lá fora.- FICA. LONGE. DO. MEU IRMÃO!

Ela gritou e com seu grito em questão de segundo fomos jogados pela janela a fora.

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POV por Henrik

Depois que minha mãe subiu para ver como minha irmã estava, tentei não perder a cabeça com quase todos me acusando de algo que eu não fiz.

—Você estava pensando no quê garoto? -Jackson gritou comigo, ele estava um tanto bêbado.

—Pai. - Melissa veio acalma-lo. - Henrik não faria isso.

—Obrigado Mel.- Acenei pra ela e olhei em volta para todos que esperavam uma resposta e tentei ser bem claro com todos. - Agora prestem atenção, vocês estavam tão focados em se embebedar e dançar que não perceberam minha irmã chegando, ela ficou chateada com isso e agiu sem pensar! Peço desculpas por isso.

—Isso não justifica absolutamente nada!- Um dos lobos disse. - Você nos convidou e nos recebe dessa forma? - Ele disse chegando mais próximo de mim, dando a liberdade de outros fazerem o mesmo. E isso não é nada bom. Para eles.

—Ele tem razão, isso era alguma armadilha? - Outro gritou chegando mais perto.

—Vocês não são confiáveis, você não é confiável Mikaelson, isso não vai ficar assim!- E outro acabou me empurrando.

Caroline se preocupou quando fechei meus olhos respirando fundo. Melissa sabia o que podia acontecer, segurou seu pai e tentou afasta-lo. Os híbridos se levantaram a postos, só não soube decifrar para qual lado eles estavam. Quando estava pronto a revidar ouvi um barulho de vidro se quebrando e eu vi meu pai, mãe e tia Beks sendo jogados para fora. Abaixamos nossas cabeças com o susto, e quando eu me levantei vi alguém sobre a janela quebrada, esse alguém era Lina. Mas não parecia ela.

Meu pai levantou se limpando rapidamente e olhando para minha irmã assustado, ela estava fora de si.

—O que houve com você? - Ele disse baixinho olhando pra ela que piscou algumas vezes sem entender o que tinha acabado de acontecer.

—Por favor...Me ajuda pai...-Ela disse confusa respirando fortemente com ar cansado. Seus olhos estavam se fechando que ela acabou caindo janela abaixo, eu iria pega-la, mas meu pai foi mais rápido e a segurou.

—Vocês tem certeza que querem começar uma briga agora? - Eu disse olhando sério para eles, a maioria assustado com a cena.

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Horas depois...

Alguns se convenceram sozinhos a ir embora, outros tiveram o incentivo dos híbridos. Eles não foram embora, mas meu pai também não deixou ninguém entrar em seu quarto, pois foi onde ele deixou minha irmã e estava aguardando ela acordar para explicar o que realmente houve com ela, mas isso faz horas. E ela não deu sinal algum de acordar. Era como se estivesse em coma.

Não sei o que houve aqui essa noite, foi tudo muito rápido, tudo muito confuso. Minha irmã voltou sendo ela, mas não tão ela...Tem algo errado, e ela quer ajuda e nós iremos ajudar.

—Pai?- Bati na porta do seu quarto, meus pais estão lá dentro junto de Stefan. - Posso entrar?

A porta se abriu devagar. Olhei diretamente para a cama e vi minha mãe angustiada segurando a mão de Lina, ao seu lado encostado na parede estava Stefan apreensivo.

Meu pai me olhou e eu o senti fora de órbita, ele estava preocupado, angustiado e com raiva.

—Eu vou matar quem seja que fez isso com ela.- Ele disse ríspido.

—Nós iremos. - Ele fechou a porta atrás dele . - Mas ela precisa acordar, ela precisa nos dizer a verdade...

—A verdade é que alguém a machucou e isso não vai ficar assim. - Ele deu alguns passos mostrando total preocupação.

—Pai...Ela matou Eva e...

—Chega! - Ele interrompeu me empurrando nada gentil, e me segurou contra a parede. - Eu não dou a minima se ela matou ou não a Eva! Eu quero saber se ela está bem, se ela vai ficar bem!

Ele estava fora de controle, ele é um pai preocupado com sua filha e eu não teria coragem de me defender agora, ele precisa descarregar em alguém e eu aceito que seja comigo.

Tio Elijah apareceu e segurou em seus ombros tranquilamente.

—Niklaus...Ela vai ficar bem...Solte o garoto. - Meu pai me soltou devagar e se afastou.

—Desculpe filho...Não queria fazer isso...Eu...Eu vou ficar lá com ela até acordar.-Ele me olhou com seus olhos perdidos-Desculpe.

Ele estava atordoado, apenas acenei e ele entrou.

O cansaço tomou conta de mim, Melissa estava com Nate e os outros, então fui para o meu quarto descansar.

Um turbilhão de pensamentos invadiu minha mente.

Eu conheço Lina e sei que ela ficou brava por ter chegado e encontrado uma festa ao invés da família preocupada com ela. Mas também foram dias a procurando, inúmeras tentativas e nada! Agora eu já não sei o que especular. Não sei no que pensar, e se foi ela que realmente matou Eva? Mas por quê ela chegaria nesse estado em casa? Eva não tem muitos amigos para vingar sua morte. E mesmo assim, não é possível que tenha conseguido deixar minha irmã daquele jeito.

Céus, minha irmãzinha estava péssima, na certa ela se defendeu até onde podia...Ela estava cansada, estava tão machucada que chegou até tossir sangue...E...Espera aí!

Me levantei da cama correndo quando tive um estalo, o dia já estava começando a raiar. Corri em direção ao quarto do meu pai, quando vi Stefan e meu pai saindo de lá.

—Eu preciso falar com vocês.- Disse ofegante.

—Ela acordou Henrik.- Stefan disse sorridente.

—E como ela está?

—Está bem, Hayley está com ela no banho.

—Vamos dar um tempo á ela. O que você quer falar filho? - Meu pai perguntou cansando mas interessado.

—Nada, não é importante. - Dei um pequeno sorriso para disfarçar.

É importante. Mas eu não vou especular mais nada, vou esperar para falar pessoalmente com ela e tirar minha dúvida sobre o que eu acho que está acontecendo.

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Depois de ajudar Caroline a arrumar lá fora e de ouvir ela reclamando que não gostou nada de ter a casa dela quebrada e todo o seu jardim destruído, fui consertar o quarto da minha irmã, depois ficamos esperamos na sala Lina aparecer, estava ansioso.

Minha mãe entrou na sala segurando a mão dela, Lina já estava muito melhor com roupas limpas, cabelos lavados e um cheiro mais agradável.

—Klaus. - Minha mãe chamou. - Precisamos conversar, a sós.

Meu pai franziu o cenho, mas saiu com ela. Não antes de me chamar atenção com o olhar e dar um beijo na bochecha de Lina que sorriu com o gesto e os dois saíram. Lina olhou para mim.

—Você está bem? - Sua voz estava mais calma e serena.

—Eu? Foi você quem sumiu dias sem dar noticias e voltou tacando o terror em casa.

Ela ruborizou e tio Elijah foi até ela.

—Estamos felizes que você está de volta. - Ele a abraçou e ela deu um sorrisinho.

—E então, vai nos contar o que aconteceu ou não? - Perguntei, acho que eu estava ansioso demais.

—Henrik. - Tia Rebekah chamou minha atenção.

—Deixa ela em paz, quando ela quiser falar, vai falar.- Stefan disse e foi até ela ficando do seu lado.

—Está tudo bem. - Lina disse calma - Vocês estão esperando por isso á dias, segundo meu irmão... Bom, sei que estou sendo acusada de matar Eva, e que tio Kol está por aí esperando que eu volte para se vingar de algo que talvez eu não tenha feito.

—Talvez? - Perguntei confuso.

—Eu não me lembro de nada dos últimos dias e provavelmente é isso o que nossos pais estão conversando nesse momento.

—Ah por favor nos conte outra! - Tio Kol disse entrando na sala nos surpreendendo. Estava com uma garrafa de bourbon pela metade em suas mãos, um tanto bêbado, sua barba estava por fazer e seu cheiro não estava como quem toma banho.- Sabe tampinha, eu sabia que você voltaria mas eu não sabia que essa seria a sua desculpa. Não lembrar de ter tirado a vida do amor da minha vida, sério?

Lina não pareceu preocupada com ele, seu rosto ainda estava calmo.

—Tio, eu não estou dando desculpas eu não me lembro de nada do que aconteceu nesse últimos dias, e toda vez que eu tento me lembrar...-Ela respirou fundo com os olhos fechados se concentrando. - Essa dor insuportável aparece.

Tio Elijah estava cauteloso assim como tia Rebekah. Stefan estava caminhando para ficar na frente de Lina, mas tio Kol foi mais rápido.

—Então vamos tomar um ar pra ver se sua memória volta ao normal. - Ele pegou minha irmã e a levou para fora pela janela quebrando ela. E foi quando Caroline entrou na sala e fechou a cara.

—Eu não aguento mais isso! Existe uma porta gente! Uma porta enorme ali! - Apontou nervosa.

Tia Rebekah fez ar de quem ia rir e tio Elijah a olhou feio. Os dois saíram em suas velocidades, Stefan e eu fizemos o mesmo.

Tio Kol havia soltado ela no jardim e estava bebendo sua garrafa. Lina fez um aceno com a mão pra ninguém chegar perto.

—Tio, tenho certeza que eu não mataria a Eva, não faria isso com você sabendo o quanto ela era importante...E se eu fiz, eu não sei, mas eu acho que estava fora de controle! Você precisa acreditar nisso tio! Não matei ela! Não intencionalmente!

Ele jogou a garrafa com força e ela se quebrou na arvore da casa de Lina, e eu senti um cheiro familiar próximo.

—Chega disso! Você não precisa mentir pra mim, eu sei o quanto você não gostava dela, mas eu a amava! Era a minha Eva e você tirou ela de mim! - Tio Kol estava em meio a lágrimas, mas deixou seus olhos escuros com raiva. - E eu vou tirar ele de você também.

Sem olhar ele apontou para Stefan e Lina deixou seus olhos escuros.

—Vai ter que passar por mim.

—Como desejar, tampinha.