Antes de sair fui avisar minha mãe que iria com Klaus, mas percebendo o clima romântico da caminhada deles, resolvi não falar nada.

Klaus me esperava no carro assim que entrei coloquei o cinto.

—Pronta? —Ele perguntou.

—Hummm, falta uma coisa. — Abri o porta luvas e procurava por um óculos escuro, por sorte achei dois. Coloquei um e entreguei o outro para ele, ele não pegou. —Klaus! O que é? Anda, coloca você vai ficar um gato.

Ele riu ao pegar os óculos quando o colocou, olhou pelo retrovisor e começou a rir.

—Eu não disse? Até tiraria uma foto, mas não tenho mais um celular.

Ele tirou do bolso o seu e me entregou.

—Não seja por isso.

—Você vai me dar o seu inseparável celular?

—Claro que não. Só pra foto, veremos um celular pra você mais tarde.

Peguei o celular e tirei uma foto dele que colocou a mão na frente .

—Sério? Você não gosta de foto?

Ele não respondeu. E eu tirei outra, ele segurou um sorriso.

Tirei algumas fotos minhas, fazendo caretas, ele estava dirigindo e olhava as vezes eu tirando fotos, o sinal parou, olhei pra ele e sorri.

—Onde desliga o seu botão? — Ele falou e nós rimos.

—Vem cá também vai.

Puxei ele e encostei nossos rosto tirando uma selfie, ele ficou sério e eu cutuquei ele.

—Mostre que está feliz e sorria, assim oh.

Mostrei meus dentes pra ele e ele revirou seus olhos, mas logo abriu um sorriso, poucos segundos lá estava nós dois fazendo caras e bocas pra foto, ele ficou um pouco acanhando.

Vi que ele não tinha um app de edição de fotos, mas baixei rapidamente e fiz uma montagem com todas as nossas fotos e mandei por E-mail para Caroline, ele ficou me olhando enquanto dirigia.

Até que ele parou no casarão, a fortaleza como diz Seth.

—Lina, não sei se vou demorar muito, mas você vai ficar lá dentro.

Guardei no bolso o celular enquanto saímos, alguns vampiros estava ali na porta e o cumprimentaram. Eu fui pro lado do Klaus, quando entramos alguns jogava baralho, outros estava bebendo, outros conversando, mas ao perceberem a presença de Klaus todos pararam imediatamente e se ajeitaram.

Vi Josh sentado e acenei pra ele.

—Olha só o chefinho e a Lina trabalhados no estilo pai e filha. — Klaus tirou os óculos e não estava rindo, Josh engoliu seco.

Subi meus óculos por cima dos meus cabelos. Klaus o ignorou e continuou em frente, mas parou apontando pra alguns vampiros grandes, eles tinha uma postura diferente de todos, talvez seriam os chefes da segurança.

—Lina, eu já volto, por tudo o que é mais sagrado, se comporte. —Disse ele sibilando a ultima palavra.

—Relaxa, com esse exército de vampiros aqui eu não ousaria sair do lugar. — Eu disse fazendo uma cara de anjinho.

—Ótimo. — Ele sumiu e foi pra sua antiga, ou ainda sala de reuniões.

É estranho, mas eu gosto desse lugar é como se fosse a empresa do Klaus, e eu sei que um dia eu herdaria tudo aquilo, e porque eu estou pensando nisso?

—Lina! — Josh gritou vindo ao meu encontro me dando um super abraço.

—Oi Josh, está bem? —Me soltei dele.

—Estaria, se você ao menos tivesse trazido o Seth com você. — Ele riu.

Dei um sorrisinho de canto.

—Eu e ele não estamos muito bem...

—Ow, isso é triste, mas logo vão voltar ao normal, ele é tipo a sua alma gêmea.

—Hum..Não sei não. E aí o que estão fazendo?

—Nada demais,jogando tempo fora. Com você aqui ficamos sempre em alerta a qualquer momento pode ter um ataque das bruxas, ou de lobos, ou humanos , ou qualquer coisa que queira te matar, você é o alvo numero um do planeta.

—O segundo é meu p...O Klaus né? — Ele apenas riu.

—E como é a casa nova? Soube que sua mãe está morando com vocês.

—É enorme como um castelo, ela está por enquanto conosco sim, não sei ao certo quanto tempo, mas espero que seja pra sempre.

—Então você não vai querer ir embora?

—Não tenho motivo Josh, estou com minha verdadeira família.

Eu sei que Klaus estava me ouvindo, assim eu o deixaria mais tranquilo e minha consciência não pesaria tanto.

Ficamos um tempinho esperando por ele, assim deu tempo de jogar cartas com alguns vampiros que eram legais que Josh me apresentou, os outros mal olhavam em minha cara e eu não me importo. Foi pouco tempo mesmo, porém deu pra conhecer Thierry ,o cara que tocava violino, ele era gato e bem simpático e tinha o Diego que era o contrário dele.

—Mas e ai garota, não queira arrancar minha cabeça, mas você ainda tem contato com o Marcel? — Ele disse com uma garrafa de vodka em suas mãos, se sentando em uma cadeira do meu lado, era minha vez de colocar as cartas na mesa, eu coloquei e olhei para ele.

—Não.

—Foi só uma pergunta.

—Foi só uma resposta.

Alguns vampiros riram dele, ele deu um gole em sua garrafa e saiu dali.

—Esquenta não, ele é chato mesmo. —Josh disse baixinho enquanto fazia sua jogada.

Olhei Klaus voltando com sua feição mal humorada e joguei minhas cartas na mesa.

—Ah não! Isso é sorte de principiante! — Josh disse.

Eu mandei beijo pra ele no ar, eu tinha ganhado o jogo, fiquei olhando pra Klaus e vi atrás dele a Eva.

—Espero que esteja bem claro todas as regras, eu não vou aceitar nenhuma falha, nenhuma. —Klaus disse no seu modo autoritário para ela.

—Entendido. —Ela acenou com a cabeça e me olhou, mas fez pouco caso e voltou de onde vinha.

—Vamos SweetHeart? — Ele perguntou segurando em meus braços acariciando de leve.

—Vamos —Sorri. — Tchau meninos, obrigada pelo jogo.

Todos eles sorriram pra mim, mas tiraram o sorriso do rosto quando Klaus olhou para eles, saindo de lá comigo.

No lado de fora ele abriu a porta do carro pra mim e eu deslizei pra dentro, ele deu a volta e entrou também.

— Fico fora uns minutos e você se torna melhor amiga dos meus homens?

—Ele são legais.

Ele riu e me entregou uma caixa com um celular novo.

—Seu celular.

Fiquei super empolgada e fui abrindo o pacote.

—Ei! — Chamei Klaus que me olhou assustado e eu tirei uma foto dele. —Essa vai ficar pra chamada,vai dar certinho!

Ele não aguentou e começou a rir, o que me fez rir também.

[...]

Quando chegamos o jantar já tinha sido servido, assim como Klaus avisou que não chegaria, eles jantaram sem nós.

—Está com fome? —Perguntou ele.

—Muita.

Fomos até a cozinha e Peggy estava terminando de limpar a cozinha.

—Peggy. — Klaus disse ela levou um pequeno susto.

—Sim senhor.

—Tem ingredientes pra panquecas? —Ela olhou pra ele, envergonhada. —Responde mulher !

—Tem sim, tem sim Senhor. — Ela dizia toda atrapalhada.

—Ótimo, pode ir , eu e minha filha vamos nos virar aqui

—Oi? —Perguntei espantada

—Vamos fazer panquecas, você está com fome. — Ele disse calmo.

Peggy passou por mim, acenando.

—Ah, boa noite Peggy. —Ssorri pra ela gentilmente.

—Boa noite menina. —Ela sorriu também.

Eu fiquei olhando ela se retirar e me virei pra Klaus, que estava pegando os ingredientes.

—Você vai mesmo fazer panquecas a essa hora?

—Nós vamos fazer. — Ele sorriu colocando algumas coisas em cima da mesa.

—Isso vai épico.

Ele tirou seu casaco e colocou em uma das cadeiras, pegou um avental de cozinha e colocou em si próprio, e eu tive que rir .

—Está um gato.

Amarrei meu cabelos em um coque e senti ele vindo rapidamente atrás de mim colocando outro avental em mim .

—Ah, não...

—Sim, está uma gatinha. — Ele riu Vem vou te ensinar a fazer a massa.

Ele já não era mais aquele cara mal humorado de tempo atrás, era um outro Klaus, sorridente e eu apreciava aquilo.

Ele estava abrindo os armários procurando por algo.

—Precisa de ajuda?

—Onde ela coloca o maldito liquidificador?

—Posso te ajudar com isso .

Ele me olhou .

—Eu sou bruxa lembra? —Eu ri e abri os todos os armários da cozinha com um movimento com meu dedo indicador, assim que vi o fiz ele levitar até Klaus.

—Bom. —Ele sorriu pegando o liquidificador. — Agora me passa os ingredientes, mas sem magia folgada.

Dei risada. Me levantei e fui passando pra ele, deixando a farinha por ultimo, ele foi colocando tudo dentro do liquidificador, ele estava concentrado.

—Se não fosse um hibrido daria um bom chefe cozinha .

Ele me olhou rindo .

—Estou bem como hibrido Sweet. — Rimos .

Peguei a farinha de trigo e entreguei pra ele, mas joguei um pouco na cara dele, deixando tudo branco. Ele parou e fez sua cara de vampiro, eu me assustei e coloquei a farinha em cima da mesa.

—Desculpa, eu estava brincando Klaus...

Ele veio lentamente até a mim com uma cara nada muito boa. Meu coração disparou, sério que ele iria brigar comigo por isso? Eu mal me toquei que em suas mãos tinha um punhado de farinha e ele jogou em cima de mim. E começou a rir.

Eu coloquei as mãos no meu rosto que estava todo sujo de farinha e no meu cabelo também.

—Eu também sei jogar do seu jogo Sweet. — Gargalhei e começamos uma guerra de farinha um contra o outro.

Claro que voltamos a fazer as panquecas, ele me ensinou alguns truques e definitivamente ele seria um bom cozinheiro.

Me sentei na bancada enquanto ele fritava a massa, esperava por elas pra colocar carne moída dentro. Sempre mordiscando.

—Desse jeito vai sobrar nada pras panquecas fominha.

Ri mais um pouco, eu estava me divertindo.

—Então não demora tanto assim, estou com fome!

—Eu não fiz uma filha, eu fiz um leão. —Brincou ele.

—Uma loba — Pisquei pra ele.

— Desculpe. Claro,uma loba.

—Quando eu posso me transformar?

—Vamos com calma, eu acho que você não estaria preparada, é uma dor que incomoda, lembra no dia da sua transição?

—Não tem como esquecer…

—Aquelas dores, você já estava…

—Eu não quero mais não! — Rimos — Eu só achei que seria tão bonita quando Seth.

—Você é linda, não esqueça que eu sou o seu pai.

E de repente o clima tinha ido embora, abaixei minha cabeça porque a carne era mais interessante pra olhar naquele momento.

Klaus se virou para o fogão e terminou o resto das massas. Colocou as em cima da mesa, eu dei um pequeno sorriso e comecei a monta-las, ele não pareceu tão magoado como antes, porque me ajudou.

—Você sabe que é difícil isso pra mim…

—Não. —Ele me cortou — Por favor Lina, vamos esquecer e aproveitar esse momento tá bom?

Balancei a cabeça e ele colocou um pouco de molho no meu nariz rindo .

—O que houve aqui uma terceira guerra mundial? — Minha mãe apareceu na porta da cozinha olhando toda a bagunça em volta.

—Mãe! —Disse super empolgada — Estavamos com fome e resolvemos bater uma boquinha.

—E não poderia simplesmente comer uma bolhacha ou pedir uma pizza, ou ao menos pedir pra Peggy cozinhar?

Me levantei da bancada e Klaus ficou olhando pra ela, sem sorriso, sem cara feia, impassivo.

—É divertido..

—Está tarde meu amor, coma logo e vai se deitar.

—Fique aqui Hayley. — Klaus falou de repente.

Nós duas olhamos pra ele incrédulas.

—Não me façam mudar de idéia. —Ele levantou a sobrancelha.

Aachei que minha mãe iria bater boca com ele, mas não aconteceu isso, ela apenas se sentou na bancada conosco, e nos ajudou a terminar as panquecas.

Me sentei no meio deles e sorri.

—Uma pergunta… —Klaus me olhou dando toda a sua atenção pra mim, e minha mãe fez o mesmo. —Como que eu nasci?

E eu descobri da onde que eu puxei as bochechas vermelhas. Klaus ficou envergonhado e minha mãe apreciava os pisos do chão.

—Lina... —Minha mãe disse.

—Eu quero saber como eu fui feita.

Minha mãe olhou pra mim com um olhar abismado e Klaus olhou pra ela e depois pra mim .

—Eu não acho uma boa ideia conversarmos sobre isso agora, talvez daqui uns 20 anos.

—Klaus! — Ela gritou pra ele . — Ela precisa saber e por nós dois.

Tampei minha cara com minhas duas mãos e comecei a rir descontroladamente, ele me olhava sem saber o motivo.

—Eu não quero falar sobre sexo com vocês dois, e nem dentro de uma cozinha. O que eu estou querendo dizer é vocês se apaixonaram? E você está com meu tio, é por isso que o Klaus não gosta de ver vocês juntos?

Ele engoliu seco e abriu o armário pegando uma garrafa de Bourbon com 2 copos, ele colocou na mesa e minha mãe revirou os olhos, mas pegou o outro.

—É um assunto delicado ..

Ele começou enquanto colocava nos copos.

—Não é não — Hayley disse.

Klaus terminou e deu um gole virando tud , e eu me lembrei de quando tomei minha primeira bebida alcoólica, com Stefan.

—Então me contem e esquece sobre daqui 20 anos tá mandão.

Ele me olhou feio mas eu não liguei, e olhei pra minha mãe poder falar.

—Foi apenas uma noite, mal nos conhecíamos, rolou um clima e o resultado foi esse, você. — Minha mãe dizia com naturalidade.

—Viu? Foi fácil, eu fui um acidente.

—Não um acidente querida, eu já disse você foi o meu...O nosso milagre. — Hayley disse.

—Estava brincando. Mas agora vamos falar sobre apenas mal conhecer alguém e ir se deitando com ele. O Henrik vem na minha festa né? — Eu segurei um riso e Klaus me olhou perplexo e assustado.

—Eu mato antes de ele por os pés aqui. —Klaus disse com seus lhos enfurecidos.

Olhei pra minha mãe , e logo soltamos gargalhadas.

—Isso não tem a menor graça. — Ele disse todo bravo.

—Calma ciumento, eu tenho os genes da minha mãe, mas eu não faria isso, não debaixo do mesmo teto que você, isso sim seria a terceira guerra mundial. — Dei um beijo no rosto dele e o seu rosto mandão foi embora.

—Lina, você não ouse chegar perto de qualquer homem pelos próximos 30 anos. —Ele bebeu mais uma dose.

Comecei a rir e eu sei que era engraçado, mas também que ele estava falando bem serio, então voltamos a comer as panquecas que estavam deliciosas. Quando terminamos fomos arrumar a cozinha, e já estava bem tarde.

—Vamos princesa, está bem tarde. — Hayley disse, erguendo seus braços pra mim e eu fui em sua direção a abraçando.

—Vcê não vem? —Perguntei olhando pra ele .

Ele colocou suas mãos no bolso, um pouco cauteloso.

—Claro que ele vem, ele tem que ajudar a colocar você pra dormircriança, mas você vai tomar um banho primeiro. — Hayley beijou minha cabeça e riu pra ele. Saímos em direção ao meu quarto com ele atrás.

Depois de tomar um banho eu me deitei na cama, meus pais não estava dentro do meu quarto, mas ouvi eles.

—Isso é por ela, apenas por ela você me entendeu? — Minha mãe disse sussurrando.

Ouvi uma batida na porta.

—Podemos entrar?

—Claro. —Respondi.

Klaus tinha tomado um banho também e minha mãe já estava com roupas de dormir.

Ela se sentou do meu lado e Klaus do outro. Peguei meu celular.

—De novo não.. .— Klaus resmungou e eu ri.

—Eu preciso de fotos com vocês.

Ele riu, mas cedeu. Por fim, tirei uma foto dos dois comigo, me deram um beijo um de cada lado na minha bochecha.

—Boa noite filha. — Eles disseram juntos e foi engraçado porque não foi nada combinado.

—Boa noite mãe,boa noite Pa ….

O celular do Klaus tocou e ele mexeu no seu bolsos para pega-lo. Assim que viu a tela sua face ficou preocupad.

—Desculpem, eu preciso atender, tenham uma boa noite.

Eu dei um pequeno sorriso pra ele.

—Eu estou indo pra ai.- Klaus disse quando atendeu e desligou colocando o telefone no bolso, saindo do quarto rapidamente.

—Será que houve alguma coisa? —Perguntei.

Hayley deitou comigo ao meu lado.

—Não filha, está tudo bem, não deve ser nada demais, durma meu amor.

Ela não me convenceu bem, mas me deu um beijo em minha testa e eu adormeci.