Sesshoumaru olhou preocupado para sua querida Rin desmaiada em seus braços. Não pensou duas vezes, levou-a imediatamente para a casa de Kaede. Interiormente, o lorde se culpava pelo estado da exterminadora. “Se eu não tivesse passado tanto tempo fora, se eu estivesse com ela saberia o porquê disso que está acontecendo agora.” Ele chegou com a garota em seus braços e na frente da casa da sacerdotisa Kaede estava acontecendo uma certa “reunião.” InuYasha e seus amigos estavam conversando, rindo e se espantaram ao ver Sesshoumaru com a jovem Rin inconsciente.

– Onde está Kaede? – perguntou o príncipe com urgência na voz.

– Vou chamá-la. Entre com Rin e deite-a no futon, por favor. – respondeu Kagome e correu para dentro chamando Kaede.

Sesshoumaru entrou e cuidadosamente recostou Rin no futon. Logo em seguida, Kaede apareceu com os olhos meio inchados de sono.

– O que houve, Sesshoumaru? – perguntou a senhora.

– Cheguei em casa e encontrei Rin dormindo, logo em seguida ela acordou, mas desmaiou. – respondeu o majestoso Sesshoumaru olhando para a moça.

– Ela está pálida... Rin não parecia doente estes dias que veio para cá, Kagome? – perguntou Kaede.

– Não, não. Ela estava bem. – respondeu Kagome confusa.

– Sesshoumaru, deixe-me examiná-la. Com sorte, ela vai acordar logo e poderei perguntar a ela o que está acontecendo. Por favor, deixe-nos a sós. Assim que tiver notícias aviso. – disse Kaede e o dai-youkai saiu da casa. Preocupado, Sesshoumaru caminhou até um local mais afastado e ficou olhando as estrelas.

~Flashback on

Deitados na grama e banhados pela luz do luar estavam a exterminadora Rin e o poderoso Sesshoumaru. Ela ria com as bobagens que falava e isso tudo porque estava extremamente feliz. Era o melhor dia de sua vida! Por quê? O homem que amava tinha-lhe feito a proposta de casamento e ela disse sim e poderia dizer sim pelo resto de sua vida. Ele, apesar de não demonstrar muito – algo de sua natureza youkai – estava tão feliz quanto a jovem e se permitiu dá até um sorriso, o que fez Rin ficar evidentemente surpresa.

– Seu sorriso é lindo, Sesshoumaru-sama. – ele, um tanto envergonhado, olhou-a timidamente. – Eu te amo... – sussurrou Rin. Ele tocou seu rosto com delicadeza e encostou sua testa na dela. Pôde sentir a respiração falha da humana e então depositou um suave beijo em sua amada. Depois, voltou seu olhar para as estrelas percebendo que aquele era o melhor dia de sua vida também.

~Flashback off

Enquanto isso, Kaede observava a pálida garota que ainda estava inconsciente. Então, a exterminadora abriu os olhos devagar. Sua cabeça latejava e sentia seu corpo cansado. Olhou para Kaede e, antes que pudesse falar, sentiu aquela dor novamente. Algo que “rasgava” por dentro. Ela se encolheu e ficou calada, esperando aquela dor horrível passar. Às vezes, murmurava um “ai” bem fraquinho. Mas, mesmo não gritando alto a dor era terrível. Kagome correu para junto Rin.

– O que houve, Rin-chan? – perguntou apavorada.

Rin não conseguia sequer responder. Aquilo estava deixando ela desligada do mundo a sua volta.

– Rin, responda-me, por favor! – Kagome perguntou desesperada.

A dor durou uns dez minutos e foi cessando aos poucos. Rin, então, olhou para as duas sacerdotisas, enquanto as lágrimas desciam quentes por seu rosto.

– Rin? – perguntou Kagome.

– Kagome-chan, o que estou fazendo aqui? – Rin perguntou.

– Ainda bem que me respondeu. Fiquei preocupada com você imóvel daquele jeito. – falou Kagome aliviada.

– Quem me trouxe aqui? – perguntou a jovem exterminadora.

– Sesshoumaru. Você desmaiou, ele te trouxe. – respondeu Kaede.

Então, Rin lembrou do que havia acontecido algum tempo atrás: Sesshoumaru chegando. Um abraço desesperado. “Aconteceu alguma coisa?” Uma fraqueza súbita. A escuridão do desmaio.

– Rin, o que você esteve sentindo ultimamente? – perguntou Kaede.

A exterminadora contou tudo. O cansaço físico constante, a dor absurdamente insuportável, os tornozelos levemente inchados, o primeiro desmaio. Tudo o que havia acontecido nos dias anteriores. Enquanto Kaede analisava a situação, Kagome fez um chá com ervas medicinais para Rin se sentir mais forte. Mas nada vinha na mente de Kaede. Parecia que ela não tinha visto nada parecido com aquilo.

– Kagome, desculpe-me, mas não vou conseguir tomar o chá. O cheiro me deixa nauseada. - disse Rin sentindo um enjoo súbito.

Assim que Kaede ouviu aquilo, lembrou-se da amiga que tinha visitado alguns dias antes. Ela dissera: Uma vizinha minha está sofrendo tanto! Ela tem dores fortes, sente tonturas e tem frequentes desmaios. Tudo isso porque está... “GRÁVIDA!” “Essa é a resposta, Rin está grávida.” Kaede olhou incrédula com a novidade... Mais uma mamãe.

– Rin, acho que já sei do seu “problema.” – falou Kaede.

Longe dali...

– Sesshoumaru! Sesshoumaru! – gritou InuYasha, procurando o meio-irmão. Assim que viu o dai-youkai, aproximou-se.

– Por que está gritando? – perguntou Sesshoumaru.

– Kaede-sama está lhe chamando. É sobre Rin.

Sesshoumaru andou apressadamente até a casa da velha sacerdotisa. Assim que entrou, viu que Rin estava com os olhos marejados, mas sua expressão era deveras feliz. Kagome sorria tranquilamente e Kaede tinha uma expressão suave. “Por que toda essa tranquilidade enquanto Rin está doente desse jeito?”

– Sesshoumaru, acho que Rin precisa conversar com você. Vamos, Kagome. – as duas saíram. Rin deu um longo suspiro.

– O que está sentindo, Rin? – perguntou o lorde.

– Por enquanto, nada. Desculpe por fazer você se preocupar tanto. – ela tocou o rosto youkai com pele de marfim, com delicadeza. Ele não respondeu. – Sesshoumaru, eu não estou doente. – o príncipe pareceu surpreso. Há menos de uma hora ele vira ela desmaiar e agora ela o diz que não está doente? Aquilo não entrava na cabeça de Sesshoumaru. – Eu não estou doente. Só estou grávida. – Sesshoumaru parou no tempo. O que ele acabara de ouvir estava sendo lentamente processado em seu cérebro. Ele estava realmente ouvindo isso? Ele... ele... ele seria pai? Rin estava lhe presenteando com um herdeiro? Ele teria um filho da mulher que amava? Aquilo era extraordinário. – Kaede-sama me explicou que não será fácil, visto que sou humana e o bebê que carrego em meu ventre é hanyou. Existe youki no meu corpo, vindo do bebê, por isso as dores fortes e insuportáveis. Eu, agora, divido meu corpo com outro ser que não é humano, é um hanyou. Por isso vou sofrer muito, mas... – Sesshoumaru pôs o dedo na boca dela, fazendo-a silenciar.

– Passaremos por isso juntos. – foi a resposta dele. – Obrigado.

– Está me agradecendo pelo que exatamente?

– Tola, você me deu o melhor presente que eu poderia ganhar. – sussurrou o príncipe.

Rin começou a chorar. Primeiramente, porque seria mãe. Era um momento de inexplicável felicidade para ela. Depois, porque Sesshoumaru dissera aquilo com tanta convicção. Sua voz era cheia de ternura, algo inacreditável.

Do lado de fora, todos observavam a cena escondidos. Sango e Kagome suspiravam de emoção. Miroku estava incrédulo com a educação de Sesshoumaru. E InuYasha...

– Do que adianta aquela fachada de frio se ele é tão amoroso assim? – resmungou o hanyou.

– InuYasha! Fale baixo! – sussurrou Kagome.

Infelizmente, não eram só eles que estavam espiando. Alguém mais estava. Kazuo. Ele correu para contar as novidade. Kazuo não era uma pessoa má. Ele era subordinado de Takara. A história dele era trágica. Um garoto abandonado pela própria família que vivia vagueando sem rumo. Um dia, ele encontrou Takara que lhe ofereceu abrigo, alimentação, uma chance de sobreviver. Mas isso tudo tinha um preço. Ele teria que ajudar Takara, mesmo sendo para o mal. Era isso ou morrer pelas mãos de sua superiora.

Quando chegou, Takara logo se animou com esperanças de ouvir algo bom.

– Então, Kazuo, conte-me tudo. Aquela humana já desistiu de Sesshoumaru?

– Não, senhora. – respondeu o criado.

– Como assim? Pensei que com Sesshoumaru passando tanto tempo fora, ela desistiria de viver com ele. Humanos são dependentes.

– Acho que agora será mais difícil de separá-los, Takara-sama.

– Se for por causa de sua incompetência, será impossível. – respondeu a youkai arrogantemente.

– Não, minha senhora. A humana carrega um filho de Sesshoumaru.

Takara ficou perplexa. Aquilo não podia estar acontecendo. Isso dificultava mais ainda todo o plano. Sua cumplice não ficaria nada feliz em saber daquilo. Ela precisava agir e rápido.