Sempre me questionei qual seria a melhor forma de começar uma história, já pensei que seria do final, mas como é mórbido demais, passei para o início, ou seja meu nascimento, porém a lacuna “de onde eu vim?” parecia ser grande demais para não ser falada, então vou falar de uma história de amor:A dos meus pais.

Tudo começou com um Engenheiro Mecatrônico e cientista, por isso acabava transferindo-se constantemente em busca do novo.Nascido de um pai físico e uma mãe bióloga, quis seguir o amor pela ciência, ao contrário do irmão que apaixonou-se por arquitetura.Durante uma viagem para uma província encontrou uma mulher de longos cabelos loiros ondulados e um sorriso cativante, como ele gostava de falar, a família tinha uma pensão e meu pai passou muito tempo lá, e cada dia que passava clamava que durasse mais, apesar da sua prece não ser ouvida, foi convertida para algo muito maior, ele a pediu em casamento e ela aceitou prontamente.Apesar da mãe de Monique, ou minha mãe, ter odiado, pois ele não tinha fama, eles se casaram em uma cerimônia simples no campo.

Eles mudaram para uma cidade maior onde tinha uma bela universidade que incentivou os projetos do meu pai.Como todo casal, a felicidade parecia faltar um pedaço, o pedaço do tamanho de um filho, como ambos tinham irmãos mais novos, não havia possibilidade nenhum de não ter filhos.

Depois de três anos de casado, mamãe ficou grávida e para eles o ápice havia chegado, um filho fruto do amor deles.Enquanto ele tinha certeza que era um menino que iria acompanhá-lo na paixão pela ciência e todas as traquinagens que praticou na infância, já mamãe tinha certeza que era uma menina para ela voltar a brincar de boneca.Preciso dizer mesmo quem acertou?

Então eu nasci, cheguei ao mundo com quarenta e nove centímetros e três quilos e quinhentas gramas, comprovando que eu seria uma criança baixinha.De acordo com mãe, eu tinha uma habilidade maravilhosa em chorar, que desde pequena era geniosa .Ela guarda até hoje fotos desses momentos.

Apesar de não ser o menino que ele, inicialmente, planejou papai nunca quis me deixar fora do seu mundo, com quatro anos de idade ele mandou pintar uma tabela periódica no meu quarto, todos os experimentos que era possível fazer em casa ele me mostrava em seu tempo livre, experimentos esses que chamava de mátida tolorida.Poderia me considerar inserida em uma família, só que faltava uma coisa: uma irmã ou irmão.Isso ganhei com quatro anos de idade.

Enquanto ela era a Majô, eu era a Mama.Porém, Mama sempre teve uma relação única com Louis , ou papai. Tínhamos a melhor conexão possível entre pai e filha, ele me ensinava tudo e em troca eu dizia que seria igualzinha a ele quando crescer, seria uma cientista.Todavia, não era das mágicas coloridas que eu mais lembro e sim da frase que ele me dizia no final de cada experimento “Na sua mão está o bem e o mal, basta você decidir o final.”

Nesse tempo ele apoiou mamãe, eu e a Marjorie em tudo e quando digo tudo é tudo de acordo com o seu alcance.Mãe fez faculdade, eu alimentava meu sonho de ser a nova Marie Curie do nosso século e Majô.....bem ela sonhava com brinquedos e isso era fácil de realizar.Contudo, não sabíamos que o futuro nem sempre aguarda as melhores surpresas.

Papai estava se dedicando a uma pesquisa, mamãe nunca me disse o que era, porém por ser feito pelo meu pai, deduzi ser algo fantástico.Cada dia mais passávamos separados e minha mãe parecia cada vez mais nervosa, algo a incomodava, mas para uma garota de sete anos passou batido.

Lembro que meu pai nesse dia se despediu com um olhar diferente, algo que eu não fazia ideia estava acontecendo, seu abraço tinha sentimentos que nunca havia presenciado, ele estava dizendo adeus.Horas mais tarde Enquanto eu estava comendo minha éclair, ouço alguém bater na porta e minha mamãe grita “Mama, atende a porta para mim, deve ser o seu tio chegando de viagem!”, como eu estava ansiosa para ver meu tio, corri até a porta e quando abro não era ele.Guardas estão na porta e um deles abaixa para ficar do meu tamanho, com um sorriso consolador pede que eu chame minha mãe, que nessa hora ia em minha direção com as mãos limpas pelo avental.Nesse momento descobri que o silêncio muitas vezes fala mais que mil palavras, ela olha para mim e pede que eu leve minha irmã para o quarto.Marjorie que brincava no chão não negou os meus braços estendidos e foi comigo para meu quarto.Decidi conferir o que acontecia, mas a única coisa que vi foi minha mãe em lágrimas.Mais tarde descobri que tentaram roubar os projetos do meu pai e ele decidiu nogar-se no Rio com o projeto à a entregar algo nas mãos errada.Nunca sua frase fez tanto sentido em minha vida.

Esperamos vovó e meu tio chegarem para o enterro, todos vestimos preto.Lembro-me de ver minha vó, que apesar de estar em lágrimas, dizer para mamãe que daria tudo certo.Desde então tudo deu certo, de uma maneira estranha e com meu tio e avó morando com a gente.

Apesar de tudo parecer igual, tudo agora era diferente.Enquanto antes tinha uma paixão inexplicável por ciência, agora eu amava tudo menos ela.Sentia que minha vida tinha ganhado um propósito:fazer com que nenhum filho passe por isso.Com esse novo objetivo veio alguns outros e o principal era:Uns nascem para amar, uns para trabalhar, caso queira os dois ganhar, tudo perderá.Depois de todos os problemas, tornei -me de certa forma mais arredia, pois precisava entrar na academia The Blanche, a maior organização de espionagem do mundo, descobri isso aos dez anos.A partir do momento que descobri, tudo tornou-se ser uma espiã, se não pude poupar minha família, pouparia outras.

Desde o momento que decidi que seria espiã, tudo em minha vida havia ganhado um propósito, sendo esse entrar no Instituto, minhas forças se canalizada em intelectualizar-me e ser uma arma mortal.Preciso dizer que fui bem sucedida?

Aos treze anos consegui um dos maiores desafios da minha vida, ou melhor, isso era o que eu achava.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.