Um ano havia passado desde que Sasori partira de Konoha. Portanto, novamente havia chegado a hora do ruivo tirar suas preciosas férias e sumir pelo mundo. No entanto, ele não queria conhecer nenhum outro lugar. O ruivo estava adiando tomar a decisão, mas depois de sonhar com Sakura ele optou por voltar a Konoha. Estava insuportável a situação. Nem com Karin conseguia transar mais. Via o rosto da Sakura nela ou em qualquer outra mulher que tentava passar por sua cama.

— Comprei a passagem. – Admitiu Sasori para Deidara.

— Vai atrás daquela mulher?

— Eu não posso ignorar o que sinto por ela. Se eu tiver um mês pra resolver essa situação, é o que eu vou fazer.

— Cara, você já resolveu. Você foi embora e ela deve ter seguido em frente. Afinal, ela também não veio atrás de você.

— Eu não posso me conformar antes de ir lá e tentar de novo. – Afirmou Sasori.

—Tá, aí você vai, fica com ela e quando o mês acabar você faz o que?

— Eu juntei dinheiro e acho que dá pra conseguir ir a Konoha todo mês pelo próximo ano. Dá pra tentar.

— Namoro à distância? E o que te garante que ela vai aceitar isso?

— PORRA, DEIDARA! EU VOU TENTAR! SÓ TENTAR! SE DER ERRADO, OK. – Gritou.

— Não precisa se irritar cara!

— Eu vou acabar enlouquecendo se não ir lá tentar! Sei que muitas coisas podem ter mudado nesse ano que passou, mas eu ainda me sinto da mesma forma. Foi um erro não ter tentado antes, mas eu estava muito inseguro. Nesse tempo que passou eu reavaliei meus sentimentos e já que eu não consigo esquecê-la, vou pegar todas as minhas economias e tentar manter esse namoro a distância viajando todo mês para Konoha se ela assim desejar. – Despejou tudo o que tinha no seu coração para o melhor amigo.

— Te desejo sorte cara! Porque ela pode estar em outra agora.

— Eu sei. Eu ia falar com a Konan, mas ela trocou o número do celular e me bloqueou nas redes sociais. Nem sei por que ela fez isso.

— Acho que a tal Sakura deve ter pedido, não?

— É o mais provável.

Deidara tinha razão. Sakura havia pedido a Konan para cortar qualquer laço com Sasori. Uma vez que a dona da loja de discos tinha dito sim ao pedido de casamento de Sasuke, Sakura exigiu que a amiga ficasse ao seu lado e não trocasse mais qualquer palavra com o seu antigo amor. Konan hesitou em atender o pedido, mas ao ver Sakura chorando ela acabou cedendo. Sabia que ela ainda mantendo contato com o ruivo, acabava instigando a curiosidade de Sakura em ter notícias dele, o que ela agora não queria mais. Tinha decidido seguir em frente. Para Sakura, Sasori não voltaria. Só que ela estava enganada.

— Você excluiu mesmo? – Questionou Sakura.

— Excluí! Troquei até meu número do celular. Acho injusto, mas já que você acha que é necessário. – Deu de ombros.

— Preciso arrancar todos os vestígios dele caso queira esquecê-lo Konan. Sou noiva de um homem maravilhoso. Preciso esquecer Sasori.

— Se em um ano você não esqueceu...

— Vou esquecer agora! Jurei pra mim mesma! É a minha resolução de ano novo!

— Essas coisas nunca dão certo.

— Dessa vez vai dar!

[...]

Sasori estava arrumando sua mala, quando a avó entrou no quarto.

— Tem certeza que ir pra Konoha será bom pra você? – Perguntou Chiyo.

— Vovó, preciso ir atrás da minha felicidade.

— Como você pode achar que um namorico de um mês pode dar certo? Essa garota já deve até tê-lo esquecido, meu neto.

— Ela deve ter tentado, mas, se o nosso amor for verdadeiro, vou conseguir reconquistá-la. – Disse confiante.

— Só espero que não volte com o coração partido. – Chiyo então fez um cafuné no neto.

— Prometo voltar com uma namorada.

— Olha, se essa garota não te aceitar, espero que na sua volta dê uma chance para Shion.

— De novo isso vovó?

— Ela é uma boa garota e gosta de você.

— O problema é que eu não gosto mais dela.

— Só prometa que se der errado com a Sakura, vai dar uma nova chance para Shion.

— Ok, vovó. Por você, eu prometo que se der errado com a Sakura eu tento de novo com a Shion.

— Assim eu fico mais feliz. – Sorriu a senhora, que em seguida foi abraçada pelo neto.

[...]

Sasori estava pronto para voltar a Konoha. Assim que chegou na cidade, ele voltou a se hospedar no hostel do centro. Procurou por Konan, mas acabou descobrindo que ela não trabalhava mais lá. Um outro funcionário o informou que a moça tinha conseguido um estágio remunerado na área em que estudava e não ia poder mais trabalhar lá. Então, Sasori guardou suas coisas no quarto, tomou um banho e resolveu que não adiaria mais seu encontro com Sakura.

Com o peito cheio de coragem, o ruivo caminhou até a Full of Songs. A loja estava exatamente igual como no ano anterior. Olhou a vitrine e pensou que Sakura tinha arrumado tudo ali com o mesmo esmero de sempre. Sasori gostaria de acreditar que ela ainda o esperava. Quando entrou na loja, a música ambiente era "Maps". Sasori passou os olhos por cada canto da loja procurando por Sakura e ficou paralisado ao ver que a moça estava sorrindo ao atender um cliente. Ele observou todos os seus movimentos ainda parado na entrada da loja.

De repente, Sakura notou uma cabeleira vermelha parada na porta de seu estabelecimento e o coração disparou. Poderia ser Sasori? Se sentiu agoniada e ao se aproximar reparou que estava certa. Seu rosto perdeu a cor, uma lágrima rolou de seu olho e ao ficarem frente a frente os dois só se abraçaram sem emitirem qualquer palavra.

— O que faz aqui? – Perguntou ainda atônita.

— Férias. – Sorriu.

— Trinta dias?

— Aham. – Confirmou.

— Seja bem-vindo a cidade. – Tentou sorrir.

— Senti sua falta esse tempo todo.

— Sasori, não podemos. – Adiantou-se.

— A gente não pode nem conversar a sós numa outra hora? Talvez mais tarde no Uzumaki’s?

— O tempo passou Sasori. Não existe nada entre nós. – Alegou Sakura.

— Então por que seus olhos me dizem outra coisa?

— O que quer de mim? Uma nova aventura de trinta dias para tornar suas férias inesquecíveis?

— Na verdade, eu queria uma namorada dessa vez.

— Oh, não... – Sakura tampou a boca com a mão direita e foi então que Sasori percebeu a presença de um belíssimo anel presente em seu dedo.

— Você seguiu em frente? – Apontou para o anel.

— Sim. Você não fez o mesmo?

— Não consegui. – Sasori sentiu-se constrangido – Bem, é melhor eu ir embora.

— Sasori, podemos conversar amanhã? É meu dia de folga. – Disse Sakura ainda atordoada com o encontro.

— Podemos. Onde nos encontramos?

— Você está no hostel?

— Sim.

— Posso ir lá então.

— Não vou te causar problemas?

— Sasuke está viajando com os pais.

— Então é com ele que você está?

— É, agora um cliente tá me chamando. Amanhã conversamos. – Disse indo de encontro com o cliente e Sasori ainda estava surpreso.

[...]

Assim que Sasori saiu da loja, Sakura só conseguia pensar “O que eu vou fazer?”, afinal mesmo que ela ainda nutrisse algum sentimento pelo ruivo, ela tinha assumido um relacionamento sério com Sasuke. O Uchiha não a perdoaria caso o ridicularizasse perante toda Konoha. Sakura tentou se acalmar e em seguida ligou para Konan.

— Alô.

— Konan, Sasori está em Konoha. Ele veio me ver e disse que queria uma namorada.

— Pera aí? O ruivo tá de volta? Que babado!

— O que eu faço?

— Você não disse que ia esquecê-lo?

— Sim, eu disse, mas desde que o vi não consigo tirá-lo da cabeça.

— Olha, conversem e vê se não trai o Sasuke. Ele não merece isso.

— Ok.

[...]

No dia seguinte, Sakura foi logo de manhã até o hostel atrás de Sasori. Eles precisavam conversar em particular. Não sabia muito bem o que diria a ele, mas precisava tomar alguma atitude. Sakura achava injusto que, quando finalmente ela havia decidido prosseguir, o ruivo aparece para lhe perturbar o juízo.

— Que bom que veio! – Disse Sasori dando espaço para Sakura entrar em seu quarto.

— Só vim pois quero saber por que veio...

— Vim por você.

— Por que não voltou antes? Agora não dá mais.

— Eu estava confuso e tentei te esquecer, mas não consegui. Então, como você não sai da minha cabeça, resolvi pegar todo o dinheiro que tenho juntado para manter um relacionamento à distância com você. Poderei vir a Konoha todos os meses.

— Você acha que eu vou trocar o meu noivo por um relacionamento à distância Sasori?

— Eu sei que é pouco, mas é tudo que eu tenho pra te oferecer agora. – Lamentou.

— Ah, Sasori! Você devia ter voltado antes!

— Se você tivesse me esperado...

— Como te esperar? Você não disse que ia voltar!

— Desculpe. – Sasori abraçou Sakura.

— Não tem volta. Perdão, Sasori. – Sakura saiu de lá se sentindo perdida. Sasori não foi atrás. As coisas tinham mesmo mudado.

[...]

No Uzumaki’s...

— Ei, Sasori! Sabia que ia te encontrar aqui! – Disse Konan ao puxar uma cadeira para sentar na mesa com o ruivo.

— Como?

— Fui ao hostel e você não estava. Aí pensei “Onde será que um homem cura um coração partido?” Era meio óbvio que você vinha pro bar.

— Você já sabe que a Sakura encontrou comigo?

— Minha amiga não dá um passo sem me avisar. Ela ficou chocada quando te viu de volta. Dá um tempo pra ela digerir.

— Ok. Você me bloqueou em todas as suas redes sociais por causa dela?

— Sakura não queria ter notícia suas. Fiz a contragosto.

— A troca do número do celular também?

— Aham. Ela me obrigou a cortar os laços com você. Achava que era o suficiente, mas aí você apareceu e ferrou com todo o plano.

— Entendi. Desde quando ela e o Sasuke estão juntos?

— Um pouco mais de dois meses depois que você foi embora. Ele a cercava como um urubu e aí ela cansou de ficar triste. A junção das duas coisas deu num namoro, que no ano novo virou noivado.

— Eles vão mesmo casar?

— Ainda não tem uma data, mas devem sim. Sasuke está muito empolgado.

— E Sakura?

— Ah, ela tá tentando ficar mais feliz com a ideia de ser uma Uchiha.

— Ela ainda gosta de mim, Konan?

— Você sabe a resposta.

— Então, por que ela não larga o Uchiha e fica comigo?

— Ela tá com medo de largar o certo pelo duvidoso. Sasuke quer se casar com ela, enquanto você quer tentar um relacionamento à distância. Ela não vê futuro em algo assim. – Explicou Konan.

— Acho que perdi a Sakura.

— Calma, amigo! Você perdeu a batalha, mas não a guerra. Sasuke vai ficar fora por quinze dias. Você vai ter algum tempo a sós com ela para fazê-la repensar a decisão. Só não a faça trair o Sasuke. Ele está no caminho de vocês, mas não merece ser traído. – Intercedeu Konan.

— Eu vou fazer tudo às claras. Não se preocupe. Só beijarei a Sakura se ela quiser.