Era uma noite de sábado e, como de costume, uma banda tomava conta do espaço reservado para shows. A banda da vez era a The Maine que estava tocando "Miles Away". Sakura assistia ao show do segundo andar. Enquanto observava a movimentação no primeiro piso, sentiu uma mão repousar em sua cintura e ao se virar deu de cara com Sasuke.

— Som animal, né? – Disse o Uchiha.

— Aham, gosto bastante deles.

— Por que você se isola aqui hein? Geral tá lá embaixo.

— Eu sei, mas não to na mesma vibe que eles. Naruto tá agarrado com a Hinata e Konan tá ali aos beijos com Nagato. Eu ia ficar de vela.

— Não iria se descesse comigo. O que acha? – Sugeriu.

— Melhor não, obrigada.

— Por que anda me evitando desde o nosso último beijo?

— Pela mesma razão de antes.

— Sasori.

— É.

— Se você não se permitir esquecer, nunca vai tirá-lo da cabeça. – Analisou Sasuke.

— E o que você acha que eu devo fazer Sasuke?

— Ficar comigo. Assim nenhum de nós dois perdemos nosso precioso tempo.

— Boa ideia. Sim, eu quero isso. – Sorriu.

— Ouvi direito, Sakura? Topou me dar uma chance?

— Acho que é seu dia de sorte, Sasuke.

O Uchiha então puxou Sakura para si e a beijou com paixão. Ele tinha proposto aquilo sem imaginar que a resposta da garota fosse positiva, afinal já fazia algum tempo que ele estava martelando na mesma tecla e ela sempre repetia que precisava de mais tempo, avaliar os estragos que Sasori havia feito em seu coração. No entanto, no segundo andar da Full of Songs, eles retomaram o namoro que havia terminado no fim do último ano do ensino médio.

— Já disse que você não vai se arrepender de me dar essa chance né?

— Faça jus a ela, Sasuke! Se aprontar comigo não tem volta, entendeu?

— Entendi, meu amor. – Sorriu.

Depois da breve declaração, Sasuke e Sakura desceram de mãos dadas para o primeiro piso da loja e surpreenderam os amigos. Konan, Nagato, Hinata e Naruto ficaram boquiabertos ao verem o mais novo casal da cidade dançando agarradinho e trocando longos beijos ao som de "Into Your Arms".

No final, quando Sakura já estava fechando a loja e o Uchiha já tinha ido embora, Konan procurou a amiga para conversar sobre o que tinha visto.

— Então você cedeu ao Uchiha mesmo né?

— Ah, Konan! Não quero mais ficar esperando alguém que não vai voltar.

— Eu sei que você tem razão, mas logo o Sasuke?

— Acho que se tem alguém nessa cidade que é capaz de me fazer esquecer o Sasori é ele. Além disso, Sasuke parece mudado.

— Eu espero do fundo do meu coração que você esteja certa!

— Eu também, Konan! Eu também!

Sakura se despediu da amiga e quando foi dormir ficou pensando nas palavras de Konan. Sua amiga tinha razão sobre ter um pé atrás com Sasuke. No passado, o Uchiha havia se mostrado desleal. No entanto, o tempo havia passado. Talvez, ele tivesse aprendido alguma coisa durante o tempo que havia ficado separados. Além disso, Sasori não ia voltar. Sakura sabia disso. O ruivo deixara muito claro quais eram as condições daquele envolvimento durante as férias.

Era um romance com prazo de validade. Insistir em se torturar pensando nessa história tinha um quê de masoquismo. E Sakura não gostava de sofrer. Ela era dona de sua vida e de seu destino. Não deixaria que um relacionamento de um mês a fizesse sofrer tanto. Já estava passando da hora de seguir adiante e agora Sasuke parecia perfeito para arrancar o ruivo de seus pensamentos, mesmo que fosse a força.

[...]

No seu dia de folga, Sasori aceitou o convite de Deidara para ir ao cinema com ele e Ino. Assim que chegaram ao local, ela os obrigou a assistirem uma comédia romântica. Deidara até tentou argumentar sobre ver algum filme de ação, mas a loira foi categórica “Nada de tiroteio, sangue ou luta”. Sobrava nada. Ino tinha uma cabeça de vento, mas Deidara acatava quase tudo que ela impunha. Só tinha uma coisa que ele sempre negava: o casamento.

— Sasori, por favor, me ajude a fazer esse amigo entender que ele precisa pedir a minha mão depressa. – Disse Ino assim que se sentaram nas cadeiras marcadas do cinema.

— Acho que era você que tinha que fazer o Deidara entender isso, Ino. – Respondeu Sasori antes de pegar um pouco de pipoca.

— Meu amor, você acha mesmo que eu vou casar com você forçado? – Deidara encarou a loira.

— Poxa, Dei! Já são seis anos! Falam que depois do sétimo ano de namoro, se não casar, o relacionamento acaba. Você quer arriscar nosso amor? – Ino fez manha, Deidara revirou os olhos e Sasori riu no seu canto.

— Ela tem razão, Deidara. Ino tá na idade de casar. – Lembrou Sasori.

— Belo amigo que eu arrumei! Nem pra me defender tu serve, Sasori? – Deidara retrucou, mas a discussão não prosseguiu porque o filme começou.

— Xiiii. Vai começar. – Avisou Ino e então calou-se. Deidara agradecer mentalmente por aquilo, assim ele evitaria o assunto casamento pelas próximas duas horas.

[...]

Depois que a sessão acabou, Sasori, Deidara e Ino se sentaram na praça de alimentação do shopping para tomar sorvete. Como Deidara havia proibido Ino de tocar no assunto casamento pelo resto do dia, a loira resolveu engatar uma conversa sobre viagens, assim poderia, sem querer querendo, tocar no assunto de destinos para sua lua de mel com Deidara.

— Você já viajou para a Europa, né Sasori? De onde mais gostou? – Perguntou Ino, enquanto tomava seu sorvete de morango.

— Tem muitos lugares interessantes. Mas, como você é muito romântica, acho que Paris é uma boa pedida. É um lugar bom para se visitar a dois. – Indicou Sasori.

— Eu e o Dei iremos passar nossa lua de mel lá então. – Sonhou Ino.

— Como se eu tivesse dinheiro pra isso! O euro tá caro pra caramba, Ino! – Deidara logo tratou de por fim nos sonhos da namorada.

— Ah, conhece algum lugar mais em conta e que seja igualmente bonito? – Insistiu Ino.

— Ah, cada lugar tem o seu charme. Quem sabe fosse legal vocês conhecerem o Uruguai, a Argentina ou quem sabe o Brasil? – Sugeriu o ruivo.

— O que acha Dei? – Ino virou-se para o namorado, que lhe deu um beijo na testa antes de respondê-la.

— Acho melhor você mudar de assunto. – Afirmou o loiro.

— Sem graça. Sasori, qual foi o último lugar que você conheceu? – Perguntou Ino.

— Foi Konoha. – Resumiu sem dar muitos detalhes, porque falar de lá o fazia se lembrar de Sakura.

— Ouvi falar que Konoha é um lugar muito bonito. – Falou Ino.

— E é. – Disse Sasori.

— Não toque nesse assunto, Ino. É complicado pro Sasori falar de Konoha. – Alertou Deidara.

— Mas por que? – Disse decepcionada.

— Assuntos do coração. – Rebateu Deidara.

— Ah, tudo bem. A Ino não tem culpa dos meus problemas com essa cidade. – Disse Sasori.

— Pelo visto, a garota que tinha nessa cidade ficou com seu coração, não é mesmo? – Disse Ino.

— Sim, infelizmente. Eu queria esquecê-la. – Admitiu Sasori.

— Já faz um tempo que você voltou de viagem e até agora não a esqueceu. Isso quer dizer que o que viveram foi importante. – Analisou Ino.

— Foi sim, mas já acabou. – Respondeu Sasori.

— Gente, vamos falar da nova tekpix porque esse papo melancólico sobre o amor perdido das férias do Sasori me dá sono. – Bocejou Deidara.

— Desculpe, Sasori, pois meu noivo é um insensível. – Disse Ino.

— Noivo? Corrige isso aí! É NAMORADO! – Deidara quase berrou.

— Cuidado com o que você diz que pode virar EX-NAMORADO! – Ino explicou e saiu de lá chateada, deixando os dois amigos sozinhos.

— Você devia ir atrás dela. – Sugeriu Sasori.

— Aff! Essa mulher um dia vai me enlouquecer! Até mais Sasori! – Deidara então foi atrás de Ino e Sasori ficou rindo do casal. Eles formavam um belo par, apesar de serem temperamentais demais.

[...]

— Ino, volta aqui! – Pediu Deidara assim que se aproximou do passo apressado da namorada. Entretanto, ela começou a correr e ele teve que correr atrás dela até que a pegou pelo braço.

— Solte-me, Deidara! – Ordenou, mas ele não soltou.

— O que te deu mulher?

— To cansada de você ficar jogando na minha cara que não quer casar comigo. – Confessou.

— Não é isso. Eu quero casar com você, só que não vai ser agora. – Disse Deidara.

— Você quer mesmo?

— Sim, eu quero! – Ino então beijou o namorado.

— Se você quer então por que age como um idiota toda vez que eu sugiro o assunto?

— Porque eu não to pronto pra virar marido, Ino! Vai com calma com essa tua obsessão de subir ao altar. Se você quiser mesmo que seja comigo, vai ter que esperar.

— Eu sei. Só que eu não quero esperar a vida toda.

— Não vou te fazer esperar a vida toda, só que não dá pra ser agora. Casar custa caro. Você ainda quer festa, lua de mel na Europa. Eu não tenho condições financeiras nem psicológicas de te oferecer isso agora.

— Eu sei disso também. É que eu queria muito ser a sua esposa!

— Acho muito bonitinha essa sua vontade, mas foque no cargo de namorada que você já ocupa muito bem. – Deidara a abraçou.

— Eu te amo, Dei. – Afirmou Ino retribuindo o abraço.

— Eu também, Ino.