A Dona da Loja de Discos
Convivendo à distância
Em Konoha, Sakura voltou a sua rotina. Assim que pisou os pés em casa, seus pais a abraçaram e perguntaram como tinha sido conhecer a avó de Sasori, o que Sakura resumiu como uma experiência difícil, mas que, ao mesmo tempo, tinha sido boa. A rosada acreditava que com o passar do tempo dona Chiyo pudesse vê-la com bons olhos. A velhinha havia demonstrado claramente para Sakura durante sua estadia em Suna que preferia a ex-namorada do neto. No entanto, Sakura resolveu não se abalar por conta disso. Primeiro, confiava no amor de Sasori e sabia que ele era sincero. Segundo, o principal problema deles é uma coisinha chamada distância. Após tirarem esse obstáculo do meio do caminho, Sakura pensaria numa forma de conquistar a confiança da avó do amado.
Enquanto estava arrumando a sessão de música Pop ao som de Same Old Love, de Selena Gomez, Sakura foi surpreendida por Konan. Sua amiga a abraçou e ficou feliz de ver que a amiga estava de volta. Por alguns momentos, Konan pensava que Sakura teria coragem de largar tudo e correr oara Suna definitivamente. Durante as férias da amiga, trocaram algumas mensagens e em todas elas Sakura destacava o quanto estava apaixonada por Sasori e o quanto sofreria com a distância.
— Agora que você chegou, quero relatório completo sobre como foi em Suna. – Exigiu Konan.
— Foi bom. Na verdade, foi bem melhor do que eu pensava. Sasori foi extremamente atencioso comigo. Os amigos deles foram gentis também.
— E a avó dele? Você disse que ela não gostava de você.
— Ela foi respeitosa comigo, mas deixou claro que não me acha boa o suficiente pro neto.
— Você conheceu a ex-namorada dele, não é mesmo? Quero detalhes!
— Sim, eu conheci. Ela é uma mulher bonita. Sinceramente, ela não aparentou me odiar como o Sasori havia me dito. Pelo contrário, ela foi gentil.
— Aí tem. Ela tá armando alguma coisa.
— O que ela poderia armar?
— Sei lá! Se ela for apaixonada por ele, pode tentar fazer alguma coisa. Tentar se aproveitar da distância para conquistá-lo. – Sugeriu Konan.
— Sasori não permitiria.
— Da última vez você me falou que tinha uma outra coisa que estava te preocupando. O que era?
— Sasori omitiu uma coisa pra mim e eu não gostei.
— Que coisa?
— Que durante o tempo que ficamos afastados ele manteve relações sexuais com uma amiga.
— E o que tem? Ele tava solteiro. Agora é diferente.
— Eu sei, mas é que eu conheci a garota e eles parecem muito íntimos.
— Você acha que ele seria capaz de trair?
— Não, não é isso! Konan, eu acredito no Sasori, nos sentimentos dele, em todas as boas intenções. Mas o que me deixa intrigada é que ele tentou esconder. Eu fico me perguntando se essa amiga pode ter significado mais do que uma simples transa entende?
— Tem medo que ele fique carente e transe com ela de novo?
— Tenho. Afinal, eu to longe. E se ele ficar carente? Eu vi o quanto ela é bonita. Além disso, Sasori a tem em alta conta. – Desabafou.
— Relaxa, Sakura! É você que ele ama! Não se esqueça disso!
— Ok. Vou tentar relaxar! E as coisas aqui? Como estão?
— Bem, Naruto pediu Hinata em casamento! Ele fez o pedido na frente de uma boa parte da cidade no dia do karaokê lá no Uzumaki’s. Os pais dele ficaram emocionados e a Hinata quase desmaiou. Enfim, foi um momento emocionante.
— Que legal! Depois vou visitar o Naruto para dar os parabéns pessoalmente.
— Você quer ter notícias do Sasuke?
— Ele aprontou alguma coisa?
— Não. Ele ficou um tempo sumido, depois apareceu com a cara mais lavada do mundo como sempre.
— Sabe se o pai dele já deixou que ele voltasse ao comando da empresa?
— Quanto a isso, pelo que ouvi Itachi comentando outro dia, Fugaku só deixará ele presidir a empresa no dia que for um homem casado e o Sasuke anda um tanto desiludido com o amor.
— Eu fui muito dura com ele?
— Você foi verdadeira, Sakura. Não podia se casar com ele por gratidão ou pena né?
— Eu sei. Bem, e você e o Nagato?
— Tá tudo ótimo! O meu ruivo tá como sempre. Feliz e comigo. – Riu Konan.
— Sabe, eu pensava que vocês eram loucos, mas depois que eu conheci Deidara e Ino descobri que existem níveis acima de loucura.
— Por que?
— Eu pensava que os amigos do Sasori fossem quietos como ele é, mas quando cheguei em Suna vi que Deidara e Ino são um furacão. Por onde passam, eles causam um auê danado.
— Viu? Isso que dá ficar falando mal dos seus amigos por aí. Tem piores!
— Eu gosto de vocês seres maluquinhos! – Brincou Sakura.
— Que bom né? De sérios já bastam você e o Sasori nesse mundo!
[...]
Naruto estava sentado no banco da praça brisando, quando Sakura se sentou ao seu lado e o assuntou.
— Sakura! Você quase me matou, garota! Chegou quando de viagem? – Disse Naruto após de recuperar do susto.
— Cheguei ontem. Konan já me contou a novidade. Vai casar hein? – Riu Sakura, cutucando o amigo com o cotovelo.
— Finalmente, tomei coragem. Fiquei feliz quando Hinata aceitou. – Sorriu.
— Sempre imaginei que um dia isso aconteceria.
— Pois é, eu também! Meus pais gostam muito dela também. Acho que fiz a escolha certa. E você com Sasori?
— Tá tudo bem. Estou triste por deixá-lo lá, mas no próximo mês ficaremos juntos de novo. Vão ser só dois dias, mas é melhor que nada.
— É difícil, mas você sabia que seria assim não é mesmo?
— Sim, eu aceitei que fosse dessa forma e não me arrependo. Teve notícias do Sasuke?
— Ele está procurando uma esposa. Na verdade, ele disse que já imagina com quem vai se casar, mas não deu muitos detalhes. Você sabe como ele é meio fechado.
— Bem, se ele já encontrou um novo amor, fico feliz.
— Não, Sakura. Ele não encontrou um novo amor. Ele vai casar com alguém só pra assumir a empresa. É fachada.
— Nunca imaginei que ele acabaria assim. Sem amor.
— Ele só está colhendo o que plantou.
[...]
Sasori teve um dia cansativo de trabalho. Quando estava saindo do cursinho em que dava aula, se deparou com Karin encostada em um poste lhe esperando. Ele sorriu com a visão e ela correu para abraçá-lo.
— E aí, Sasori? Podemos sair para beber algo hoje? – Falou entusiasmada.
— Podemos. Só preciso que me leve para um bar que tenha wifi, por favor. Preciso falar com a Sakura e todos os meus créditos acabaram. – Avisou Sasori.
— Um dia longe e você já detonou todos os seus créditos?
— Ligação interurbana custa caro e nós ficamos horas no telefone.
— Esse namoro vai te levar a falência. – Riu Karin.
— Sinceramente, eu não me importo. – Deu de ombros Sasori e começou a andar ao lado da amiga.
— Se quiser, eu te empresto meu telefone para ligar para ela. To com um bônus mesmo e não tenho com quem gastar.
— Bondade a sua. E pera aí? Você não tem com quem gastar mesmo?
— Não tenho outros amigos além de você e Suigetsu está distante.
— Você já me disse tantas vezes isso, mas sempre volta pra ele. – Comentou Sasori.
— Ele é um imã. Sempre me atrai. É uma força maior sabe? Sei que ele me faz mal, mas não consigo largar.
— Karin, você precisa de um relacionamento que te faça se sentir bem. Você sabe tão bem quanto eu que o Suigetsu te trata como uma puta e só.
— Eu fui burra e me apaixonei. Eu devia ter tirado dinheiro dele e só. – Comentou a ruiva enquanto entravam no bar, se sentavam no balcão e pediam cerveja.
— Você não é interesseira.
— Sasori, não vou mentir pra você. Quando eu me deixei levar pelo Suigetsu, eu tava a fim do dinheiro dele. Mas com o passar dos meses eu me apaixonei. Aí o dinheiro passou a não importar, não queria mais as joias, não queria mais ir com ele ao motel. Eu só queria ficar com ele em paz.
— E aí ele te propôs que você fosse a amante oficial.
— Sim, e eu aceitei porque achava que ele sentia o mesmo que eu. Aí ele comprou aquele apartamento e colocou no meu nome para que tivéssemos um “ninho de amor”.
— Karin, você já se deu conta de que ele não vai largar a esposa dele por você. Por que não cai fora de uma vez? – Disse bebendo da sua cerveja.
— Ele sabe onde me encontrar. Eu não tenho pra onde fugir. Toda vez que ele chega, ele fala que sou linda, que me ama e vence qualquer barreira.
— Você é uma fraca.
— Eu sei. – Lamentou.
— Da próxima vez que esse imbecil te procurar, você pode me chamar ok? Eu to louco pra dar uma surra nele pra ele nunca mais te usar dessa forma.
— Você é o melhor amigo do mundo.
— Eu sei. – Riu.
— Só por isso, acho que vou pagar nossa conta hoje hein?
— Vou aceitar! To quase sem dinheiro algum na carteira.
— Te conheço, Sasori! Você é mais pobretão que eu!
— Estou economizando tudo que posso para tentar ir mais vezes a Konoha.
— É muito bonito seu amor pela Sakura.
— Além de bonito, tem que ser real. Então, não posso deixá-la sozinha.
— Quer ligar agora? – Ofereceu o celular.
— Quero. Obrigado, Karin! – Sasori pegou o celular da amiga e discou o número da namorada. Enquanto assistia a conversa do rapaz, a ruiva bebia.
— Sakura, meu amor, tá tudo bem? – Perguntou Sasori após trocar as primeiras palavras com a rosada.
— Tá sim e com você?
— Tá tudo bem também, amor. Como foi o seu dia?
— Sasori, antes de te responder... de quem é esse número que você tá me ligando? Comprou uma linha nova?
— Não, na verdade, só estou sem créditos. Aí a Karin me emprestou o telefone dela. – Explicou.
— Ah, a Karin... Vocês estão onde?
— No bar. Estamos bebendo um pouco, enfim como foi o seu dia amor?
— Trabalhei bastante. Além disso, o Naruto vai casar!
— Sério! Dê meus parabéns a ele! E a Konan tá bem?
— Está, estão todos ótimos. Eu to atrapalhando você?
— Sakura, você não atrapalha nunca. Além disso, fui eu que te liguei esqueceu?
— É que você tá com a sua amiga num bar, então eu pensei...
— Não pense besteira. Não precisa ficar insegura com isso, eu já disse.
— Eu sei. Estou sendo uma ciumenta idiota né?
— Acho fofo os seus ciúmes, embora seja completamente desnecessário. – Riu Sasori.
— Tudo bem. Já passou! Juro!
— Que bom! Daqui a pouco eu vou para casa. Podemos nos falar mais lá, o que acha? – Sugeriu Sasori.
— Acho ótimo! Vamos usar Skype?
— Sim, amor. Até daqui a pouco então! Eu te amo!
— Também te amo, Sasori!
Após deligarem, Karin olhava Sasori com um olhar divertido e bebia na boca de uma garrafa de cerveja.
— Ela está com ciúmes de mim? É isso produção? – Perguntou Karin completamente descrente.
— É natural. Shion contou a ela sobre nossa amizade colorida. – Comentou Sasori e voltou a beber.
— Aquela vaca!
— É, eu sei que ela fez isso pra deixar a Sakura insegura.
— Parece que conseguiu. – Concluiu Karin.
— Sakura confia em mim. Shion tentou envenená-la contra mim, mas não vou deixar que isso aconteça.
— Por isso propôs em ligar para ela quando chegasse em casa?
— Sim. Dessa forma, Sakura saberá que estarei no meu quarto, sozinho, daqui a algumas horas. Ela não vai ter chance de imaginar qualquer coisa entre nós dois.
— Você é um cara legal, Sasori. Sakura é uma garota de sorte. Outro cara ficaria chateado com a namorada, mas você a compreende e ameniza qualquer dúvida que ela tenha sobre seus sentimentos.
— Sakura não dúvida. Ela só ficou momentaneamente insegura.
— Fica de olho na Shion. Se ela contou sobre o que tivemos pra Sakura, ela pode tentar fazer outras coisas. – Aconselhou Karin.
— Aí ela se verá comigo de novo.
— Você já enfrentou a vaca?
— Já. E, como sempre, ela se fez de sonsa.
— Só a sua avó compra a ideia de que a vaca loira é uma boa moça.
— Pois é.
[...]
Assim que chegou em casa, Sasori conversou um pouco com a avó e depois se trancou em seu quarto. Quando ligou para Sakura, o ruivo usava apenas uma cueca box branca. Primeiro, gostaria de se sentir confortável. Segundo, queria provocar a namorada. Quando Sakura atendeu a chamada de vídeo e viu que Sasori estava quase pelado ela riu.
— Isso tudo é pra mim? – Perguntou Sakura, que trajava uma camisola curta de seda.
— Claro! Pensei que estive com saudades do meu corpo nu. – Comentou com um sorriso malicioso no rosto e Sakura riu.
— Estou morrendo de saudades, amor. Mas você não está nu.
— Não? – Sasori então retirou a cueca e mostrou seu corpo para a namorada, que ficou levemente vermelha, mas muito excitada.
— Agora sim.
— Sakura, eu te quero tanto. – Sasori começou a se masturbar.
— Eu também te quero. – Sakura também se despiu e começou a se tocar.
O casal não sabia muito bem como lidar com a distância, então resolveu que usar o Skype a favor do relacionamento poderia aliviar um pouco da tensão que tinham em se manterem afastados. Aquela noite seria longa. A primeira de muitas em que eles apenas imaginariam estarem lado a lado.
Fale com o autor