A Devoradora de Sonhos

Presenças paralelas.


A garota despertou e ficou alguns minutos deitada, olhando para o teto com os olhos úmidos. Levantou-se em seguida e passou a mão pelas imagens grudadas em sua cama enquanto começava a entoar uma oração ou, talvez, uma canção. Não pude ouvir direito.

Aproximei-me dela tentando colocar uma mão em seu ombro, confortá-la talvez. Mas não era possível. Essa forma é uma espectadora, como sempre fui. Mesmo em vida. Uma janela era minha porta de entrada para a realidade e os sonhos sempre foram aqueles a me resgatar.

Esperança? Já tive. Muita. Mas parece que consegui o que queria, afinal.