— Eu me sai bem?

— Bem? — questionou Tony Stark, ele parecia orgulhoso, e parecia também ter passado dos quarenta recentemente, ele não parecia mal, muito pelo contrário, mas existia um preconceito jovial nela, que nessa altura da vida, não existia a possibilidade de lutar como ele fazia, claro que ser podre de rico e super inteligente lhe dava a vantagem de lutar numa armadura super tecnológica. Ele era bonito, bom, ela não sabia se era realmente beleza ou o fato dele ser muito mais velho que a atraia, nesse momento ela se lembrou que seu primeiro amor platônico era Magneto, além de gostar dos mais velhos ela tinha um dedo muito podre para homens. Ela olhou intensamente para ele, seus olhos brilhavam ao olhar para Vampira — Você foi ótima!

— Sei lá, me pareceu artificial. — e era, Vampira não era confiante, nunca ter tocado alguém com intuito de ser carinhosa lhe tirou parte do seu lado empático, e antipatia não passava confiança. Seu corpo era lindo, um fato, mas a grande motivação disso era que Mística treinava a garota desde os quatorze anos, um ano depois dela descobrir seus poderes e desnorteada, é encontrada por sua mãe adotiva e a outra mãe adotiva Sina. A segunda mãe possuía poderes de prever o futuro, e ela sabia exatamente para o que Vampira serviria. Não era amor materno, nunca foi, e depois que ela absorveu por completo Carol Danvers, seus pensamentos nunca lhe renderam lembranças de tal amor.

— É assim que o Show Bunisses funciona, docinho — Tony completou com um sorriso lateral, revelando algumas rugas, não era exatamente desagradável de se ver, era bem interessante. Ele direciona seu braço para mais perto dela, ele segurava um copo largo e pequeno com um líquido marrom claro, whisky, o mais caro provável, ele levanta o copo levemente para cima e acende com a cabeça, em gesto de oferecer aquele copo para ela.

— Eu só tenho dezoito, Tony.

— Merda, eu sempre esqueço. — ele responde recuando o braço, e com um movimento brusco levou o copo para sua boca, ingerindo rápido, com costume. Mesmo depois de anos bebendo todas as bebidas mis caras do mundo, Tony ainda fazia careta, ela não tinha certeza se era pelo sabor ou por ele odiar o fato de ter que beber para esquecer de suas dores físicas. — Agora, falando sério, para fazer parte dos Vingadores, eu gostaria de saber seu nome.

— Para isso eu solicitaria um tratado — ela sorri ironicamente, sem saber que no futuro isso realmente existiria — Eu costumava dizer que era Carol, mas é Anna. Anna Marie.

Ela caminha até a sala, dando uma visão privilegiada de parte de trás do seu corpo para Stark, ele nota melhor a roupa que estava vestindo, um vestido solto, na cor verde 2272 C na classificação da Pantone, tinha um comprimento curto, mas por baixo ela usava meia calça, possuía mangas longas e grudadas em seu braço, gola alta, e ao virar seu corpo, podia notar um decote vazado, traçando uma linha tênue entre não poder ser tocada, mas sensual o bastante para que as pessoas queiram fazer isso. Completando, ela usava bostas de cano baixo e salto alto, suas luvas pretas costumeiras e muitas correntes. Seu cabelo estava sempre preso, era ruivo acobreado naturalmente, ela deixava solto somente sua franja e algumas mechas que era bem branco.

— Anna — murmurou Tony olhando para Vampira se aproximar dos demais Vingadores que estavam em sua casa, servindo um pouco mais de seu whisky. Ela percebeu seu olhar sobre si, não sabia bem se era um flerte, ele sabia sobre suas limitações, porém tinha um fraco para mutantes desde conheceu Emma Frost, grande parte de sua simpatia com X-Mens vinha dela.

Anna era do sul do país, Mississipi. Mas suas lembranças verdadeiras pareciam mais falsas do que da própria Carol, sempre que lembrava de Miss Marvel, dela tocando-a e deixando-a em coma até hoje, se questionava como poderia transparecer segurança e orgulho em ser mutante se seus poderes haviam tirado a vida de uma pessoa, uma heroína. Não poder tocar também lhe dava muitas dores em seu coração, ela tentava admirar Scott e Jean, mas no fundo aquela admiração era inveja pelo o que eles tinham e ela nunca teria.

Aos quinze, depois de ficar com os poderes de Carol permanentemente, ela voou, de encontro com o instituto Xavier depois de ler sobre no jornal. Provavelmente foi a decisão mais certa que teve na vida, Charles tinha neutralizado a personalidade de Danvers em sua cabeça e trago parte de sua vida verdadeira de volta. E ela se sentia verdadeiramente útil para os X-Mens, era nobre.

Uma semana depois de entrar para os Vingadores, Vampira estava popular, muito popular e, consequentemente os mutantes também. Ao visitar a mansão, notou que estava cheio de novas pessoas, ela não queria atribuir isso ao seu discurso na televisão, por que soava falso, mesmo assim, a visita fez bem, principalmente em poder ver Noturno, seu irmão adotivo.

Havia uma missão, Scott, Jean, Tempestade e Wolverine estavam de partida para resolver. Parecia que Pyro estava incendiando parte de Square e vários civis estavam em perigo. Poderia ser uma missão para os Vingadores, mas mutante se resolve com mutante, era uma regra. Vampira decide ir junto.

— Olha, se não é a celebridade local — cumprimenta Wolverine, abraçando-a em seguida com cuidado. Os dois tinham uma relação muito saudável semelhante de pai e filha, ela gostava de comparar com a relação que tinha com Stark para se sentir melhor, mais acolhida, mas não era bem assim. Ela não se considerava celebridade, mas sabia que sua vinda gerou um burburinho muito forte, mas concluiu que não era especial, aconteceria com qualquer um que entrasse para os Vingadores primeiro.

Poderia ser até Wolverine, mas ele não transmitia empatia o suficiente, o restante do grupo era muito fiel aos X-Mens, alguns estavam na equipe por vinte anos, isso não significava que Vampira não era fiel também, mas ela era jovem, e Xavier não tinha muita gente da idade dela procurando-o.

Com o jatinho, o grupo chegou muito rápido ao local, haviam prédios em chamas, numa proporção grande o suficiente para que os bombeiros não dessem conta, e chamar mutantes para salvar a humanidade era humilhante, mas as vezes o ego deve ser ferido para um bem maior. Vampira usava o mesmo uniforma que usou na entrevista, mas sem o capuz, ela não precisava se esconder, não mais. O grupo se dividiu entre os prédios para salvar quem estava em perigo, mas ela decidiu ir atrás da Irmandade do Mutantes, que estava por trás dessa tragédia.

Não muito longe dali, Gambit se mistura a olhares curiosos que viam toda a cena por de trás de uma barreira. Tudo que ele achava ridículo, agora, lhe enchia os olhos, pela primeira vez, quis fazer parte daquilo. Ele desvia da barreira correndo e decide ajudar, seus poderes não eram úteis, mas ele era ligeiro e forte, e havia observado a direção que Pyro e o restante foram.

Ao chegar no local, para sua surpresa, não havia nada além do que uma silhueta de ampulheta no escuro, era ela, ele reconheceu pelo uniforme.

— Onde estão os outros? — Vampira questiona ao ouvir passos, virando seu corpo em direção do barulho, revelando por completo seu rosto, ela era ainda mais bonita pessoalmente.

Chérie, você presume que eu faça parte disso? Assim você me ofende!
Vampira não deu muito tempo para que ele pudesse falar algo mais, e o atacou. Ela não confiava nem na própria sombra, e seu lema era atacar para não ser atacada. Foram três socos no ar desviados por Gambit, muito rápido, mas não havia retribuição, não gostaria de machuca-la. Enquanto era atacado, pode notar de perto seu rosto, que ficava ainda mais interessante raivoso. Ele gostava de mulheres fortes.

Essa distração rendeu um soco bem dado, o derrubando sentado no chão, ele recebeu com surpresa a sua super força, sentindo gosto de sangue na boca. E o melhor que não parecia haver um arrependimento de sua adversária. Em resposta, seu corpo a empurra com o pé, não surtindo muito efeito, ele dá uma cambalhota para trás se afastando.

— Diga! — Vampira grita com raiva, enquanto isso Gambit prepara uma carta em sua mão, ele se levanta já preparando a carta para ser jogada num movimento rápido. Esse objeto sobrevoa ao lado de seu olhar curioso, em seguida vincando na parede. — Uma carta? Sério? Essa é sua defesa?

— Não é sobre a carta, é sobre o que eu posso fazer com ela. — antes que ele pudesse explicar melhor seus poderes, a carta atrás dela explode, o impacto da explosão faz com que ela caia para frente, com muita força, mas sem machucá-la.

Ela ficou furiosa, e antes que a fumaça sumisse, levanta para atacá-lo novamente. Um soco, ele segura sua mão, o segundo soco ele segura novamente, sua altura fazia que Vampira permanecessem com os braços no alto, presa com as mãos de Gambit, a segurando. Mais um ato que lhe enfureceu demais e fez que pensasse rápido, tomando impulso, a garota pula abrindo suas pernas para agarrar a cintura dele com elas, dando a ela uma vantagem na diferença gritante de alturas. Isso desconcerta completamente ele, que sempre era muito empenhado em acabar com seus adversários masculinos, mas não as mulheres, o tesão sempre falava mais alto, ela pôde notar isso.

Graciosamente, ela aproxima seus lábios no dele, sem nenhum empecilho.

"Um beijo?" Gambit pensou, ela já estaria apaixonada por ele, tão rápido assim? Antes que tivesse uma resposta, rapidamente, sua pressão subia, suas velhas saltavam, seu olho se arregalou, mas sem nenhuma visão, ele estava ficando inconsciente.

Seu corpo caiu como se fosse uma pena, um saco de batata vazio. Antes que caísse junto a ele, Vampira pula para trás, numa cambalhota no ar, ficando de pé.
Antes que pudesse correr em busca dos vilões, ela admirou o rosto dele apagado. Não pode conter dar um sorriso de canto e uma risada abafada que vinha do peito. Logo em seguida, desaparecendo dali.

Minutos depois, Wolverine correu em busca de Vampira. Mas para sua surpresa, ele encontra o corpo de Gambit jogado de qualquer jeito naquele chão gelado. Ele foi ajudar.

— Hey, garoto — Wolverine agachou para perto do corpo, dando tapinhas em seu rosto para acordá-lo, tinha sido um beijo rápido, não traria consequência para ele, foi feito somente para se livrar de um inconveniente. —Acorda.

Gambit abre lentamente seus olhos, com pavor, pronto para atacar novamente. Por mais, que Wolverine adorasse bater em desconhecidos (e conhecidos), nesse momento ele só queria saber o que tinha acontecido

— Tá tudo bem, tudo bem.

— Eu não sou do mau, eu só estava no local errado. — Gambit se justificou.

— Você foi atacado? — questionou Wolverine.

— Sim, por aquela maluca dos Vingadores, a Vampira.

Haha meu orgulho — disse em meio de risadas irônicas — Eu a conheço, para ter feito isso você provavelmente mereceu.

— Eu só joguei uma carta energizada nela. — respondeu com o cenho cerrado de raiva, um olhar fuzilante.

— Bem feito, — ele dá sua mão para que Gambit possa levantar com sua ajuda, mas ele nega, levantando sozinho — Aproveitando que estou bonzinho hoje, só vou te alertar. Se tocar novamente nela, você morre.

— Eu acho que ela consegue fazer isso sozinha, e muito bem. — ele responde indo embora.

— Hey, onde conseguiu essas cartas explosivas?

— Conseguiu? Eu as faço! — respondeu irando seu corpo para encará-lo
Nesse momento o restante dos X-Mens estavam todos reunidos no mesmo lugar.

— Então você é um mutante? — pergunta uma mulher negra de cabelos totalmente brancos, ela era alta e esbelta, mas provavelmente tinha idade para ser sua mãe.

— É o que parece.

— Temos um lugar para você, volte para mansão conosco. — ela retrucou, com doçura em sua voz.

Mesmo em todos esses anos, ele achasse essa equipe a coisa mais ridícula no mundo, e seu esporte favorito era competir sozinho, sua cabeça balançou num movimento contido de confirmação.

A partir daquele dia, ele seria um X-Men.

Naquele mesmo dia, Vampira havia recebido uma mensagem virtual de Tony Stark, no meio de sua busca. Era difícil de decifrar, mas ela havia entendido que uma das máquinas dele tinha perdido o controle, ou melhor, havia tomado o próprio controle. Naquele momento ela percebeu, que tinha uma missão mais importante pela frente.

Sobrevoando, ponderou novamente a palavra "Ultron" que havia lido na mensagem, e por extinto a fez comparar com Sentinelas que ela já tinha enfrentado várias vezes, ela era perfeita para a missão. Parecia que duraria por pouco tempo aquela guerra, mas a verdade que duraria mais tempo que ela gostaria.

...

Meses depois...

Gambit parecia à vontade na mansão, e as pessoas gostavam dele. Ele trocou de número para que seu cunhado, ex-cunhado, parasse de incomodá-lo. Ele estava feliz, não se questionava mais sobre profecias, roubos ou maldições, era tudo natural, ele se sentia útil, finalmente.

Ele estava no campo treinando, quando todos os olhares estavam para a entrada da mansão.

Era ela, Vampira. Voltando de mais uma missão grandiosamente bem sucedida, com mais popularidade, trends com muitas visualizações no Tiktok em sua homenagem, as palavras "mutante e orgulho" eram trends topics no Twitter, o jornal elogiava sua coragem, brinquedos eram fabricados com seu rosto. Mas isso não a mudou, os X-Mens ainda eram sua família, e ela amava Woverine e Noturno que a recebera com um abraço, sempre cuidadosos.

Ele quis ir até ela, e o fez.

Seu rosto perfeito virou em direção ao homem alto que se aproximava dela, como se o destino mandasse olhar. Vampira havia o reconhecido, e se tivesse um "sentido aranha" ele estaria em alerta.

— O que faz aqui?

— Obrigadl pela recepção, Chérie, sempre bom se sentir bem-vindo. — ele retrucou, recebendo como resposta, um olhar sensual dela olhando para seus pés até os seus olhos.

— Vampira, esse é o Gambit, agora ele é um de nós. — apresenta Kurt Wagner, também conhecido como Noturno, chegando perto dele e abraçando ele pelo ombro, apertando-o para cima

— Hm, bem-vindo. — respondeu com seus lábios e olhos apertados, em desconfiança. Logo em seguida, saindo dali, caminhando para dentro da mansão.

Ele a encarou demais, e todos poderiam notar a forte atração que ele sentia por ela, apenas com aquele olhar.