A Crazy Anime History

Capítulo 9 - Caçadores X Garotas de outro mundo 3


Karin:

Sonho, realidade, pesadelo ou alucinação. Essas eram as palavras que eu definia todas as nossas ultimas experiências. Tudo o que passamos, as pessoas que “conhecemos”, os locais por onde andamos(ou corremos, diga-se de passagem). Era todo tão bom para ser apenas um sonho. E se fosse um sonho (me desculpem pelo mega clichê) eu não queria acordar. Depois de rir com nossos novos amigos eu fui para a janela distraída. O pôr-do-sol daqui de cima era muito bonito. O céu estava em uma mistura de laranjas e amarelos que eu não sei como descrever. Era sinceramente uma das minhas horas preferidas do dia. Fiquei olhando atentamente porque era tudo tão bonito daqui de cima do dirigível, mas não reparei que alguém estava atrás de mim quando fui interrompida de meus pensamentos com uma pergunta.

– O que você tanto olha lá fora? - Kurapika perguntou com curiosidade.

– Admirava o pôr do sol. – disse sorrindo meio envergonhada

– Admito, é realmente muito bonito, pode se dizer que é minha hora favorita do dia.

Eu me admirei com o que Kurapika disse e exclamei, cheia de vergonha olhando para ele.

– A minha também! - Sabia que meus olhos estavam saltados de alegria por trás dos cachos que caiam sobre a minha face enrubescida.

Por algum motivo ele se espantou com algo em mim. Essa não... Será que eu estava com cara de maluca? Normal.

– Não estava ficando maluco. Seus olhos... Impossível – Kora estava com cara de espanto

– O que é impossível? - estava curiosa e comecei a tocar meu rosto que estava quente.

– Eu pensei que fosse o último... – disse Kurapika ainda sem entender o que acontecia.

– Não estou entendendo...

– Os seus olhos... Olha! - delicadamente ele colocou suas mãos no meu rosto, e o virou em direção ao vidro da janela.

Eu não acreditei no que vi. Meus olhos estavam escarlates como os dele. A cor era realmente muito bonita, era de um vermelho profundo que entrou em contraste com a minha pele morena clara. Agora eu entendi porque ele me olhava com curiosidade. Me virei, com uma expressão de receio pois não sabia como explicar que havia pegado “emprestado” uma característica dele. Ele tirou as mãos da minha face envergonhada e disse:

– Me desculpe por isso.

– Ahhhhhh... Tudo bem. - eu estava completamente sem ação nenhuma e com um sorriso torto – Isso é...

– Sinal de que você é igual a mim.

Éeeeeee... Eu estava sem ação nenhuma. O que eu faço. O QUE EU FAÇO. ALGUÉM ME AJUDA. Kurapika mudou a cor de seus olhos azuis para escarlate. Era a primeira vez que via essa mudança ao vivo. Ele começou a falar sobre o que havia acontecido com o seu/nosso clã, e eu o ouvi atentamente.

– O clã foi atacado quando eu tinha doze anos de idade pelo grupo de assassinos chamados Genei Ryodan, "A brigada fantasma". Também conhecida como "A Aranha". Eu... Fui covarde. - Ele cerrou os punhos e abaixou a cabeça. Sua expressão que antes, de certo modo, era de “alegria” se transformou em uma expressão de ódio. Eu fiquei calada apenas ouvindo - Me escondi. Vi meus companheiros morrendo na minha frente. A ultima imagem que eu tive era de seus corpos mortos e suas orbitas vazias e escuras... Eu... Não pude fazer nada. Até que... Prometi a mim mesmo que iria vingar meu clã, e resgatar nossos olhos.

Nesse momento eu pensei que fosse chorar. E ele chorou. Uma pequena lágrima saiu de seus olhos e eu me virei para poder enxuga-la com meu polegar. Ele olhou para mim e eu dei um sorriso. Seus olhos estavam sem entender o porque que eu sorria. Apenas... Dei um sorriso gentil e sincero. Agradecendo por confiar em mim. Mas será que eu merecia a sua confiança?

– Desculpe - Disse Kora se recompondo

Eu apenas continuei sorrindo e disse:

– Ficar guardando esse tipo de sentimento faz mal. Faz você adoecer - disse enquanto acariciava a sua face quente.

Retirei minha mão de seu rosto. Ele se recompôs enxugando as lágrimas e seus olhos estavam azuis de novo. Sorriu gentilmente e disse:

– Você também podia rir mais. O seu sorriso é bonito! E meigo. Me faz pensar que ainda existe pessoas puras no mundo.

Bem... Depois dessa eu... Bem... É... Não soube como reagir. Eu abaixei momentaneamente a cabeça para poder esconder meu rosto que estava mais escarlate que os nossos olhos juntos. Eu coloquei o cabelo atrás de orelha( sei lá como um charme) e fiquei em silencio por um tempo. Para falar a verdade os dois ficaram quietos. Eu tentei quebrar o gelo.

– Você poderia ser um pouco menos...

Não terminei a frase porque quando me dei por mim... Ele havia me tomado nos braços e me beijado delicadamente. Fiquei surpresa de inicio, mas depois fechei os olhos e deixei me render em seu abraço. Não consigo descrever, o momento foi bom, a sensação de estar nos braços dele foi boa. Até que ele se solta dos meus braços sem ação e sem dizer ou fazer.

–Me desculpe. Não sei o que deu em mim - ele me disse que com seu rosto vermelho e seus olhos tão vermelhos quanto.

–Não precisa se desculpar - muito pelo contrário - Olhos vermelhos... – disse apontando para seus olhos e tentando deixar mais light o clima.

– Você também - ele apontou pro meu.

O clima deu uma amenizada e os dois riram meio a situação que se sucedeu. Eu reparei que não havia ninguém passando por aquele corredor. Acho que nossa amiga de viagem, vulgo minha irmã, tem algo haver com isso, mas deixa pra lá. Ele parou e me deu um beijo no rosto e me abraçou e o abracei de volta. Queria ficar assim pra sempre. Mas... Como tudo que é bom, dura pouco e como agora eu tenho ouvido de cão, ouvi passos que vinham pelo nosso corredor.

– Tem alguém vindo...

– Me promete? – ele me olhou com os olhos voltando ao normal

– O que? – perguntei.

– Que você vai se proteger... Não quero perder mais uma pessoa importante para mim.

Ele disse que eu sou importante para ele? Ele se preocupou comigo. Me senti mal, pois no fundo sabia que a situação estava muito errada. Não havia sido totalmente sincera com ele. Apenas cerrei os olhos, e disse com uma voz suave.

– Prometo! – e o separei de mim.

Os passos os quais eu tinha ouvido eram do presidente. Ao chegar onde estávamos ele me pergunta:

– Você é a senhorita Karin?

– Sim, senhor presidente!