A Crazy Anime History

Capítulo 2 - Avante baixinhos de aço!


Yui:

Minha cabeça doía, meu corpo parecia estar queimando, no entanto fiz o esforço de abrir os olhos. Estava tudo embaçado inicialmente, a única coisa que eu conseguia enxergar era um borrão cor de pele, como se ele se estendesse por milhares de quilômetros. Levantei-me devagar ainda meio descrente com o que supostamente tinha ocorrido. Tudo que podia me lembrar era de um símbolo na televisão e de ser sugada por um vortex. Eu ri com essa hipótese, porém... Quando você acha que as coisas não podem ficar piores...

...Você passa a enxergar o que realmente lhe aconteceu. E no meu caso as circunstancias eram péssimas. Tente dormir num deserto ao MEIO DIA! Sim, nós magicamente fomos parar em um deserto, estava explicada a mancha cor de pele que vi ao abrir os olhos, e... Não, eu não faço a mínima ideia de como fomos parar ali.

Olhei em volta e a única coisa que via era areia, a qual passava a me pinicar quando o vento soprava forte, mas era só. Não existia mais nada por ali. Nem uma caravana de beduínos, nem um oásis, nem uma cidade e muito menos o Aladin passando com o tapete voador para nos salvar.

Minha teoria? Uma VACA, um pincel e um aspirador de pó gigante que suga desde a poeira até você mesmo para um deserto!(não sei como esse tipo de equipamento ainda não está à venda). É eu sei minhas teorias são ótimas e meu sarcasmo também. O que eu posso fazer? Minha imaginação é comparável a... Um deserto gigante.

Olhei para o lado e notei que minha prima estava ali, jogada com os braços abertos parecendo uma estrela do mar e respirei aliviada, pelo menos não estava sozinha. Apesar de que em certas situações, especialmente as que envolvem ficar trancada em um quarto com a porta emperrada, enguiçar com o carro em um lugar suspeito, ou ir parar em desertos desconhecidos, era bem melhor que eu estivesse sozinha.

Sem ter muita escolha, resolvi acordá-la e quando ia tocá-la seus olhos se arregalaram visivelmente desesperados. Seu globo ocular deu voltas que eu nem sabia que eram possíveis e por fim ela levantou como se fosse um morto vivo saindo da tumba.

–ONDE ESTAMOS!-gritou minha prima em um de seus ataques. -DENTRO DA TELEVISÃO?AHN... AHN... AHN

Pronto, o filme desespero número 7892738296389263081 estrelando minha prima ia começar. Ela olhava em volta sem identificar nada e seus olhos se enchiam com mais medo. Eu olhei para ela com a minha cara cética. E a única coisa em que eu conseguia pensar era... Porque ela está gastando tanta energia? Assim ela vai morrer mais rápido... Bom, pelo menos me livro dos gritos. É eu sei meus pensamentos são ótimos, mas depois de ser sugada por um vortex, ir parar em um deserto na tv, SEM TER ZERADO O JOGO e ter uma prima doida gritando em seu ouvido além de estar correndo em círculos a sua volta, vocês tem que admitir que QUALQUER UM teria tais pensamentos. Porém finalmente (ainda bem porque meus ouvidos não iam aguentar por muito mais tempo... e depois iam dizer que a culpa de eu estar parcialmente surda era do mp4) ela se acalmou.

–Já acabou?-perguntei ainda com minha cara característica.

–AHN... Acho que sim. -ela respondeu se sentando do meu lado porque ninguém merece esperar ela se acalmar de pé.

–Ótimo... Podemos pensar num plano B? Por exemplo... COMO SAIMOS DAQUI! – Exclamei.

–Primeiro, vamos analisar os fatos. AHN... Isso tudo é um sonho. – preferi não fazer comentários, mas em seguida ela olhou pra o horizonte e seus olhos brilharam por mais absurda que nossa situação fosse. Olhei na mesma direção e compreendi sua felicidade. Um pouco mais a frente existi uma pedra que fazia um pouco de sombra. -E segundo vamos para aquela pedra porque ninguém merece ficar no sol... AHN.

–Finalmente você disse algo sensato além de AHN.- respondi ainda mal humorada.

Ela me olhou com aquela cara tipo “eu não tenho culpa de ser assim e apesar do seu ENORME SARCASMO ainda sou sua prima e você me ama.” (odeio quando ela faz essa cara eu sempre acabo cedendo). Então sem mais delongas nos dirigimos à pedra.

–Ok Einstein, o que fazermos agora?-perguntei caminhando com dificuldade sobre a areia escaldante.

–Por enquanto eu não sei. – respondeu ela se abrigando na sombra da pedra. Que tinha um formato muito peculiar.

–Ótimo então vamos ficar aqui fritando e tudo isso por causa de uma VACA!?

Sem pensar duas vezes eu chutei a pedra tentando diminuir minha frustração, mas todo que consegui foi uma bela de uma dor no pé e um belo de um susto, pois a pedra emitiu um som muito estranho como um grito abafado. Arregalei os olhos enquanto minha prima veio correndo se esconder atrás de mim. A dita cuja permaneceu imóvel e sem mais ruídos, no entanto não era eu que iria ficar na duvida, sendo assim dei outro chute na pedra e dessa vez ela gritou em alto e bom som.

–AIIIII!

–AHHHHHHHHHHHHHH!-berramos eu e Karin em couro.

De repente uma corrente de eletricidade começou a percorrer a pedra ela foi se transformando, os farelos de terra se tornaram metal até que ela estivesse completamente refeita e na forma de uma armadura! Bem você já deve imaginar o que fizemos...

–AHHHHHHHHHHHHH!-eu continuei a gritar mas a minha prima desmaiou na hora.

Sinceramente eu não sabia o que fazer ela era tão, tão... GRANDE! E felizmente para mim eu só tinha 1.53!Sem contar os frizzes do meu cabelo desarrumado. Bem nessas circunstancias a única coisa que uma pessoa da minha altura poderia fazer é...

–PARA TRÁS EU SEI LUTAR CARATE!- gritei

–Oh, calma eu não vou te fazer mal!-falou a armadura com uma voz, acredite se quiserem de criança. Mas isso não importava os piores vilões são os que PARECEM indefesos.

Sem dar ouvidos eu me pus em posição de ataque (fruto dos filmes com Jackie Chan e Jet Lee. É eles podem ser bem úteis quando você encontra uma armadura grande e ameaçadora) e tentei desferir um soco, mas ele, sem o menor esforço, apenas colocou a mão na minha testa tampando os meus olhos o que me deixou completamente desorientada... É eu fiquei esperneando que nem numa cena de mangá.

–Espere eu disse que não te machucaria!-eu ouvi a voz doce dizer, mas eu continuei a me debater. -ME ESCUTA! Eu já teria te atacado se eu quisesse fazer alguma coisa.

Eu parei de me mexer.

–Que tal você tirar a mão dos meus olhos assim eu posso pensar em considerar suas palavras.

Tirando a mão dos meus olhos eu finalmente pude enxergar QUEM era meu suposto agressor.

–ALPHONSE ELRIC!!!!!!!!-gritei.

E como num passe de mágica minha prima acordou.

–Onde!?-Falou ela ainda grogue, porém acordada o suficiente para ouvir o nome de seu ídolo. Ela colocou a mão na cabeça. -O deserto está te fazendo mal? Depois o problema é com a minha coca-cola.

Eu estava paralisada demais para responder. Então ele perguntou a Karin:

–Você está bem?

Bem, eu não preciso dizer que ela voltou a desmaiar, afinal era o Alphonse Elric! Ah vocês NOOBIES que estão lendo essa história devem estar se perguntando “nossa grande coisa é só uma armadura falante, não é?”. NÃO! Ele não é só uma armadura falante ele é o irmão mais novo do meu maior ídolo EDWARD ELRIC que se tornou um alquimista federal aos DOZE ANOS! Para poder pesquisar sobre a pedra filosofal (não tem nada haver com Harry Potter ou Nicolau Flamel!), objeto o qual pode trazer seus corpos de volta mais especificamente o corpo inteiro do Al ( é por isso que a alma dele está presa dentro da armadura) e o braço direito e a perna esquerda de Edward. Mas poxa, eles só queriam trazer a mãe de volta isso não é um pecado só um tabu alquímico... E foi por isso que pagaram tão caro. Mas deixemos as explicações para mais tarde já que, se Al estava ali significava que Ed devia estar por perto e eu ia amar dar uns pegas naquele pequeno... Ops quero dizer naquela pessoa verticalmente deficiente.

Está tudo muito bem, está tudo muito bom, mas alguém percebeu um pequeno, um pequenininho, microscópico erro nessa historia toda? Eu devo simplesmente dizer de uma vez que... ELES SÃO MANGÁS? Não deveriam existir! Não estou reclamando de eles existirem só estou expressando a minha... Total incredulidade. O que quero dizer é, eles são apenas nanquim e papel e nós carne e osso! Mas eles estavam ali bem na nossa frente! Em carne e osso... Ou eu deveria dizer carne osso e metal?

Mas voltando a narração dos fatos mais inacreditáveis da minha vida... Eu continuava paralisada, ainda tentando entender logicamente o que estava acontecendo até que eu ouvi uma voz familiar, uma voz inconfundível... E o meu corpo começou a formigar de vergonha (não me pergunte por que).

–AAAAAAAAAAALL!-gritou a voz, e eu me virei para ver o que na verdade era apenas um pontinho minúsculo no horizonte.

–NIIIIII-SAAAN!-respondeu o Alphonse correndo na direção do ponto, mas de repente ele sumiu!

Foi quando eu fui capaz de me mexer... Para entrar em total desespero.

–Ah não ele afundo na areia!-gritei. –Não, não, volte para cima Al como eu vou explicar essa para o Ed?

Desesperada eu chacoalhei minha prima na esperança de que ela tivesse alguma ideia brilhante, afinal o Discovery Channel devia servir para alguma coisa.

–ACORDA!-gritei.

Aos poucos ela foi recobrando os sentidos.

–Ai minha cabeça... Eu tive um sonho tão esquisito. Uma vaca sugava agente para a tv e depois nós nos encontrávamos com os irmãos Elric do Full Metal Alchemist.-Falou ela ainda grogue.

Então Karin olhou em volta e depois voltou a me olhar.

–Porque estamos no deserto?

–Acorda Karin! Não foi um sonho!...É tudo real! Olha! -falei apontando para um ponto vermelho que crescia mais a cada segundo.

–Aquele é... É? – Ela levou alguns segundos para identificar o casaco vermelho e quando o fez me olhou o apontando com um sorriso idiota.

Conclusão... Ela desmaiou de novo. É mais uma vez eu estava sozinha com uma prima desmaiada e uma armadura que teimava em afundar na areia sem contar o irmão mais velho dele que chegaria a qualquer segundo e concluiria com sua imaginação fértil que eu tinha acabado com seu irmão mais novo e ainda batido na garota que ele deveria estar protegendo. Ou seja, me dei mal. Como sempre.

–AAAALLLLL?-gritava Ed dessa vez perto o suficiente para que eu pudesse enxergá-lo em seu tamanho real... Caraca até ele era maior que eu?

Edward olhou a cena. Seu irmão que estava ali a um segundo tinha sumido e eu que chacoalhava uma menina desmaiada tão agressivamente que poderia ser interpretado como estrangulamento.

–O que fez com meu irmão e com a menina?-ele perguntou com cara de poucos amigos, e devo dizer que era uma linda cara de poucos amigos.

–ÉÉÉÉÉ...

O que eu dizer? Eu não conseguia nem respirar direito... AHN...

–Responda!-ele gritou.

–Eu... Eu...

Bem, tentar explicar não ia adiantar muito então respirei fundo e fiz uma doideira que eu nunca pensei que daria certo.

–Se você não tem uma saída... -falei baixinho juntando as mãos. - crie UMA!

E bati as mãos na areia. De repente um poço se abriu. Eu fiquei de boca aberta aquilo era loucura demais.

–Ah então sabe alquimia? Foi assim que derrotou o Al? -gritou Edward parecendo furioso.

Sem ter mais o que fazer e acreditando seriamente que eu havia achado uma saída eu PULEI NO POÇO e... Cai em cima do Al.

–Ei!-falou a armadura. -sai de cima.

–Desculpe Al

–AAAALLLLL!-gritou o Edward lá de cima.

–NII-SAAAN! Aqui em baixo!

–Espera, eu vou tirar vocês daí! -gritou Ed de volta.

E de fato ele nos tirou. Abaixo de nós se formou uma mão de areia que nos levou direto para cima. Eu não pude deixar de pensar que isso era a cara do Gaara, mas deixemos minhas observações toscas para mais tarde. Quando chegamos lá em cima Al me ajudou a desembarcar da mão-elevador e eu finalmente pude explicar tudo com mais calma.

–Ah porque você não disse antes?-perguntou Edward agora rindo da situação.

–Conheço você e sei que não acreditaria em mim... -respondi.

–Me conhece?

Ok, eu não podia contar que éramos de outro mundo e que uma vaca havia me trago aqui então tentei uma saída mais rápida.

–Vocês são os irmãos Elric, não são? Todos conhecem vocês! E claro, o seu temperamento explosivo que bate antes de perguntar...

–QUEM VOCE CHAMOU DE PEQUENO MINI-PROJETIL-DE-GENTE!- gritou o mais velho dos irmãos, mas eu já sabia que algo assim ia acontecer. Afinal eu vi o anime inteiro, e lido o manga- OLHA PARA VOCÊ, SUA ANÃ DE JARDIM!

– ANÃ!SEU PINTOR DE RODAPÉ, SALVA VIDAS DE AQUARIO, CAMARÃO! -rebati. Desaforo eu não levo para casa... Nem dele!

– Aff! Achamos uma pior que o Edward! Ed, seja cavalheiro, ela é uma garota!- Disse Al nos separando. Que pena... Jamais terei esse momento de novo. - E quem é aquela garota desmaiada?

– Ã... Garota? KARIN!-gritei e corri pegando minha prima nos braços. -KARIN acorda vai! Por favor, você é a única que me entende! Quem vai rir das minhas piadas e aguentar meu mau humor! Por favor, acorda priminha eu prometo que não te zou mais!

–Serio?-perguntou ela rindo. -Olha que eu vou cobrar.

–SUA IDIOTA!!!!Não me deixe preocupada!

–Poxa, mas foi à coisa mais linda que você já me disse. -Falou ela com aquele olhar brilhante de criança.

–A sem apelar!-respondi desviando o olhar.

–Você está bem?-perguntou o Alphonse.

–Se você desmaiar de novo eu juro que te deixo nesse deserto sozinha!!!-gritei.

–Ta bom, ta bom. Alguém pode me explicar o que aconteceu aqui! Porque estamos aqui... Eu to confusa!

Eu revirei os olhos. Lógico que ela estava confusa ela vivia assim...

Bem depois de eu ter explicado todo o ocorrido a Karin nós finalmente decidimos nos mexer. Quero dizer, como estávamos no meio do deserto e eu e minha prima não tínhamos a mínima ideia do que fazer decidimos acompanhar os Elric até a cidade Lior onde eu sei e minha prima sabe que uma grande confusão estava para se armar, mas decidimos só deixar o “anime” rolar. Enquanto os acompanhávamos, minha prima me puxou e perguntou baixinho:

– A parada com a alquimia foi séria? Você fez aquilo mesmo? Eu também posso fazer alquimia? Vamos ficar com eles? Contamos o que acontece?...

– É agora que você perguntou... Como eu fiz alquimia? Quero dizer eu, eu não abri “a porta”!

–Talvez a Tv seja uma “equivalência”. Se atravessamos a porta, o que demos em troca?

Devo admitir que daquela vez ela havia me pegado.

–Sei lá! Quem sabe não demos o nosso mundo inteiro... Ou se fizemos isso... Não quero nem pensar nas consequências...

Ah mais é claro que eu queria! Bem eu não ia me importar de viver em Ametris, me casar com Ed, virar alquimista federal... Ok, deixa eu parar de viaja. Mas vocês tem que concordar que depois de vacas, vortex, e os Elric eu tinha direito a acreditar em TUDO!

Nossa caminhada até a cidade foi terrível. O calor era quase insuportável, a água havia acabado, o vento jogava areia em nossos olhos e a mesma queimava nossos pés como se fosse brasa, sem contar que eu não via nada além de areia! Não tinha uma paisagem decente naquele deserto! E assim prosseguiu nossa pequena caravana, com os irmãos Elric na frente e nós um pouco mais atrás. A única parte boa disso tudo foi realmente ver nossos ídolos de perto, tendo chiliques a cada vez que o Al voltava a ir areia à baixo... Literalmente.

Horas depois de termos começado aquela caminhada infernal, chegamos à cidade de Lior, uma cidade que particularmente não está na minha top 10 para tirar férias por apenas três motivos. Primeiro, lá morava uma certa garota com cabelo rosa. Segundo aquilo ali ia virar um caos em poucas horas e o ultimo e não menos evidente... ELA FICA NO MEIO DE UM DESERTO!

Mas tirando esses três pontos realmente relevantes, Lior parecia ser uma cidade como outra qualquer. Era rodeada de estatuas horríveis do tal deus Letto, ou deus Sol como preferirem chamar. As casas eram pequenas e modestas, feitas com o que parecia ser barro e pedra .No entando seus templos eram grandes e suntuosos. A praça central da onde a cidade parecia divergir em todas as direções também era muito bem projetada e havia ali um palanque de pedra como na Roma antiga, que deveria ser usado para reuniões populares. E o comercio era bom, apesar de esta ser a cidade ao estremo oeste da cidade Central, ou seja, era a fronteira com o país de Xerxes.

Mortos de fome, com sede e cansados, Al e Ed sugeriram uma parada e assim que nos deparamos com a lanchonete a reconhecemos. Era o mesmo lugar em que daqui a alguns segundos Alphonse seria obrigado a usar sua alquimia, mas isso não vinha ao caso no momento. Tudo o que eu e Karin queríamos era comida! O Al não comia, mais o Edward tinha a fome de dez mendigos. Enquanto descansávamos, no radio do local um homem falava algo que seria uma prece. Era um programa religioso. Eu e Karin nos entreolhamos,... Pois sabíamos o que ia acontecer

– O que é isso? Um programa religioso?- Edward indagou

– Vocês não são daqui são?- Perguntou o dono - O que vocês são? Artistas de rua?

–Bem que o Ed tem cara... -Falei rindo

O tio ignorou meu comentário e continuou

– Vocês não são daqui são?

– Não estamos à procura de um negocio ai!- falou Edward distraidamente. - Bem... Vamos embora pessoal!

Quando Al se levantou, acabou batendo com sua cabeça no teto, derrubando o rádio. Nisso, Karin me puxa e começa o fanatismo.

– Ele vai transmutar o rádio!-falou ela baixinho admirada.

–Que tal você dizer uma coisa que eu não sei?

–Ele fica tão lindo transmutando coisas...

–Karin, ele é uma armadura não tem expressão facial!

–Depois sou eu quem quebro a corrente.

Eu revirei os olhos. Eu já sabia tudo que ia acontecer. Ele ia desenhar o símbolo no chão, colocar os restos do radio, tocar o circulo é TAM TAM o rádio está consertado! O problema é que eu não queria ver as coisas acontecerem exatamente como eram no mangá. Afinal qual é a vantagem de estar na história dos irmãos Elric e deixar eles façam tudo sozinhos? Seria como assistir o anime de novo só que em 3D o que significava Edward 3 vezes mais gostoso....Mas isso não vem ao caso agora. Foi quando eu decidi testar uma coisa.

–Ei Al espera. -falei o impedindo de transmutar o rádio.

–O que foi?-ele perguntou. -Algo errado?

–Não é só que... Eu estava treinando minha prima e. Bem que tal você deixa-la fazer isso. Vai ser um teste de habilidade alquímica.

–Hã? Ela também?-perguntou o Ed impressionado.

–Não são só irmãos que aprendem alquimia em conjunto. -respondi rindo.-Vamos lá Karin tenho certeza que você consegue!!!!

–Ai! Canalizar a energia... -começou ela com os passos básicos. Eu revirei os olhos.

–Que tal do jeito mais fácil tipo bata as palminhas e encoste no radio!

–Ai... Tah!

Alphonse se afastou ficando de pé ao meu lado e ao do irmão. A cena era toda da Karin. Só espero que ela na estrague tudo. Ela ainda olhou pra mim tipo “porque você faz isso comigo” e em seguida juntou as mão, fechou os olhos como se tivesse medo que algo desse errado e pos as mãos no radio. E.... TAM TAM!!!Ela conseguiu!

–Eu consegui!-ela exclamou.

–É deu certo!-falei impressionada.

–OHHH.-falaram os Elric.

–Essa é minha garota sem circulo de transmutação!

– Espera ai! Como você conseguiu fazer uma transmutação sem o circulo?- Perguntou Al surpreso!

– Eu... Eu... Eu... –gaguejou Karin.

–Do mesmo jeito que o seu irmão!-rebati.

–É uma longa historia! Eu não sei se vocês acreditariam! Digamos que... Deixa para lá. -falou minha prima.

Os irmãos se entreolharam e deram de ombros. Nessa época eles ainda não sabiam que era por causa “da porta” que eles podiam fazer transmutação sem circulo. Todos que já entraram por ela podem fazer esse tipo de coisa. O problema era... Desde quando eu e a Karin tínhamos atravessado “a porta”? E se a atravessamos como faríamos para voltar para casa? Eu respirei fundo o que seria de nós dali por diante? Não fazia a menor idéia mais de uma coisa eu sabia... Que a qualquer momento teríamos sérios problemas...

–Nossa parece que a venda está animada hoje. -Falou a garota do cabelo rosa mais conhecida como Rose. ELA é o inicio de TODA confusão! E é por isso que eu a ODEIO.

–Que tal se eu transmutasse uma bola de blitzball gigante e chutasse ela pra bem longe daqui?-falei baixinho para a Karin.

–E agora o que agente faz? Se os Elric falarem com ela daqui a algumas horas Lior estará um caos!-sussurrou minha prima.

–É eu sei, mas se eles não a conhecerem o povo de Lior ficará nas mãos daquele crápula! Continuaram a serem enganadas! E isso não seria o certo a fazer!

–Desde quando você é a certinha da história?

–Desde quando você passou a ser a errada?

– Vamos parar de discutir que isso não leva a lugar algum! Vamos pensar... Contamos o que sabemos?

–Mais isso pode acabar alterando o continuo espaço tempo de Ametris!

–Você ta vendo “Heroes” demais! – falou a Karin rindo. - Mas você está certa.

–Então vamos deixar as coisas rolarem e só ajudar nas horas críticas, por exemplo, quando o Ed fica preso, ou quando eles tiverem que enfrenta a quimera...

– Na hora em que ele ficar preso né... “Vai me ajudar a comer! Olha o BOCÃO!”

–Isso são apenas detalhes. -falei desviando o olhar.

E finalmente havia chegado a hora. No momento em que notei que toda a cidade se deslocava para a praça central eu soube. Era lá que nossos irmãos Elric, veriam as peripécias do farsante Cornello e teria a esperança de recuperar seus corpos. Eles seguiram a multidão para a praça assim como nós. Logo todo o povo estava ali, se acotovelando para ver a apresentação do beato farsante. No palanque o então chamado Pai Cornello mostrava para o povo seu poder supostamente dado pelo deus Letto. Ele inicialmente fez um discurso rápido e em seguida uma criança subiu no palanque para lhe entregar um pequeno passarinho morto. Cornello sorriu para a criança chorosa e tomou o pássaro de suas mãos, o cobriu com as suas próprias por alguns instantes e quando voltou a abri-las o pássaro antes morto escapou e se pós a voar pelo céu novamente. Todos ficaram pasmos, alguns caíram de joelho e entoaram cânticos de gloria ao deus sol e seu representante na terra.

No nosso grupo todos se entre olharam, sabendo que aquilo não passava de uma alquimia que não foi limitada pela regra da troca equivalente o que só podia significar que Cornello possuía uma pedra filosofal. Enquanto as pessoas ingênuas e ignorantes saldavam e davam graças Edward fazia piadas acidas com a minha ajuda enquanto seu irmão e minha prima nos olhavam sem poder nos deter.

– Você acha que pode ser?- perguntou Al

– Provavelmente. Acho que finalmente achamos o que procurávamos.- confirmou Edward com um sorriso maroto.

–O que acontece mesmo depois daqui?-perguntei a minha prima baixinho.

–Eles vão ao templo e o Ed começa a filosofar...

–AHHHH! Eu quero discutir a anatomia humana com o Edward!-falei sem pensar.

Minha prima se escondeu atrás de mim para rir porque na hora em que eu disse essa idiotice os dois irmãos olharam pra minha cara. Não sei se porque acharam uma boa idéia discutir toda a composição de átomos que geram o corpo humano ou se pela minha cara de pau. Enfim não importava, nós teríamos que segui-los até o templo.

Não precisou esperar muito para que a chata da Rose aparecesse e começasse a discutir com Edward sobre o Pai Cornello. O Elric dizendo que o beato fazia uma alquimia e Rose teimando em dizer que era um milagre. Enquanto eles discutiam meus olhos rolavam de tédio até o momento em que Ed, desistindo de sua abordagem inicial resolveu usar uma mais furtiva dizendo que ficou interessado na religião e levando a inocente, ou melhor, dizendo idiota da Rose, à nos levar até o templo do deus Letto.

Nem preciso dizer que eu quase tive um treco ao ver Edward Elric sentando no banco da igreja falando toda a composição do corpo humano. Eu não podia evitar eu adorava aquela cena... Tirando a parte é claro em que o pessoal começa a atirar para todos os lados. Momento esse que iria começar em três, dois,um...

–AL ABAIXA!-gritei jogando-o no chão. Mas não adianto muito, a cabeça dele rolo do mesmo jeito.

–STRAIKE!-ouvi o Ed gritar depois de acertar o atirador com a cabeça do irmão.

– AHHHHHHHHHHHHHHHHH! O seu corpo... - Rose disse ao perceber a verdade

– Isso é o que acontece aqueles que tentam trilhar o caminho que Deus não permitiu- disse Al colocando o elmo no lugar

– Mas... Eu não entendo! O Pai Cornello não permitiria isso! Jamais – Rose continuou.

– Não querendo me meter mais já me metendo – Karin disse - Alguém podia mostrar para ela a verdade. Ou melhor... VOCÊ quer parar de acreditar em tudo que te dizem!

– Ela tem razão-disse Al fazendo Karin corar no mesmo momento... Que coisa...

– Rose você está pronta para descobrir a verdade?- disse Edward, se fosse ele que me mostrasse a verdade eu sempre estaria pronta!

Ela assentiu com a cabeça. E começamos a bolar um plano para desmascarar Cornello. Colocamos Rose dentro da armadura de Alphonse e fomos procurar o beato. Caminhamos por um corredor até chegar a uma sala onde ele nos esperava. Ele estava parado, em um nível superior da sala observando tudo de cima.

–Então, vocês são os irmãos Elric?Decidiram acreditar no deus do Sol Letto?-perguntou o sacerdote de araque. -Vocês se impressionaram com o poder milagroso?

–Isso não é o poder milagroso isso é uma alquimia de quinta categoria!-gritou Edward.

–Hum... Eu nunca imaginei que os cães do exercito tivessem um bom faro.

–Viemos aqui sugerir uma troca. Você nos da a pedra e nós não revelamos o profeta de quinta que você é!

–Você acha mesmo que alguém vai acreditar em vocês cães do exército ao invés de mim sacerdote do deus Sol Letto? Não me faça rir!-Foi nessa hora que ele começou a agir feito um louco fanático como é de praxe. -Eu irei criar um exército de fieis que não temem a morte. Então poderei dominar Ametris!

–Eu não estou aqui para ouvir suas abobrinhas!-rebateu o Ed.

–Então você admite que está enganando a Rose?-jogou maduro o Al.

–Porque ela não descobre por si mesma?-perguntou minha prima batendo na armadura e fazendo a parte do tronco abrir revelando a garota Rose.

–Pai Cornello isso é verdade?-perguntou Rose. -Você está enganado todas as pessoas da cidade? Então quer disser que Ken nunca...

–E você só percebe isso agora sua tonta? -foi mal eu tinha que dizer isso não ia segurar por muito tempo. Ninguém manda ser BURRA!!

–Rose em quem você vai acreditar? Nesses hereges ou em quem foi sua tabua de salvação. -perguntou o sacerdote tentando persuadi-la.

Então a BURRA começa a andar em direção a Cornello e Edward irritado grita:

–O que você ta fazendo?

–Sendo idiota DE NOVO. -respondi sarcástica.

–Me desculpe, mas ele ainda é minha tabua de salvação. -respondeu a menina.

Foi ai que Edward rasga seu, sobretudo e começa a dar um sermão em Rose... Essa é uma das minhas cenas preferidas principalmente por causa do streep tease espontâneo.

–UHUUUUUUU! Tira tudo!-gritei. Desculpe, eu não consegui me segurar.

–PRIMA CALA A BOCA!

–Sua prima está bem?-perguntou o Alphonse. Se uma armadura pudesse ficar vermelha tenho certeza que ele estaria.

–Está... -respondeu Karin ruborizada.

Mas vamos esquecer meus ataques de fanatismos e voltar para o lindo do Ed.

–Rose isso é o que acontece com as pessoas que tentam seguir pelo caminho que Deus proibiu de ser trilhado.

Rose estava completamente assustada com o que estava vendo naquele momento.

–Rose eu não quero que você siga por este caminho... REPARE BEM NO CORPO DE UM PECADOR!

Então ele retirou completamente o sobretudo mostrando seu auto-mail. E Rose ficou ainda mais assustada e disse:

–Seu braço é um auto-mail!

–Agora eu entendo o porquê da sua alcunha... -Falou Cornello.-Agora eu sei porque você é conhecido como....

–FULL METAL ALCHEMIST!-gritei toda empolgada.

–Yui menos... -pediu minha prima.

Bem nem preciso dizer que ele olhou pra minha cara tipo “Eu não sabia que era tão irresistível.” Eu ri sem graça e deixei que a cena continuasse.

–Ela é sempre assim?-perguntou Al baixinho para minha prima.

–É... E o seu irmão é sempre assim?

–SEMPRE. -responderam os dois simultaneamente.

–CHEGA DE PALHAÇADA!-gritou o sacerdote. -Vejam agora que o poder da pedra é para poucos.

Na mesma hora um portão na lateral do salão se abriu revelando uma criatura imensa... E Lá vamos nós!

–Vejam o que o poder da pedra pode criar! – falou Cornello rindo histericamente, revelando o maluco que era.

–Uma quimera!- exclamou Ed de boca aberta.

–Temos que tirar a Rose daqui!-falou a Karin. -ela é a única que pode confirmar nossa história!

–Karin, Al, prestem atenção! Eu vou dar suporte ao Ed vocês pegam a Rose e saem daqui por aquela porta!-falei apontando para uma parede sem saída.

–Não há porta ali!-gritou Al.

Eu e minha prima nos entreolhamos já sabíamos o que fazer.

–Se não tem uma porta... Crie uma!-falou Karin transmutando uma saída. -Al pegue a Rose!

–Ok!

–Guardas peguem aqueles quatro!-Falou Cornello colocando seus capangas atrás de nós.

–Vão vocês eu bato nos guardas. -falei.

–Mas prima você não sabe lutar!-respondeu Karin preocupada.

–É mais eu ainda sei fazer isso!-juntei as mãos e transmutei um belo buraco no chão onde todos os guardas caíram. -Agora vão e deixem a quimera conosco! Al, conto com você para proteger minha prima enquanto eu estiver fora.

–Pode deixar. -respondeu a armadura. -e você não deixe meu irmão se meter em mais encrencas.

–Ok!

Então eles correram para a porta e eu a tranquei para garantir que mais ninguém passasse por ali. Enquanto isso Edward lutava com a quimera com muita dificuldade.

–Oh Yui que tal uma ajudinha?-perguntou ele.

–Claro!

Enquanto a Quimera estava entretida em mastigar o braço direito de Edward eu corri e passei por debaixo das pernas da criatura e quando olhei pra cima e visualizei o que seria seu queixo juntei as mãos e transmutei uma coluna de areia que o atingiu em cheio jogando a quimera longe e fazendo o Ed cair de bunda no chão.

–Ei você podia tomar mais cuidado!- ele exclamou e eu ri.

–levante full metal a batalha ainda não terminou!-eu disse a típica frase do Mustang.-Ela está vindo de novo!

–Eu já ouvi isso em algum lugar...

E Ela estava mesmo avançando contra nós com tudo. Foi quando eu tive uma idéia.

–Ed você já ouviu falar em aperto de mão?

–Logico mais o que isso tem a ver com a quimera?

Eu ri

–Bate aqui!-e estendi a mão e ele bateu.

–e agora o que agente faz?

–Espera...

–Como assim espera aquele monstro está quase aqui!

–Espera!

–YUI...

Quando a quimera pulou para arrancar nossa cabeça...

–Agora bate no chão!

E foi o que fizemos. A quimera voou acima de nós enquanto nós transmutamos uma pilastra de areia que a atingiu bem no estomago fazendo-a voar para longe novamente e ficar por lá dessa vez. Desmaiada.

–NUNCA MAIS FAÇA ISSO!-gritou o Ed. - QUER NOS MATAR!

–Está reclamando do que deu certo não deu?

–Ta bom, deu certo....-falou ele desviando o olhar.-ãh...Você cuidou dos guardas?

–Sim, os joguei dentro de um buraco. Por quê?

–ENTÃO PORQUE ELES ESTÃO NOS CERCANDO!- gritou Ed se colocando costa a costa comigo e encarando os capangas.

–Ah qual é EU NÃO POSSO PENSAR EM TUDO SOZINHA!-falei cruzando os braços