A Coisa.

Capítulo Único

“Não há nada como um pequeno susto para derrubar um homem de papel”

— Pennywise.

XXX

Estava novamente aguardando o seu regresso, deveria voltar a dormir, mesmo que não quisesse, porém, eles foram longe demais. Haviam conseguido ferir-lhe, como nunca ninguém havia feito antes. Havia algo em si que despertava um sentimento nunca sentido antes, talvez fosse o tal medo, porém, como ela, a devoradora de mundos, poderia ter medo? Nem a tartaruga infeliz dava-lhe medo, ansiava, na verdade, o dia em que ela vomitaria no próprio casco e morreria afogada pelo próprio vômito e ela estaria lá, nos postigos, rindo dela, por acreditar que aquelas tolas crianças lhe destruiriam.

Havia também muita dor, oh! se havia, como eles ousaram ir tão além? De onde vinha aquela força? Giorgie era o começo e deveria Bill ser o fim, mas falhara daquela vez, Chüd havia lhe permitido ir tão longe! Maldita Tartaruga! Ela era Derry, e Derry era ela. Nada acontecia fora da sua vontade, nada. Então, porque aqueles sete estavam tão independentes assim? Aquela maldita tartaruga! Ela estava viva dentro daquele maldito casco, o que não daria para destruí-la?

Porém, ela era paciente, o que seria mais um cochilo? Eles seriam velhos e não teriam mais aquela ligação idiota, esquecer eles iriam. E quando se lembrassem… Ah! como queria estar lá no momento do despertar, mas ela era paciente e aguardaria o momento que voltariam até ela e ali, ah! mataria um por um, deixaria a vadia por último, pois, tinha certeza, que tinha sido culpa dela, que havia sido por causa dela, que eles haviam conseguido escapar dos túneis da primeira vez.

O medo se agitou dentro dela novamente e ela desesperou-se, porque aquilo acontecia? Não era essa a sua função? Matar e matar? Ninguém se importava que as coisas em Derry eram duas vezes maiores que o resto do mundo, porque ela era Derry e Derry seguiria as suas vontades. Todos pereceriam nas suas mãos, ah sim! ela era a coisa, era o tudo e o nada, era o seu medo, o mais secreto deles, e não tinha remorso em fazer o seu papel no universo e no macroverso, até gostava. Era o senhor das almas, não gostava de dizer que era ela, sempre se referia a si como Bob Gray, o palhaço dançarino.

Pennywise.

E o que mais você quisesse. Porém, tenha certeza de uma coisa, ela é Derry e Derry é ela, e se você está em Derry, pertence a ela também. E se está em Derry, você não responde por si só, porque ela é a cidade e a cidade é ela. Então, apenas o que tenho a dizer-lhe é…

Em Derry as coisas flutuam e você também vai flutuar. Porque talvez você esteja no seu lar, mesmo que não saiba, e no lar você tem que encarar a coisa no escuro… A coisa, Pennywise, a aranha… como você quiser se referir a ela, estará lá lhe aguardando e enquanto lhe espera, você não sabe o que fazer… Afinal…

Agora, você é o único que tem medo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.