— Boa tarde.

— Boa tarde, seu policial.

— Estamos a caminho da sua cidade. Chegaremos às sete da noite, provavelmente. Peço que, por favor, nos permita passar a noite na sua residência.

— Não terei problemas em acolhê-los.

— Oh, sim. A mãe da moça desaparecida quer falar com o senhor.

— Pode passar pra ela.

— Ok. – ruídos precederam a nova voz, que já é muito bem conhecida de todos nós. – Alô!!! É o rei Bernardo? Boa tarde!

— Boa tarde, dona...?

— Nazaré.

— Sim, dona Nazaré.

— Como está minha filha?!

— Está muito bem.

— Você deu a ela alguma coisa pra comer?

— Sim, claro.

— E água? A pele dela fica coçando se ela não bebe água. – era mentira.

— Também dei água, dona Nazaré.

— Se eu vir uma mancha vermelha na pele branquinha dela...

— Está tudo bem com a sua filha, não se preocupe.

— Ainda bem! Você é uma pessoa bem cuidadosa.

— Obrigado... – Bernardo sentia uma entonação estranha na voz de Nazaré.