– Ainda bem! – Gritou Red rodeando o corpo de Ian com um abraço. O abraço era tão apertado e aconchegante que Ian apenas o aceitara. E então percebeu... Seu ombro estava úmido. Lagrimas. Lagrimas de Red, lagrimas de felicidade. – Que bom que você acordou. – falou Red com uma voz tremula por conta do choro.

– Thiago... Deixe-o respirar, filho. Sei que é de grande felicidade que ele tenha acordado após esse período de tempo longo, mas também não precisa o enforcar. – Afirmou Victor Glasya-Laser, pai de Red. E então o garoto de olhos de sangue percebera que estava a apertar muito seu amigo ruivo, porém não queria o soltar. Então Ian pôs a mão sobre o ombro de Red e o empurrou para poder levantar. Ele havia ficado tenso ao ouvir as palavras “período de longo tempo”.

– Quanto... Tempo se passou enquanto eu estava desacordado? – Finalmente perguntou Ian.

– Quase seis dias. – Respondeu Yagger, que estava na porta de entrada da sala branca. Fora então que Ian percebeu que estava dentro de uma sala hospitalar. Tinham vários equipamentos ao seu redor, alguns serviam apenas para deixar a sala climatizada e confortável, enquanto outros serviam para exalar odores mágicos para cura rápida. Erva do lago Trivia, Flocos de folhas de ervas dos lobos purificadas e outras plantas que o garoto desconhecia. A mãe de Thiago estava a retirar as plantas da sala, Glorya Laser era muito atenciosa e bonita, mas agora sua barriga estava muito maior, parecia que iria dar a luz em instantes.

– ELE ACORDOU?! – gritou uma voz conhecida, mas estava muito automatizada. Era Janna. A garota-lycan loira de pele bronzeada falava através do comunicador.

– Sim, mas não precisa gritar. Ele vem já para cá. – Se ouviu uma resposta feminina também conhecida, mas não tão amigável quanto Janna. Era Zafrina, também um pouco automatizada.

Depois de alguns segundos o garoto gremory já estava de pé, com roupas brancas de hospedes hospitalares, ele andou até a sala do QG do clã Glasya-Laser. Dentro da sala estavam seis pessoas, mas dentre aqueles todos Ian apenas conhecia dois. Gorgon e Isack Gremory, seu tio e primo. Na tela à esquerda estavam Janna, Zack, Clary e Zafrina. Na tela à direita estavam centenas de demônios poderosos, notava-se pela aura que emitiam. Ian não entendia direito o que estava a acontecer, mas ele ficou constrangido ao ver tantas pessoas naquele pequeno local.

– Sobrinho... Deixe-me apresentar você aos nossos parentes distantes. Aqueles de cabelo avermelhado são os membros da família principal Gremory, os de cabelos mais amarronzados são seus parentes únicos, a família principal Bael. Ao lado deles estão aqueles de cabelos mais claros, o clã Glasya-Labolas, os parentes distantes do clã Glasya-Laser. – E então ele apresentou O Clã DrillShine e desceu a mão para mostrar um homem que estava vestido de forma diferente. – Este é RyuuGran Sitri. Ele está aqui para treinar os garotos Yagger e Thiago, para melhorar a sacred gear deles. –

RyuuGran é um homem alto com roupas azuis que fazem lembrar monges com panos ao redor de seus corpos. Músculos muito aparentes, branco com aparência asiática, porém corpo de Gladiador e cabelos e olhos negros como a noite. Ele era estranho e muito assustador, sua feição e sua permanência parado sem mudar de posição ou formação muscular, deixava sua tensão mais assustadora ainda. Red e Yagger estavam confiantes nele, porém não paravam de se entreolhar. Provavelmente aguardando uma objeção do outro...

– Ian... Estes são... – Descendo o braço para as três pessoas restantes que o garoto não conhecia. – Os magos. – A palavra “magos” fez todos os ossos do corpo de Ian rangerem e, sem perceber, ele começou a emitir uma aura ofensiva. – Calma! Eles estão aqui para ajudar. –

– Ajudar como? Pondo uma maldição ainda maior em nós? – Perguntou.

– Quanto a isso... Eu posso fazer, mas não quero. Essa maldição fora lançada há muito tempo. O tempo em que meu ancestral Riorg era vivo. Logo não podemos fazer nada para quebrá-la, pequeno Lycan. – Citou, muito sarcasticamente, o mago mais velho. E a menina sorriu baixo. A raiva de Ian ainda estava lá, mas ela agora estava sendo escondida.

– Bem... Continuando. Este é Dox Igor OcClyeif. Ele é o líder soberano das atividades da Natureza mística no mundo. Estes pequenos são os voluntários a causa. Layah e Daniel DocConnor, eles são irmãos, mas Layah é mais nova. Ela possui estado de nível médio dentre os magos. E seu irmão, também conhecido como Brilho Branco, é um mago de nível alto. Eles se juntaram a vocês na próxima vez que forem em jornada. – Por fim acabou.

– Yagger. Janna. Zack. Clary. Desculpem-me por fazer vocês ficarem na situação em que estão. Red... – a voz falhou. – desculpe-me também. – O olhar de Ian era de puro desespero.

– Por que está pedindo desculpas? Não tem nenhuma situação, Ian. Nós cinco decidimos contar tudo apenas quando você acordasse. – Falou Yagger.

– Então... Podem começar. – Falou uma voz vinda do comunicador Direito. Era um demônio de cabelos castanhos e olhos verdes, iguais os de Ian.

– Ok senhor Alastor... Deixe os garotos falarem. – Agora um homem todo de terno e de cabelos vermelhos se pronunciou.

Nesse momento várias vozes começaram a discutir dentro do comunicador, mas para acabar com aquilo Isack, filho de Gorgon, pôs sua espada, já despertada, no centro da sala e uma corrente maciça de energia correu para todos os cantos da sala.

– Parem! Deixe Ian e seus amigos falarem! – Exclamou Isack. Ele era pouco mais novo que Ian, mas era um bom súdito.

– Obrigado, Primo. – Agradeceu o garoto de cabelos vermelhos.

Ian começou a andar para o centro e de lá pediu aos amigos que começassem. Logo Red falou tudo sobre sua grande evolução como lycan e como demônio, falou sobre Brunne e sobre como o matara. Glorya não aguentou ouvir a informação sem chorar, ela estava chorando rios em silencio. E então falou sobre o aconteceu com Thief. O assunto foi completado por Yagger, que expos sua Lycan Master a todos e retirou de todos os que estavam ali um suspiro árduo, entretanto apenas um sorriso apareceu no rosto de RyuuGran Sitri. E então Janna falou sua parte da jornada, contou sobre os clãs que estavam em extinção, falou sobre o selo de maldições e sobre como tinha batalhado contra Sarah. Os gêmeos sorriram e começaram a falar sobre a miniaventura que tiveram antes de encontrar com os lycans, depois falaram sobre a batalha contra os gêmeos GaYoon e falaram sobre a batalha contra Calisto. E por fim, Ian falou sobre seu encontro com Ophis na casa dos anjos caídos – esse fato fez todos os demônios rangerem os dentes. Ao saberem do poder em que Azazel estava em mãos. E o fato de Miguel aparecer. – Depois falou sobre seu poder novo e ao falar disso todos os demônios de cabelos castanhos levantaram-se.

– Então... Você é um de nós! Os bael. – Falou Alastor.

– Não. Sou um Gremory. Minha mãe era filha de um Bael com uma Loba, mas sou um Gremory. Criado e Honrado como um e por um. Meu pai, Claudius Gremory! – Falou Ian. Isack sorriu e Alastor fez cara de bravo.

– Não tenho mais nenhum interesse em ficar aqui. – Levantou-se Alastor. E então uma mulher segurou seu braço.

– Honre seu neto Alastor! Não o ignore. Sabia que isso iria acontecer. – A mulher que falava possuía um cabelo de tom avermelhado. Era Gumercia Gremory, mulher de Alastor.

– Tsc! Só porque você pediu. Meu bem. – Falou e encarou Ian como se falasse: “Você sabe, agora fique na sua e mantenha a conversa.”

– Bem... Vou continuar. – Virou-se para Zafrina e percebeu que ela sorria de forma fina e fria. E então o garoto continuou a falar da batalha contra Roger e depois acabou por falar sobre a batalha contra Calisto.

Todos ficaram em silencio por um grande período de tempo...

– Esse Clalisto deve ser muito forte. E ele ainda é apenas o 5º mais forte. Vocês foram capazes de derrotar o 6º, 7ª, 8º mais fortes, porém somente ele, não. – Falou Dox, o mago. – Olhem... Treinem. Sei que vocês ainda podem despertar muitos poderes. Principalmente vocês. – Apontou para Isack e para Ian. – Suas lâminas espirituais são poderosas e únicas. E você apenas abriu uma zona de poder Ian, enquanto Isack não despertou nenhuma. E você viu o efeito massivo que apenas a zona de poder Boost faz contigo. Isack e Ian... Eu irei ajuda-los com as lâminas. – Se ofereceu o Mago. Ian não negou, mas também não aceitou.

Gorgon então se moveu. – Ian não poderá treinar ainda. – Todos o encararam, ele falhou... – É-É que ele está em conflito. Ele já despertou duas zonas de poder... A zona de poder Lycan dele despertou há muito tempo, mas a zona de poder Demon a selou. Isso acontece quando o poder demoníaco dentro do lobo é maior que o poder natural dele, porém o chamado do poder natural é maior que o poder místico. Ian precisa despertar a Zona de poder Demon para ter controle das três zonas. A boost está em confusão por conta da luta das outras. – Ian lembrou-se de seu sonho, as safiras se encarando. – Bem... Deixem isso comigo. –

– Acho que isso é o mais próprio para agora. – falou, pela primeira vez, RyuuGran. Sua voz é muito parecida com a de Yagger quando se transforma por completo. – Precisarei de três semanas com esses dois Lycans. Depois eu partirei para fazer a parte dos demônios na jornada. – Todos assentiram.

– Bem... E os meus? Como ficam? – Falou Zafrina.

– Irei mandar uma pessoa, que não quer aparecer ainda, ir ao seu clã Zafrina. – Falou Victor.

– Então tudo correto. Temos de ir agora. Janna, Clary, Zack. Vamos ao festival. – Disse a líder DrillShine e desligou o comunicador.

– Ela é sempre assim? – Perguntou Alastor.

– Sim. – responderam todos os lycans em uníssono.

– Que triste... – Falou Gumercia. E Alastor Sorriu. – Nós também devemos ir. Nosso clã tem uma classificatória hoje. – Alastor e ela saíram, enquanto eram seguidos por vários membros de cabelos vermelhos e castanhos, sumindo em círculos mágicos.

– Muito bem... – Falou uma voz fria, pela primeira vez também, era muito tensa e firme. Era de dar medo apenas em ouvir. – Victor você e seu filho estão fazendo um bom trabalho. Espero que vocês evoluam e nos ajudem nessa luta contra Ophis. Agora vamos embora. – Ele falou e todos os membros do clã Glasy-Labolas sumiram em círculos mágicos. Deixando apenas Gremorys.

– Nós também vamos embora. Até mais ver. E Gran-Kõhai* treine-os bem. – falou um homem de cabelos vermelhos e desligou o comunicador.

– Vamos começar a seção Standby de vocês. Agora! – falou Victor. E todos se moveram afoitos, menos Ian.

– Senhora Ophis... Sei que não é o momento correto para cativar sua atenção, mas devo te informar... – Falou uma voz turva na calada da noite, saindo de um círculo mágico sobre a mão de Ophis, ainda uma jovem semi-humana.

Ophis estava vestida como sempre, com um vestido de cetim negro com as suas marcas em purpura. Ela parecia muito ansiosa com algo, pois não parava quieta em nenhum local. Seus passos tinham ritmados e constantes, tão constantes que a voz vinda do círculo tremia a cada Tic dos saltos finos e duros da garota-dragão.

– Adiante! Não tenho todo o tempo do mundo, minha preciosa Lizandra está a minha espera. – Falou a criança-dragão, inquieta e andante.

– Não pretendo tomar muito seu tempo... – Continuava a voz turva, cada vez mais rouca por conta da frequência e da distância de Ophis da posição inicial. – Os lobos estão se organizando. Eles começaram algo que chamam de “Standby” que não passa de um programa de treinamento. Os demônios e os magos estão ajudando. Se eles reunirem mais ajuda com os espíritos míticos podemos ter problemas. –

– O fato de estarem treinando já é um problema. Esses lobos, mesmo sem treinamento, foram fortes o suficiente para derrotar metade dos meus dez mais fortes guerreiros, então a tendência é a que eles se tornem mais fortes... Principalmente aqueles dois, o de cabelos vermelhos – A voz do círculo praguejou ao ouvir a informação. – e o lobo maior, eles são a prioridade. Quero que você, meu fiel espião, os impeça em seu treino. E não se deixe ser descoberto. –

– Certo. Irei fazer isto, mas... uma sugestão. – Ophis encarou a mão incrédula, como se não estivesse acreditando que estivesse a falar com um subordinado, mas deixou-o continuar. – Por que não usa a garota? A Júpiter? –

Após uma gargalhada enorme, Ophis citou: - Ela é minha melhor arma. É ainda mais forte que os outros dez juntos. É aliada, mas é muito perigosa para se deixar ir agora. Adeus. Eu agora devo ir. – E então a garota-dragão pôs uma unha sobre o círculo mágico e ele se desfez em pó.

Ophis estava agora pensando, já havia parado de andar faz tempo, desde que ouvira as palavras “demônios e magos”. Ela mordera a unha enquanto encarava o corredor negro onde estava. Era um corredor longo com várias estatuas de monges sem partes do corpo, porém ao fim do corredor havia uma estatua completa de um monge macaco, este por sua vez segurava duas espadas e o movimento em que fora esculpido demonstrava que ele estava a dançar com elas. O corredor só era iluminado por velas de fogo roxo, bem tenebroso. As informações deixaram Ophis preocupada, mas ao mesmo tempo ela queria ver esse desenvolvimento...

– Minha senhora! Minha Senhora! – Uma voz acelerada chamava Ophis. Era uma voz feminina, frágil e doce. – Lizzy está esperando por você. -

– Estou aqui. E tenha calma, Dalilah! – Ordenou.

– OK! Estarei calma a partir de agora! – Citou falando alto novamente.

Ophis suspirou e a tocou na testa, a garota sorriu e foi andando a frente da sua mestra, que logo fora atrás dela...

Todos na mansão dos Glasya-Laser estavam agitados, muito afoitos. Todos pareciam estar entrando em uma espécie de modo automático, apenas Ian não estava se movendo. Eles estavam todos comentando uns com os outros, mas Gorgon, Victor e RyuuGran já não estavam mais ali. Glorya estava com Thiago e Yagger, provavelmente falando sobre como é difícil e cansativo estar gravida de gêmeos. Ela continuava linda, mas estava com a pele mais clara e os ombros pareciam decaídos, não deveria estar rodeada de tanta tensão. Dox, o líder dos magos, estava falando com Isack. Antes que Ian se desse por percebido, ambos os magos mais jovens estavam a sua frente, a garota estava sorrindo e se inclinando para frente para encará-lo, entretanto o irmão estava atrás com um rosto mais fechado como se não quisesse chega perto de Ian ou como se tivesse repugnância. Ian não gostou disso, mas não deu atenção.

– Oi! Sou Layah. E este mal humorado é meu irmão, Daniel. Não se preocupe com ele. Ele é legal, mas não demonstra muito. E é muito calado. – O modo como a garota falava era reconfortante. E fazia Ian se lembrar de sua amiga, Janna. Então ele devolveu com um sorriso. – Olha. Você sorri! Bem... Desculpe falar assim e fazer perguntas, mas esse é meu jeito comum, significa que gostei de você. –

– Como você de alguém que não conhece? – Perguntou, Ian. A garota-maga pensou por um tempo e então parou sem resposta.

– Não sei. Apenas gosto. – Sorriu. E Ian devolveu novamente.

– Você é bem interessante. Quantos anos você tem, Layah, correto? –

A garota assentiu a pergunta de Ian.

– Eu tenho 13 anos humanos e 21 anos mágicos. Não tente entender a parte mística, só quem faz magia sabe. – Explicou, Layah.

– Mas eu faço magia. – Mostrou então a menina uma esfera minúscula de energia vermelha e a lançou numa arvore, pela janela, onde a esfera destruiu um dos galhos da planta. – Viu? –

– Hm... – Fez um som, indignada. – Isso é magia demoníaca. Não é esse tipo de magia de nascença que falo. –

– Layah! – Falou o irmão calado. – Cuidado com o que fala para esse garoto-lobo. Não é porque estamos nos unindo a eles que devemos partilhar segredos que não envolvem o assunto ao que viemos aqui. – Seu olhar de nojo era nítido. Ian se perguntava o que ele fazia ali ainda.

– Certo... Daniel. – Falou a garota, agora murchando.

– Bem... Não quero saber dos segredos de ninguém. Pouco me interesso em magia humana. Só quero melhorar a minha e prosseguir com meu treino e minha jornada até Ophis. – Falou levantando-se.

– Ei! Você não me disse quantos anos você tem! – Exclamou Layah, indignada.

Ian sorriu e então disse: - Não muito mais que você. Tenho apenas 15 anos. Tinha 12 quando meu pai “morreu em batalha” e passou a chave para Fafnir a irmão, que virou líder e enquanto tinha 14 o perdi. E é por eles que estou lutando. – E então sua expressão era de felicidade. Essas eram as palavras que queria dizer havia muito tempo, mas não havia o momento correto. *Layah. Essa menina fará muita diferença nessa jornada.* Pensou Ian.

– Triste sua história, mas muitos finais felizes começam muito tristes, ficam muito ruins no decorrer, mas acabam numa maravilha. Espero que seja assim. – Falou a garota-maga.

– Também espero, até porque estamos nos juntando a isso. – Completou Daniel, ele parecia insatisfeito.

– BEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEM! Meus garotos. Vamos começar com os preparativos para o nosso Standby. – Falou Dox ao lado de Ian, quase o deixando surdo do ouvido esquerdo.

Então Dox guiou Ian, Isack, que agora estava com eles o tempo todo, Layah e Daniel para uma área aberta sobre o terraço leste da mansão dos Glasya-Laser. Não havia nada além da parte superior da casa. Era tudo totalmente branco, para refletir a luz e o calor do sol, durante o dia. Era fim de tarde, já estava anoitecendo. E quando realmente se tornou noite todo o lugar branco agora era coberto por uma camada de energia purpura. Era um feitiço enorme. Realmente enorme, pois não afetara apenas o chão do teto, mas também criara uma espécie de cúpula para prendê-los, ou pelo menos parecia isso.

– Bem, meus jovens magos e Gremorys, esse é o Standby! – Falou levantando os braços como se quisesse mostrar toda extensão do feitiço. – Nesse exato momento, os garotos DrillShine e os outros dois estão dentro de uma cúpula igual a essa. É um feitiço notívago, de energia obscura. Irá funcionar toda noite, durante três semanas. É o poder de sessenta magos de nível alto que cria essas cúpulas. Vinte em cada cúpula. Eles canalizam através do céu escuro, então o consumo de poder mágico é quase nulo. – Falou essa parte olhando para Daniel, que estava prestes a questionar algo. – E antes que vocês perguntem, o efeito do feitiço é duplicar toda experiência corporal e mental, evolução que vocês tiverem aqui, porém a exaustão também será dobrada. E uma última coisa, eu só estou aqui com vocês hoje. Eu me encarregarei do treino dos garotos DrillShine, o nosso outro amigo não pode comparecer, logo vocês terão de se esforçar em melhorar o que têm. -

– E por lobos do deserto, você irá nos trocar... – comentou Daniel.

– Eles não são apenas lobos do deserto. São muito poderosos. Quase tanto quanto vocês. Estou falando de todos. – Falou Dox Igor apontando para todos e acabando em Ian.

– Bem. O que você sugere que façamos? – Perguntou Isack, com sua voz rouca e adiantada para sua idade.

– Layah e Daniel são magos de níveis diferentes. Eles devem duelar primeiro sobre condições de contenção de poder. Layah, o alcance todo momento. Se acabar se perdendo, ambos recomeçam. Daniel isso ajudará a você controlar o fluxo do seu poder melhor, então sem reclamações de atrasar você com esse treino repetitivo. – O garoto-mago rangeu os dentes. - Enquanto a vocês lycan... Ian, você possuí uma magia demoníaca bem única, uma raridade entre lobos. Acho que deve ser o primeiro com este poder em si. Bem... Você só precisa se concentrar em algo forte na hora de moldar e de lançar, pois você já sabe projetar a energia. Isack, meu garoto, você já controla bem seu lado demoníaco, sua zona de poder está pedindo para se soltar. Em uma real experiência de batalha, ela será demonstrada. Quanto a isso em você. – Apontou para Ian. – Você deve escolher o demônio ou o lobo. O que você será ou do contrario irá perder o controle sobre estas zonas novamente. Desperte o que falta e exploda em poder. E se lembre: os resultados são duplicados aqui... Então terá de ser muito, muito forte para resistir às investidas da massa gigantesca de poder que a sua Gjard pode lhe dar. – todos assentiram. – Comecem! –

Todos foram treinar em partes diferentes. Layah estava de frente para Daniel. Eles estavam sentados distante de todos os outros. Eles pareciam queimar de energia enquanto se elevavam o poder, mas Layah parecia estar sofrendo um pouco mais que Daniel. A tensão também era enorme com Isack. Ele estava a lutar contra vários monstros feitos de areia criados por Dox, mas não estavam nem sendo páreo para ele. Ian não podia fazer nada além de tentar criar e manter focos. Usava Gjard, sua espada, como um deles. Um foco para obter força. Isso fez com que a espada gerasse energia como da ultima vez, contra Calisto, então ele começou a fazer mais vezes. A quantidade de poder que estava a armazenar estava cada vez maior, porém era difícil para ele conter o impulso de cair ao chão... Seus tendões doíam muito, ao mesmo tempo em que a força vinha...

– Primeiramente digo a vocês, que sentem! – Ordenou, uma mulher alta, bonita, loira e com pele morena-clara. Era Zafrina DrillShine, líder do clã de mineradores de diamantes. Ela estava dentro de uma redoma purpura junto de seus filhos, Zack e Clary, e de sua sobrinha, Janna. Ela iria conceder a eles o primeiro treinamento, mas antes lhes explicou o que acontecia. O treino seria especial, duro e complicado. Antes de falarem ou efetuarem algo, a mulher lhes explicou que os treinos serão feitos com o líder dos magos, Dox, mas ele não poderia comparecer e ela seria a coordenadora do treino inicial.

– E o que vamos treinar? – Questinou um de seus filhos, Clary.

– Vou ensinar a vocês como liberar a luz do sol, mesmo a noite ou em locais escuros. – Explicou Zafrina.

– Como isso é possível. A noite é mais possível, pois a luz que a lua emite é, na realidade, luz do sol, mas e em locais escuros? Locais foscos e sem luz? – Comentou a garota mais velha, Janna.

– Simples. O que é contido pode ser liberado. Mostrem-me seus círculos mágicos. Não o da Sacred. – Falou a Janna. Todos mostraram círculos mágicos todos amarelos, porém o de Janna era diferente, possuía desenhos diferentes. – Agora que estão prontos... – Ela própria invocou um círculo mágico minúsculo. – Expandam-nos! – ordenou fazendo seu minúsculo círculo se tornou um circulo de quase quatro metros. Os de Janna e Clary tinham menos de três metros. O círculo de Zack possuía quatro metros, igual ao da mãe. – Bem... Para Janna, que possui as rochas de brilho, e para Zack, que possui os diamantes, é mais fácil. Vocês dois só precisam concentrar os seus objetos no círculo e por todo o brilho do sol do local nele. Clary. Faça a mesma coisa. -

Eles ficaram horas juntando energia. Tirando-a da Lua e pondo em sues círculos. Os diamantes de zack estavam brilhantes e prateados. Zafrina sorria enquanto o olhava, mas ao olhar para Clary, seu sorriso se esvaia. A garota-lycan estava com dificuldades, pois queria gerar muita energia ao mesmo tempo, entretanto ela apenas estava se cansando mais. Pingos de suor desciam pela silhueta de seu rosto, mas ela não desistia. Os símbolos dos círculos ganhavam brilho aos poucos. As pedras de Janna estavam começando a cintilar. Enquanto isso, Zafrina fazia o mesmo, mas em metade do tempo o círculo dela já estava completamente luminoso e trancado. Ela explicou que trancar é necessário, mas deve ser o último passo da absorção, pois se caso não trancar o círculo a energia absorvida se gasta sozinha.

Os três garotos estavam muito empenhados. Depois de vinte minutos, Clary já havia completado seu círculo, entretanto estava ofegante e cansada. Janna estava quase acabando, agora também cansada e um pouco suada. Zack levava tudo em uma brisa leve, ele estava quase no fim, sem se cansar ou suar. Zafrina não escondia seu orgulho do filho, mas Zack estava sentindo que Clary não estava bem com isso.

– Pronto. – Todos haviam acabado. – Vamos selar o círculo. Transformem seus círculos nos menores possíveis. Depois disso ponha-o sobre sua pele, num local onde não seja visto, e o sele novamente. – Todos o fizeram. Janna pôs embaixo de uma de suas luvas, Clary pôs no calcanhar e Zack pôs no lado esquerdo do quadril. Ao selarem os círculos no corpo, eles sentiram-se revigorados. – Clary... Você juntou energia antes de todos, mas se forçou demais. Se fizer isso novamente poderá não se mexer no outro dia. O feitiço duplicará seu estado físico e mental, como expliquei antes. Sendo assim, sua pressa te castigará mais tarde. – Bateu palmas. E os círculos de todos se desfizeram. – Vamos... Novamente. – Falou sorrindo sarcasticamente.

RyuuGran Sitri, o guerreiro demônio estava dentro de uma redoma purpura ao leste do terraço da mansão Glasya-Laser, ele estava acompanhado por um grupo de pessoas. Eles encaravam Thiago Glasya-Laser e Yagger Laser. Era um grupo de cinco pessoas, provavelmente demônios. Depois que RyuuGran contou sobre o status do feitiço e das condições, o mesmo apontou para frente e seu grupo adiantou o passo. Yagger e Thiago rapidamente semitransformaram-se e saltaram um para cada lado, opostamente. RyuuGran sorriu, em respeito ao movimento conjunto.

Os lacaios de RyuuGran pararam a apenas cinco metros a frente do mestre.

– Apresentem-se! – Ordenou o demônio-líder. Ele falava pouco, então o impacto de um grito alto daqueles era extremo.

E então uma mulher linda deu um passo à frente. Ela estava vestida em véus, assim como o mestre dela. Trajava véus vermelhos em torno de sua pele extremamente branca, os tecidos ganhavam muito destaque quando mostravam as curvas da mulher, ela parecia uma Musa grega, era esguia como se dançasse várias vezes por dia para definir a cintura. Possuía cabelos negros como petróleo e olhos mais negros ainda. Tinha praticamente todos os traços de RyuuGran. Seus cabelos estavam soltos e flutuavam com um simples passar de vento. Ela tinha posse de uma lança fina e amarela, toda trabalhada em detalhes estranhos.

– Sou Coon Sitri. Mulher e Queen de RyuuGran Sitri. – Falou, sua voz era seca e fina.

Logo após o movimento de Coon, outra mulher se pôs ao seu lado. Em comparação com a primeira, esta não era tão bonita. Era uma garota baixinha, com pele também branca, e com definições musculares. Ela possuía cabelos negros, porém mais claros que os de Coon, e bem cacheados e pequenos, na altura do pescoço. Tinha olhos verdes, chamativos. Ela vestia trajes normais: short jeans, blusa azul com o símbolo do clã Sitri e um colete jeans retalhado nas mangas sobre a blusa. Consigo, trazia um par de luvas de metal, que estava a colocar.

– Sou Liana Sitri. Tower/Rook duplicada de RyuuGran Sitri. – Disse. Tinha voz doce e agitada, como a de uma criança animada.

E então, o primeiro homem se pôs a mover... Era um cara alto e musculoso, com vestes iguais as de seu mestre, porém com um pouco mais de véus e tiras de prata entrelaçando sua cintura e braceletes nos membros superiores. Ele possui cabelos longos e negros iguais aos de Liana e olhos tão negros quanto o fundo de um abismo. Carrega quatro espadas no entorno da cintura, duas de cada lado. Corpo de Gladiador, face com cortes pequenos, como se já tivesse travado vários conflitos.

– Sou Sonzo Sitri. Knight duplicado de RyuuGran Sitri. – A voz dele era totalmente inesperada. Era fina e desengonçada. Red sorriu e ele o encarou.

Antes que uma guerra de fuzilações com olhares começasse outra mulher chegou ao lado de Sonzo e pôs a mão no ombro dele: - Calma! Irmão... – Falou, sua voz era tensa e forte. Ela era tão linda quanto Coon e Liana. Assim como o irmão, ela era alta e branca, mas diferente do monte de músculos, a mulher era esguia e bem curvada. Possuía cabelos negros, mas, diferente de todos, seus olhos eram acinzentados, como nuvens de chuva. Tinha em seu pescoço um colar dourado muito bonito e levemente entalhado.

– Sou Soyou Sitri. Pounce única de RyuuGran Sitri. – Disse a mulher.

– Meu melhor membro, em combate. – Completou o Mestre. Coon o encarou e ele ergueu os braços, em defesa.

Uma ultima mulher se pôs a frente. Ela era uma mulher magra, baixa, com pele branca como a neve. Cabelos e olhos tão negros quanto os de RyuuGran. Vestes iguais as de Coon, porém as cores são diferentes, os tecidos desta eram amarelos. Seu sorriso era frio e combinava com um psicopata. Possuía uma luva azul na mão esquerda.

– Sou RyuuDai Sitri. Irmã e Bishop de RyuuGran Sitri. – Falou, com uma voz linda. Como o gorjeio de pássaros.

– Agora que todos da minha Peerage foram apresentados a vocês. Peço que retribuam o favor. – Pediu RyuuGran.

E então Thiago suspirou e se pôs a falar: - Sou Thiago Glasya-Laser ou Red, como quiserem. Lycan ½ demônio. Príncipe dos Glasya-Laser. E faço parte da busca por Ophis. – E então se pôs a calar.

– Por qual motivo chamaríamos você de Red? – perguntou Liana.

– É um pseudônimo. Tenho, ou tinha, o título de Red Hunter, por conta dos meus olhos. – E então ele mostrou os olhos, ainda em forma de lobo. Todos se assustaram, menos RyuuGran e Coon.

– É realmente estranho. – Falou Sonzo.

– Jura? Sua voz, para comparar com seu corpo, é mais. – Retrucou, Red. E Sonzo se enfureceu.

– Não zombe de mim garoto. Minhas Hazel e Gorjia vão te partir ao meio se continuar. –

– Bem... – Praguejou Yagger. – Acho que é minha vez. – Falou. Todos assentiram. – Sou Yagger Laser. Apenas Lycan. Sou parte da busca por Ophis. –

– Só isso? Nada de especial? – Perguntou Liana, novamente.

– Sim... Somente isso. – Concluiu Yagger.

E então o chão começou a tremer, RyuuGran estava brilhando em uma luz azul fluorescente. Ele estava usando seus poderes. E após a grande apresentação, disse: - Bem... Agora é hora do treino. Será simples. Vocês terão 4 dias para derrotar meus subordinados. Sendo que teremos duplas: Liana e Sonzo, primeiro. – Sonzo sorriu e apontou uma espada para Thiago, mas Yagger a fez a abaixar e sorriu para o dono da arma, que ficou surpreso. – Depois Coon e RyuuDai. E por fim Soyou. Quando um alvo estiver aparentemente sem condições de batalha, ele será expelido para uma enfermaria por magia. Ferimentos vitais não serão proibidos. Estamos treinando para derrotar um dragão. Fim. –

– E por que você não irá lutar também? – Perguntou Yagger.

– Eu? Pois eu sou poderoso demais, mesmo com muito controle. Um ataque sério meu e metade desse clã sumiria. – Red e Yagger ficaram ambos brancos. – Eu tenho o poder de um Maou, um rei demônio, mas não sou um, então estou encarregado de fazer outras coisas. E, tirando os quatro maous, eu sou um dos únicos que podem lutar contra Ophis em seu nível normal. Esclarecido? -

– S-Sim. – Falou Yagger, quase que perplexo.

– Comecem a se arrumar. Em dois minutos teremos a primeira tentativa de batalha. – Concluiu RyuuGran e sentou-se num degrau do canto do terraço.

A palavra “tentativa” não animou Red, mas ele tinha planos e queria compartilhar com Yagger, então se moveu para a direção do Lycan maior.

– Ei. Ele é um usuário de espadas, você poder desarmá-lo e teremos isso no papo. – falou red.

– Não é assim tão fácil. Primeiro: não estamos lutando apenas com ele. Segundo: pelo o que me lembro, rooks são especializados em combates corpo a corpo e outra... – olhou para Liana. – aquelas luvas de metal não são normais, assim como todos os acessórios deles. A lança, a luva azul, o colar de ouro. São todos itens mágicos ou até mesmo Sacred Gears. Não será fácil. Eles são todos demônios completos, devem ter melhor uso e conhecimento desse tipo de coisa do que nós. – Argumentou.

A chuva de argumentos pôs Red para baixo, mas ainda assim o garoto de olhos de sangue sorriu e disse: - Não vamos desanimar. Ian, Janna e os gêmeos estão passando por treinos também. Não devem ser fáceis... Temos de nos adiantar. Vou tentar cobrir Liana enquanto você cuida daquelas espadas, tenho um mau pressentimento para com elas. Somos Lasers! Vamos mostrar a eles. – Falou e pôs sua mão a frente da mão de Yagger. E o amigo a pegou, sorridente. Pelos e garras de lobos entrelaçados em sinal de confiança e parceria.

– Podem começar! – Falou Coon, afastando-se do centro, assim como todos os outros, menos Liana e Sonzo.

Liana sorria como um gato, fofo e sorrateiro. Sonzo estava tenso, porém concentrado. Eles estavam desproporcionais, ela mais a frente e ele como um tipo de guarda-costas atrás. Sem pensar em nada começaram a se mover.

– Sonzo! – Chamou a garota pequena. – Vamos lá. – Seu parceiro apenas assentiu, concordando.

Então eles se moveram. As luvas da garota, que eram metal, agora estavam brilhantes como os faróis para barcos. Sonzo ergueu a espada que antes ele chamara de Gorjia, era a menor de todas, porém mais enfeitada. Era vermelha e negra, quase igual a espada de Ian, Gjard. Sonzo então se apressou e, com a mão esquerda, pegou Liana e a lançou no ar muito alto, onde a garota deu uma cambalhota. Liana agora estava de cabeça para baixo com ambas as mãos esticadas, parecia estar esperando algo. Então Thiago foi à frente de Yagger e, com a mão brilhando, pôs a criar várias espadas brancas. Entretanto Sonzo não estava pronto para esperar e então efetuou um corte a longa distância.

– GranMaou! Luna. - E então uma rajada enorme de luz lunar prateada fora na direção de Thiago, mas suas espadas brancas receberam e refletiram o dano para Liana. A garota sorriu e Yagger percebeu.

– Pegue-a! – Disse Liana enquanto segurava o corte mágico, triplicando seu tamanho e redirecionando para os dois Lycans. Agora suas luvas estavam mais foscas e quase sem brilho.

Yagger foi rápido o suficiente para controlar as espadas de Red a frente deles e os retirou dali, enquanto as espadas rachavam e o corte explodia. Sonzo e Liana não estavam cansados, nem pareciam ter gastado tanta energia com aquele movimento de enorme poder. RyuuGran observava calado enquanto os próximos movimentos começavam a rolar.

– Interessante... – murmurou o líder.

Já estava na metade da noite... Ian e Isack ainda estavam começando o treinamento deles. Ian, com sua lâmina espiritual, trabalhando a projeção de poder. A cada vez que aglomerava sobressaia a tentativa anterior. O fulgor de inspiração em Isack era tão grande, que o mesmo estava projetando igualmente muito poder. Vendo as massas de energia, Dox estava preocupado e decidiu intervir, pela primeira vez.

– Garotos – Chamou o mago - vocês estão com um ritmo bom, mas cuidado. Vocês têm poderes raros e fortes. Ian, seu poder de condução do poder da sua Power of Destruction é esplendido, agora o molde em algo. Isack, sua Moon Energy também está no auge. Logo você terá sua primeira zona de poder liberta. – Sua face mudou. De preocupação para desdém. – Er... O feitiço é forte, mas com uma massa de energia tão grande é capaz do feitiço se esvair. He-he! –

– Não se preocupe, não irei exagerar. – Falou Ian e Isack concordou.

– Não estou falando com apenas vocês, por medo de quebrar o feitiço. Zonas de poder espirituais são coisas muito perigosas... Vocês viram que ele – Apontou para Ian. – apagou por seis dias por extrapolar o poder em batalha. Isack você tem uma praticamente gritando para vocês deixá-la sair. – Suspirou e continuou. – O feitiço irá dobrar o cansaço depois, não quero que vocês entrem em coma, então vão com calma. E ainda tem o fato de Ian não poder ser treinado. Gorgon ficará furioso, mas não estarei aqui para ouvi-lo amanhã. – Sorriu e olhou para seus magos.

Layah e Daniel. Eles estavam indo muito bem. Era apenas a terceira vez que recomeçavam, mas Layah estava dando tudo de si. O poder dela cortava-a nas extremidades, mas os cortes sumiam assim que eram feitos, ela estava se curando. Daniel, por outro lado, não possuía essa capacidade, logo estava com o rosto sangrando na bochecha e as pontas dos dedos também. Estavam de olhos fechados e muito concentrados. Tão concentrados que não se moviam do lugar, mesmo com todo o poder que os rodeava. E então uma coisa ocorreu. Por um segundo, os dois brilharam e círculos mágicos surgiram sobre a cabeça deles e uma espécie de energia rosa saiu do que estava sobre Layah e uma energia cor de perola saiu do círculo de Daniel. As energias se fundiram e criaram um selo dentro dos dois círculos, então ambos levantaram e se mostraram iguais, porém com cores diferentes. E então explodiram. Layah foi a primeira a se levantar. Estava com uma expressão de paz interior e de confiança. Daniel estava como de costume. Dox Igor sorriu.

– Muito bem, meus discípulos. Vocês conseguiram atingir o objetivo. Layah, agora você é uma maga de nível Alto e Daniel, você possui muito mais espaço para contenção de poder. Posso ver só de olhar para você. – Então ele estalou os dedos. – Vão se sentar. – E os dois foram sem dar nenhuma palavra ou gesto.

Quando se sentou, Layah abriu os olhos. Eles estavam com mais brilho que antes. Ela havia crescido seu nível de poder muito. E Ian se perguntou se ela havia atingido o nível mais alto de sua magia e colado algum tipo de grau para mago, mas quando olhou para Dox viu que era muito mais que isso.

– Não percam o foco. Vou ajudar a vocês. Ian já sabe moldar. Isack está pronto para batalha. Testem suas habilidades novas em meus servos... – E então o homem fechou os olhos e cuspiu no solo onde se criou um círculo mágico e deste urgiram vários outros que ficaram sobre o chão. Num total de trinta círculos mágicos. Os círculos eram sem cor, eram totalmente cheios de símbolos e tinham um odor de morte, que fez Ian e Isack tampassem, com as mãos, seus narizes de lobo hiperaguçados. – Grow at Hell! – E então areia nasceu dos círculos e delas nasceram vários Zumbis com espíritos negros. A prata seria muito eficiente contra eles. – Esses são do quarto pelotão do meu exército, fazem parte da minha Death Magic. Agora vou me sentar. Evocar tantos deles me cansa um pouco. -

– Vamos lá! Gjard! – Falou Ian e sua espada cintilou, Isack percebeu.

– Nós também. Birdra! – Sua espada cintilou em azul.

As espadas eram TOTALMENTE diferentes. A Gjard era uma espada retrátil que agora nunca mais poderia se reduzir. Ian havia feito a libertação do espirito da lâmina, assim como Isack. Birdra era uma espada com o mesmo tamanho de Gjard. Entretanto, Gjard é vermelha-sangue com prata negra e safiras roxas apagadas. Birdra é azul-ciano com prata negra e cristais hexagonais roxos apagados. Enquanto as safiras rodeiam o cabo da Gjard, os cristais de Birdra descem do fim da lâmina até a ponta do cabo. Fora isso elas são iguais. Birdra é a espada com o espirito da Fênix infinita de penas azuis de fogo fátuo. Gjard é a espada com o espirito de um dragão feito de corais do lago que banha o território gremory. Elas são as últimas partes de um conjunto de 10 lâminas, que foram perdidas no tempo. Isacak contou a Ian que encontrou Birdra em sua jornada sobre as colinas vermelhas do território demoníaco. Achou a espada num ninho de pássaro quarenta e cinco metros acima do chão.

– Vou tentar algo novo de início. – Falou olhando para Isack e depois para sua espada. - Gjard... – A espada brilhou acumulando energia. – Blade! – E então a espada triplicou de tamanho, mas seu peso não havia mudado. A espada estava completamente vermelha-sangue com quase três metros.

– Nossa. Vou começar também. Moon Ring. – E então um anel de energia azul surgiu sobre a cabeça de Isack, logo o anel começou a se contorcer e diminui de tamanho. E continuou a diminuir... Diminuiu até ficar da largura e grossura do dedo do garoto-lycan. Sem que ele coordenasse, o objeto, que agora era totalmente prateado como a Lua, ajeitou-se no dedo do mesmo. E assim que o anel pousou e se ajeitou, o corpo de Isack recebeu um contorno de Neon fraco prata. Ele estava absorvendo energia da lua para si. Ele estava aumentando seu poder mágico mesmo sem precisar se concentrar.

Com apenas um corte em diagonal do chão para a esquerda, Ian fez com que vários Zumbis morressem queimados ou explodidos, pois a cada toque de Gjard criava uma explosão de proporções pequenas, mas suficientes para matar. Isack tinha conseguido energia suficiente para impor sua Birdra sobre vários Zumbis, em poucos segundos ele estava tomado pelo frenesi de batalha e a cada vez que matava algum zumbi gargalhava. Ian tinha parado de batalha para observá-lo, os Zumbis não tinham magia, então somente se defendiam com espadas negras, porém o brilho prateado de Birdra cheia de poderos queimava, antes do confronto. E então aconteceu... Fszh! E o segundo cristal de Birdra explodiu numa luz azul escura. Ele havia despertado uma Zona de poder.

– Demon... – Dox sussurrou, mas antes que pudesse falar algo, Isack destruiu todos os zumbis e pôs-se a transformar. Estava ficando maior, com garras negras, o anel de prata o queimava e então o anel se desfez. Isack gargalhava, cada vez mais alto e estranho. Tinha agora três vozes trovejantes ao invés de uma. Como um tipo de possessão.

– Isack! Recobre sua razão! - Gritou Ian.

– Você é louco? Por que faria isso? Esse poder é a coisa que eu mais amo agora! – Gargalhou ao fim.

– Ian. Este é o lado demoníaco dele. Converse com ele. Faça-o recobrar a atenção real. Ele vai tentar persuadir você. Não dê ouvidos. – E então antes que Dox pudesse falar algo, Isack fundiu a luz da lua numa esfera enorme destrutiva e lançou na direção do mago.

– Cale a boca. Seu inseto! – Gritou Isack.

Dox evocou um servo para protegê-lo da esfera, mas antes que o zumbi guerreiro pudesse parar a esfera, Ian cortou-a em duas e explodiu a esfera. No mesmo momento, o Isack demônio-monstro foi em sua direção, com Birdra na cintura. Logo Ian foi para cima de seu primo. Assim que se aproximaram Ian liberou toda energia que era moldada em Gjard. A explosão lançou Isack para uma distância enorme. Ele caiu, agora semi-humano, colidindo-se com uma das divisões do telhado, destruindo toda a parte elevada da mini parede que dividia a ala onde estavam. Escondido nos blocos, Isack grita:

– Não! Você Não... – Falou tentando controlar a voz. – Me usar! – E ao fim da exclamação uivou alto. E uma luz azulada cobriu todo o local onde ele estava. Fulgurando através das rochas e da poeira.

– Sem condições... – murmurou Ian.

Trash!

Um som alto soava das luvas de Liana, que estava cada vez mais cromadas, quase prateadas agora. Davam a impressão de serem mais pesadas que a própria usuária, mas a pequena-demoníaca se movia como um lince e não se sentia nem um pouco pesada. Assim como sua parceira, Sonzo estava livremente normal, nem uma gota de suor. Já havia se passado muito tempo desde o inicio da luta. Thiago e Yagger estavam cansados, pois até ali só tiveram chances de defesa e de esquiva. Sonzo era muito lento, porém preciso e antes que pudessem o atacar, Liana já estava em sua fronte, para ajuda-lo a ganhar tempo para ataques grandes. O homem espadachim, agora estava com duas espadas em mãos. Uma delas é a Gorjia, que estava desde o começo, a outra é a Hazel, uma espada totalmente cromada de lítio demoníaco e com entalhes de gelo e fogo feitos, respectivamente, de cobalto e rubi. E pelo modo como a segurava demonstrava todo o seu respeito à lâmina.

– Isso está muito demorado. – falou Liana e olhou para seu mestre. – Gran-sama, Podemos usar aquela técnica? –

– Vocês devem ir com calma. E, por alguns momentos, pensei que já estivessem a usando. – Dissertou, RyuuGran.

– Como se eu fosse usar algo deste nível, contra eles. – Falou Sonzo, com sua voz um tanto esganiçada.

Red sorriu, mas logo se forçou a parar. Sonzo viu o sorriso e desferiu um corte em meia lua na direção dele, que saltou para o lado e fugiu do golpe.

– Vou te destroçar, seu desprezível! – Ele estava enfurecido. E se pôs a correr, os véus de sua roupa pareciam ferver em aura azul.

Liana estava a alguns metros a frente de Sonzo. Então a garota estendeu o braço com a mão esquerda totalmente aberta.

– Mantenha a calma. Da última vez a nossa habilidade não deu certo por conta de seu movimento irritadiço. – Falou. O tom de sua voz era de ordem, porém o som continuava doce, entretanto nada frágil. E o seu olhar... O olhar era de pura animação.

E então Thiago olhou para Yagger, então eles se moveram.

– Posição seis, posição nove, posição dez e doze! – Gritou Yagger, à esquerda.

– Ok. Estarei sempre em trinta pontos esteja nisso ou maior. – aconselhou Thiago.

Todos estavam surpresos, nunca haviam ouvido aquilo antes. Estavam tensos, menos RyuuGran, que apenas tinha um sorriso contido no rosto. Como se pensasse: Interessante.

Sonzo levantou Hazel e pôs Gorjia no chão, nesse instante Yagger prendeu uma de suas linhas da Sacred Gear. Sword Controller. Liana percebeu, mas já era tarde. Antes de Hazel descer ao ataque, Yagger usou Gorjia para contra-atacar Sonzo, criando uma explosão massiva. Era o poder oculto da espada. Yagger podia sentir o grande poder contido nela. E então começaram...

A posição seis era simples, eles ficavam exatamente um ao lado do outro, porém com quase três metros de diferença entre eles. A posição nove era a posição “isca”, pois Yagger ficava a frente dos inimigos enquanto Thiago vinha como um pêndulo pelo lado onde eles não possuíam tanta visão. A posição dez era o ataque consequente, a isca atacaria com tudo pela frente para chamar a atenção do alvo, para que no lado “cego” o segundo a atacar fosse preciso. E a posição doze era o plano de dispersão, onde o primeiro a atacar iria atravessar os inimigos para o noroeste e o segundo atravessaria para o sudoeste, sendo assim tirando o foco do inimigo.

E foi feito. Ao ficarem na posição seis, Yagger estava a frente de Liana, sendo que Sonzo já havia levantado e estava ao lado dela, apenas dois metros atrás. Então Red invocou um círculo mágico, de luz negra, na palma da mão, enquanto ele corria, o empurrou para frente invocando cinco espadas. Velhas amigas, as espadas de Carmem.

– Sword of Carmem. – Falou.

O movimento de Thiago chamou a atenção de Liana, a posição seis teve grande influência e a nove-dez já estava começando. Sonzo estava com seus olhos em Yagger, mas não percebera Gorjia indo em direção a ele, porém Liana estendeu a mão e, com a luva, estilhaçou a espada. Sonzo gritou.

– Minha lâmina! Por que Liana? Você está louca? – Gritava desesperado.

Antes que pudessem responder a si mesmos, Thiago desceu atacando com um pequeno turbilhão de água e ventos como no mar. O ataque envolveu Sonzo e Liana, a garota bateu as palmas das mãos e o impacto fez uma fissura no turbilhão, mas dali eYagger adentrou, com uma segundo espada em seu encalço. Era azul como o céu noturno, fina como uma katana e possuía um traço amarelado como a linha lateral de um peixe. Yagger pegou impulso pisando no rosto de Sonzo e então saiu pelo outro lado do turbilhão. E quando saiu d’água.

– Good Thunder! - Thiago gritou, a distância.

A espada azul escura explodiu. Uma onda de eletricidade azul correu por todo turbilhão e o fez explodir. Entretanto tudo estava congelado. E vários cristais de gelo caíram ao chão. Sonzo sorria empunhando Hazel que tinha seu cobalto brilhando, enquanto seus rubis estavam completamente negros.

– Água garoto? É o melhor que tem? – Falou e depois olhou para RyuuGran e dele olhou par a Liana. – Vamos começar agora! –

– Ok. – Liana voltou a sorrir como um gato, sorrateira.

E então ambos explodiram em energia azul. As luvas de Liana agora estavam douradas como ouro bruto e as espadas de Sonzo se liberaram, as três.

– Hazel. Gaje. Eiel. –

As outras duas espadas eram divergentes das primeiras. Eiel era enorme e estava presa a uma corrente no antebraço de seu dono, é azul cintilante e possui quatro joias em toda sua lamina curva, da ponta ao fim. Gaje era assustadora. Era uma espada larga e grande o suficiente para ser usada com ambas as mãos, mas Sonzo a equilibrava com apenas uma. É uma lamina de dois lados, negra com entalhes de flores murchas e olhos acinzentados chorando todas as mágoas vividas.

Thiago sorriu, mesmo nervoso.

– Não é apenas você que possui truques. - Disse e então um círculo surgiu sob os pés dele. De lá urgiram várias espadas. Multicoloridas, do branco ao negro.

A enorme invocação fez com que Thiago saísse de sua forma de semitransformado para um humano comum. E então ele olhou para Yagger, que começou a correr, mas Liana se pôs a sua frente. Ela tentou o socar, mas ele desviou e aproveitou a queda brusca dela, para dar uma joelhada efetiva na garota entre os olhos. Ela, com um grito, fora agarrada pela perna esquerda e jogada na direção de Sonzo.

Coon, a esposa de RyuuGran, arregalou os olhos e se levantou para prestar mais atenção. RyuuDai e Soyou estavam pasmas, mas não faziam nenhum som.

Sonzo segurou sua amiga, com o peito do pé esquerdo, desequilibrando-se, entretanto Liana, usando uma cambalhota segurou seu parceiro e se recompôs. Seu rosto estava sangrando e seu nariz havia sido deformado. Ela sentia ódio.

– Agora, garotos! – Chamou RyuuGran. – Cuidado. Liana quando esta irritada não é uma coisa boa. – Calou-se e observou.

A pequena garota agora tinha olhos de gato verdes-neon. Ela abriu a palma das mãos e respirou fundo. A aura azul que a cobria começava a se tornar verde. Sonzo estava a sorrir e então pôs a espada negra, Gaje, nas costas e se apoiou mais em Hazel.

– Fire Joker! – Gritou o homem. O rubi de Hazel explodiu em chamas.

Sonzo pôs-se a cortar o vento. E então uma rede de cortes vermelhos se transformou em chamas e foi em direção a Yagger, mas nesse meio termo, Liana já estava a frente dele. Yagger saltou para trás ao ver a garota, mas nesse salto recebeu um soco no estômago, que o faz arquejar. Olhando o fogo vir, o mesmo controla espadas de Carmem e todas as azuis ali ao redor, com isso lançando ataques de água e gelo contra os cortes de Sonzo, mas não parecia funcionar.

– Olha para mim. Perdedor! – A calma Liana, havia morrido.

Ela deu um soco na coxa de Yagger, logo o chutou no queixo fazendo-o levantar e com os punhos fechados atirou-o para trás e voou sobre ele novamente, agora ambos sangrando. Os movimentos dela estavam mais rápidos e certeiros, mas em um ataque inconsequente sempre há uma brecha. E então a brecha aconteceu, Yagger segurou o braço esquerdo de Liana e a chutou na região do diafragma, ela respirou fundo e então, o Lycan a pegou e lançou de encontro ao chão. O impacto foi tão grande que a garota quicou no chão e voltou alguns centímetros, mas Yagger não havia acabado e antes que ela recobrasse a razão, o homem-lobo jogou-a na colisão de golpes: Fogo – Água – Gelo. E uma explosão ocorreu, mas ela não havia perdido ainda. Suas luvas regrediram de ouro para aço cromado e ela caiu deitada ao lado de Sonzo.

– S-Sonzo... Estou quase sem forças. E um dos meus ossos... – Cuspiu sangue. – Ele esta no lugar errado. –

– Ah! Nisso poço ajudar. – Falou Thiago e então de longe, estalou os dedos e uma das costelas de Liana mexeu e retornou para o lugar. Ela gritou, mas possuía cura demoníaca, logo estaria curada da hemorragia.

Sonzo estava com o rosto cheio de veias e avermelhado. Sua aura azul estava cada vez maior e então, ele pegou Hazel com ambas as mãos e então um círculo mágico surgiu no cabo da arma. E deste círculo urgiram duas correntes brilhantes de fogo e gelo, em forma de laser, girando e entrelaçando uma a outra. As forças colidiam-se ao mesmo tempo em que nasciam. E então Sonzo, redirecionou a ponta da lâmina para Yagger, mas nesse momento Thiago, que voltara a sua forma transformada, voou com uma lâmina a frente de Yagger. Por sua vez, Yagger pôs todas as outras espadas a frente do raio de incineração e congelamento. Sonzo gritava, como se aquela massa de energia fosse muito mais do que podia conter. As espadas foram destruídas uma a uma, até que o ataque congelou o braço esquerdo de Thiago e, logo em seguida, o descongelou queimando e deixando o braço inerte.

– Yagger... Não sinto. – engoliu seco. - não sinto meu braço. –

– Calma, Red. Isso é apenas um efeito do choque de temperatura. –

Sonzo havia lançado Hazel no chão, a espada estava sem cor. Completamente cinza. E então ele agora segurava a corrente de Eiel, girando-a, consequentemente fazendo a lâmina girar. Liana agora estava de pé, novamente com a Aura azul ao redor de seu corpo. Eles se encaravam tentando adivinhar o próximo movimento do inimigo.

– Balance Breaker! – Gritou Thiago. Explodindo em energia e seu braço voltando a mexer normalmente.

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Todos, inclusive RyuuGran, assustaram-se.

– Ancient Sword's Creator: Divine Birth! – Completou.

Yagger, agora estava pronto para efetuar a posição doze, porém com outro sentido. E então, saltou ao ar.

– Red! – gritou Yagger.

E, com um estalo de dedos, todos os ossos do corpo de Yagger quebraram fazendo-o transformar-se por completo em lobo. Um lobo enorme, com quase oito metros de comprimento, negro e com voz tempestuosa. Ele correu para a direção de Liana, mas Sonzo se pôs a frente, mas Thiago corria ao lado de Yagger, porém por outro ângulo. E atrás dele vários círculos mágicos se criaram, liberando milhares de espadas.

– Cry... – Falou brandindo uma espada quebrada na mão. – of Nature! – gritou, como um desesperado. E então todas as espadas se tornaram um turbilhão enorme de metal quase infinito e com todas as espadas ativando seus respectivos efeitos. Fogo queimava, luz cintilava, trevas erguiam, água condensava, gelo congelava, areia arranhava, vento assoviava, folhas voavam e outros mil efeitos naturais e conjuntos se formavam e iam à direção de Sonzo e Liana. E então, Yagger Ultrapassou Sonzo, que estava deslumbrado pela quantidade de espadas e poderes. Thiago estava branco como papel, mas continuava firme. Liana ainda tentara levantar uma rocha do telhado onde estavam, mas Yagger, ao passar por ela, levantou-a com as garras traseiras e, com um coice, a jogou para as espadas. E então houve a colisão. Bum! Splash! Track! Clack!

E não havia mais ninguém ali quando as espadas pararam de descer, Thiago ia direto ao chão, esgotado, mas então percebeu algo entre sua barriga e o chão. Algo que não o deixara cair. Era uma espada. O cabo era o cabo quebrado que Thiago estava brandindo, mas então ele percebeu que a espada era feita a partir de cacos de várias espadas. Era uma espada tão grande quanto a Gaje, de Sonzo, mas ele não sabia se conseguiria usá-la futuramente, mas logo a espada esfumaçou-se e desapareceu como todas as outras e Thiago foi de encontro com o chão. E a única coisa que ouvia eram as palmas de RyuuGran que vinha anunciar o fim do treino, antes de desmaiar por completo.

Zafrina já tinha feito o procedimento mais seis vezes, sendo que em uma das vezes ela os forçou a montar dois ao mesmo tempo. Janna e seus primos estavam perfeitamente bem e a noite já acabava. Eles estavam exaustos, prontos para cair deitados. Principalmente Clary. A energia da lua estava cada vez menor e com isso se tornava difícil juntar. O bom era que eles possuíam sete marcas de poder no corpo, como uma reserva enorme de poder mágico retirado da luz da lua que era “emprestada” pelo sol. Zafrina estava com mais ou menos vinte daquelas marcas em um braço. E então ela mandou fecharem o oitavo círculo e selarem na pele deles. Eles o fizeram.

– Bem. Vocês estão ótimos, mas ainda se cansam muito para reter energia da lua... – suspirou a Rainha DrillShine. – Vamos aprender a liberar todos de uma vez agora. Vocês sabem liberar um por um, mas liberar todos é mais difícil, que parece. Sem o devido controle de poder e foco, suas peles podem queimar e vocês morrerem carbonizados. – Sorriu para eles. – E eu não quero que meus futuros líderes morram assim... – olhou para Janna. - E você também não, sobrinha. -

– Então o que faremos? – Perguntou Clary.

– Simples... Muito simples. – Falou Zafrina.

– Mãe, seja objetiva. Por favor. – Pediu Zack.

– Ok, querido. – falou sarcasticamente. Quando o assunto era Zafrina, ninguém tinha preferencia. – Vocês apenas iram focalizar sua visão no alvo e no mesmo momento, com todo o sentimento mais forte, irá liberar o fulgor de Febo de dentro de vocês. – Todos assentiram. – Vou mostrar a vocês. – Falou e olhou para uma rocha de calcário do deserto, que estava a quase trinta metros dali.

Olhando para pedra, a camada purpura criou uma espécie de buraco e Zafrina agradeceu, então logo levantou o braço com os desenhos amarelos e envolveu o braço em chamas e brilhos dourados e tudo fora expelido dela como um tiro e, em menos de dez segundos, já estava na rocha. Destruiu por completo a rocha e irradiou luz por toda a área por um longo período. Janna ficou boquiaberta e fez o mesmo, sem problemas ela liberou as chamas que a percorriam por completa. Ela apenas sentiu um fervor sobre a pele, mas rapidamente passou ao lançar a energia. Isso terminou de esgotá-la e ela caiu, já sem marcas e arquejando.

– Parabéns, querida. Você conseguiu um bom desempenho. – Falou, mas logo terminou. – Mas da próxima vez, espere meu comando. Ou irá ferver em purpurina amarela. Zack, sua vez. -

O garoto assentiu e pôs a mão esquerda no chão absorvendo vários micros diamantes, fundiu-os com os diamantes que já possuía e criou uma gema grande na palma da mesma mão. E como tinha posto todos os círculos no mesmo braço, o esquerdo, ficara mais fácil. Logo ele queimou liberando todos, mas o fogo e o brilho foram atraídos para o diamante, que aumentou e redirecionou para a rocha a enorme massa de poder, quase do tamanho da massa de Zafrina, entretanto o esforço conjunto fez Zack ajoelhar-se e quase perder a consciência.

Por fim era a vez de Clary, mas ela não estava muito confiante.

– Vamos, garota. Só falta você para o treino acabar. – Falou Zafrina. – Quero ir para casa! – gritou.

– Você veio aqui nos treinar, por que quis. Agora espere! – gritou de volta, fazendo a mãe hesitar e depois franzia a testa. Janna assustou-se, mas depois sorriu.

Logo Clary juntou o sentimento de ira e todos os círculos ascenderam em seu corpo, eles queimaram intensamente cobrindo ela por completo e então ela concentrou tudo na palma da mão. Criou uma esfera bem moldada e lançou como uma bola de boliche humano, assim a esfera de brilho solar atingiu o centro onde todas as outras acertaram e lá ela explodiu emitindo mais luz que todos os anteriores. E Clary se manteve em pé. Com uma pose orgulhosa, olhando para a mãe. Zafrina estava surpresa, mas sua raiva era maior.

E então o sol nasceu, o feitiço se desfazia...

– Como eu disse antes. Seu castigo vem mais tarde. E o “mais tarde” é agora. – E então o sol nascia através do horizonte leste, fazendo o feito ir embora.

Quando se esvaia o feitiço ficava azul e depois vermelho, juntando-se em uma esfera vermelha e descia até o centro, onde uma voz automática falava em tom metálico:

– Suas experiências foram gravadas e agora serão postas em vocês em completo conhecimento e poderio. A consequência é o dano duplo e completo que receberás. – A voz se foi aos poucos e então a esfera explodiu em brilhos para todos os lados.

Todos receberam os brilhos, Zafrina sorriu, mas logo seu sorriso deu lugar a uma face de dor. Uma face contraída. Janna sentia-se tão bem, que pensou que a informação do dobro da dor era falsa, mas então ela fora derrubada. Uma dor enorme se punha com seu corpo. Sentimento de queimação e contração nas partes onde liberou os círculos, a dor foi tão intensa que a fez se contorcer no chão e, após um tempo, desmaiar. Clary estava assustada, mas antes que pudesse assimilar algo, ela caiu e começou a gritar de dor, até que desmaiou, mais rápido que Janna. Zack sofreu ao mesmo tempo em que Janna, mas não desmaiou. Sentia seu peito queimar e queria arrancar ele dali e jogá-lo fora. Ele rasgou sua camisa e gritou até a dor aliviar... Recuperando-se, Zafrina pegou seus filhos e levou para dentro de sua cabana particular, no deserto.

Alguns minutos antes...

– Ele está liberando uma segunda Zona de poder? – Perguntou Ian para Dox.

– Sim. A Lycan tomou poder. É isso que você deve fazer também. – Concluiu, o mago.

– Estou carregado de poder. Vamos lá Ian! – Falou saltando na direção de seu primo. Agora quase como um lobo, mas ainda com os olhos do demônio. Brandiu sua espada e foi.

Ian defendeu com Gjard, mas Birdra estava mais forte. Somente o encostar de lâminas fez Gjard tremer.

– Ele está em equilíbrio. Está no controle agora, mas pode ser consumido pelo sentimento de batalha. – Informou Dox. – O Espirito de Birdra está mais forte que o Espirito do Gjard. –

Isso vamos ver, amigo... pensou Ian fazendo Gjard absorver poder enquanto defendia os golpes de Isack.

– Gjard Blade! – Gritou Ian, invocando sua lâmina de poder destrutivo.

Gjard se colidiu com Birdra, mas antes que uma explosão ocorresse uma esfera de luz azul se formou e a explosão foi contida. Ian ficou pasmo, mas Isack estava muito melhor que ele. E então, aconteceu...

– Birdra Crash! – Comandou Isack, e então asas azuis apareceram nas laterais da lâmina, assim o garoto fez um corte em diagonal que foi defendido por Ian, com uma colisão e explosão, mas as asas de Birdra também explodiram. A explosão conjunta fez com que eles caíssem um longe do outro, com as espadas uma ao leste e outra ao oeste. As espadas ricochetearam-se e a seus donos.

Dox, como líder dos magos, estava muito pasmo com o acontecido. Jamais vira tanto poder ser liberado em cadeia, assim...

– Acho que por hoje chega, vocês vão acabar desmaiando e quando o feitiço se dissipar vão morrer. – Falou – Vamos levantem! Layah, Daniel! Serve para vocês também. –

Ian quase esqueceu os outros magos e como Layah mudou seu comportamento.

E então o sol apareceu, ao leste subindo devagar, mas Ian e Isack já estavam escorados nas paredes do telhado, suas espadas estavam com menos movimentos e paravam de fulgurar em poder. Entretanto quando a esfera vermelha desceu do céu purpuro e explodiu em brilho, a primeira sensação em Ian e Isack fora a de liberdade da tensão, mas então esta sensação passou a se tornar uma dor intensa. Em Ian, seu braço esquerdo aparentava estar normal, mas estava tão dolorido quanto se estivesse partido em dois, assim como muitas partes de seu corpo. Em Isack, a dor foi tanta que ele desmaiou nos primeiros segundos. Dox também sentiu uma dor insana, por ter usado seus membros do exercito, mas mesmo assim levou os garotos para a enfermaria. Layah estava completamente bem. E Daniel estava apenas com algumas dores no peito. Ambos acompanharam seu mestre.

Na enfermaria, Ian e Dox encontraram com uma garota baixinha com cabelos cacheados e um homem com aparência de gladiador, ambos totalmente rasgados, queimados, congelados, com manchas de terra e sangue. Ian pensou: Red? Será..? E então olharam para o lado, onde eles encontraram com Thiago Glasya-Laser, deitado com o braço tremendo, sobre uma maca. Do seu lado estava Yagger, também deitado, mas normal.

– Red! – gritou Ian e correu para ele, mas então caiu no chão tremendo de dor.

– Avisei para não correr. – Exclamou Dox. Pondo Isack numa maca.

Yagger se virou para eles e perguntou o que aconteceu. Dox contou tudo e escutou pelo o que tiveram de passar, sempre assentindo.

– É um método muito comum e eficaz entre os demônios. E considerando o poder e os postos desses dois aqui, vocês foram impecáveis. – Afirmou Dox.

– Obrigado, mas estou quase morrendo. – Disse Red.

– Pequeno Glasya-Laser... Deixe-me ver seu braço. – E então chamou Layah.

– Entendido. – Falou antes mesmo que fosse comandada. E logo se pôs a curar o braço de Thiago. Em segundos estavam bem. – Foi apenas uma mistura nos nervos do seu sistema. -

Ela falou “Apenas” como se fosse algo normal. A Layah normal iria fazer uma cena por conta daquele “apenas”.

Ian abraçou Red e depois Abraçou Layah, ainda sentido e assim deitou-se na maca. Com um braço sobre o rosto.

– Esse treino pode nos matar. Por que querem que passemos por isso? – Indagou Ian, frustrado.

– Por que o seu inimigo quase os matou da última vez. Sua batalha contra Calisto se deu daquela forma, pois o único Lycan treinado e forte o suficiente fora rapidamente abatido. – Dox olhou para Yagger. – Lembro-lhes que o capitão de Ophis nem a Balance Breaker demonstrou. E, por fim, vocês estão enfrentando um Dragão. Mesmo que ela esteja adormecida, isso não durara para sempre. Tenho uma pessoa infiltrada em seu culto secreto. Ele me informa que Ophis passa diariamente por tratamentos para ficar mais velha a cada dia. – E então Ian lembrou a diferença da Imagem da Ophis que os magos projetaram em sua mente e a que viu na casa dos anjos caídos.

– Quanto mais velha, mais experiente fica. E o poder de Ophis é movido pelo conhecimento. – Completou Daniel. – Ela poderá se tornar um Dragão logo. –

E então a porta da enfermaria se abriu.

– Dox! – Gritou um homem rouco. Era Gorgon. Ele tinha papeis em mãos. – Eu avisei que Isack e Ian não deveriam treinar! –

– E por que não? – Perguntou, o líder dos magos.

– Por isso! – mostrou os papeis a Dox. E Ian suspirou ainda na maca. – Ele acabou de sofrer um sono de seis dias por uma única zona de poder! Ele não estava em condições para isso. E quanto a Isack... – Viu o filho inconsciente. – O que aconteceu com ele? –

– Ele apenas liberou duas zonas de poder simultaneamente e recebeu a informação duplicada. Não aguentou e caiu. Mas ele foi brilhante! – Falou Layah.

– Não me importo com brilho, menina! – Gritou Gorgon, indo em direção a Isack. – Ele é meu único filho. Não posso perdê-lo. Não vou perdê-lo! – Gritou e saiu da sala bufando e controlando as lagrimas.

– Isso será um problema. Meu tio pode ser fraco em poder, mas em conhecimento não é exatamente fraco. – Comentou Ian, enquanto se levantava. A dor estava esvaindo de seu corpo.

– A cura dos Lycans é algo incrível. – Falou Layah, parecendo que estava voltando ao seu eu normal.

– Sim. Eu posso falar isso melhor que os outros. Em menos de vinte minutos estava bem. Porém não cura o cansaço. – Disse Yagger, também levantando.

– Isso é bom. Já que vocês têm treinos amanhã. Eles serão provavelmente mais fortes e pesados que os de ontem. – Disse Dox Igor, saindo da sala. E ao chegar à porta... – Layah. Daniel. Se cuidem, a partir de agora. Seus treinos serão os mesmos que os de Ian. E seu tutor não será muito leve. Façam tudo o que for pedido com cautela e com objetividade. Eu lhes abençoo. Man’ies! – uma luz cobriu os pés de Daniel e o peito de Layah. E então eles sorriram e assentiram. Dox se fora.

– Vocês Lycans... Magos... São espécies bem confusas e interessantes. – Falou a garota-demônio deitada sobre a maca à frente.

Thiago sorriu e disse:

– Acho que você não diria isso ontem à noite. –

– Não diria mesmo, mas seus golpes me surpreenderam. Entretanto, minha Rainha irá acabar com você amanhã. Disso tenha certeza. – Falou e se virou para dormir com um sorriso venenoso nos lábios.

– Essa Liana me dá nós no estomago. – Concluiu Red, antes de ir para a maca de Ian.

– Por que veio para cá? – Perguntou Ian, com o rosto ficando um pouco vermelho.

– Porque tenho um pedido a você. – Replicou.

– Pode dizê-lo, Red. – Sorriu. E viu que Yagger tentava conter o riso.

– Quero falar com você, a sós mais tarde. Pode ser? – Perguntou baixinho.

– Pode sim. – Respondeu Ian com um grande sorriso. E então Red, voltou a sua cama e tentou dormir. E todos os outros seguiram seu ato e deitaram-se.

Depois de acordarem, Ian e Red foram dar uma volta pela parte leste da mansão Glasya-Laser, a parte dos quartos. Não havia ninguém naquela parte, então eles puderam conversar por um bom tempo. Ian foi quem mais falou. O garoto estava com saudades de seus parentes. Queria ver como eles estavam indo. Como as garotas estavam indo com as gravidezes delas. Como os garotos estavam ordenando o comercio. Várias coisas sobre seu clã, o que fez Thiago ficar um pouco para baixo. Não havia falado nada sobre a situação, onde eles estavam... juntos... Entretanto o garoto-glasya-laser entendia que como o novo líder, Ian esse tipo de preocupações.

E então chegaram a uma porta azul com bolhas negras. Ian hesitou e olhou para Red, que assentiu sabendo o que Ian estava a pensar. Ambos entraram. Era o quarto de Thiago. Tinha vários móveis, figuras nas paredes, espadas dependuradas e prateleiras de livros. Uma parte do quarto não combinava com o resto... Era um baú feito de madeira branco que estava abaixo de uma prateleira larga e também branca. A parede atrás do baú e da prateleira era toda rabiscada como se alguém estivesse passando giz de cera e tinta ali sempre. Ian recordou-se logo daquela parede. Há alguns anos, ela era totalmente branca, mas sempre que o pai de Ian, Claudius, ia para conferencias com Victor, o pai de Thiago, Ian e Thiago ficavam com Brunne naquele quarto brincando. Às vezes brune saía e eles ficavam a brincar por longas horas, algumas vezes dias.

Na parede havia várias frases que eles fizeram quando pequenos. Vários nomes. Alguns insultos a Brunne, que acho que nunca viu. Muitos desenhos. Ian lembrava que ele tinha brincado com algumas espadas de madeira fofa, Red não brincava, mas o via e desenhava na parede. Brincaram com a maioria daqueles bonecos de pelúcia, os usavam como alvos ou como o povo a quem salvar de um tirano malvado. E provavelmente, dentro do baú estavam os brinquedos e roupas deles...

– Red... Você guardou isso tudo? – Disse Ian, completamente surpreso.

– Sim... – Falou Thiago indo na direção de Ian. – Isso é a melhor parte da minha vida. –

Ian sorriu e percebeu que Thiago estava vermelho.

– Também foi uma boa parte de minha vida. – Falou sorrindo.

– E ainda mais, porque foi a parte que vivi com a pessoa que mais amo no mundo todo. – Falou e Ian ficou corado.

Nesse momento, Thiago chegou perto de Ian e pôs seu rosto próximo ao dele e segurou o rosto de Ian como se estivesse segurando a coisa mais preciosa de sua vida... E então aconteceu. Eles se beijaram fortemente contra o baú de recordações.