CounterFeit (03)

Lembro que Ronan mencionou que quando finalmente chegou à cidade pode testemunhar o vazio, não havia vida naquele lugar o cheiro pútrido dos cadáveres, o sangue faziam parte e decoravam o ambiente, os poucos seres que se mexiam andavam com as cabeças baixadas, sua cor de pele havia mudado, para falar a verdade eles não tinham pele seu corpo era coberto pelo muco escuro.

Ele me disse que era atacado constantemente por eles apesar de parecerem assustadores não eram tão fortes, era fácil despistá-los, o maior problema segundo ele eram as almas corrompidas que vagavam pela cidade.

O pesado martelo negro se arrastava pelo chão, uma garotinha loira o levava enquanto olhava o céu negro, que cobria a cidade da morte, suas vestimentas e armaduras eram negras e seus olhos vermelhos como sangue, ela caminhava aparentemente sem rumo, até notar a presença dele.

O olhou de canto mais foi o suficiente para avançar com toda a velocidade, parecia que sua arma não tinha nenhum peso, avançava numa velocidade descomunal, desprezando o que tivesse em seu caminho o garoto ainda era bastante inexperiente, porém se preparou para defender o golpe.

Usando apenas a mão direita ela desferiu o golpe, Ronan não pode defender, o peso do golpe fora tanto que mesmo não o acertando diretamente o impacto com o chão o jogou longe, suas costas encontraram com as finas paredes de uma casa já destruída.

O monstro não perdia nenhum pouco a disposição e avançava novamente cheio de vigor, agora segurando o grande martelo com ambas as mãos, o azulado ainda não tina se recuperado do primeiro golpe se soltava da fina parede quando foi surpreendido por ela.

O golpe dessa vez foi desferido em direção ao rosto dele, obviamente a loira parecia querer acabar com a luta naquele movimento, ele por sua vez respondeu com uma rasteira fazendo com que ela perdesse o equilíbrio e caísse.

Aproveitou essa chance e fugiu, aquele não era um adversário que ele poderia lutar, não era alguém que o jovem cavaleiro pudesse enfrentar, o monstro não o seguiu.

—tsc, o que diabos está acontecendo nessa cidade? As pessoas foram corrompidas pela luz daquela lua vermelha?- Ele que havia finalmente conseguido correr estava no terraço de um edifício de cinco andares que ficava bem no centro da cidade.

A lua vermelha da qual ele está falando é o vórtice de sangue que cobre o céu negro da cidade bem acima dela, ele puxa tudo que consegue para dentro.

—A cidade parece estar isolada do mundo exterior, para entrar aqui já foi difícil, mas pelo visto sair vai ser ainda mais.

Os portões e saídas estavam coberta pelos corrompidos, que se amotinavam nos muros para terem a chance de sair, o azulado continuava olhando a cidade parecia querer encontrar algum sobrevivente.

Mas o cenário desolador não passava nenhum tipo de sentimento bom, mesmo assim, mesmo naquele inferno ele pode ver o semblante da pequena garotinha que corria pelas estreitas vielas das ruas, seus cabelos negros e pele clara era a prova de que ela ainda não tinha sido corrompida, uma única sobrevivente.

Porém a mesma era perseguida por dois indivíduos, diferentes das almas corrompidas Ronan não sentiu nenhum tipo de poder maligno então inferiu que eles estavam juntos e provavelmente fugindo, mas seu raciocínio estava errado o Homem que portava uma grande espada executou um golpe vertical em direção a garota.

Por pouco o golpe passou em branco porém a força foi o suficiente para rasgar as vestimentas dela, o azulado não sabia o que estava acontecendo mesmo assim se meteu, me pergunto o que a comandante Lothos teria dito numa situação dessas.

Ele era muito imaturo, não sabia avaliar a situação nem pensou no motivo de dois cavaleiros de prata caçarem uma garotinha numa cidade destruída, era obvio, tão obvio que eu me sinto irritada em continuar com essa história.

Imaturo, se meteu na luta daqueles nobres cavaleiros, mesmo não tendo domínio de uma única técnica de energia mesmo que sua maestria ainda não passasse de simples pratica até um dos menores recrutas da academia poderia vencê-lo num combate, mas Lothos o enviou mesmo assim, o enviou no meu lugar.

Ele levantou sua espada entrou em guarda contra aquele homem que já foi um grande cavaleiro, um veterano de guerra que foi mandado pelo próprio rei, ainda por cima tinha de enfrentar a grande mercenária Lucy, que havia sido contratada para auxiliar seu adversário.

—Garoto, espere não somos seus inimigos, pelas roupas deve ser um soldado de vermécia- ele foi interrompido por sua companheira que pulou sobre ele, e foi em direção ao azulado.

Ela era muito rápida, percorreu os metros que o dividiam em milésimos de segundo, acertando uma forte joelhada no rosto do azulado, usou a cabeça dele como apoio e pulou para atrás, desferindo um soco no rosto próxima ao olho esquerdo.

Desnorteado, estava sendo completamente envolvido pela mulher, os golpes dela eram precisos e fatais, não ia demorar muito para que o jovem cavaleiro fosse ao chão.

Após uma cotovelada no peito e uma rasteira o garoto caiu, sem nem mesmo o olhá-lo a ruiva continuou caminhando em direção a garota, porém.

—Não pense que só isso vai me derrotar- Ele se levantou com grande dificuldade e apontou novamente a gládio na direção de Lucy.

—Moleque, não vou perder meu tempo com você, não consegue nem mesmo se levantar quem dirá ser algum desafio, fique no chão se não quiser morrer fracote- Ela o ignorava completamente e se mantinha firme em sua caminhada, a jovem caída no chão se tremia enquanto presenciava seus últimos momentos.

A mercenária tira sua espada de sua bainha e se prepara para o golpe final.

Seria um corte limpo, bem na garganta a vitima provavelmente não sentiria nada, mesmo assim ele a parou seu sangue escorria por seu nariz quebrado seu braço estava deslocado tinha algumas costelas quebradas, mas conseguiu parar a espada de Lucy a milímetros de seu alvo.

Estava rastejando sua mão esquerda estava suspensa ele fazia de tudo para se manter consciente, o que deteve a espada de Lucy, foi o vento o campo de energia quase invisível cobriu o corpo da garota.

Dessa vez ele tinha conseguido havia enfurecido a ruiva.

—Maldito, quer que eu te mate?- Ela empunhou a espada e foi em direção a ele.

—Espere, Lucy, a noite já está caindo, não quero ter de lidar com aqueles monstros vamos recuar por enquanto, garoto da próxima vez que nos vermos se ousar colocar-se em nosso caminho novamente eu mesmo vou te matar- Disse ele se afastando, a garota mesmo sem gostar nenhum pouco recuou também.

Ele me contou que quando escutava seus inimigos recuarem sua visão já estava escurecendo seus sentidos de audição e visão iam se comprometendo de acordo com os segundos que se passavam, sua consciência ia ficando em branco.

Ele sentia pequenas gotas caírem sob o seu corpo, a principio achou que fosse chuva, porém elas eram quentes, fez um ultimo esforço para abrir os seus olhos, apenas conseguindo abrir o direito pode ver a jovem chorando por ele.

“Ela era linda, linda como a doce manhã, seu rosto me lembrava a minha infância, onde eu só queria ser um bom filho, ela foi a segunda pessoa a ter aquela expressão no rosto só me lembro de mais alguém que tinha essa expressão, essa pessoa era a minha mãe no dia de sua morte”

“Naquele momento não veio a minha mente o motivo pelo qual ela estava sendo caçada, pelo contrário um sentimento estranho tomou conta de mim, naquele momento pela primeira vez eu desejei proteger uma vida em vez de várias, esse foi o meu grande erro”.

“O meu grande pecado, o egoísmo”

Continua(Volume 2: Busca pela Honra: O Herói Trágico)