Cap 29 - Preparando-se para o confronto

A discussão continuava na sala de direção de Mahora.

– Enfim, a batalha final está se aproximando. E vai ser mais dura do que nunca.

– Sim, ótimo. Só que agora teremos que proteger Konoka e Setsuna-chan. - Considerou Asuna, percebendo a desvantangem em que estavam.

– Sim, e infelizmente não acredito que a memória de Setsuna irá voltar até lá. Se é que...

Asuna alargou os olhos num sobressalto.

– Você está querendo dizer que... Diretor, você acha que Setsuna-chan pode não recuperar mais a memória?

– Sim.

Negi suspirou, e Kamo abaixou a cabeça nos cabelos do rapaz, cobrindo os olhos em sinal de tristeza.

– No entanto, nós temos um ponto de vantagem.

– Qual? - Perguntou Negi, enquanto Asuna ainda estava chocada demais para falar alguma coisa, apenas imaginando o que Konoka iria pensar se soubesse.

– Eu tomei a liberdade ontem de espalhar o rumor de que encontramos Setsuna morta em uma região próxima. Assim, Tezuka pensará que ela não resistiu aos ferimentos e que, portanto, ainda não sabemos dos seus planos. Isso também nos deu mais tempo, eles devem imaginar que o Colégio estará muito movimentado com uma situação dessas ocorrendo, portanto, só devem nos atacar a partir de amanhã. Isso nos dá mais uma vantagem, de nos prepararmos, para podermos surpreendê-lo na defesa.

– Sem a força de Setsuna-san? - Perguntou Kamo, incrédulo.

– Teremos que conseguir. Ou Konoka irá pagar por isso.

Todos se entreolharam, nervosos. Não havia pressão, apenas um bombardeio de declarações de risco que sempre levavam ao mesmo final: Konoka sendo destruída por bruxos da magia ambiciosos e sem coração. A urgência estava estampada na voz de Konoemon, e arraizada no coração preocupado de todos os três ouvintes. Por alguns segundos, o desespero invadira o lugar.

– Asuna e Negi, vocês estarão na frente da defesa. Todos os professores estarão com vocês, dessa vez. E alguns alunos do 3º ano que planejam se pós-graduar em Defesa Contra a Magia Negra também estarão. Ofereci a eles um estágio remunerado que será decisivo para a entrada deles no curso. E tenho absoluta confiança de que eles farão tudo o que puder para conseguirem isso.

– Até morrer? - Perguntou Asuna, chocada.

– Sim. Eles estão conscientes de todos os riscos que precisarão enfrentar. E, na verdade, para se pós-graduar nesse curso, eles também teriam que passar por esses riscos, então... estou apenas antecipando a prática deles, e resolvendo o nosso problema.

– Bom, eu acho que precisaremos de toda a força que pudermos.

– Sim. E por isso eu também tive a liberdade de contatar alguns amigos meus do Conselho, que realmente nunca fariam nada contra a Konoka. E todos estão dispostos a ajudar, e chegarão aqui amanhã no início da manhã. E eu quero que você os recepcione, Negi.

– Está bem. - Confirmou o rapaz.

– Você os levará para o salão principal, aonde eu os encontrarei, e indicarei o que cada um deverá fazer.

– E quanto a você, Kamo, vou te deixar encarregado da minha obra de arte mais bela. Konoka. Você irá cuidar dela e de Setsuna, durante todo o ataque. Vou esconder vocês três bem escondidos, a partir de hoje à noite, e tudo que terá que fazer é manter as duas no mesmo lugar até que consigamos vencer Ozamu Tezuka e a sua tropa.

– E se não conseguirmos? - Perguntou Negi, inseguro.

– Significará que só haverá Setsuna para proteger Konoka.

– Setsuna desmemoriada? Ela está mais frágil que um filhote recém-nascido.

O silêncio pesou no local, diante do argumento de Asuna. Konoemon haveria esquecido por alguns instantes da falta de memória de Setsuna?

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Voltando a sala de enfermagem, Setsuna olhava cada vez mais curiosa para Konoka.

– Eu era boa mesmo nisso?

– No que?

– Em ser espadachim... Não sei bem o que é isso.

– Sim, é uma habilidade em lutas de espadas. Você herdou o talento e a força de sua família. É a espadachim mais poderosa que já vi.

– Eu devia gostar muito de você, não é?

– Por que diz isso?

– Para viver em perigo constante, só para te proteger.

– Sim, você gostava. E eu também.

Setsuna sorriu, tímida, e deitou novamente na cama, ainda um pouco tonta, diante de todos os machucados que tinha no corpo. Konoka a ajudou.

Konoka não conseguia deixar de pensar na reunião que estaria acontecendo no escritório do Diretor. Estava preocupada. Não se sentia mais segura de enfrentar ninguém, sem a proteção de Setsuna, e ainda se sentia mais do que nunca responsável pela condição da amiga, e o mero receio da espadachim se machucar novamente a deixava desesperada. Preferia morrer, a ver Setsuna em perigo novamente.