A Brilhante Forma do Amor

Cap 26 - A Idéia de Asuna


Konoka era levada por Asuna de corredor a corredor, quase que a pulso. A ruiva explicava suas teorias de como poderia ajudar Setsuna, que a propósito a morena não entendia, diante da rapidez que Asuna explicava. Perdendo levemente a paciência, o que era uma grande exceção ao temperamento de Konoka, a maga largou à mão de Asuna.

- Asuna-chan. - Disse pausadamente, obrigando a nervosa ruiva a retornar até ela.

- O que é?! - esbravejou, já irritada. Apenas pensara 'É tão difícil ajudar as pessoas hoje em dia'.

- Me explique melhor... do que você está falando?

Asuna respirou. E, em um suspiro, respondeu.

- Você, Kono-chan. Do que Setsuna-chan precisa para melhorar é você. Você do lado dela, você conversando com ela.

Konoka considerou por um segundo, achando algo bastante óbvio e, para não dizer, extremamente amável da parte de Asuna, embora tivesse sido despertada de modo selvagem.

- Está bem, você pode ter razão. Mas o que meu pai te disse, ela vai ficar bem?

Asuna ficou séria, e sua expressão sombria. Konoka percebeu, e reagiu a isso.

- Não... por favor, não diga isso... - lágrimas começaram a descer do rosto de Konoka, e novamente Asuna entrou em ação. Precisava impedir que ela entrasse em choque novamente, à todo custo.

- Não vou dizer nada. Psiu. Psiu! - disse, puxando seu braço em direção à ela, brigando por sua atenção. - Eu preciso que você me escute.

Houve uma pequena pausa, enquanto observava Konoka limpar suas lágrimas, e a observar em silêncio.

- A relação de você e Setsuna sempre ultrapassou qualquer limite da natureza, fosse sobrenatural ou científica. Ela te ama de um jeito, que tenho certeza que a fará lutar como uma condenada para sobreviver a isso. Então não se importe com que os outros dizem, e apenas fique com ela. Converse com ela. Demonstre seu amor. Eu tenho certeza Kono-chan, ela vai ficar boa - disse em voz firme

Imediatamente após pronunciar aquelas palavras, Asuna sentiu-se meio insegura, e arrependeu-se por estar dando certeza de algo que não havia nenhuma possibilidade de afirmar. Imaginara o que aconteceria se depois de tudo que havia dito, Setsuna simplesmente morresse. Como Konoka ficaria, talvez nunca mais a olhasse. Mas fora a única forma que encontrara de levar a maga à espadachim.

Ouvindo as palavras de Asuna, Konoka entrou no quarto aonde estaria Setsuna, na enfermaria. Parou, na porta, quando viu a sua amada recebendo a ajuda de máquinas para respirar. A enfermeira chegou por trás, e disse.

- Ela está com um trauma no pulmão.

Chorando em silêncio, Konoka se aproximou da espadachim que naquele momento lhe parecia irreconhecível. Pegara em sua mão, e pedira para a enfermeira lhes deixar a sós. Respeitando a vontade de Konoka, à mulher saiu. Asuna, que até então estava na porta do quarto, fechou-o para dar a Konoka e Setsuna mais privacidade.

- Set-chan... - apenas disse, caindo em um choro extremamente abafado pelo desespero da solidão.

Movimento a mão de Setsuna, como se quisesse que ela reagisse de alguma forma, mas a espadachim permanecia absolutamente imóvel, como se estivesse em um sono profundo. Talvez nem a estivesse ouvindo, pensava Konoka. Mas ela sabia que Asuna estava certa, ela precisava tentar. Se nem a magia ou a medicina poderiam salvá-la, o seu amor teria que tentar.

- Eu te amo tanto, Set-chan... - revelou em um longo suspiro - acho que à essa altura você já está cansada de saber disso, não é?

Konoka deu um pausa, em vão, como se esperasse uma resposta. No entanto, o silêncio e a quietude perdurara no local.

- Eu só quero que você saiba... corrigindo, eu... eu preciso... preciso que você saiba que eu sei que você me corresponde. Eu sempre soube... Sempre senti isso. E sei por que você foge tanto de mim. Eu entendo suas razões. E acho que errei com você, por não ser compreensiva quando precisei ser. Me senti desvalorizada, um pouco traída... Mas deveria ter tentado te compreender. Perdi de passar mais tempos felizes com você. E agora, vendo você nesse estado, não consigo parar de pensar que eu posso ter perdido a minha chance de estar com você... de ser feliz... e pra sempre. E isso é a pior dor que já enfrentei. - concluíra, já aos prantos, jogando seu rosto úmido de tantas lágrimas, contra o braço de Setsuna.

O momento pareceu eterno. Dentro do corpo de Setsuna, finalmente uma luz aparecia. O seu cérebro começava a reagir a tudo que ouvia, e ao sofrimento de Konoka. Não podia ir embora assim, não sem acabar com qualquer risco que a maga ainda pudesse correr. Não podia deixar aqueles bandidos tentar destruir a vida de sua protegida por simples ambição e falta de coração. Chegara o momento de voltar. Não sabia como, mas voltaria.

Em meio a tantos pensamentos, a mente de Setsuna fora retornando lentamente. Aos poucos, e bem lentamente, os olhos pretos da espadachim foram se abrindo.

Konoka que continuava com a cabeça abaixada, agarrada ao braço de Setsuna, sentira um fraco movimento no braço e levantara a cabeça, incrédula. Ao ver a protetora de olhos abertos, Konoka gritou para a enfermeira.

- Chama o médico. Chama o médico. Ela acabou de abrir os olhos.

A enfermeira, ouvindo o que a outra acabara de dizer, correra até o médico, enquanto Asuna entrara no quarto, realmente satisfeita por ter acertado mais uma vez.

Konoka segurara com força a mão de Setsuna, que continuava olhando-a, parecendo perdida. Quem seria aquela jovem que lhe demonstrava tanto carinho, e que mostrava-se tão feliz ao vê-la melhor? Deveria conhecê-la?