A Brilhante Forma do Amor

Cap 10 - Toda Ação Conduz a Uma Reação [Parte 2]


Um senhor de idade avançada, com cabelos brancos e uma simpática barba da mesma cor, abrira a porta para Setsuna, chamando-a gentilmente a entrar em seu escritório, com um amoroso sorriso no rosto.

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Ele sempre confiara sua neta a Setsuna, por gostar muito da garota, e acreditar em seu imenso e verdadeiro sentimento pela neta. Na situação de perigo que sua neta encontrava-se, somente poderia protegê-la alguém 100% entregue a ela, que fosse facilmente capaz de ceder sua vida, em troca de manter a sua protegida a salvo. E determinadas características, ele só pode observar em Setsuna.

Na infância das duas, ele observara a construção do relacionamento delas. Setsuna era uma especíe de "soldado", que mantinha-se sempre na defensiva, protegendo Konoka de qualquer criança que ousasse lhe fazer algum mal. Ela nunca fora uma garota má, pelo contrário, sempre fora uma garota gentil, embora tivesse importado uma armadura eterna, que a manteve afastada por muito tempo de Konoka, desde que tornara-se grande o suficiente para perceber o quanto elas eram diferentes.

Ele percebera que nos últimos meses essa armadura foi se quebrando aos poucos, novamente cedendo espaço ao sentimento das duas, que cresceu e pôde amadurecer, tornando-se cada vez mais impossivel de negar. Elas estavam destinadas a ficar juntas, Setsuna e Konoka tinham suas missões, e embora fossem diferentes, as missões que possuíam iriam interligar uma a outra para sempre.

Desde criança, Setsuna fora sempre muito justa em suas atitudes, e descartara do seu histórico escolar 'vingar-se de pessoas inocentes'. Todas essas atitudes, fizeram de Setsuna uma figura importante para o colégio, e para o diretor, mas principalmente, uma figura essencial para a maga.

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Setsuna sentara no sofá da direção, trazendo em seu olhar uma angústia profunda. O diretor a observara em silêncio por alguns segundos, aumentando a agunia da outra. O diretor sabia que algo estaria acontecendo. Setsuna querer vê-lo em uma hora daquela, era sinal de que tinha algo errado... E como não tinha recebido nenhum sinal de invasão de sua propriedade, até então, imaginara ser algo de cunho pessoal.

Após passado o período de dúvida, Setsuna decidira ir até o fim com sua decisão. Iniciara seu discurso ensaiado durante horas no treino de espadas:

– Como o senhor sabe...

E continuara seu discurso. Sabia exatamente o que poderia dizer, o que nunca diria nem sobre tortura, e o que precisava ser dito naquele momento. Tomara uma decisão, e ela teria que ser cumprida: Precisava ficar longe de sua amada, para o bem de todos... - Leia-se, na mente de Setsuna, uma decisão pelo bem de Konoka.

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Enquanto isso, de volta a casa de Konoka e Asuna.

Novamente, a maga continuara, dessa vez sem interrupções do arminho descarado, que mantinha-se desmaiado na cama de Asuna - ela mesma o colocara lá, antes de amarrá-lo e tapar seus ouvidos.

– Então, eu segui nosso plano... Dormimos juntas...

Asuna a fuzilara com aquele olhar de "EU SEI QUE ISSO ACONTECEU. VÁ DIRETO AOS FATOS"... Mas se controlara... Konoka as vezes era muito BAKA, por sorte ela a conheceu, por que realmente precisava dela... de alguém perspicaz, que pensa rapidamente, e que está sempre atenta aos detalhes em sua volta...

Viajando em seus pensamentos, Asuna não prestara atenção ao que Konoka tinha acabado de dizer. Quando voltara diante da amiga, que continuava falando sozinha, Asuna repetiu cuidadosamente:

– Repita aí! Me perdi na história!

– O que você perdeu?

– Volta pro início! - disse Asuna, impaciente.

– Então, eu segui...

– CHEGA! KONOKA, dá pra passar dessa frase ou está difícil? - a paciência de Asuna tinha estourado

– Você que disse "volta pro início"

Asuna controlou-se novamente, fechara os olhos, e respirara profundamente. Voltara à imagem da maga em sua frente, e pedira, com as palavras lentamente pronunciadas:

– OK. Vocês dormiram juntas... Como estava no plano... E depois? Como chegou no "beijo" final?

Asuna dissera a palavra chave... Konoka começara a chorar, inconsolavelmente.
Asuna se arrependeu da forma como falou, e imediatamente a abraçou.

– Desculpa.. Eu sou uma BAKA mesmo!

– Não é você... Sou eu...

– Me conta o que houve... quem sabe não posso ajudar vocês?

Asuna decidira sentar-se no chão, já que ficar por uma hora abraçada em Konoka, abaixada no chão, enquanto a outra permanecia confortável em sua cadeira, seria uma pouco doloroso demais... Trouxera Konoka junto, ja que esta continuava agarrada nela, totalmente desnorteada.

Passaram-se alguns longos minutos, todos contados incansavelmente, de segundos a segundos por Asuna, que já imaginava a que horas sairia daquele quarto hoje, ou simplesmente, a que horas ela poderia finalmente desfrutar do banquete feito por Konoka.

Mas o seu sofrimento teve efeito, e sua amiga finalmente relaxara, começando a falar.

– Eu não sei o que me deu... Quando a gente acordou, quer dizer, quando eu acordei... Ela estava dormindo... Quer dizer, eu não sei.. como posso saber? Só sei que ela estava de olhos fechados... - pausa - Isso significa que estava dormindo né?

Asuna ficara levemente irritada. Tivera vontade de gritar "Baka" mais uma centena de vezes, porém isso só deixaria Konoka mais triste ainda. E só a deixaria mais algumas horas sem comer... Assim, controlara-se, dando simplesmente um pequeno sorriso forçado, como resposta.

– Então, ela estava de olhos fechados... e eu... a beijei... e ela ficou me olhando com os olhos assustados... eu fui impulsiva e...

– Pera aí... Então ela abriu os olhos? - Asuna estranhou.

– Sim..

– Então ela podia estar simplesmente acordada?

– De olhos fechados? - perguntou Konoka, incrédula.

– Talvez, por que não?

– E o que isso teria haver? - sem entender.

– Preste atenção em meu raciocínio, Konoka... Se ela estava o mínimo acordada que fosse, e deixou você se aproximar para beijá-la, ou simplesmente sentiu que você estivesse se aproximando e permitiu ainda assim, ela é tão culpada como você... Quero dizer, ninguém é culpado... Mas também, ninguém é inocente... Provavelmente, se ela te deixou aproximar, foi por querer também... Mesmo que depois vocês tenham surtado, e se arrependido de tudo...

A maga suspirara.
"Ops assunto errado", Asuna pensara.

– Então, Asuna. O que eu faço?

Konoka sabia que não haveria resposta agora, porém, precisava perguntar.
Asuna prometeu que iria pensar e responderia depois do café da manhã.
(Isso já era 15h da tarde).