Edward Cullen

Lá estava eu, no meio do roseiral, enquanto pousava com todo cuidado possível o corpo de Bella no gramado.

A corrida de minha mansão até o terreno de trás não me cansou nem um pouco, afinal.

Dessa vez, eu sabia que dinheiro algum podia me ajudar nessa situação, e também nenhuma solução que envolvia deixar meu orgulho falar mais alto.

Somente meus sentimentos eram capazes de salvar Bella, segundo Alice. Afinal, como diziam os contos de fada - pelo menos nos livros e desenhos infantis - era que a Fera só descobria o significado do amor quando o perdia. Eu não podia chegar a esse ponto. Perdê-la estava fora de cogitação.

Perdê-la seria minha destruição.

Ajoelhei-me em frente ao seu corpo inconsciente e envolvi meus dedos ao redor dos dela. Imediatamente, olhei para todas as rosas ao meu redor, já me sentindo um completo idiota pela ação que eu faria em seguida:

– Sei que vocês podem salvá-la. – Gritei determinado. – Preciso dessa segunda chance.

Esperei por alguma resposta, algum movimento fora do normal ou coisa parecida... Nada. As rosas continuavam se movimentando calmamente conforme a ventania e o silêncio era o sinal de meu fracasso na missão de salvar Bella.

Escutei um estalar ensurdecedor por cima de minha cabeça e uma rajada de vento acertou em cheio meu rosto. Instantaneamente, uma nuvem negra se formou no céu, escurecendo tudo ao meu redor.

Um temporal estava se formando, concluí.

Meu corpo todo se arrepiou e apertei ainda mais forte meus dedos ao redor dos de Bella, a procura de alguma fonte de calor. Entretanto, seus dedos estavam mais gelados do que o próprio clima, e aquilo me assustou. Notei também que os mesmos estavam ficando cada vez menos pesados e cada vez menos visíveis. Eu definitivamente precisava agir.

Procurei desesperadamente por alguma solução em minha mente. Porém, a corrente de desespero impedia meu cérebro de raciocinar algo lógico o suficiente para poder salvar Bella. A minha Bella.

– Eu não posso perdê-la! – Gritei a pleno pulmões, sentindo certa raiva desconhecida dentro de mim – Não posso. – Dessa vez, não olhei para as rosas ao meu redor e sim para seu rosto.

Novamente, não recebi resposta alguma e o único som presente era o estalar dos raios. Se existia mesmo a magia, sem dúvida alguma, não estava agindo a meu favor.

Bella estava desse jeito por culpa do assassino, conclui. Afinal, qual era o motivo que levaria uma pessoa a atormentar tanto assim minha vida? Quando eu o encontrasse, iria matá-lo.

Gotas gélidas começaram a pingar em cima de meus cabelos, descendo até meu rosto, embaraçando minha visão.

O rosto de Bella era incrivelmente bonito. Sua pele estava mais pálida do que o normal, tive que admitir. Mas nem por isso diminuía a sua beleza. Se seus olhos verdes estivessem abertos, seria a parte que mais chamaria a atenção em seu corpo, sem dúvida alguma.

Aproveitando minha mão outra mão que estava livre, levei-a até o rosto de Bella e envolvi toda a região com todo cuidado, como se pudesse quebrar a qualquer momento.

As gotas começaram a ficar mais violentas e a chuva finalmente desceu, inundando a mim e a Bella. Não me importei.

Fitei seu rosto, reparando em cada detalhe que eu tanto gostava.

Uma dor desconhecida começou a tomar conta de meu peito e foi até mesmo difícil de respirar. Bella estava morrendo, afinal. Ela iria me deixar e a única coisa que me restaria... seriam lembranças?

Inesperadamente, olhando para o rosto de Bella, os momentos que passamos juntos começaram a passar nitidamente como uma fita dentro de minha cabeça. Momentos que eram de suma importância para mim.

A thousand years, part 2 – Cristina Perri.

O primeiro momento que passou diante de meus olhos foi quando nos encontramos pela primeira vez.

Meus olhos passaram de seu rosto para a rosa que estava vermelha, nunca tinha visto uma que não fosse negra por ali e não me importei com aquilo no momento, uma vez que o roseiral era considerado uma praga por mim. Quando criança, meus pais sempre davam mais atenção no trabalho do que a mim, aquilo meio que criou uma rejeição infinita de minha parte pelas rosas negras.

O que mais me surpreendeu naquele momento, foi o quão estranho me senti quando seus olhos verdes encontraram os meus. Tenho que admitir que aquilo mexeu com a escuridão dentro de mim. Tenho que admitir também, que por mais estranho que possa parecer, jurei ter visto aqueles olhos verdes em algum lugar. Eu os reconheci assim que os vi.

– Qual seu nome? – Perguntei, sentindo-me estranho por não conseguir desviar a atenção de seus olhos e principalmente de seu rosto.

– Isabella Swan – Ela respondeu.

Aquelas duas palavras mudaram minha vida para sempre, assim como o primeiro beijo trocado por nós dois na frente de todo mundo, quando a obriguei. Foi a primeira vez que senti algo diferente dentro de mim durante anos, algo que nenhuma mulher jamais me fez sentir. Esse momento não estava em um dos meus mais favoritos, já que Bella se jogou em meus braços por obrigação porque teve que fazer os donos do orfanato acreditarem que estava mesmo disposta a casar comigo, para que não levassem sua irmã.

O segundo momento foi quando ela apareceu na porta de meu quarto usando aquela mínima pesa de roupa azul, deixando-a tentadora diante de meus olhos, como nenhuma mulher jamais teria feito.

– Eu quero você, quero você agora – Ela falou e foi questão de minutos para que meus braços a envolvessem. – Me leve pra cama, eu preciso de você.

E então, foi questão de segundos até que eu chutasse a porta, fechando-a. Logo, demorei menos ainda para que eu a atirasse em cima de minha cama.

Nunca me esqueci das repetidas vezes que ela murmurou meu nome na mesma noite, enquanto dormia ao meu lado.

O terceiro momento foi quando estávamos lutando. Nunca admiti isso, mas naquele mesmo instante tive certeza que nossos corpos agiam como imãs: cada vez que eu me movimentava, Bella respondia na mesma sincronia, por isso foi tão fácil quase ter ganhado dela, se eu não tivesse deixado minhas emoções me distraírem. Afinal, era isso que ela vivia fazendo comigo: distraindo-me.

O quarto momento foi quando ela veio furiosa ao meu quarto à procura de explicações esclarecedoras do por que adiantei a data de nosso casamento. Bem, ela quase me pegou pintando um de meus quadros. Eu jamais mostrei qualquer quadro meu para ninguém, e pensar na remota possibilidade de que ela sequer tinha quase descoberto, me fez ficar furioso como nunca. Prometi para mim mesmo que se ela não morresse, iria ver meus quadros. Todos.

Bella nunca soube, mas parei de pintar desde que meus pais morreram. Voltei somente a fazer tal coisa quando ela apareceu em minha vida. Naquele mesmo momento, nossos corpos tinham reagido mais uma vez como imãs diante de tanta raiva e caímos em tentação, uma pena que ela fez aquele acordo da lua de mel antes que finalmente cedesse para mim.

– Tenho uma proposta: Se você prometer ser bonzinho e não encostar um dedo em mim sem que eu peça, vou ser toda sua na lua de mel. – Propôs, arrumando seus cabelos bagunçados.

Esperei certo tempo para responder, e quando o fiz, levantei uma de minhas sobrancelhas sem perceber. Algo que eu fazia toda vez que analisava demais uma situação.

– Toda minha? – Pedi, deixando claro que provavelmente aceitaria a proposta.

– Até o último fio de cabelo. – Prometeu.

– E se você pedir para eu te tocar, a promessa não será quebrada, não é? – Pedi novamente, certificando-me de todos os pontos.

– Com toda certeza.

– Tudo bem, aceito. Se prepare para pedir. – Sorri vitorioso, com milhões de planos se formando em minha mente.

Mal sabia eu que ela estava definitivamente disposta a não ceder.

O quinto momento foi quando ela apareceu no meio da noite na sala de estar enquanto eu assistia televisão e pediu educadamente se poderia deitar-se comigo. É claro que deixei. Foi a primeira vez que conseguimos deitar no mesmo lugar sem aquele desejo louco e desconhecido agir sobre ambos. Somente o prazer de estarmos tão perto um do outro e conversamos daquele jeito, bastou. Aquela foi a primeira vez que ela me fez uma pergunta, da qual tive certeza que envolvia toda a confusão que estávamos metidos.

– Se você tivesse apenas uma escolha a fazer, o que você usaria para te guiar? – Ela perguntou, com os braços em volta de mim. Eu soube que havia muito mais por de trás de seu tom de voz despreocupado.

Demorei a responder e tentei parecer pensativo por certo tempo, deixando minha expressão totalmente neutra.

– Acho que... Meu coração. Se eu tivesse um. – No mesmo instante eu soube que havia a surpreendido com minha resposta – Pois somente ele poderá revelar o que eu sinto. Se eu tivesse um. – Acrescentei.

Presenciei a completa indignação tomar conta de suas feições.

– Sei que tem um coração. – Falou – Estou sentindo ele nesse exato momento. Não pode se tratar desse jeito, como se fosse um monstro.

– Eu sou um monstro. – Insisti.

– Isso é o que você acha. É a imagem que você quer que as pessoas tenham de você. Sei que você tem um coração e principalmente sentimentos. - Ela foi falando agilmente, obviamente deixando as palavras saírem sem pensar duas vezes - Você só tem que achar a pessoa certa que os desperte.

E então, ambos ficamos quietos, pensativos.

E agora, eu soube que havia achado a pessoa que os despertasse. Eu sempre achava a pessoa que os despertava. E essa pessoa era a Bella, a mulher da minha vida.

Finalmente, o último e não menos importante, foi o momento em que Bella prometeu que jamais me abandonaria. Ela fez tal promessa quando estávamos na varanda do castelo de minha tia, no Alasca.

– Me prometa uma coisa, Isabella? – Pronunciei seu nome inteiro, algo que não era de meu costume.

Pousei uma de minhas mãos em sua bochecha, encarando seu rosto.

– O que?

– Nunca me abandone. – Pedi imediatamente, deixei que toda dor que eu sentia naquele momento transparecer em minha voz. Surpreendendo-me, Bella apertou sua mão que estava em volta de meu peito e levou um de seus dedos até meus lábios em um gesto inútil de me impedir de continuar a falar. – Prometa, que por mais estúpido que eu for com você, nunca pense em me deixar.

Ela demorou a responder. Aquilo não facilitou nada e só me deixou mais aflito. Eu já havia perdido noites incontáveis de sono por culpa das coisas idiotas e cruéis que eu havia feito para ela. Perdê-la estava fora de meus planos. Não podia acontecer.

– Eu prometo. - Quando percebi, ela disse as palavras.

E então finalmente emergi de minha maré de pensamentos e voltei ao presente, deparando-me com o corpo inconsciente de Bella diante de mim.

A chuva continuava forte e ensopava cada vez mais a mim e a Bella. Meus dedos continuavam entrelaçados nos seus. Se ela estivesse acordada, eu tinha absoluta certeza que responderia ao meu toque, como sempre. Infelizmente, não estava.

Só que agora era tarde, seu corpo estava praticamente se desintegrando diante de mim, ela estava ficando praticamente invisível diante de meus olhos.

A dor já conhecida tomou conta de meu meus sentidos e a reconheci na vez em que perdi meus pais, há muito tempo atrás. Então era assim, eu viveria perdendo as pessoas que me amavam? Eu estava condenado a viver sozinho, afinal. Há certo tempo, prometi a mim mesmo que jamais deixaria alguém se aproximar novamente de mim, uma vez que o amor sempre guiaria o ser humano à sua própria destruição. E então permaneci por anos sozinho, entorpecido, vivendo na escuridão, desconhecendo o significado da felicidade... Até que Isabella apareceu. E mudou tudo.

Sia – My love

– Isabella. – Chamei pelo seu nome. Apertei meus dedos ao redor de sua mão e aproximei meu rosto do seu. A água da chuva ensopou ainda mais seu rosto. – Eu sei que ainda resta alguma esperança, por mais improvável que seja. Nunca pensei que ia encontrar a felicidade novamente, e veja só? Você apareceu. –As palavras foram saindo involuntariamente de minha boca, meus sentimentos finalmente sendo expostos, descobertos – Eu sei que nunca dei motivos o suficiente para você acreditar que nunca gostei de você. Bem, a verdade é que nunca gostei. Eu amei você. E continuo amando. Nada vai mudar o que sinto por você, nem mesmo a morte. Desculpe-me por te tratar muitas vezes como uma opção, ou como uma mulher qualquer. Nunca leve em consideração o que fiz de mal com você. Nunca, está me ouvindo? Porque sou assim, ajo por impulso e magoo as pessoas sem perceber. Eu posso suportar tudo, menos perder você. Volte para mim, meu amor. Você prometeu nunca me abandonar, lembra? Saiba que sempre vou amar você. Pode passar o tempo que for, vou continuar amando você. Eu te amo como ninguém vai te amar. Agora eu sei disso e você precisa acordar para que eu possa te provar. Volte para mim, assim como sempre voltou. – Quando percebi, as palavras haviam sido pronunciadas por mim.

Levei meus lábios até os seus e os pousei ali, por um longo tempo. O formigamento que eu sentia por todo meu corpo quando a beijava continuava vivo em mim. Os sentidos eram os mesmos, sempre e sempre.

Afastei meus lábios dos seus por poucos centímetros e encarei seu rosto por longos segundos. Momentaneamente, senti meus olhos arderem e uma lágrima transbordou de meus olhos.

Eu estava chorando. Não me importei.

– Amo você. – É tudo que consegui dizer, olhando para sua imagem praticamente morta diante de mim.

Eu a perdi. Para sempre. O amor de minha vida estava ali, sem vida diante de meus olhos.

No fim, tive que perdê-la para descobrir meus próprios sentimentos. Para descobrir o real significado do amor.

A lágrima desceu por minha bochecha, se misturando um pouco com a água da chuva e foi deslizando por toda a região, chegando ao meu queixo até que caiu em cima do rosto de Bella.

Foi quando algo inesperado aconteceu.

Uma explosão de cores desconhecida emergiu de dentro de Bella e se expandiu por todo o espaço ao nosso redor. Recebi uma lufada de ar quente e instantaneamente arfei, fechando meus olhos.

O que diabos estava acontecendo?

Atordoado demais por culpa do recente acontecimento, abri meus olhos e percebi que a chuva havia ido embora, assim como a escuridão do céu. Ouvi o barulho dos pássaros piando e senti o cheiro de grama molhada. Meus cabelos continuavam úmidos e se não fosse isso, eu podia jurar que estava sonhando há minutos atrás.

Bella! Eu precisava olhar para seu rosto e...

– Edward? - Sua voz foi tudo que precisei ouvir para parar de raciocinar, ou até mesmo respirar.

Olhei para o rosto de Bella e imediatamente me deparei com o verde de seus olhos.

Não consegui pronunciar uma palavra sequer. Seus olhos estavam abertos e eu podia até mesmo ouvir sua respiração de onde estava. Ela estava viva. Eu não havia a perdido. Bella continuava viva.

– Eu escutei tudo. – Ela disse, sua voz soando como uma canção para meus ouvidos. Uma canção que eu poderia ouvir pelo resto da vida. Não me preocupei em perguntar como é que ela havia conseguido escutado tudo. A única coisa que meu cérebro era capaz de raciocinar era que ela estava viva. Viva.

Bella foi se levantando cuidadosamente. Em seguida, se ajeitou de modo que ficasse de joelhos e não demorou para que ela jogasse os braços ao redor de mim.

Sentir seu cheiro foi tudo que precisei para sair de meu estado de torpor e me dar conta de que ela estava realmente ali. Comigo.

Eu podia ficar abraçado por horas com ela.

– Eu pensei que tinha te perdido, eu não podia. Eu... Eu...- Fiquei balbuciando que nem um idiota, sem saber o que dizer ao certo.

Bella afrouxou os braços ao redor de mim e afastou seu rosto de meu pescoço, podendo assim, olhar para mim.

Seus olhos verdes me fitavam, assim como eu tanto desejei por dias. Ela era tudo do que eu mais precisava. Tudo que mais precisei.

– Eu amo você também. – Ela disse, sorrindo para mim.

Acho que nunca me senti tão feliz assim, a não ser no dia em que ela havia acordado ao meu lado. Finalmente eu estava sentindo tudo o que não me permiti sentir por anos. Ela era a razão de eu estar feliz novamente, sempre foi.

Lembrei-me de algo que precisava ser feito. Algo que eu iria fazer no Alasca, quando ela finalmente prometeu que não me abandonaria. Infelizmente, não fui capaz de fazer o que pretendia por culpa dos acontecimentos trágicos.

Levei uma de minhas mãos até o bolso interno de meu casaco e de lá tirei uma caixinha pequena de tom azul escuro. Não demorou muito para que eu a abrisse e aproximasse do rosto de Bella.

O conteúdo que havia dentro da caixinha era uma aliança de prata. A aliança não era redonda como todas as outras normalmente eram. Em vez de haver apenas uma circunferência prateada e lisa, havia também o caule de uma planta que fazia uma espiral em torno de uma rosa expondo todas as suas pétalas. Nas pétalas, havia pequenos pedaços de diamantes, onde toda a vez que o sol iluminava, brilhava.

Fitei os olhos de Bella e os encontrei iluminados. Ela definitivamente estava emocionada. Certamente que metade do crédito se devia a Alice por me ajudar a criar um anel assim, mas eu realmente fiquei dias pensando em como seria a aliança. Não foi difícil mandarem fazer, uma vez que eu obtinha o desenho de como o queria.

Ver Bella daquele jeito era o suficiente para me fazer ter certeza de que valeu a pena. Se fosse para ela se casar comigo, que fosse de livre e espontânea vontade.

– É lindo. – Ela disse, nossos olhares se encontrando.

– Isabella Marie Swam. – Falei seu nome todo com total confiança. – Você aceita se casar comigo? – Meus olhos encontraram os seus e abri um sorriso pelo canto da boca.

– Sim. – Ela respondeu rapidamente, sem hesitar um segundo sequer.

Aquele seria mais um momento que ficaria gravado em minha memória.

Imediatamente, tirei a aliança da caixinha e esperei que Bella estendesse sua mão para mim. Quando o fez, deslizei a aliança por entre seu dedo e fiquei realmente satisfeito quando a peça se encaixou perfeitamente.

– Ficou perfeito. – Bella disse, agora se atirando em meus braços novamente.

Seus lábios vieram de encontro aos meus e respondi ao beijo como nunca. Dessa vez, não caímos em visões do passado e nem nada do tipo. Apenas nos beijamos como nunca, matando toda a saudade. Não estávamos focados no passado e sim no presente. No agora. E era por isso que não caímos no total abismo do passado.

A cada instante, Bella foi intensificando o beijo e me perguntei até onde ela queria chegar. Seus braços percorreram todas as minhas costas, arrepiando cada parte por onde passavam. Fiz o mesmo com ela, deixando minhas mãos explorarem cada parte de seu corpo que tanto senti falta.

Foi quando ela deslizou a mão por todo meu peito até mais para baixo e começou a levantar minha camisa que finalmente a ficha caiu.

Parei o beijo instantaneamente e afastei nossos lábios, olhando para seu rosto. Suas mãos estavam tocando meu abdômen e tentei não estremecer.

– Tem certeza? – Perguntei – E a lua de mel?

– Tenho. – Ela respondeu, me olhando de um jeito que entregava totalmente o que queria. – Nunca tive tanta certeza. Quero você. Agora.

No fundo, eu sabia que ela estava fazendo isso porque não tinha certeza do amanhã e nem das complicações que viriam a acontecer. Mas também, que ela me amava o suficiente para isso, assim como eu a amava.

Levei meus lábios até os dela, exigentes. Em seguida, envolvi toda sua cintura com meus braços e a puxei violentamente para perto de mim, praticamente colando nossos corpos.

Finalmente, cederíamos ao desejo que tanto nos consumia.