Em meus sonhos, cada momento que vi as minhas encarnações viverem continuavam a me assombrar. As cenas simplesmente surgiam em meu campo de visão, atormentando ainda mais meu sono, tornando impossível o ato de dormir em paz se concretizar.

Assim que abri meus olhos, dei de cara com lindos olhos dourados que eu conhecia tão bem. Isso era impossível negar.

– Bom dia – Edward murmurou, com os lábios perto demais dos meus.

– Bom dia – Murmurei de volta, não me dando conta de que sorri.

Espera aí... Lábios pertos demais dos meus?

Demorado algum tempo até que meu cérebro começasse a raciocinar direito, prestei atenção em minha posição e principalmente a de Edward.

Ele não havia se mexido nem um pouco, deu pra notar ao olhar para trás e encontrar o meu lado da cama com o lençol super arrumado e vazio. Muito pelo contrário, era eu quem havia invadido o espaço dele. Minhas mãos envolviam toda a sua cintura e minha cabeça estava posicionada em seu peito. Senti os batimentos de seu coração calmo, assim como sua pele quente em contato com minha bochecha.

Ficamos olhando um para o outro por vários minutos. Tudo bem que o certo era me afastar o mais rapidamente dele, só que o meu corpo não respondia aos meus pedidos de socorro, era como se eu estivesse paralisada. Sua expressão continuava vazia, como se ele não fosse capaz de sentir nada ou tivesse uma pedra no lugar do coração.

– Meu nome – Ele disse simplesmente, interrompendo nosso silêncio.

– O que tem? – Perguntei, confusa e sonolenta.

– Você murmurou o meu nome enquanto dormia. Várias vezes. – Respondeu, seus olhos me analisavam confusos.

Ao escutar tais palavras, me afastei dele e o contato do lençol frio do meu lado da cama fez uma corrente elétrica atravessar meu corpo.

– Você ouviu coisas – Menti, querendo me jogar pela janela.

– Sei o que ouvi.

– Que horas são? – Perguntei, querendo mudar rapidamente de assunto.

Edward não falou nada enquanto ainda me analisava. Ele ainda estava usando somente a cueca boxer e percebi que ele tinha músculos nos lugares certo e uma barriga definida, o tipo de homem que mulheres dariam de tudo para ter em sua cama. Ignorei quando algo parecido como um fogo surgiu em certas partes do meu corpo, fazendo-me ficar arrepiada.

– Já são sete da manhã – Respondeu simplesmente, analisando-me de cima a baixo.

Fiquei um pouco surpresa ao me dar conta que eu havia dormido mais de quatorze horas. Bem, para quem tinha ficado mais de um dia acordada, era de se esperar. Os acontecimentos passados começaram a rodar como uma fita dentro de minha cabeça e me forcei a olhar para janela, vendo o vidro embaçado por conta do frio.

– Sei o que ouvi – Edward voltou a falar, me encarando.

– Você andou sonhando. – Me recusei a acreditar que seu nome foi pronunciado pelos meus lábios enquanto eu dormia. Senti-me traída por meu próprio corpo.

– Vamos ver então. – Falou em alto e bom som.

Quando eu estava pronta para perguntar do que ele estava falando, recebi minha resposta quando seus braços vieram de encontro a minha cintura e com um único movimento, ele me sentou em seu colo.

Ignorei o máximo possível o fato de Edward esta usando apenas cueca e me concentrei em levar minhas mãos diretamente para sua cara, só que fui impedida quando ele segurou meu pulso. Não me machucou, apenas imobilizou minhas mãos.

– Me solta – Exigi, olhando furiosa para o homem a minha frente.

Edward soltou um risinho baixo, depois, ele me girou e me deixei de costas para ele. Fez até questão de me deixar sentada bem no meio de suas pernas, novamente, ignorei um sentimento incomum tomando conta de todo meu corpo. Só que foi impossível ignorar o monte incrivelmente duro roçando minhas cochas.

– Confesse que sonhou comigo – Foi sua vez de exigir.

Seus lábios pousaram em meu pescoço e sua língua encostou em minha pele, brincando de fazer círculos por toda a região.

– N-Não – Teimei, quase gemendo quando um arrepio que nunca senti antes subiu pela minha espinha.

Aquilo só pirou tudo, pois as mãos de Edward adentraram pelo tecido de minha camisa e seus dedos passaram de leve pelas minhas costas, brincando com a alça de meu sutiã. Seus lábios descerem de meu pescoço até meu ombro esquerdo, onde ele chupou minha pele, formando um turbilhão de sensações dentro de meu peito misturado com arrepios por todo o meu corpo.

Meu lado racional adormeceu e me virei para Edward, sentado em cima da sua cintura, com uma perna uma de cada lado do seu corpo, quando dei por mim, minhas unhas estavam arranhando de leve seu peitoral e foram descendo, parando ao sentir toda aquela barriga definida. Fiz questão de deixar minha cintura balançar em cima da ereção de Edward, dando-me satisfação quando escutei seu gemido abafado acompanhado de seu hálito em meu ouvido.

Correspondendo aos meus toques, suas mãos brincaram com minhas costas e principalmente com a alça de meu sutiã, formando idéias tentadoras. Seus dedos puxaram meu sutiã, ameaçando tirá-lo.

– Seja minha – Sussurrou em meu ouvido, mordiscando o glóbulo de minha orelha - Se entregue para mim como as outras...

Suas ultimas palavras acabaram totalmente com o clima e afastei meu corpo, o fitando.

– Acha que sou como todas as outras? – Perguntei, sentido-me um lixo.

– Mulher é mulher. Não é só porque você é minha noiva que vai ser especial e única. – Respondeu com a maior cara de pau do mundo.

– Eu devia chutá-lo – Conclui, cheia de raiva.

– Eu ia adorar apanhar de você – Devolveu, sorrindo ironicamente para mim – Porque não descemos até o meu porão, onde tem uma arena para jogador de Box? Afinal, gosto de me exercitar. – Ele continuou a falar, com uma satisfação estranha moldada em seu rosto – Podemos apostar. Se você me imobilizar primeiro, nunca mais toco em você e prometo ficar o mais longe possível. Se eu te imobilizar primeiro, você terá que dormir comigo durante uma semana. Topa?

Primeiro: É claro que alguém como Edward deve ter uma arena de Box em casa.

Segundo: Tudo que eu sabia sobre o esporte era que os caras ficavam batendo-se até a morte, pelo menos essa é a expressão que eles aparentam ter depois de apanhar tanto.

Terceiro: Lutar com alguém do tamanho de Edward deveria ser suicídio.

Nunca tive força o suficiente para ficar batendo em todo mundo por aí, mas quando eu estava na terceira série, já dava uns bons chutes nos garotos que resolviam me zoar ou até mesmo se engraçar para o meu lado. A parte de meu cérebro que era racional dizia-me para não apostar nada e deixar aquilo de lado, ignorando totalmente meu orgulho. A outra, dizia-me para topar e não deixar Edward com aquele ego enorme. Eu estava pronta para dizer que não, mas ao olhar para aquele sorriso cínico de quem sabia que ia sair triunfante ao receber um não, resolvi escutar a segunda parte. O meu orgulho. O meu maldito e imprestável orgulho.

– Tudo bem. Em trinta minutos nos encontramos no porão. – Topei, saindo de cima do seu colo.

Sem olhar para trás, saí do quarto e fui em direção ao de Nessie. Na metade do caminho, encontrei Alice.

– Nessie já saiu na limusine com Jasper, a caminho da escola. – Alice me disse quando abri a porta do quarto e não encontrei ninguém na cama.

– Já? – Perguntei incrédula.

– É, ela queria te acordar. Só que a convenci que você precisa dormir mais um pouco...

– Ok, eu dormi com Edward. Mas não aconteceu nada. - Confessei.

Bem, não tinha acontecido nada... Nada demais.

– Eu sei. E é por isso que menti para sua irmã. – Alice respondeu sorridente, igual a uma eficiente empregada e, principalmente, amiga.

Resmunguei que estava tudo bem e fui em direção de meu quarto, sempre com Alice ao meu lado. Calculei os minutos mentalmente, não querendo estar atrasada e dar motivos para Edward que eu estava com o menor vestígio de medo. O tempo todo tentei ignorar o frio que sentia na barriga e as incertezas que rondavam minha mente, afinal, nunca se quer assisti a uma luta de Box inteira.

Com a ajuda de Alice (que comprou todas minhas roupas novas) consegui encontrar dentro do guarda-roupa roupas que fossem confortáveis. Ignorei o sentimento estranho quando tirei a camiseta de Edward e a joguei para o canto do quarto. Deveria ser a culpa, afinal, nunca sabia que eu era capaz de fazer todas aquelas coisas com Edward.

– Quais os motivos? – Ela perguntou, assim que coloquei uma camiseta preta de manga longa junto com uma calça de lycra.

– Edward quer jogar Box comigo. – Desembuchei.

– Você vai perder. – Ela quase riu e tomou uma expressão séria no rosto assim que olhei para ela – Mas a esperança é a ultima que morre.

– Obrigada. – Respondi de mau humor, prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo.

Alice me ajudou a escolher um tênis confortável da Nike. Fiquei maravilhada quando ela me mostrou os milhares de pares de sapatos que ela havia comprado para mim. Edward deveria confiar mesmo em Alice para dar tanto dinheiro só para investir em sapatos tão caros. Ela me disse que como eu era noiva dele, nunca podia aparecer com o mesmo sapato nas festas. Quis rir ali mesmo ao me lembrar de meu antigo e único tênis que usava para sair onde quer que eu fosse. Nunca tive um sapato de salto alto e foi praticamente um milagre quando não cai nas escadas no dia em que usei o vestido que Alice tinha feito para mim.

Eu estava pronta para sair do quarto quando Alice me chamou.

– Bella?

– Sim? – Respondi, olhando para trás.

– Você não tem tido nenhuma visão... Do passado? – Perguntou.

– Não. Só sonhos em as cenas ficam se repetindo.

– Tive uma ideia. – Ela foi falando, se colocando ao meu lado – Acho que sei um modo de fazer você ter essas visões mais seguidas, sem ter que beijar Edward toda vez. Bem, é um ritual um tanto complicado...

– Faço de tudo por Nessie. Temos que descobrir o que aconteceu aquela noite. – Topei na hora, sabendo que minha cota de decisões ariscadas no dia estava cheia.

– Tudo bem – Ela falou feliz, se colocando ao meu lado – Vou falar com Jasper a respeito disso. Antes de ir para o porão, vamos até a cozinha e conversaremos um pouco.

– Cozinha? – Perguntei e na hora minha barriga roncou, fazia tempos que eu não comia nada. Entendi o recado.

– Parece que alguém esta com fome – Alice concluiu– Iremos até a biblioteca e depois te levarei na cozinha e você come alguma coisa.

Concordei meio apressada e fomos descendo as escadas. Passamos pela sala que tinha o quarto coberto por um pano preto e a curiosidade me subiu a cabeça. Também me lembrei da vez em que cuspi na cara de Edward, foi naquela vez em que nós conversamos e do nada ele pediu-me em casamento.

– Porque aquele quadro tem um pano preto? – Perguntei para Alice, olhando para trás tentando acompanhar seus passos apressados.

– Deste que cheguei aqui aquele pano está ali. Edward disse para nunca, em hipótese alguma, mexer no quarto. E é isso o que fazemos.

Uma curiosidade tentadora me dominou e fiquei me perguntando o que aconteceria se eu tirasse o pano preto e depois o colocasse de volta no lugar, só para ver o que tinha desenhado no bendito quadro. Afinal, o que era tão importante assim a ponto de Edward proibir todo mundo te tirar o pano de cima do quadro?

Não percebi quando chegamos a biblioteca e me deparei com os milhares de vidros empilhados nas prateleiras. Depois de ter trancado a porta atrás de nós, Alice passou por mim.

– Bella, Rosalie vem mais tarde junto com seu marido para visitar você e Edward, então não demore na bendita luta – Alice me informou, indo em direção da prateleira de livros a minha frente.

– Tudo bem.

Ver Rosalie seria ótimo. Ela era boa pessoa e a única fonte que eu poderia tirar informações sobre Edward.

Eu já estava pronta para perguntar o que diabos Alice estava fazendo, até que ela moveu um livro na prateleira de cima e, no mesmo momento, abriu ao lados dos seus pés uma pequena abertura, grande o bastante para que uma pessoa pudesse passar por ali.

Claro. Uma biblioteca que tinha uma entrada secreta. Como não pensei nisso antes?

– Vamos entrar por aí? – Perguntei, olhando por de trás de meus ombros preocupada que alguém aparecesse ali e visse o que estava acontecendo... Um certo alguém chamado Edward.

– Sim, me siga. – Alice respondeu e com um único movimento, se jogou dentro do buraco.

Em uma tentativa desleixada de tentar imitar os passos graciosos de Alice, me joguei dentro do buraco e no momento em que meus pés bateram no chão, soube que estávamos cercadas por terra, já que o subiu até meu rosto, fazendo me espirrar repetidamente.

Assim que abri meus olhos, me deparei com um túnel coberto por terra. Também me surpreendi ao me dar conta que o local era iluminado. Só que em vez de lâmpadas, havia várias tochas acesas, tornando tudo visível.

– Edward nunca encontrou isso? – Perguntei, passando as mãos no tecido de minha roupa, não querendo dar a entender que rolei no barro quando visse Edward.

– Isso é pura magia. Toda hora a alavanca muda. Somente eu e Jasper sabemos em qual livro está. – Ela respondeu, sorrindo para mim enquanto encostava suas mãos na parede de terra.

– O que estamos fazendo aqui?

– Em breve você vai saber.

Ao dizer tais palavras, Alice afundou ainda mais a sua mão dentro da parede de terra e no mesmo instante aquilo se moveu, indo para o lado enquanto dava espaço suficiente para uma pessoa poder entrar.

Tive medo de piscar, perdendo algum detalhe. Aquilo tudo era completamente novo para mim... Um quebra cabeças que aos poucos eram descobertos as peças certas.

Alice passou pelo pequeno espaço e a segui, tentando respirar ao perceber que não havia muito ar circulando por ali.

Assim que meus olhos se acostumaram com a pouca luz que havia no local, minha boca se abriu de tanto surpresa.

Eu estava em um local onde várias estantes cheias de livros cercavam o local. Só que não eram livros novos e sim velhos e muito grandes. As prateleiras estavam cheias de pó e no centro do local, havia uma mesa grande quadrada que estava cercada por vários vidros cheios de substâncias estranhas, algumas continham ervas e outras alguns líquidos estranhos. No fundo do local, havia um enorme guarda roupa que estava fechado. Também havia um baú e um pequeno quadro posicionado no meio da parede que dava espaço entre uma prateleira e outra, onde várias fotos minhas estavam colocadas.Variavam de quando eu era pequena até agora, registrando pequenos momentos em que eu estava distraída. A mais recente era uma em que eu estava com Jéssica, no mesmo terreno em que minha casa pegou fogo. Reconheci que o momento em que a foto foi tirada foi o mesmo em que eu e Jéssica estávamos indo até a casa de Edward, por culpa da aposta.

– Vocês tem me espionado esse tempo todo? – Fiquei meio surpresa, agora centrada em uma foto em que eu estava com Nessie em meu colo. Meus olhos passaram do quadro para Alice, que estava procurando algo em cima da mesa.

– Precisávamos nos certificar de que tudo estava bem. – Alice responde enquanto pegava um vidrinho em cima da mesa e ao mesmo tempo uma agulha. Os objetos estavam em um local visível, longe dos vários vidros cheios das substâncias e alguns livros empilhados em uma ordem totalmente desleixada. Como se tudo já tivesse sido planejado para que eu viesse aqui hoje. Era óbvio.

– O que vai fazer com essas coisas? – Perguntei, enquanto Alice se posicionava em minha frente com o vidrinho em uma mão e a agulha na outra.

– Me dê um dedo – Ela pediu, estendendo a mão que segurava a agulha.

Sabendo que poderia confiar em Alice e ignorando o pânico que se formava em minha cabeça, estendi minha mão e com movimentos rápidos, Alice espetou meu dedo e deixou meu sangue cair dentro do vidro.

– Preciso de seu sangue para ver o quão forte é seu laço com as rosas. – Alice me informou, esperando o sangue parar de pingar do meu dedo.

Eu estava pronta para perguntar como ela iria fazer isso, até que o sangue finalmente parou de cair e ela pousou a agulha em cima da mesa. Ainda segurando o vidrinho com meu sangue, Alice foi em direção de uma pequena cabeceira velha que meus olhos não foram capazes de encontrar anteriormente. Em cima da mesma, estava posicionada uma gaiola onde um rato branco comia os restos de sua ração.

Alice abaixou-se para ficar na altura da cabeceira e depositou o conteúdo do vidrinho dentro do potinho da comida do rato, onde o bicho não parou nem um minuto sequer de comer enquanto meu sangue era depositado em sua comida.

Quando o sangue finalmente acabou, Alice se levantou e colocou o vidro em cima da mesa.

– Vamos testar o rato com seu sangue dentro do organismo dele. – Ela respondeu a todas minhas dúvidas, enquanto me puxava pela cintura em direção da saída do local.

Por algum motivo, me contive de pergunta o que iriam fazer com meu sangue dentro do rato. De algum modo, algo dentro de mim tinha medo de descobrir o quão forte era minha conexão com as rosas. Mas elas já me ajudaram uma vez... E se eu tentasse descobrir o que aquele laço era capaz de fazer, e de algum modo vingar a morte de meu pai?

Alice fechou do mesmo modo que abriu a porta de terra. Não demorou muito para que subíssemos de volta a biblioteca e fechássemos a abertura.

Tomando todo cuidado, saímos de dentro da biblioteca e fomos rumo à cozinha. Ao chegar lá, não me surpreendi nem um pouco com o quão modernizada era. Tudo era caro e feito sob medida, dando inveja a qualquer dona de casa. Alice pediu-me para sentar na mesa enquanto preparava um sanduíche para mim.

– Alice? – A chamei, quando me sentei na cadeira.

– Sim? – Respondeu, pegando um monte de coisas dentro da geladeira.

– Edward não pode saber de nada, não é? – Quis tirar minha duvida que do nada me surgiu. Bem, não contei do bilhete que haviam me mandado e nem dos outros. E nem iria contar sem saber de quem lado Alice e Jasper estavam: Edward ou Nessie.

– Nunca. Ele não pode saber. Tem que descobrir que te ama porque seu sentimento é verdadeiro, e não porque é destinado a isso. Nem você era para ter descoberto, mas foi necessário. Só temos essa chance. – Ela foi respondendo, enquanto colocava o presunto e queijo dentro de um pão.

Fui guardando todas as informações dentro de minha cabeça. Algumas coisas não faziam sentido: Porque o assassino iria fazer com que eu mesma matasse Nessie e depois, simplesmente, me propor para fazer Edward se apaixonar por mim? Será que era por algum tempo determinado? Será que os minutos estavam sendo contados no relógio? Será que o assassino estava levando a sério ou era apenas uma brincadeira e em breve mataria minha irmã?

– Vocês já pensaram na possibilidade de o assassino ser imortal, igual a você e Jasper? – Acrescentei minhas idéias.

Alice veio em minha direção trazendo consigo meu sanduíche em um prato junto com uma xícara de café. Não demorou muito para que ela se sentasse a minha frente e me entregasse meu lanche.

– Sim. O problema é que não temos idéia de quem possa ser. – Falou preocupada, suspirando.

Devorei meu sanduíche em menos de cinco minutos e eu já estava tomando meu café quando Alice soltou uma bomba daquelas:

– Daqui a alguns dias vamos ao Alasca. – Ela bateu palmas, toda feliz.

Engasguei com o café e tentei controlar a série de tosses.

– Alasca? – Perguntei, em meio a tosse.

– Tem parentes de Edward lá. Você tem que ser apresentada a praticamente todos os membros da família dele, para ser aprovada. – Me informou, ainda sorrindo – Já estou organizando nossas roupas, as suas em especial. Vai estar perfeita.

– E Nessie? – A crise de tosse finalmente parou, só que foi substituída por um medo irracional. O último evento em que fui apresentada para as pessoas não tinha acabado muito bem.

Nunca saí de Dark Rose. Quem dirá pensar que algum dia iria para o Alasca.

– Ela deverá ir com a agente. Mas não se preocupe, Jasper está quase o tempo todo tomando conta dela, ele realmente está protegendo sua irmã. Ah, mais tarde o padre vem até aqui, temos que marcar a data do casamento, para logo. – Alice parecia muito feliz com todos esses eventos – Estou dsenhando seu vestido de casamento, vai ficar perfeito!

Fiquei feliz por Jasper estar tomando conta de Nessie, pelo menos o tempo em que eu não estava perto dela, ele estava lá, cuidando-a na escola. Bem, em breve eu estaria casada com Edward.

Senti algo estranho dentro de mim ao pensar em nossa lua de mel.

Foi quando lembrei que Edward estava lá embaixo, pronto para jogarmos Box.

– Ah, Deus, Edward está lá embaixo. Deve estar pensando que desisti – Deduzi rapidamente, pulando da mesa.

– Bella, isso é irracional – Alice foi falando, se levantando da mesa – Avise a Edward que ele nem mesmo pense em tocar em seu rosto, Rosalie virá mais tarde e ...

– Não se preocupe Alice – Ouvi a voz de Edward atrás de nós e no mesmo instante vire-me para encarar seu rosto – Vou pegar leve com ela.

Enquanto ele vinha em minha direção, reparei que estava usando uma camisa branca colada que dava uma boa visão de seu peito largo e seus braços definidos. Ele estava usando um calção preto e um tênis que de longe dava para ver que era confortável. Tenho que admitir que até mesmo em uma roupa qualquer, ele parecia um deus grego pronto para a luta.

Antes de chegar até mim, encontrei seus olhos muito focados no decote de minha camisa e dei de ombros, o desafiando.

Crápula.

Quando finalmente atravessou a distancia entre nós, suas mãos envolveram minha cintura.

– Pronta para perder? – Ele murmurou em meu ouvido, ignorando totalmente a presença de Alice.

– Pergunto o mesmo para você. – Praticamente sibilei, sabendo que minhas bochechas estavam vermelhas de tanta vergonha.

– Tchau Alice, arrume as roupas de Bella para a visita de Rosalie. – Edward exigiu, enquanto me guiava em direção da saída da cozinha.

Ele me guiou até uma porta que dava de frente para as laterais das escadas. No mesmo instante percebi que era o caminho que nos levaria até o porão. Céus! Aquela casa era realmente grande.

Edward abriu a porta para mim e fez um gesto com as mãos para que eu tomasse a sua frente.

Revirei os olhos e desci as escadas a minha frente.

O ambiente estava iluminado, só que era totalmente fechado e as pequenas janelas que tinham ali, estavam trancadas, dificultando a passagem do ar. No meio do porão, havia um espaço aberto onde suas laterais eram cercadas por uma fita vermelha onde indicava o meio e o fim do campo. Ao redor do campo, vários sacos de pancadas e algumas maquinas de exercício dos quais eu não sabia o nome, estavam espalhadas. Bem, agora dava para saber onde Edward se exercitava e ganhava tanta massa muscular.

Quando cheguei ao fim das escadas, caminhei para o meio do campo e esperei por Edward. Ao invés de ficar prestando atenção em seus olhos, ocupei-me em ficar analisando onde meus pés pisavam: Não era o chão duro e sim algo que me lembrava uma borracha preta, onde se eu caísse, não iria me machucar tanto assim. Aquilo cobria todo o campo, dando uma boa pista de briga.

– Pegue – Edward falou e quase tomei um susto quando ele apareceu na minha frente, segurando um par de luvas de box pretas.

Entendendo o recado, peguei as luvas de sua mão e demorei alguns minutos para vesti-las, mas quando o fiz, senti o quão confortáveis e seguras eram. Olhei para Edward e vi que ele já vestia as deles, a diferença era que as dele eram vermelhas.

– Não sei jogar isso. – Confessei, o vendo se afastar de mim enquanto um sorriso brincalhão emoldurava seu rosto.

– Vou tornar as coisas mais fáceis para você – Ele foi falando, movimentando seu corpo – Apenas me acerte um soco, em qualquer lugar. Se fizer isso, você ganha. E se eu conseguir deixar você apenas de calcinha e sutiã, eu ganho. Topa?

Sem pensar, concordei:

– Tudo bem.

E então avancei para cima de Edward.