Aurora ria desenfreadamente enquanto as janelas do castelo se quebravam e os estilhaços voavam em algumas criadas que estavam próximas.

Assim que ela retomou a "sanidade" seu vestido tomou a coloração negra, e seu rosto se transformou.

A rainha apenas sentia medo, muito medo do ser a sua frente que julgava não ser Aurora.
Ela estava perdida em pensamentos, tendo certeza de que sua filha poderia estar possuída por uma espécie de demônio, mas não, no fundo ela sabia que essa era a Aurora de verdade.

– POR QUÊ? – Dizia entre o choro – POR QUE VOCÊ MATOU SEU PAI?

– Ele não é meu pai. – falou friamente– E você não é a minha mãe. Eu o matei por que eu quis, simples.

– Aurora você... - Ela tentou começar

– Meu nome não Aurora. Eu me chamo Bela, e é a partir deste momento, que um inferno irá começar na sua vida, mamãe. - Ironizou enquanto mantinha um sorriso no rosto - E sabe por quê? Por que você me amou. Você acreditou que eu poderia melhorar e você fez questão de confiar em mim. Pessoas assim que confiam demais, acabam como você, sem nada. Mesmo depois de tudo o que você ordenou que fizessem comigo, você ainda teve coragem de se arrepender e de querer voltar atrás dos seus erros, patético.

Logo alguns guardas desceram as escadas do castelo e ficaram parados, apenas observando. O padre da cidade entrou pela porta principal junto com os cavaleiros da inquisição e o resto dos assassinos.

– Bruxa! - ele proferiu - Deveria temer a Deus!

– E eu temo.- assegurou - Temo a deus, mas não a Igreja não a inquisição. Que tipo de padre o senhor é, que sugere a queima de uma garota em uma fogueira em praça pública? UMA GAROTA QUE PODERIA TER VIVIDO NORMALMENTE. - Ela se referia não só a ela mas a irmã de Hiei, Brida, que havia sido queimada na praça em frente ao castelo.

– MALÉVOLA É A CULPADA! – A bruxa branca sacou sua varinha e ficou pronta para um ataque, que não aconteceu.

– Malévola não tem culpa de nada, afinal, ninguém aqui sabe o que você fez, não é mesmo? – Disse Aurora se dirigindo a “mãe”, que ainda estava de joelhos no chão, assustada.

– Aurora. - ela vociferou, como se mandasse a garota ficar em silêncio.

– Acham que o que? – dirigiu-se aos membros do clero , a guarda real, e as bruxas brancas do reino, que começavam a rodear o castelo tentando fazer uma espécie de proteção. – Acham mesmo que Malévola iria vir até mim, uma criança recém-nascida, e jogar um feitiço para despertar a psicose, sem motivo algum? . A Rainha – Ironizou a garota – E o Rei foram quem procuraram Malévola para que ela pudesse fazer um feitiço para gerar uma criança, afinal, bruxaria branca não tem a capacidade de gerar crianças com extrema rapidez.

– Isso é verídico, vossa majestade ? - Everdeen perguntou um tanto perplexa, temendo a resposta.

A rainha apenas assentiu, ficando cabisbaixa por um momento.

– MESMO ASSIM NÃO HÁ JUSTIFICATIVA PARA MATAR TODOS AQUI, GAROTA. – A bruxa vociferou.

Aurora olhou com um semblante quase incrédulo, e ao mesmo tempo com uma expressão de indignação pela tamanha asneira dita pela bruxa branca.

– A não ? - Sentou-se no trono de seu "pai" - E quem é você para saber dos meus motivos ?

Do outro lado do reino, na floresta onde Aurora costumava ir treinar, Malévola ainda permanecia sentada em sua cadeira, olhando pelo enorme espelho tudo que acontecia.

– Esta Bruxa merece morrer. – revirou os olhos – Aurora tem que ter cuidado se quiser continuar viva, ela não pode se exaltar.

– Ela sabe o que está fazendo. – Hei direcionou o olhar para espelho.

– Ela só precisa de um pouco mais de autocontrole, pois sinto que a qualquer momento ela poderá avançar contra Everdeen, e se ela fizer isso antes da hora, as outras bruxas que estão rodeando o castelo irão agir e irão matá-la.

– Temos mesmo que deixá-la agir sozinha nisso tudo ? - Ele demonstrou preocupação, e a mãe arqueou uma sobrancelha.

- Talvez eu possa usar alguns truques, alguns poderes básicos que ainda me são permitidos usar. Posso também comunicar as outras bruxas negras espalhadas pelo reino,elas com certeza irão querer participar.

– Então faça. - O garoto praticamente ordenou, e Malévola riu.

– Está preocupado com ela ?

– E se estiver ? – rebateu enquanto cerrava os olhos demonstrando um pouco de raiva.

– Não vejo problema algum. - concluiu calma, para a surpresa do garoto - Ela é uma ótima garota, cuidadosa em seus objetivos, sabe esperar quanto tempo for preciso para ter uma conclusão . É muito madura para idade que tem, e é uma ótima bruxa negra. Não tenho objeções enquanto ao relacionamento de vocês, muito pelo contrário, faço muito gosto disso.

– MÃE ! – Ele corou.

– Filho, raras vezes na vida magos ou bruxas negras, tem a oportunidade de amar. Aproveite isso ,ainda mais se esse amor é correspondido.

– Vamos voltar ao assunto central. - Ele pareceu desconfortável, e estava. O que acontecia entre ele e Aurora e os sentimentos que ele tinha, eram apenas para ficar guardado entre os dois, como um segredo.

– Certo, vamos agir.