A Arma De Esther

Capítulo 49 - Explicações


Capítulo 49 – Explicações

-Sophie – disse Kol, dando alguns passos na direção de Teresa. Ela engoliu em seco e colocou a mão dentro da sua mala.

Liliana reparou primeiro. Prendeu a mão de Kol com mais força, parando-o. Enrugando a testa, olhou para a loira. Então Liliana apontou.

Kol nem queria acreditar no que estava a ver. O volume bastante grande da barriga de Teresa indicava o que se estava a passar. Explicava o vestido azul-escuro folgado, nada do seu estilo.

-Kol, tens que ser rápido – murmurou ela de maneira a Teresa não ouvir. Ele acenou impercetivelmente e correu até Teresa, pegando no seu queixo com delicadeza e obrigando-a a fixá-lo.

-Agora tu lembras-te.

Teresa tentou desenvencilhar-se dele, mas as memórias assolaram-na e foi impossível fazer qualquer movimento. As memórias antigas e apagadas voltaram a aceder à sua consciência num remoinho de emoções tristes e alegres.

Ela teria caído no chão se não fossem os braços de Kol estarem a segurá-la com firmeza. As lágrimas vieram aos seus olhos, mas os soluços chegaram primeiro. Kol afagou o seu cabelo preto com gentileza e deu-lhe um beijo no topo da sua cabeça, procurando acalmá-la.

Alguns minutos depois, ela foi capaz de se afastar e procurou sentar-se no sofá branco, ajustando uma almofada atrás das suas costas.

-O que… o que aconteceu? Como…?

-Sim, Teresa, há imensas perguntas que precisam de ser feitas – concordou Kol, sentando-se ao seu lado. Liliana sentou-se no braço do sofá, colocando um braço por cima dos ombros de Teresa e observando-a silenciosamente. – Nós podemos explicar-te tudo.

-Então expliquem! – mandou ela, arregalando os olhos.

-Klaus desligou a humanidade – informou o Original. – Ele atacou-te e quase não ias sobrevivendo. Então, decidimos apagar todas as memórias que tinhas de nós até ele recuperar a sua humanidade.

-Eu estou meio confusa… vocês apagaram-me a memórias, mas… como é que eu vim parar ao outro lado do Oceano Atlântico?

-Elijah trouxe-te para cá. Aqui tínhamos a certeza que Klaus nunca te encontraria, nem os seus híbridos.

-Eu… eu vivi uma vida… uma mentira! – Teresa não conseguia encontrar palavras para explicar o que estava a sentir ou a pensar. – Vocês obrigaram-me a fazer algo que eu não queria!

-Teresa, por favor, acalma-te – pediu Liliana.

-Não! Tu não me mandas acalmar porque tu também estás metida neste esquema!

-E achas que eu não lamentei cada dia que passava? Que nós não lamentávamos não estares perto de nós? Como achas que nos sentimos? Foi para o teu bem, Teresa!

-O que estão a fazer aqui? A tirar-me a vida que eu construí com o meu esforço outra vez? Não, vocês não vão fazer isso de novo, eu já não posso fazer isso – colocou uma mão no seu ventre e deu um meio sorriso. – Já não estou sozinha.

Kol engoliu em seco, não querendo fazer a pergunta, mas obrigou-se a fazê-la:

-Teresa… de quem é o bebé?

Ela suspirou alto.

-Há um tempo atrás eu tinha dito que devia de ter sido uma noite em que me tinha embebedado e tinha engravidado, mas agora com as memórias, tudo faz sentido: o filho é de Klaus.

Kol engasgou-se e Teresa riu.

-Não estás preparado para ser tio?

-Não é isso. Teresa, isso é impossível. Klaus é um vampiro, ele não pode ter filhos. Nenhum vampiro pode.

Ela ficou em dúvida. Por momentos não soube o que dizer ou o que fazer.

-Então… de quem é?

-Vamos descobrir isso – afirmou Liliana. – Mas primeiro preciso que venhas connosco.

-Não – negou ela. – Não posso largar tudo aqui. Eu trabalho no Starbucks, acabei a Faculdade há pouco tempo mas não posso deixar os meus novos amigos.

-Diz-lhes que vais fazer uma viagem – sugeriu Kol. – E é isso mesmo que vais fazer. Teresa, há algo que ainda não te explicámos – ela ficou a ouvi-lo com atenção enquanto o Original lhe explicava que Klaus ainda não tinha ligado a sua humanidade, mas Liliana tinha descoberto que Teresa era a chave para Klaus voltar a sentir alguma coisa. – Depois podes voltar á tua vida aqui. Por favor, Teresa, ajuda o meu irmão.

Kol implorava com o olhar e entretanto tinha pegado nas mãos da morena, apertando-as nas suas com ligeireza.

Teresa suspirou e baixou os olhos para o filho que tinha no ventre.

-Está bem, mas numa condição: nenhum mal será feito a esta criança. Ela é minha, independente do pai.

-Claro – acenou Kol. – Prometo que não deixarei nada acontecer ao teu filho ou a ti.

Teresa sorriu.

-Então, quando é que vamos? Quando mais depressa formos, mais depressa voltarei.

©AnaTheresaC