A Arma De Esther

Capítulo 31 - Álibi


Capítulo 31 – Álibi

-Mr. Edinson foi encontrado morto esta manhã.

Teresa abriu a boca de espanto. Ela sabia que não queria saber o que lhe tinha acontecido. Klaus dissera-lhe que não o tinham matado, mas ela sabia que ele mentiria para a proteger.

-O quê?

-Seria possível entrar e fazer-lhe algumas perguntas?

-Mr. Castle – Rebekah interveio. – Peço desculpa, mas não deixei de ouvir a conversa. É verdade?

-Infelizmente sim, Miss…

-Mikaelson – respondeu Rebekah. – Sou amiga da Teresa.

-Ah, claro – Castle voltou a virar-se para Teresa. – Posso entrar?

-Mr. Castle, olhe o estado de Teresa: ela está com um robe. Acha que é a altura ideal para fazer perguntas?

Robert sorriu apologeticamente para Teresa e tirou do seu bolso interior do sobretudo um cartão e entregou-o a ela.

-Talvez possa passar ainda hoje de manhã pelo meu escritório.

-Com certeza – concordou Teresa. – Não se preocupe, hoje mesmo eu vou lá.

Ele sorriu e acenou para as duas.

-Bom dia, Miss Marques, Miss Mikaelson.

Ele desceu as escadas do condomínio e as duas trocaram um olhar. Antes que Teresa pudesse formular alguma pergunta, Rebekah entrou em casa de Teresa e fechou a porta.

-Sabias alguma coisa, Bekah? – interrogou ela.

-Não! Os meus irmãos disseram que o deixaram vivo! – respondeu a loira, aterrorizada. – Teresa, tu estás a compreender a gravidade disto?

Ela começou a pensar na noite anterior: depois das suas amigas saírem, Wren chegou quinze minutos depois. Os dois discutiram e ela saiu. Ele seguiu-a. Oh, não, de acordo com as testemunhas que estiveram no café, e com os vídeos de vigilância, ela tinha sido a última pessoa a vê-lo vivo.

-Oh, não – murmurou ela, para Rebekah. – Eu vou ser acusada! E nem fui a culpada!

Rebekah tinha os olhos arregalados, assim como os de Teresa.

Klaus abriu a porta e encontrou as duas num pequeno estado de histeria.

-O que aconteceu?

-Viste o senhor que acabou de sair daqui?

Klaus negou com a cabeça.

-Vim pelo elevador. Porquê?

Teresa entregou-lhe o cartão, trémula.

-Um detetive – afirmou ele, olhando do cartão para elas. – O que se passa?

-Wren foi assassinado – respondeu Rebekah.

-E eu fui a última a vê-lo com vida – concluiu Teresa.

Klaus agiu muito rapidamente: colocou o saco de plástico com os medicamentos na mesa do hall e discou no seu telemóvel os números do detetive.

-Teresa, vai para o apartamento de Rebekah.

Ela acenou, e Klaus foi em passos largos para a sala de estar. Teresa foi ao seu quarto pegar algumas roupas com Rebekah no seu encalço. As duas tentavam manter-se calmas, mas estavam nervosas com o que podia acontecer.

Na verdade, ambas sabiam que Klaus conseguiria resolver aquilo com um simples controlo de mente, mas o problema era que aquele assunto já teria chegado à família de Wren, e se não fosse Mr. Castle a interrogá-la, seria outro detetive qualquer.

As duas foram para o apartamento de Bekah e Teresa mudou de roupa no quarto da loira.

-Vai correr tudo bem – sossegou Rebekah, olhando triste para a amiga. – Klaus é ótimo no controlo de mente e…

-E se eu for acusada de o ter matado, Bekah? Eu não matei ninguém!

-Eu sei, e isso vai-se provar. Mais tarde ou mais cedo, vai-se provar.

-O que se passa? – perguntou Kol, entrando no quarto da irmã e atirando-se para cima da cama. – Quem é que não mataste, Teresa?

-Wren – respondeu ela.

Kol olhou-a confuso.

-Ele morreu?

Ela acenou com a cabeça, completamente abatida com a notícia. Apesar de ela o odiar pelo que fez, não achava justo ele ter morrido.

-Quem fez isso?

-Se já se soubesse, um detetive não teria vindo interrogar a Teresa – falou Bekah, atirando-lhe com uma almofada.

Kol olhou para Teresa, preocupado. Ele gostava muito dela, os dois tinham criado uma química única, e eram bons amigos.

-Klaus está a tratar do assunto – disse ele, mostrando um dos seus melhores sorrisos para ela, mas nem isso a alegrou. – Oh, vá lá, não confias no meu irmão?

-Confio, mas… - Teresa sentou-se na ponta da cama. – Wren morreu. Eu conhecia-o.

-Ele ia-te matando – contrapôs Kol.

-Sim, eu sei, mas eu conhecia-o. E ele morreu. Uma coisa é nunca mais o ver, outra coisa é saber que nunca mais o vou ver porque ele está morto.

Klaus entrou no quarto, seguido de Elijah, que estava com uma pasta preta na mão.

-Vais falar com detetive – disse ele, e Teresa levantou-se com uma expressão tensa. – E Elijah será o teu advogado.

-Porque preciso eu de um advogado?

-Porque és uma estudante que entende a importância de se ter um advogado presente nos interrogatórios – respondeu Klaus, sem um pingo de paciência.

Aquela situação tinha-lhe saído fora do controle, ele sabia que ele não tinha morrido dos ferimentos que ele e Kol lhe tinham desferido, aquilo tinha sido obra de alguém muito poderoso. O pior de tudo, era que havia duas opções para o assassino de Wren: ou era um vampiro, ou era alguém que sabia da existência deles.

-Vais responder a tudo o que Mr. Castle te perguntar, eu só vou estar lá para me assegurar que eles não insinuam coisas ou colocam-te nalguma situação que te possa fazer admitir algo que não fizeste – disse Elijah.

-Está bem – suspirou Teresa. – O que eu digo?

-Tudo o que aconteceu, à exceção de que quem apareceu foi Kol e depois de ele lhe ter dado um soco no rosto, saíram daquele beco.

Teresa e Kol acenaram.

-Então eles vão querer falar comigo.

-Sim – respondeu Elijah. – E Rebekah será o vosso álibi. Ela é testemunha de que chegaram ao apartamento porque ouviu as vossas vozes enquanto subiam as escadas. E depois Kol passou a noite contigo, Teresa.

Os dois voltaram a acenar.

-Ótimo, temos um álibi feito. Agora vamos – disse Elijah e Teresa e Klaus seguiu-os.

©AnaTheresaC