A Arma De Esther

Capítulo 13 - Baile de Fim de Ano Parte 1


Capítulo 13 – Baile de Fim de Ano Parte 1

Março, abril e maio passaram e Teresa não recebeu mais nenhuma notícia de Klaus. Ela sabia que ele estava vivo porque quando lhe telefonava o telemóvel estava ligado, ele é que não atendia ou retribuía as mensagens. Em abril, recebeu uma mensagem com o número da decoradora e as duas tinham falado umas quantas vezes sobre o que Teresa queria. Aqueles telefonemas eram o mais próximo que ela podia estar de Klaus.

Ela sabia que ele continuava a manter contacto com Liliana e quando ela percebeu isso, ela também percebeu que ele estava com medo dela, e queria preservar-se ao máximo. Isso entristeceu-a profundamente, mas não deixou isso passar para as suas amigas, especialmente para Liliana que era informadora dele.

O Baile de Fim de Ano seria naquela mesma noite, numa noite de Lua Cheia. Todas elas se iriam preparar em casa de Liliana e os pais dela e Carlos iriam levá-las.

-Teresa, ele mandou isto ontem – disse Liliana entregando-lhe uma caixa enorme.

Teresa pegou nela e viu que não havia nada que indicasse que era dele.

-Ele ao menos falou alguma coisa? – indagou ela para a amiga, enquanto as outras três não chegavam.

-Ele disse que ia tentar aparecer, mas não prometeu.

Ela revirou os olhos.

-Típico.

-Ei – disse Liliana, abraçando a amiga. – Não fiques chateada com ele, Klaus tem muitos assuntos pendentes no mundo todo.

-Até parece que ele é um empresário – falou Teresa, tentando esconder a sua frustração. – Ele podia falar comigo, ele tem o meu número, Lili. Klaus não quer é falar comigo.

Liliana desfez o abraço e olhou-a com pena.

-Eu sei e ele sabe. Talvez ele depois te diga o motivo da sua ausência.

-É, talvez.

-Abre! Estou desejosa de ver o que ele te mandou! – exclamou Liliana, dando saltinhos.

Teresa colocou a caixa em cima da cama de Lili e abriu a tampa.

-Uau – disseram as duas ao mesmo tempo.

O vestido era de seda vermelha escura com uns brilhantes no decote em coração do vestido. Para além do vestido na caixa enorme, havia duas caixas mais pequenas que o vestido escondia. Numa delas havia um par de sapatos altos pretos e na outra havia um conjunto de joias que deixaram as duas de boca aberta.

-Ele pensa que me pode comprar – falou Teresa. – Mas sabes que mais? Ele vai ter que se esforçar muito mais. Pode comprar-me todos os vestidos do mundo, mas se não fala comigo nem prova que é meu amigo, isto não vai dar a lado nenhum. E agora vou ver como o vestido me fica.

Ela dirigiu-se à casa de banho e experimentou o vestido. Ficava-lhe lindo, ela sentia-se a pessoa mais bonita do mundo. Entretanto, Maria, Patrícia e Sara chegaram e as cinco passaram a tarde inteira a preparem-se para o Baile.

Quando o relógio bateu as nove horas, Carlos chegou muito bem vestido e foram todos para a escola. O Baile iria decorrer no ginásio, e desde a porta da escola até ao ginásio havia uma passadeira vermelha, onde todo o clube de fotografia estava espalhado para apanharem todas as pessoas com os seus melhores vestidos.

-Boa noite, meninas – falou o professor Eduardo, ao lado do primeiro fotógrafo que era Lucas.

-Boa noite, professor – responderam todas e o primeiro casal a pousar foi Carlos e Liliana. Ela também estava linda, com um vestido longo que era beije e brilhava a cada movimento dela.

Teresa ficou a observá-los e pensou que nunca poderia ter um relacionamento como o deles, porque Klaus estaria sempre lá e arruinaria a vida dela, magoando a pessoa que lhe fosse especial.

-Ei – murmurou o professor Eduardo, vendo o seu semblante triste. – Tudo bem, Teresa?

-Sim, tudo – afirmou ela, forçando um sorriso.

-Teresa, és a seguir! – exclamou Lucas e Teresa acenou.

-Sem acompanhante? – indagou o professor.

Teresa ia dizer que não tinha trazido ninguém, mas uma voz masculina roubou-lhe a voz.

-Sim, ela tem.

Ela virou-se para trás, e viu Klaus impecavelmente bem vestido, parecendo um britânico bem-sucedido na vida. Eduardo afastou-se imediatamente, dando hipótese de Klaus enlaçar a cintura de Teresa e os dois avançaram para a máquina fotográfica.

Teresa deu o melhor sorriso que conseguia na altura e Klaus apenas um meio sorriso. Depois do flash disparar, começaram a andar pelo longo tapete vermelho.

-Podes dizer-me qual foi o motivo de não retornares as minhas chamadas?

-Estive com uns problemas – respondeu ele, vagamente.

-Durante quase quatro meses? Poupa-me – disse ela, irritada.

-Comporta-te – mandou Klaus. – Não queres causar nenhum escândalo, acredita.

-Porquê? Matas todas as pessoas que estiverem na festa? Sério? É assim que pensas que me podes chantagear?

Quando chegaram ao ginásio Klaus já estava no limite do que podia suportar. Teresa estava mesmo irritada com ele por ter sido ignorada, mas ele estava furioso por Esther estar a brincar com ele. Para além disso, Elena e Katherine tinham causado alguns problemas e ele não gostava de doppelgangers rebeldes.

-Vem dançar.

-Vais colocar Taylor Swift outra vez? – Teresa resistiu á força que ele exercia sobre o seu braço. – Achas que podes comprar o meu silêncio com presentes caros e bonitos e colocando a minha música favorita no Baile? Lamento, mas estás muito errado, eu não sou comprável.

Ela tentou afastar-se dele, mas ele levou-a para os balneários. Klaus tinha uma necessidade muito grande de a calar naquele momento. Ele gostava festas, ele era conhecido por ter dado muitas e boas sucedidas festas, era um festeiro, adorava as músicas, as roupas a convivência com as pessoas. Jamais deixaria Teresa estragar aquela festa, que tinha mais significado para ela do que para ele.

-Que estás a fazer? Deixa-me ir! – exclamou ela, quando entraram no balneário masculino. – Klaus, que raio…!

-Ou comportas-te como uma boa menina que eu sei que tu és, ou serei obrigado a hipnotizar-te – falou ele, ameaçadoramente, prensando-a contra a parede de azulejos frios. – Tu decides.

Teresa engoliu em seco e enfrentou os olhos verdes, tão parecidos com os dela, mas mais claros.

-Gosto de ter o meu livre arbítrio, obrigada – falou ela e com aquela frase engoliu o seu orgulho ferido.

Baixou os olhos e as lágrimas vieram-lhe aos olhos ao perceber que tinha sido infantil como uma criança de 12 anos.

-Ótimo. Agora vamos festejar e dançar até cair – falou Klaus dando um passo atrás. Os dois entrelaçaram os braços e foram para o ginásio, onde as músicas mais recentes estavam a tocar.

©AnaTheresaC