Na manhã seguinte, acordei totalmente renovado. Mas não foi dessa vez que impedi minha irmã de me acordar. De qualquer forma, dessa vez foi por uma boa causa. Tinha alguém querendo falar comigo bem cedo pelo telefone.

Esse alguém era ninguém menos que Haruhi. Ela me ligou apenas para questionar...

“Kyon, você chegou bem em casa ontem? Está tudo bem?” – Que doçura é essa logo pela manhã? Eu estava surpreso, mas pelo menos agora tinha certeza de que não vivenciei apenas um sonho.

“Estou ótimo, e você?” – Ela demorou um pouco pra responder, mas eu entendo. Eu também ainda estranhava nossa situação. Mas qual era ela afinal?

“Estou sim” – Mais um pouco de silêncio tomou o telefonema. Resolvi tomar uma providência...

“Haruhi? Você pode me encontrar no parque próximo a estação hoje às 4:00?

“Claro, te encontro lá. Tchau!” – Ao menos ela se despediu sem bater o telefone na minha cara, isso já é um grande avanço. Eu sorri pra mim mesmo, enquanto imaginava o que nós íamos discutir no parque.

Minha mãe e minha irmã perceberam meu ótimo humor naquele dia. Eu estava até mesmo ajudando nas tarefas de casa com um sorriso idiota que eu nunca reproduzi.

“Kyon-kun, por que você está agindo como um bobo feliz hoje?” – O que é isso? Tenha mais respeito com seu irmão mais velho.

“Não é nada demais, eu só estou tranquilo hoje. Por que você não vai brincar com o Shamisen?” – Mentir nunca foi minha especialidade, mas minha irmã não ia entender minha fase atual. De qualquer forma aposto que ela vai ficar bastante feliz de saber que eu Haruhi estamos tendo alguma coisa.

Após o almoço rumei ao parque, mas antes decidir passar na casa da sempre confiável membro honorária da Brigada SOS, Tsuruya-san. Eu procurava me aconselhar sobre flores já que eu não sabia nada sobre esse mundo.

“Unh Kyon-kun você sabe...A escolha das flores depende da situação. Pra quem você pretende dar essas flores e qual o significado que você quer passar? – Tsuruya-san questionou sorridentemente e com seu modo enérgico de sempre.

“Bem, você vai descobri a verdade logo, então vou contar para você. Eu vou me encontrar com a Haruri. E meu interesse é romântico eu acho...”

“Ah é isso então?” – Ela começou a gargalhar. Já estou arrependido e você não parece nem um pouco surpresa.

“Claro que estou surpresa. Isso acontecer logo agora? A verdade é que eu e o mundo inteiro já esperávamos por isso. Só não pensava que ia ser tão rápido. De qualquer forma eu posso ajudar você. Compre um buque colorido que combine com a animação dela. Aposto que Haru-nyan vai amar qualquer coisa que você der pra ela.” – Acho que foi bom ter vindo aqui, essa senpai sempre me incentiva de alguma forma. Sua alegria parece contagiar aqueles que falam com ela.

“Obrigado Tsuruya-san”

Após passar na floricultura, cheguei ao parque. Lá encontrei Haruhi me esperando. Já inventaram o teletransporte e eu não estou sabendo? Como é que qualquer pessoa com quem eu marco de me encontrar chega antes de mim?

Fiquei aguardando o dedo acusador de punição de Haruhi mas ele não veio dessa vez. Na verdade nós ficamos um pouco sem saber o que fazer. Eu tomei a iniciativa...

“Haruhi, na verdade acho que nós precisamos conversar sobre ontem...” – Ela apenas assentiu. Analisei o rosto ela um pouco mais de perto e vi que ela estava um pouco enrubescida. Deus, como eu deixei isso passar? Toda vez que Haruhi ficava sem jeito dessa forma ela ficava 56% mais linda.

“Bem, ontem nós não falamos tudo não é? Então por isso hoje eu queria oficializar minha relação com você...” – Eu mostrei pra ela o buquê que estava escondido nas minhas costas em minha mão. Ela sorriu de novo da forma que me hipnotizou ontem e eu apenas me aproximei e a abracei. Ela então levantou o rosto e me deu um leve beijo nos lábios.

“Por que você demorou tanto pra fazer algo assim Kyon?” – Ela sussurrou.

“Eu não sei, acho que eu tinha medo do que poderia acontecer...” – Essa era a verdade. Com essa desculpa eu consegui me enganar por um bom tempo. Além disso você também nunca facilitou nada pra mim né?

“Ora, o garoto deve tomar a atitude e você sempre se esquivou de mim...Deixa isso pra lá...

Eu ia contra argumentar isso mas, foi então que ouvi as palavras mais fortes que já me falaram em toda a minha vida.

“Eu te amo, seu idiota” – Idiota? Pelo menos a Haruhi por quem me apaixonei ainda existia, o que não é nada mal... Eu balancei a cabeça em afirmação e completei...

“Eu te amo também”

Agora estamos oficialmente namorando. No restante da tarde acho que progredimos como um casal. Surgiam beijos, abraços, carinhos do nada. Normal não? Mal cheguei em casa e já sentia falta de Haruhi...

No dia seguinte era hora de me preparar para uma série de questionários, piadinhas e coros de eu já sabia. Mas eu não estava nem aí. Nada ia acabar com meu bom humor.

Sai cedo de casa e escalei minha subida matinal como um carro com turbo e tração nas quatro rodas. Taniguchi correu para me alcançar e começou com sua tagarelagem habitual...

“O que houve com você cara? Nunca te vi tão animado de manhã e você saiu bem mais cedo do o normal...você realmente é o Kyon ou a Suzumiya fez alguma experiência de troca de cérebros em você?” – Risada e piada típicos de um ser comparável a um organismo unicelular. Mas você quase acertou. O que não significa que você vai arrancar a informação de mim.

Chegando na sala eu percebi o quanto estava realmente cedo. Haruhi apareceu após alguns minutos e tudo o que pensava enquanto ela se aproximava de mim era como me comportar. Eu quero dizer, Haruhi é imprevisível e não sei se ela quer que todo mundo fique sabendo do nosso relacionamento. Enquanto eu ponderava sobre isso, Haruhi se aproximou de mim e como eu estava absorto em pensamentos só percebi que ela tinha um rabo de cavalo preso quando ela já estava a milímetros do meu rosto me saudando com um beijo molhado nos meus lábios...

“Bom dia” – Ela falou. Eu apenas respondi após me recobrar do baque..

“Bom dia Haruhi”

A sala estava em polvorosa. A pele de Taniguchi parecia ter sido tingida de branco. Kunikida por outro lado abriu um leve sorriso de aprovação como se já soubesse. Os outros alunos apenas discutiam entre si. Algumas meninas soltavam frases como “...que coisa linda” ou “eles sempre formaram um belo par...”.

Na hora do almoço Haruhi fez sua corrida habitual até a cantina. Eu fiquei na sala para ser interrogado pelo rei da “falhação”, Taniguchi-sensei...

“Eu achei que você estava sendo apenas babá da Suzumiya esse tempo todo. Mas no fim das contas era por isso que você não largava do rabo da saia dela não é?” – Respondi com um grunhido de desaprovação. Kunikida comentou...

“Que isso Taniguchi, era óbvio que esses dois sempre apreciaram a companhia um do outro. Eu já tinha falado disso com o Kyon, mas esse nosso amigo sempre foi mais cabeça dura do que parece...” – Você começou tão bem...

“Bem, isso não importa. Kyon agora você é meu ídolo, afinal Suzumiya devia ser uma das mulheres mais difíceis de se conquistar em todo Japão...- Da onde você tira essas estatísticas? – “...você poderia dar umas dicas para os chegados né?

“Sinceramente eu acho que tal segredo não existe e mesmo que ele existisse não deveria ser algo fácil de transmitir...A verdade é que eu nunca fiz algo que posso chamar de especial para conquistar a Haruhi...” – Tenho que lembrar perguntar pra ela sobre isso – “...eu apenas fui eu mesmo no fim das contas”

“Que coisa mais complicada...ser você mesmo, isso parece muito suspeito” – Esse era Taniguchi que agora ficava confuso com coisas óbvias...

Após aquele almoço fatídico era hora de ir para o clube e como já esperava pelas reações, eu e Haruhi, entramos pela porta de mãos dadas.

“O que...o que...está...aconte...cendo” – Essa era Asahina-san, que não fazia ideia de onde fixar os olhos e corava violentamente. Nagato levantou a cabeça e posso estar enganado mas eu vi por um milésimo de segundos um leve esboço de sorriso naquela expressão sempre vazia...

Koizumi sorria vitoriosamente. E foi o segundo a se pronunciar...

“Querida chefe está acontecendo alguma coisa que não estamos sabendo?” – Boa Koizumi, se eu fosse o líder dessa brigada daria um milhão de pontos pra você, tanto por essa pergunta, quanto pela aposta que fizemos. Haruhi estava mais encabulada aqui do que na sala. Parece que entre os amigos era mais difícil de dizer não é? Eu estava me divertindo olhando Haruhi enrubescer e se atrapalhar com sua explicação...

“Koizumi-kun, eu e Kyon estamos...nós somos...”

“O que?” – Perguntou uma recomposta Asahina-san que agora sorria entendendo qual o motivo da auto-defesa de Haruhi...

“Bem é que nós agora podemos...estamos namorando” – Ela falou a última parte bem baixinho...

“Eu não entendi” – Nagato falou, eu não pude deixar de sorrir. Até Nagato estava tirando uma casquinha de Haruhi.

Haruhi me puxou para perto dela e apertou minha mão.

“Fale para eles Kyon...” – A você quer passar a responsabilidade para mim? Mas vou me aproveitar da situação também.

Quando ela se distraiu eu roubei um beijo dela na frente de todos....

“Agora eu entendi” –Koizumi sorriu de forma verdadeira...

“Parabéns Suzumiya-san e Kyon-kun, você são um belo casal” – Asahina-san também sorria de maneira despreocupada...

Nagato apenas balançou a cabeça.

“Kyon apenas te alerto que dentro da brigada a hierarquia ainda é a mesma por isso você não pode ficar passando por cima da minha autoridade” – Haruhi falou ainda desconcertada e com um sorriso maravilhoso no rosto.

“Ok, ok” – Eu dei meu suspiro típico e devolvi o sorriso para ela.

O saldo é que eu não me importo mais em estar onde estou ou ser quem eu sou na brigada, desde que eu esteja com estes amigos e você eu vou continuar a continuar a colecionar minhas mais preciosas lembranças.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.