76 Jogos Vorazes - A Vez Da Capital.

Tenho medo de matar um boi (e encontro "amigos")


Por um pequeno grande milagre, ao sair do barracão, Roy não me seguiu. Eu me sentia humilhado.

Obvio.

Havia uma enorme critica atrás daquilo, algo que eu nem gostaria de pensar o que seria. Deveria ter algum tipo de veneno impregnado naquele canivete que nos fazia ter ficção por aquilo. Ou é o que eu espero.

Para minha enorme felicidade (ou não) eu havia chego no que representava o Distrito 10: Carne. Avistei uma enorme vaca indo na minha direção. Foi o pior momento de todos.

Não poderia matar aquilo... Aquela coisa. Mas eu precisava comer. Estava morrendo de fome.

“Calma, Dax” Pensei “Respire, conte até dez”. “Alguém provavelmente já deve ter matado algum animal. E como seria possível já ter comido toda está carne?” Foi ai que eu tive a brilhante ideia de... Ir atrás de algum. Fim.

O local era um grande pasto cercado de montanhas. Além delas iria ser outra área. Eu não estava nem um pouco a fim de ir ver qual era. Mas não havia lugar para eu me esconder. A não ser perto de algumas arvores. E foi em uma delas em que eu subi quando uma espécie de terremoto se iniciou. Não era muito forte, mas me parecia que algo estava passando por baixo da terra. Quando cessou, comecei a ouvir alguém tossir e uma conversa se iniciou.

- Somos apenas sete agora. – Falou a voz de uma menina

- Daqui a pouco eles provavelmente irão tentar nos reunir. Acabaria logo. – Reconheci a voz como a de Magna, a menina do distrito 1.

- Ridiculo... – Começou a primeira – RIDICULO. Como eles se atrevem a nos largar nesse lugar sujo, olhe minha mão... MEU DEUS! OLHE MINHA UNHA!

-FIQUE QUIETA SUA IMBECIL. Se lembre do que Beglis falou! – Magna respirou fundo antes de continuar – O trem sempre nos leva a alguém.

- Ah sim... Quando ele falou isso mesmo? – A garota falava irônica – Antes de ser amassado por milhares de quilos de terra? Para salvar o amor da vida dele?

Engoli a seco. Beglis era o garoto do distrito 1. O par de Madge. Amassado por terra? Isso me pareceu bem familiar.

- Foi um estúpido. E nós duas também seremos se continuarmos aqui em campo aberto.

Foi quando a minha parte idiota tomou conta de mim.

Peguei minha espada (até então amarrada na bolsa) e desci da árvore. Elas se assustaram quando me aproximei. As duas tinham cabelos pretos. Magna tinha em torno dos quinze anos e a outra menina 14.

- Olhe só... Não é todo dia em que vemos duas lindas garotas da Capital sem tomar banho. Com todo respeito.

Elas apenas se calaram.

- Você não tem muito juízo na cabeça, não é garoto? – Magna falou – Tentando nos impressionar com uma espada. Você vai fazer o quê? Nos matar?

- Sim. – Falei, mas sinceramente? Eu não tinha a mínima ideia do que eu iria fazer.

- Ah, muito bem.

- Ou... Vocês como boas garotas, irão matar um lindo boi para eu comer. Em troco eu não mato vocês.

-Veja... garoto metido tem medo de animais.

- Uma pena, realmente. Mas que tal uma informação? Que trem vocês estavam falando?

- O distrito três, cara pessoa desprovida de inteligência. Transporte. Você está em cima dele.

- O quê?

A garota simplesmente revirou os olhos e abriu um pequeno alçapão escondido no chão pela terra. Eu estava prestes a entrar quando senti a lamina fria de uma espada encostar em meu pescoço.

- Calma ai, muito pacificadora nossa conversa. As outras pessoas conversavam de uma maneira que tinha mais emoção. – Era a voz de Magna – Que tal uma troca garoto? A sua vida por... Sua mochila talvez?

Eu estava me movimentando. Uma pequena luz iluminava o ambiente. Eu ouvia o som do trem ecoar pelo túnel. E senti meu corpo inteiro sendo encharcado por água.

- Sério? Distrito 4 de novo? – Resmungo alto.

- Ei, silêncio. Kiara não iria gostar de saber que você está aqui. – Era a voz de Cherry. E - Olhe seu estado, sério. Preciso dar um jeito em você. Depois fuja, está bem? E saia debaixo dessa goteira.

Me levanto rápido e me deparo com Cherry me fitando.

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- Estou com fome – Eu poderia perguntar qualquer coisa, como por exemplo, onde elas estavam, ou como estavam, ou porquê você não me matou. Mas eu estava mais preocupado comigo no momento.

- O trem provavelmente irá para no distrito 11 agora. Você pode comer alguma coisa por lá. Em que distrito você estava?

- No 10.

- Mas você não comeu nada por lá? – Só balancei a cabeça – Enfim, não tenho nada que possa te ajudar agora. Desculpe.

- Onde estão as minhas coisas? – Falo.

- Você não tinha nada. Nada além desse seu ferimento enorme nas costas. Como você conseguiu escapar?

- Não se...

- Cherry, com quem você está falando? – Era a voz de Kiara vindo de longe.

- Vou te jogar do trem certo? Ah! – Ela pegou uma pomada do bolso – Passe isso. No machucado. – Cherry ficou vermelha e então me abraçou. – Desculpe não conseguir ajudar mais. Eu... Kiara está vindo. Não apareça mais por aqui okay? Vá agora.

-Tudo bem.

E eu pulo para fora do trem.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.