Eu já tinha tomado banho e estava pensando em como eu iria me comportar na apresentação. Talvez eu devesse simplesmente segurar a mão de Kiara igual ao distrito 12 no ano retrasado. Foi incrível aquilo, e pode ter dado a eles alguma sorte. Olho na janela em busca de algum rosto conhecido lá embaixo. Por incrível que pareça, a vida continua igual aqui. Tirando o fato de metade de a cidade estar destruída e a várias pessoas andando nas ruas que pode se perceber de longe, não são da Capital.

Vou à cozinha em busca de comida, eles não podem regular para alguém que está perto da morte. Mesmo não podendo eles fazem. Como algumas frutas que estão em cima da bancada. Ao lado das facas. Seria fácil eu me matar agora. Pergunto-me se elas não estão ali para isso.

–Tendo a mesma ideia? – Fala Kiara que chega ao meu lado.

– O quê? – Ela revira os olhos me entrega uma faca.

–Toma você primeiro. –Não me mexo- Vamos logo, atire!

Antes deu conseguir entender o que ela diz, duas pessoas entram no nosso apartamento.

Os estilistas é a primeira coisa que penso.

–Ronnie! –E então Kiara vai abraça-la. – Você é minha estilista?

–Não, minha querida. O seu estilista é o Jim. Sou de Dax. –Ela se vira em minha direção- O que você pretende faz com essa faca?

–Estávamos pensando em ir aprendendo a atirar. –Não era essa a minha ideia principal, mas afirmo com a cabeça. Melhor do que morrer.

Descubro que a maioria dos estilistas são da Capital mesmo. Se não me engano 3 ou 4 são rebeldes. Tenho dó dos participantes que pegarem eles, acho que todos merecem uma boa roupa, não aqueles trapos usados nos distritos. Ronnie, minha estilista, apesar da guerra conseguiu manter a usual moda da Capital. Está com os longos e lisos cabelos azuis presos em um rabo de cavalo, sua roupa é um vestido preto simples e no pé uma sandália branca.

–Qual vai ser o critério para nossas roupas?

–De acordo com a personalidade de cada um. Você fez um teste antes da colheita. Lembra?

–Sim- Me lembrava dele vagamente. Foi logo após anunciarem os Jogos. Cada criança entre 14 aos 18 anos era para se apresentar. Minha mãe se recusava a me deixar ir então um guarda foi me buscar em casa. Eu não poderia implicar se minha roupa fosse toda brilhante ou algo pior. Eu tinha respondido qualquer coisa. Minha certeza de que não iria participar dos Jogos era total.

–Aqui está. –E surpreendentemente, tenho certeza que eu tinha nascido para aquela roupa. Era uma blusa polo preta com detalhes a ouro e prata, como se fosse uma armadura por cima da roupa. A calça jeans branca continuava os desenhos da blusa finalizando finalmente com os...

–Cadê meus sapatos?-Falo surpreso.

–Não tem. –Ela responde dando de ombros. –Não combina com sua personalidade.

Respiro fundo e visto minha roupa. Claro, minha personalidade combina com pés descalços. Perfeito. Me olho no espelho surpreso. A roupa servira certinho.

–Quando a luz bater nos detalhes – Ela fala com um tom orgulhoso de si mesma- Vai ser como bater em água, como um arco-íris surgindo.

Arco-íris. Eu tenho a personalidade de um “arco-íris”?

–Arco-íris? Não vou vestir isso. Vai ficar ridículo. - Falo com ela já arrumando meus cabelos (agora pretos) de maneira espetada na frente.


Ela ri e responde: “Vai combinar com seus olhos azuis”. Após ela terminar de me arrumar vou direto para o lugar do desfile. Eu estava lá ano passado, retrasado e o anterior; Me ver no lugar deles agora, é...No mínimo diferente.