60 Minutos de Paixão

Os Garotos Novos


CAPÍTULO I - OS GAROTOS NOVOS

...{♕}...

Não foi exatamente assim que imaginei que seria o meu primeiro dia de aula no último ano da escola. Eu não sabia descrever o que senti quando Mel e eu voltamos para sala e encontramos os olhares curiosos de Josh e Júlia. Por outro lado, Ian parecia saber o que havia acontecido e tudo que faz é suspirar e demonstrar certa tristeza ao encarar Melissa.

Aquela situação me destruía, porque eu me sentia culpada por saber que eu estava interferindo na felicidade de meus melhores amigos, ainda que sem intenção. Mesmo estando decepcionada e de coração partido, eu sabia que não tinha direito algum de ficar com raiva dos dois. E parando para pensar, talvez eu fosse apenas a personagem secundária da história de amor protagonizada por eles.

Suspiro e me dirijo ao meu lugar de mãos dadas com Mel. Ela ainda estava com o astral meio para baixo e mesmo depois de ter se acalmado e entendido que eu jamais a odiaria por algo que não era sua culpa, minha melhor amiga continuava envergonhada com a situação. Eu odiava vê-la tão incomodada e entristecida por minha causa, por isso, aperto a mão delicada da garota e dou um sorriso encorajador para animá-la antes de nos afastar para sentarmos em nossos lugares.

Antes que Josh ou Júlia pudessem questionar a nossa demora ou os olhos e nariz vermelhos de Mel, o professor entra na sala para começar a aula. Eu e minha melhor amiga suspiramos aliviadas. Não que estivéssemos de mal ou quiséssemos esconder o que tinha acontecido. Eu apenas precisava de um tempo para organizar meus pensamentos e aceitar essa nova realidade.

E é justamente por estar tão perdida em pensamentos que acabo esquecendo da aula. Medito por tanto tempo que foi preciso que Josh me desse um peteleco para que eu percebesse que já era um – na verdade não precisava de tudo isso, mas meu irmão é um idiota irritante, então preferiu o caminho mais doloroso para mim.

Observo por alguns instantes a sala de aula e noto que havia três ou quatro rostos que eu nunca havia visto antes. O número de alunos novos havia aumentado mais do que eu imaginava. Resolvo ignorar esse detalhe e sigo meus amigos para o refeitório, onde iriamos comprar nossos lanches e aproveitar para descansar um pouco antes de ter mais três aulas.

Ian e eu ficamos na mesa, guardando nossos lugares, enquanto Mel, Júlia e Josh foram comprar seus lanches. Por ficarmos próximos da janela, eu observava a movimentação que vinha do lado de fora, ainda perdida em pensamentos. Ouço Ian suspira e acabo o encarando, confusa. Ele me observava sério e parecia querer dizer alguma coisa. Seus olhos estavam apreensivos e eu sabia que, assim como Mel, ele não demoraria a despejar seus pensamentos sem rodeios.

— Mel já deve ter contado para você o que aconteceu ontem.

Ian comenta com a voz um pouco tensa, desviando o olhar para as próprias mãos, que estavam sobre a mesa e se apertavam de maneira inquietas. Balanço a cabeça concordando e permaneço em silêncio, esperando que ele continuasse.

— Eu gosto dela, Jenny. Na verdade, eu a amo. – A sinceridade presente em sua voz e os olhos repletos de dor fazem meu coração se apertar. Mais uma vez, eu me sentia dividida entre a culpa, por estar no meio desse romance, e a decepção por saber que jamais seria correspondida. – Mas eu acho que estraguei tudo. Eu não deveria ter me declarado. Era óbvio que ela jamais gostaria de mim dessa forma. Agora, por puro egoísmo, eu estraguei a nossa amizade.

— Você não estragou nada, Ian. – Afirmo, pegando nas mãos de meu melhor amigo, enquanto o obrigo a olhar em meus olhos.

— Estraguei sim. Você viu como ela se sente desconfortável perto de mim? Ela não precisa corresponder aos meus sentimentos, Jenny, mas não quero perder a amizade dela. Nós somos amigos desde sempre e eu não consigo me imaginar longe de vocês duas. – Ian suspira e sorri com um brilho triste em seus olhos. – Se eu soubesse que ela se sentiria mal, eu jamais teria dito. Se eu pudesse voltar no tempo, eu jamais me declararia a ela. Eu já guardei esse sentimento por tantos anos. O que custava eu guardar por mais um tempo?

— Não diga bobagens! – Digo, dando um peteleco na testa de meu amigo. – Apenas dê um tempo para a Mel se acostumar com a ideia e descobrir como agir perto de você. Além disso, ela também te ama, Ian.

— Eu sei que está tentando me animar, Jen, mas não precisa fazer isso. Mel foi bem clara comigo quando disse que eu não podia ter me declaro. Que isso tornava tudo ainda mais difícil. - A dor mais uma vez se faz presente nos olhos de Ian, assim como a culpa. Ele realmente estava se culpando e se martirizando por ter se declarado.

Nossa, vida, muito obrigada por isso. Obrigada por me fazer gostar de alguém que não devia e, de quebra, ainda atrapalhar a vida das pessoas que eu mais amo. Suspiro, não acreditando que um dia faria o que estou prestes a fazer: virar a cupido de Melissa e Ian.

— Como vocês são cabeças duras. – Resmungo, irritada. – Escuta, Ian, você se lembra quando tínhamos doze anos e fomos a primeira vez no parque de diversões sem nossos pais?

— Sim. – Ele responde, rindo nostálgico. – Você ficava morrendo de medo dos brinquedos mais radicais. Mel, Josh e eu tivemos que ficar toda hora te segurando para você não fugir.

— Enfim... – Retomo a conversa, envergonhada por ele se lembrar com tantos detalhes daquele dia. – Tem razão. Eu estava apavorada. E você lembra o que me disse quando estávamos na fila da montanha-russa?

— Não... – Sussurra, parecendo não entender aonde eu queria chegar com aquela conversa.

— Você disse que em alguns anos, eu teria me arrependido mais pelas coisas que eu não fiz do que pelas que fiz, então eu deveria soltar as minhas amarras, afastar-me do porto seguro, me permitir viver e expor meus sentimentos com clareza. – Relembro de suas palavras.

Sorrio de leve ao lembrar o quanto ele havia apertado a minha mão e me encorajado a me divertir no parque de diversões. Ian sempre foi muito carinhoso e preocupado com os amigos. Então, mesmo que significasse perder toda a diversão do parque, ele preferiu ficar ao meu lado e ir nos brinquedos quando eu me sentisse pronta.

— O que estou querendo dizer é que você não deve se arrepender e nem se culpar por ter exposto seus sentimentos. Você foi corajoso, Ian, e eu estou orgulhosa de você por ter superado seus medos e ter tomado uma atitude. – Sorrio um pouco mais e aperto com firmeza as mãos de Ian. – Pare de agir como o covarde que eu sei que você não é e faça alguma coisa para mudar essa situação. Convença Mel de que vocês podem sim dar certos juntos, permita que ela te veja como um homem e não como o melhor amigo dela. E sim no fim não der certo, eu continuarei aqui para recolher todos os pedaços de seu coração e te fazer lembrar quem é Ian Jones.

— Uau! Quem é você e o que fez com minha melhor amiga? – Questiona Ian com um tom de divertimento em sua voz. Dou um soco em seu ombro e ele se encolhe e arfa de dor, enquanto ri. – Obrigado, Jenny. Ter a sua aprovação é algo realmente muito importante para mim. Você e a Mel são as pessoas que eu mais confio nesse mundo e jamais me perdoaria se eu perdesse vocês. Eu realmente amo vocês.

— É claro que ama. – Afirmo e ele revira os olhos, rindo de minha atuação de menina convencida. Acompanho sua risada e suspiro, sentindo-me um pouco mais leve. – Apesar de você ser um idiota em diversos momentos, eu também te amo. Agora pare de ser meloso e comece a pensar em uma forma de fazer a Mel aceitar de que você é o amor da vida dela. Eu quero ver logo o final feliz de vocês, porque você sabe que o amor entre melhores amigos é o meu preferido.

— E você tinha que estragar o momento comparando a vida real com os seus livros e filmes de romance. – Brinca, cruzando os braços sobre o peito. Ele me encara com um sorriso divertido em seus lábios, mas eu sabia que ele estava sendo sincero. – Mas, eu sei que seu momento vai chegar. E quando você finalmente encontrar seu príncipe encantado, eu serei o primeiro a interrogá-lo.

— Você vai acabar o assustando. – Resmungo e ele ri, dando de ombros.

— Essa é a intenção. Ele terá que entender que você não está sozinha e que eu e o Josh temos o papel fundamental de sermos os seus cavalheiros e te defender.

Ian sorri com carinho e o brilho que se faz presente em seus olhos é acolhedor. Meu melhor amigo sempre esteve ao meu lado, apoiando e me encorajando a aproveitar mais a minha juventude – como ele próprio me diz com frequência. Por isso, por mais doloroso que seja para mim desistir de meu amor por ele, eu jamais poderia interferir na relação deles dois.

Quando Mel e os outros retornaram a mesa, o clima novamente ficou um pouco estranho, mas não demorou muito para que a situação se revertesse quando Ian comentou sobre os alunos novos. Eu permaneço com o pensamento distante, focada em comer e comentar algo uma vez ou outra. Eu não estava com raiva. Apenas não sabia bem como lidar com a situação e como reagir a um coração partido sem complicar ainda mais a vida de meus melhores.

Observo Ian e Mel conversando e me repreendo por ter demorado tanto tempo para notar o brilho em seus olhos enquanto brincam um com o outro. É como se só existisse apenas os dois em seu mundo. Eles transmitem a mesma emoção e carinho que meus pais. Como se apenas o fato de ser privilegiado com o sorriso do outro fosse seu maior prêmio. Um amor forte o bastante para superar qualquer dificuldade.

— O intervalo está acabando. Vamos pegar nossos livros?

O pedido de Júlia me desperta e mais uma vez, noto que me perdi tempo demais em meus pensamentos. Todos concordam, levantando-se para ir aos armários. Jogamos o restante de nossos lanches no lixo, desanimados para voltarmos para as aulas. Nós havíamos passado tanto tempo longe da escola que demoraria algum tempo até que voltássemos a nós nos acostumarmos com nossa rotina.

— Você está bem, Jenny? – Pergunta Júlia, encarando-me preocupada. – Você ficou tão caladinha o intervalo todo. Aconteceu alguma coisa?

Os olhares de Ian e Mel recaem sobre mim com certa preocupação e culpa. Trocamos alguns olhares e a tensão mais uma vez se torna quase palpável. Viro-me para minha cunhada e tento dar o meu melhor sorriso.

— Está sim, Juju. Apenas estou desanimada para mais um ano de aula. Nós temos que pensar em tanta coisa que acho que vamos acabar enlouquecendo.

— Eu sei como é. – Concorda Júlia, suspirando sem ânimo. – Eu nem mesmo sei o que quero cursar na faculdade.

— Não acham que ainda é cedo para ficarem se preocupando tanto com esse assunto? – Questiona Josh, passando por cima dos ombros da namorada. Ele deixa um beijo no topo da cabeça de Júlia e sorri, tentando transmitir algum tipo de conforto a garota. – Vamos nos concentrar no presente e aproveitar o último ano.

— Fácil falar. Você já sabe o que vai fazer. – Resmunga Júlia, cruzando os braços, chateada com a situação. Ele ri e deixa um beijo na bochecha da garota.

— Mas Josh está quase totalmente certo.

— Eu sempre estou certo, meleca.

Comemora meu irmão, querendo fazer um high five com minha melhor amiga, que lança um olhar de desgosto para Josh, que se diverte ainda mais com a reação de Mel. Ela odiava o apelido desde que era criança e não importava quantas vezes repreendesse Josh, ele continuava a insistir em a chamar dessa forma.

— Eu disse quase totalmente certo. – Repete Melissa, dando de ombros. A taiwanesa abre seu armário e tira o livro de história, que seria a nossa próxima aula. – Não que a gente tenha que parar de pensar no futuro, mas esse é o nosso último ano. Depois disso, tudo irá mudar. Iremos para faculdades diferentes, faremos cursos diferentes, começaremos a vida adulta. Devemos aproveitar esse tempo para não nos arrependermos depois.

Ela fecha a porta do armário e se encosta nela, segurando o livro contra o peito. Pego meus livros das próximas aulas e meus cadernos, e também fecho a porta, encarando Melissa. Suspiro, sabendo que ela estava certa. Mas hoje era o primeiro dia de aula e eu já havia recebido notícias surpreendentes. Eu já nem sei mais o que esperar desse ano escolar. Pensar nisso me deixa ainda mais apreensiva.

— Você já decidiu o que irá cursar, Mel? – Pergunta Júlia, curiosa, colocando-se ao meu lado.

— Jornalismo. – Responde minha melhor amiga, dando um sorriso animado.

— Não estou surpreso. – Comenta Ian, sorrindo com certo orgulho. – Depois da matéria que você escreveu na aula de literatura no ano passado, eu soube que você faria algo nessa área. Você é muito talentosa com as palavras, assim como Jenny.

— Obrigada. – Mel cora com o elogio. – Mas a Jenny leva muito mais jeito que eu. Ela é uma escritora nata!

— Falando nisso, quando você vai enviar seu texto para a editora? – Questiona Josh, encarando-me com curiosidade. Passo a andar em direção a sala de aula e não demora para que meus amigos me seguissem.

— Eu não sei. Ainda preciso revisar o texto e ganhar um pouco de confiança. Não sei se a história é boa o suficiente e ainda queria receber a opinião de uma pessoa que não fosse vocês.

Fazia quase um ano que eu escrevia um romance baseado na história de amor de meus pais e mesmo que já estivesse pronto, eu continuava sentindo que está faltando alguma coisa. Mesmo depois de meus amigos lerem a história e dizerem que está ótima, todas as vezes que relia a história, sentia falta de algo essencial, mas ao mesmo tempo, eu não conseguia identificar o que era e isso só me frustrava cada vez mais.

— A história está incrível, Jen. Tenho certeza que a editora vai querer publicar seu livro sem pensar duas vezes. – Afirma Ian, dando um aperto encorajador em meu ombro. – Então pare de pensar tanto ou vai acabar deixando a vida passar sem que perceba e sem ter feito nada.

Suspiro e dou de ombros, sem realmente saber o que deveria responder. Eu nunca fui muito boa em lidar com desafios, com olhares demais e julgamentos. A minha timidez e falta de habilidades para lidar com pessoas me levava a me esconder e isolar. Sair da minha zona de conforto e enfrentar o perigo do mundo é assustador.

Por estar distraída, no momento em que virava o corredor, acabo esbarrando em alguém e derrubo meus livros. O choque do meu corpo contra o desconhecido me faz ir ao chão e o derrubar também. Arfo em surpresa e dor ao sentir o impacto da minha bunda contra o chão.

Assim que consigo entender o que havia acontecido, abro os olhos e me surpreendo com a beleza do rapaz em quem havia esbarrado. Ele usava óculos, dono de olhos azuis intensos, cabelos escuros bagunçados – mas com estilo, devo ressaltar – e o queixo bem marcado. Observo-o, encantada com sua beleza, e noto que ele era um dos alunos novos que haviam entrado em minha sala.

— Você está bem? Se machucou?

Ele pergunta, ajudando a recolher meus livros e os dele. Sem resposta de minha parte, o garoto me encara com um sorriso envergonhado e as bochechas levemente coradas. Já com todos os livros em mãos, ele oferece a mão para que eu pudesse me levantar. Era adorável a forma como ele parecia preocupado.

— Eu sinto muito. Eu estava distraído e acabei batendo em você sem que percebesse. Você se machucou?

— Eu estou bem. – Garanto, sorrindo envergonhada. Finalmente havia me lembrado de responder ao garoto. Coro ainda mais por perceber o quanto eu estava sendo estúpida. – Eu também estava distraída, então não se preocupe. Eu não me machuquei.

— Vocês são da nossa sala, certo? – Pergunta uma terceira voz, fazendo com que eu desviasse meu olhar do rapaz com quem eu havia esbarrado.

Bom, devo dizer que essa foi a pior escolha que eu poderia ter feito. Eu nunca havia visto alguém tão bonito quanto o rapaz atrás de quem eu tinha trombado. Não que estivesse me importando com os olhos azuis brilhantes e atraentes, tampouco com o corpo bem definido, o sorriso ladino em seus lábios e a barba por fazer. Eu realmente não me importei. Quer dizer, ele é o ser mais próximo que consigo imaginar de um Deus Grego, mas não significa que seja por isso que meu coração esteja tão acelerado e eu não consiga desviar o olhar dele.

— Sim. Nós somos. E vocês são os alunos novos, certo?

Responde meu irmão, pegando os livros que o garoto de queixo bonito estava estendendo e eu não havia reparado. Josh me dá uma cotovelada nada discreta, despertando-me de meus devaneios sobre como a barba e o cabelo que deveriam dar um aspecto de desleixado havia dado um ar sensual ao cara que eu não sabia o nome, mas que me encarava com intensidade.

— Sim. Eu sou o Daniel. Esse é o meu primo, Max. – Apresenta o garoto em quem eu havia esbarrado. – É um prazer conhecer vocês. Lamento por ter esbarrado em você. Como somos novos e essa escola é gigantesca, nós acabamos nos perdemos e estávamos procurando a nossa sala.

— Eu sou o Josh. Essa estranha em quem você esbarrou é a minha irmã, Jenny. Ian, Melissa e minha namorada, Júlia. – Responde Josh, apontando para cada um conforme dizia o nome. – Sejam bem-vindos ao Marino High School. Não é exatamente a melhor escola do mundo, mas vocês se acostumam.

— Na verdade, eu estou achando a escola bem interessante. – Comenta Max, dando um sorriso malicioso discreto, enquanto me encara perigosamente.

Levanto o rosto e o encaro com a mesma intensidade. Eu já havia entendido o joguinho de Max. Era evidente a sua personalidade de mulherengo e eu não estava nenhum pouco a fim de fazer parte da sua lista – que eu não duvido que seja grande – de garotas que levou para cama. No entanto, eu não conseguia entender o que estava acontecendo comigo. Eu sempre fui muito tímida e nunca consegui encarar desconhecidos por mais de três segundos, mas naquele momento, mesmo intimidada pela beleza de Max, eu me sentia confiante.

O sinal do fim do intervalo toca antes que pudéssemos dizer qualquer coisa. Josh e Ian suspiram, desanimados. Júlia e Mel trocam olhares e dão de ombros, aceitando a situação inevitável. E eu permanecia encarando Daniel e seu primo. Quando ouço Mel me chamar, suspiro e dou um sorriso nervoso aos dois.

— Vamos com a gente. Nós ensinamos a vocês o caminho para a sala de aula.

Digo e eles dão de ombros, concordando. Seguindo Ian e Josh, Mel, Júlia e eu permitimos passamos a andar atrás dos rapazes e talvez – só talvez! – eu tenha reparado que até mesmo a bunda de Max era bem mais atrativa do que deveria ser. Balanço a cabeça, tentando evitar os pensamentos impuros em minha mente. O que está acontecendo comigo? Por que estou agindo de maneira tão atípica?

Por fim, decido que é apenas uma falha técnica em minha mente, que depois de passar por tantas surpresas em apenas um dia, estava começando a apontar sinais da sanidade em mim. Discretamente vejo Max vira o rosto e me lançar uma piscadela antes de voltar a andar como se nada tivesse acontecido. Enquanto isso, sinto meu coração bater acelerado e algo em meu estômago se revirar, mas não de uma maneira totalmente ruim.

Ok. Isso não é normal. Tudo bem achar um cara bonito., mas agir como uma idiota por esse simples fato é humilhação demais. Todos os poros de Max gritam virilidade e perigo. Era nítido como a forma de se portar que Max é o típico garoto problema. Por esse motivo, o melhor que tenho a fazer para manter a minha sanidade é evitar de todas as formas possíveis a aproximação do rapaz de sorriso sedutor.

Todos os poros de Max exalam virilidade. Seus olhos apresentam uma intensidade que jamais vi em toda a minha vida. Suspiro, prometendo a mim mesma manter distância o suficiente para proteger meu coração de todos os perigos eminentes vindo dos olhos vermelhos. Não posso arriscar mais uma vez. Sair da minha zona de conforto está fora de cogitação e algo me diz que isso é bem a cara de Max e seu sorriso perturbador.

...{♕}...