A multidão estabelece uma seguência de gritos frenética no ar, os tributos dos distritos à minha frente já estão chegando e se posicionando em um tipo de circulo regular diante de um tipo de palanque erguido bem acima de nossas cabeças. Telões mostram eu e Pitter, o que não me faz sentir muito bem.

Em fim terminamos nossa caminhada de carruagem. Logo após, vejo bem atrás de nós os tributos do distrito 10, com uma roupa mesclada de preto e branco como pintas de gado, bem exuberantes e chamativas.

Termina o desfile. Quando todos estão posicionados na roda parcialmente regular, um homem de fúnebres olhos, cabelos brancos na altura dos ombros, com uma rosa branca em seu palito se apresenta, todos os tributos olham para cima, finalmente o conheci, o temido e arrogante, Presidente Snow.

- Bem vindo tributos a mais uma edição dos jogos, que a 58º edição dos jogos comece , e como sempre, que a sorte esteja sempre ao seu favor! –anuncia ele nos dando as boas vindas e o público se agita cada vez mais-

Sua voz rouca, posso confessar , que consegue ser pior do que avia visto durante algumas edições passadas dos jogos na TV. Seus olhos, possuem malicias próprias,e me pego a pensar: “porque sua maior diversão e dessas pessoas seria ver os outros morrerem?” para mim, não há graça nenhuma nisso.

Desde que o extinto distrito 13 desapareceu, os jogos são o melhor passa tempo dele. Os rebeldes foram eliminados, e porque ele ainda insiste em sacrificar pessoas?, pois afinal, são 23 tributos mortos anualmente e apenas um vencedor.

Não queria estar aqui, queria estar em casa , com minha mãe e Lucy, indo cedo para trabalhar arando terra para o plantio de grãos , e no fim da tarde, rever Pitter, na campina, o que eu sei, que jamais vai poder acontecer, tudo graças à Snow, eu o odeio.

Quando ele termina seu anuncio, nos dirigimos, à saída onde trocamos nossas vestes e colocamos algo mais confortável, novamente, Pitter sedestancia de mim, não olha pra mim em nenhum momento, o que como sempre, me deixa muito mal.

Não consigo parar de notar, um garoto alto, cabelos pretos, olhos azuis como o céu, por sua beleza invejável, posso destinguir que pertença ao distrito 1, ele está me observando enquanto retira as bases brilhantes se sua roupa com a ajuda de seu estilista, e por um momento nossos olhares se cruzam, não posso mentir e dizer que não me atrai com seu olhar, pois realmente ele é muito bonito, mais não posso perder tempo pensando nessas coisas, ele será outro em que terei que lidar.

Ebert e Fluw, dirigem eu e Pitter a salas onde se encontram nossas estilistas com uma pessa de roupa que será usada na primeira entrevista desde que chegamos aqui. Na sala , um tipo de suíte à chuveiro com água quente, tomo banho e coloco a roupa como Rosen havia me sugerido. A roupa é feita de um tecido macio como seda e de cor amarelo claro, com pequenos detalhes que novamente lembram o trigo e grãos do meu distrito. Noto pela primeira vez que Rosen tem algo de diferente, uma grande cicatriz que um pouco acima da sombrancelha esquerda que tenta de todas as maneiras combrir com sua franja. Não a pergunto o que aconteceu para ter aquela imensa cicatriz, ela poderia ficar constrangida ou algo do tipo, e não querer mais falar comigo, aliás, como todo mundo, não quero que ela seja outra a parar de falar comigo.

-Boa sorte na entrevista Marjory – diz ela com uma voz baixa, típica de Rosen-

-Obrigada Rosen – digo a ela , e me dirijo em direção a porta, onde Fluw faz praticamente um escândalo quando me vê:

-Marjory, você está linda, seu sapato está perfeito, mas deveria ter um pouco mais de cílios...

Como é que é? Ela acha mesmo que eu usaria cílios grandes como o dela , e ainda por cima coloridos? De maneira alguma, e entaum a interrompo

- Está ótimo assim Fluw, Obrigada pela observação –irônicamente digo-
Fluw sem nada a dizer, me conduz a uma sala de espera onde estão em fila os outros tributos, intercalando um menino e uma menina, fico na frente de Pitter. Minha vontade não vou negar, era falar com ele, perguntar se está tudo bem, e porque ainda não quer falar comigo, será que ele ainda está bravo por aquele dia? Ou está me evitando porque não me ama mais? –penso- Mas acabo ficando na minha, e como se nada tivesse acontecido.

De pouco em pouco, os tributos são chamados e dão suas entrevistas ao público, até que finalmente chega minha vez. Subo ao palco onde está Caesar Flickerman, com seus cabelos verdes esmeralda sentado em uma poltrona vermelha, e anuncia minha entrada:

-Marjory Finstonee.

Os habitantes daquele local se agitam, minhas pernas estão bambas, e por um momento penso que vou sair. Ele me faz diversas perguntas, como vai minha família, aliás eu nem ao menos sei alguma noticia de como se encontra, se estou com saudades de casa, o que acho de meu distrito, quais são minhas metas no jogo, e claro que é Ganhar, mesmo que seja difícil, para mim, essa pergunta foi meio hipócrita.

Saio do palco com muitos aplausos e me dirijo a onde estava, e Pitter, é anunciado, enquanto assisto tudo de uma tela localizada na sala onde estou.

-Então Pitter, está com saudades de seu distrito? –Pergunta Caesar

-Muito, especialmente de minha família.

- Ah claro, como todos –Caesar ri-

-Espera voltar e reencontrar seus amigos ?-Pergunta Caesar-

E eu na expectativa de ele citar meu nome ou algo do tipo, me surpreendo quando ele diz friamente:

-Não tenho amigos.