5 Colours In Her Hair

I Threw a House Party and She Came


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Demorou um tempo para os garotos compreenderem o que tinha acontecido comigo, Hay, Emma e Kirst, e quando finalmente entenderam que foi obra da Cindy, eles não pareceram nada surpresos, falaram que é bem típico dela tentar fazer algo desse tipo. Confesso que agora até estou com saudades da Britney, ela podia ser uma bitch, mas nunca fez nada assim... Ah é, ela fez eu ser expulsa da escola, então tudo bem, eu gosto mais da Cindy, afinal, consegui fama de “sexy” agora!

-Hey, merdinha, olha isso! – Hay me mostrou a tela do seu note quando eu sai do meu segundo banho.

Olhei e lá estava uma foto belíssima da briga entre mim e Cindy, esses paparazzi não perdem uma!

“Hoje, sexta-feira, tivemos o privilégio de assistir um belíssimo jogo de Cricket na escola onde a Weirdo e os McFlyers estudam, infelizmente, o jogo não terminou tão bem quanto deveria. Depois de várias estocadas da colega de classe, Cindy Febray, a nova diva da moda rocker, Avril, ficou irritada e partiu para cima da colega de classe.

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A colega chamada Cindy Febray, derrubou propositalmente Avril várias vezes no chão, mas parece que a nossa nova diva tem pavio curto, ela foi pra cima da colega e deu um aviso, e depois de não ser escutada e a colega decidir derrubá-la mais uma vez, Avril não se segurou e realmente foi para cima de Cindy.

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Mas logo os colegas de classe interferiram e afastaram as loiras, ao que parece a professora não faria nada para impedi-las, e se ninguém tivesse interferido quem venceria essa briga?”.

-As fotos ficaram boas! – Hay falou rindo.

-Nossa, ficaram ótimas, olha que ótimo ângulo da minha bunda! – Falei rindo.

Terminei de secar meus cabelos e de me arrumar enquanto Hay tomava banho, daqui a pouco iríamos para a casa de Emma, tomara que o incidente do sutiã esteja bem abafado, porque se não vou arranjar problemas.

-Avril! – Meu pai entrou no quarto. – Que história de briga na escola é essa?

-Briga? – Me fiz de desentendida. – Mas que briga pai?

-Aquela ali! – Meu pai apontou para a tela do computador, droga!

-Eu explico pai! – Falei me sentando na cama e meu pai fez o mesmo. – Estávamos bem felizes jogando cricket na aula de educação física, e a Febray me derrubou no chão, umas três ou quatro vezes, ai eu me irritei e pedi para que ela parasse, mas não adiantou, ai na quinta vez eu me irritei de verdade e dei uns tapas nela.

-Você teria vencido? – Meu pai perguntou sério.

-Mas claro, ela só puxou meu cabelo. – Falei.

-Hm, que isso não se repita mocinha. – Ele falou se levantando. – Aonde você vai?

-Vou ir na casa da Emma, lembra? – Falei, eu tinha dito a ele quando tinha chego em casa.

-A, é verdade!

Meu pai saiu do meu quarto e eu fui até o quarto de Tom, bati na porta e ele berrou um “entra”, abri a porta e encontrei Tom e George jogando videogames.

-Só pra avisar que eu vou na casa da Emma com a Hay. – Falei, e os dois murmuraram um “aham”. – A gente vai olhar uns filmes e tal. – Mais um murmuro. – E eu vou perder a virgindade! – Berrei e os dois pularam de pé me olhando apavorados. – A, consegui a atenção de vocês, obrigado! Vou ir na casa da Emma, vai ficar tudo legal Georg? – Perguntei.

-Avril, eu tenho 16 e não 6 anos. – Ele disse rindo.

-Tchau para vocês.

-EI espera! – Tom me seguindo junto com George.

-O que? – Perguntei.

-Você não via perder mesmo a virgindade né? – Tom perguntou tenso.

-Claro que não seus bobocas, só queria a atenção de vocês.

Sai rindo e voltei para o quarto, Hay estava secando o cabelo, já vestida e maquiada, me sentei em frente ao computador para dar uma olhada nas minhas redes sociais e logo fechei, não tinha ninguém de Los Angeles com quem eu gostaria de falar.

-Av... – Hay falou entrando no quarto.

-Hm?

-Quando vamos começar a ensaiar? – Ela perguntou.

-A, os ensaios! – Falei. – Tinha me esquecido, bom, hoje não vai dar, então amanhã ensaiamos, é fim de semana e nós só temos aula de manhã, então á tarde podemos ensaiar.

-Okay.

Hay terminou de secar e chapar o cabelo e descemos as escadas, pegamos uns marshmallows e uns filmes e entramos no carro, eu já tinha licença, mas fazia tempo que eu não dirigia, de qualquer maneira, não seria um caminho muito longo, ela morava apenas á algumas ruas. Chegamos, descemos do carro e tocamos a companhia, logo Emma abriu a porta, Kirst já estava lá comendo batatinhas de... Cabeça pra baixo?

-Porque você está comendo de cabeça pra baixo? – Eu perguntei me sentando ao seu lado.

-Pra ver como a comida ia ir se engolisse ao contrario! – Ela se sentou normal e nós todas rimos.

Colocamos um filme e começamos a comer besteira, não lembro da ultima vez que tive uma noite assim, sabe, só meninas, normalmente era sempre eu, Hay e George, nunca tive muitas amigas meninas, é a primeira vez que eu sei o que realmente significa “passar um tempo com as girls”.

Estávamos olhando um filme de terror e estava anoitecendo, as quatro estamos encolhidas abraçadas umas na outras, com os olhos arregalados e a boca mastigando freneticamente as pipocas que a mão pegava automaticamente, a mocinha estava subindo para o sótão escuro para ligar o gerador extra, usando apenas um pijama curto e um casaco, ela entrou no sótão e tropeçou em um baú que abriu na queda, dentro do baú haviam algumas fotos antigas que ela começou a olhar com a lanterna, fotos de uma criança, uma menininha feliz e bonita, que foi crescendo e então a foto dessa mesma menina morta.

-AAAAAAAH. – Gritamos com a mocinha do filme e nos juntamos mais umas as outras.

Tinham mais coisas dentro do baú e a mocinha começou a vasculhá-lo, e então sua lanterna começou a falhar, a cada segundo falhava mais, então ela se levantou a procura do gerador, ela ligou e quando se virou lá estava a garota da foto.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – Gritamos desesperadas.

E nesse momento a luz caiu, ficou tudo completamente escuro na casa, e uma chuva fraca começou do lado de fora junto com o vento que batia as janelas, ficamos sentadas assustadas, nos abraçando ainda mais umas as outras e então a porta da casa de Emma abriu-se de repente, todas voamos do sofá e paramos em frente á TV viradas para porta e então um raio caiu em algum lugar próximo, fazendo a sombra á porta ficar ainda mais terrível.

-AAAAAAAAAAAAH. – Gritamos outra vez.

-Se acalmem! – A sombra tinha uma voz familiar e estendeu a mão para o interruptor. – Sou eu! – A luz acendeu e vimos que era somente Tom.

-Mas... mas... – Eu falei gaguejando. – A luz... Ela faltou.

-Não, não faltou! – George entrou rindo na casa. – Nós desligamos os disjuntores, e quando ligamos outra vez a TV não voltou a ligar. Foi só uma brincadeira.

-SEUS IDIOTAS! – Gritei e corri até eles, cada um levando uma porção de tapas nos braços. – Esse filme é realmente assustador, ok?

-Sabemos disso, por isso que ficou legal assustar vocês. – Tom falou e os dois riram.

-Não tem graça! – Falei cruzando os braços.

-É, realmente não tem! – Emma foi a primeira das garotas a se manifestar, Hay e Kirst continuavam com as mãos sobre os corações tentando evitar o enfarte. – E como vocês conseguiram meu endereço? – Emma corou um pouco.

-Avril deixou em cima da mesa, caso tivesse alguma urgência ou sei lá. – Tom respondeu.

-E qual é a urgência? – Perguntei.

-Tédio? – George arriscou.

-Vocês vieram na casa da Emma, sem nem nunca terem falado com ela porque estavam entediados? – Perguntei brava.

-Agora já falamos, e ela é sua amiga, então acho que vai ter que aturar os brindes. – Tom falou.

-Brindes? – Emma cruzou os braços.

-Eu, o irmão, George o melhor amigo, somos os principais é claro, depois vem Dougie o “namorado” e Danny e Harry os amigos. – Tom falou.

-Acho que consigo aturar. – Emma falou rindo. – Entrem, está chovendo e se molhar o carpete minha mãe me mata.

Os garotos entraram e nós nos jogamos no sofá, acho que Kirst e Hay ainda estavam em choque do susto, sempre soube que Hay tinha esses ataques de pavor total, mas nunca imaginei que fossem assim.

-Hay, Kirst? – Chamei as duas. – Vocês estão bem?

-SEUS IDIOTAS! – Hay explodiu e deu um tapa muito forte no braço de George. – Vocês tem o que na cabeça? Minhoca? E se a gente tivesse armada? E se atirássemos em vocês? E ai? Como ia ficar as coisas?

-Calma Hay, está tudo bem, está vendo? – George falou se segurando para não explodir em uma gargalhada, dava para ver pela forma que seus lábios se contorciam de leve nos cantos.

-Nunca... Nunca... NUNCA mais façam isso! – Foi a única coisa que Kirst disse antes de se sentar ao meu lado, de braços cruzados e cara amarrada.

-Desculpem! – Tom disse fazendo biquinho.

Nós reviramos os olhos e ligamos a TV, todas concordamos que depois daquele susto era melhor assistirmos um filme mais leve, uma comédia ou algo do tipo, de vez em quando via Hay e Kirst olharem de cara feia para Tom e George, o que era bem engraçado. Quando estava tarde o suficiente fomos embora, Kirst ficou lá na casa de Emma.

Eu estava sonolenta, e só de pensar que amanhã seria um dia cheio dava vontade de me jogar na cama e não acordar mais. Teríamos aula de manhã, e se desse tudo certo, ensaio a tarde toda. Às vezes me pego parada olhando para o nada imaginando como será o show. O que me lembra, nem pergunte como liguei uma coisa á outra, que hoje eu só vi o Doug na escola e nem ficamos tão juntos como sempre, na verdade, dês de o incidente no carro com George que não ficamos mais tão juntos, eu estou com saudades de quando nos encontrávamos escondido, parecia que nos gostávamos mais.

Chegamos em casa e eu logo me atirei na cama, Hay fez o mesmo, caímos no sono quase imediatamente.

“-AVRIL, AVRIL, AVRIL! – Os gritos do publico me enchiam os ouvidos, estávamos prestes a subir no palco.

-Amo vocês! – Falei abraçando George e Hay.

-Nós também. – Os dois falaram em conjunto.

Subimos ao palco com sorrisos nos rostos, George foi para a bateria, Hay foi para o baixo e eu para a guitarra, cantamos nossa primeira música, a primeira de todas era também a primeira de nossas vidas, as que nos uniu, era um cover do Nickelback, How you remind me, foi perfeito, eu, Hay e George dividindo o vocal e o palco, era um sonho, literalmente!”

O despertador começou a tocar e eu tapei minha cabeça com o cobertor, só mais cinco minutos e eu juro que levanto, mas como despertadores não leem mentes, ele continuou a berrar enlouquecido!

-Merdinha! – Hay me sacudiu. – Acorda!

-Ah, vai tomar banho, quando tu sair me chama! – Falei me virando na cama.

-Ta bom. – Ela disse e depois só ouvi a porta do banheiro fechando.

Fechei meus olhos, mas não conseguia dormir mais, levantei, vi minha roupa e liguei o note, dei uma olhadinha nas redes sociais e desliguei, Tom não tinha aparecido aqui ainda, então acho que vou lá encher o saco dele e do George também!

-BOM DIA IRMÃO! – Entrei berrando no quarto de Tom que caiu da cama, o que me fez rir.

-Bom dia. – Ele levantou a mão acenando pra mim.

-Da a mão, eu te ajudo. – Quando peguei na mão dele ele me puxou e eu cai em cima dele. – Seu bobalhão! Vai se atrasar assim! – Falei levantando.

-É você também. – Tom falou olhando para o meu pijama.

-Eu estou esperando Hay sair do banho e você está dormindo! – Falei levantando as sobrancelhas.

-ESTAVA! - Ele falou juntando as cobertas que caíram com ele no chão. – Mas você me acordou.

-E agora vou acordar o George.

-Coitado!

Sai do quarto de Tom e desci até o quarto de hospedes, abri a porta e vi George dormindo sem camisa, nunca tinha reparado que ele tinha um abdômen tão definido. Cheguei perto da cama e tirei uma mecha de cabelo castanho e ondulado que cobria seu olho direito, ele parecia um anjinho dormindo.

-BOM DIA! – Gritei e me joguei em cima dele, fazendo-o acordar no susto, ele me olhou e começou a rir. – Tem que se aprontar para a escola Bela Adormecida. – Falei e ele riu um pouco e trocou nossas posições, ficando por cima de mim e me olhando de um jeito estranho.

-Agora sim, bom dia! – Ele disse e me deu um beijo na bochecha, bem, não exatamente na bochecha, foi bem próxima á minha... Boca. – Agora vou me arrumar.

Ele saiu de cima de mim e mais uma vez pude ver seu abdômen, perfeitamente definido, mas não era exageradamente, era de um jeito bonito, quase natural, que combinava com seu corpo magro preenchido com leves músculos. Quando me pegou quase babando olhando para seu corpo ele sorriu bobo, pegou uma roupa e saiu do quarto deixando a porta aberta, acho que estou conhecendo um lado de George que nunca esperei existir.

Sai do quarto de hospedes e subi até o meu quarto, vi minha roupa e Hay saiu do banho, tomei um banho rápido e comecei a me vestir e me maquiar, desci para o café da manhã e depois de comer ainda dava tempo de secar os cabelos, sequei e desci até a sala, eu tinha ficado meio em choque depois do “quase beijo” de George que preferi ficar calada, depois contaria a Hay.

Hoje Danny veio nos buscar e Dougie iria com Harry, entramos no carro e Danny sempre sorrindo e fazendo palhaçadas, foi um caminho divertido até a escola, apesar de eu estar extremamente tensa com George. Chegamos na escola e quando eu e Dougie nos vimos corremos e nos abraçamos, ele me rodopiou e nos beijamos, fazia tempo que não tínhamos um momento fofo como esse.

-Bom dia. – Disse sorrindo.

-Bom dia, loirinha! – Ele respondeu.

Caminhamos de mãos da das ao lado dos outros, Danny fazendo palhaçadas enquanto íamos para dentro da escola, quando chegamos aos corredores dos armários, Doug e eu nos despedimos com um selinho e cada um seguiu para a seu armário e sua aula.

-As coisa parecem firmes entre vocês. – Danny falou logo depois que Hay e George saíram para a aula, enquanto pegava uns livros do armário.

-É, acho que estão. – Falei e sorri fraco.

-Sei que não te conheço a muito tempo, mas já conheço o suficiente para saber que tem algo errado. –Danny fechou o armário e me olhou sério.

-É, talvez eu esteja meio tensa, só isso.

-Porque?

De algum modo estranho eu sinto que posso confiar em Danny para qualquer coisa, ele tem sido um dos meus melhores amigos ultimamente, quase um irmão, acho que posso contar para ele o que aconteceu!

-Vem. – Puxei ele para um canto do corredor onde ninguém nos escutaria. – Hoje de manhã, eu fui acordar George e uma coisa estranha aconteceu...

-O que? – Ele perguntou.

-Ele foi me dar um beijo na bochecha, mas foi quase na minha boca, eu não sei se é coisa da minha cabeça, ou se eu nunca tinha notado antes a forma como ele olha para mim. – Danny pareceu um pouco nervoso, mas não bravo, nervoso.

-Acho que você nunca tinha notado, ele te olha de uma maneira que eu não tenho certeza nem se Dougie olha, ele gosta muito de você Avril, muito além dos limites da amizade, da pra ver isso.

-Mas ele é meu melhor amigo, convívio com ele dês de sempre, somos praticamente irmãos, nunca pensei nele dessa forma, nunca vou conseguir vê-lo assim.

Quando Danny abriu a boca para falar alguma coisa, os saltos martelando pararam ao nosso lado, olhamos e lá estava Cindy Febray, sorrindo, o que essa louca quer aqui? Vai arrancar a minha blusa? Abaixar as minhas calças? Me socar?

-Eu vou dar uma festa hoje á noite. – Ela estendeu para mim e para Danny um folheto.

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-Meus pais estão viajando e eu vou ter a casa só para mim, então, estou convidando toda a escola, mas claro, uns mais por educação do que por vontade. – Ela me encarou e saiu.

-Eu não vou! – Falei enquanto íamos para a sala de aula.

-Por quê? – Danny perguntou.

-E me entregar de bandeja para alguma loucura dessa retardada? – Falei rindo.

-Ela não faria nada com você, afinal, você vai estar o tempo todo com o super Danny, TATATA TAAAAAAAAAAAA. – Ele colocou as mãos na cintura tentando imitar a música de super-herói, o que me fez rir e muito.

-Vou pensar no seu caso, super Danny. – Falei rindo.

Entramos na sala de aula e assistimos a primeira aula, era de Geografia, o que me fez ficar extremamente sonolenta, Hay ao meu lado não parava de rabiscar no folheto da Cindy.

-Ela convidou o George? – Perguntei aos cochichos.

-Sim! – Ela disse me olhando. – Ele quer muito ir, e ao que parece seu irmão e o resto dos boys vão ir também.

-Eu sei... –Falei. – Mas eu não quero ir.

-Por que não? – Hay me olhou.

-Por que é mais uma chance dessa daí tentar me humilhar na frente de toda a escola!

-Não acho que ela vá fazer alguma coisa Av, vai ficar muito claro que foi ela.

-Sei lá... Deixa eu ver o que você fez no convite. – Estendi a mão.

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Infelizmente eu não sou muito boa em conter meu riso, por isso no momento que vi explodi em uma gargalhada que fez alunos e professor virarem para mim na mesma hora, posso ser meio extravagante, mas não sou burra por isso escondi o convite de Cindy antes que o professor desse conta do que estava acontecendo. Ele me olhou furioso.

-Srta. Lavigne, posso saber do que está rindo? – Ele perguntou seriíssimo.

-Desculpe, professor, mas é que eu me lembrei de uma piada muito engraçada e não consegui me segurar. – Falei

-Se isso se repetir Srta. Lavigne, serei obrigado a tirá-la da sala de aula. – Ele disse e voltou-se para o quadro.

Olhei para Hay e fiz cara de alivio, a aula terminou e eu fui uma das últimas a sair, ainda tinham alguns minutos até a próxima aula, fui ao banheiro, me olhei no espelho, quando ouvi a voz de Cindy se aproximando me enfiei dentro de uma das cabines.

-Espero que aquela doida não apareça na sua house party, amiga. – Reconheci a voz enjoada de Mindy.

Coloquei meu olho na fresta da porta para ver, Mindy estava mascando chiclete e ajeitando os cabelos negros, enquanto Cindy passava um gloss avermelhado nos lábios.

-Ela não ousaria, ela é medrosa de mais para aparecer por lá, sabe que eu acabaria com a raça dela. – Cindy falou rindo.

Ela fez biquinho para o espelho e sorriu para a morena, as duas saíram do banheiro. Sai de dentro da cabine e me escorei na porta, ainda processando o que aquela loira vadia tinha falado, quem ela pensava que era? Se ela pretendia me desafiar com essa “house party” que considere o desafio aceito.

-Parece que eu vou á uma festa hoje á noite! – Falei sorrindo.

~*~

Chegamos em casa exaustos e famintos, atacamos a lasanha da Diana sem dó nem piedade, coitada dela, ter que aturar quatro adolescentes famintos na mesma casa! Depois de comermos fomos á casa de Danny, ensaiaríamos lá com os instrumentos do McFly, os instrumentos da One Night Only chegariam só semana que vem.

-E ai, loirinha! – Danny me abraçou forte.

-Oi, Dannyzão. – Falei esmagada por seus braços.

-Os instrumentos estão no porão, só irem lá.

Eu, George e Hay descemos até o porão e no sentamos em um dos sofás, teríamos que discutir a setlist antes do ensaio, nós tínhamos mais de cinco músicas, e nós fazíamos rodízio nos instrumentos, em algumas eu tocava guitarra, outras violão, outras bateria, outras o George cantava comigo e Hay de back’s, então teríamos que decidir quais músicas tocar, a ordem, e que ficasse uma maneira rápida para trocarmos de instrumento no palco.

-Acho que podíamos tocar alguns covers, e algumas músicas próprias, até porque, o publico não nos conhece ainda, então seria legal tocarmos uns covers de musicas conhecidas. – Hay falou.

-Concordo plenamente, e você George? – Perguntei.

-Também. – Ele falou. – Vamos fazer troca de lugares ou vamos manter todo mundo no mesmo instrumento no show?

-Acho que podemos fazer uma troca, você tem que tocar Say You don’t Want It. – Falei.

-Podemos deixar essa por último. – Hay sugeriu.

-Podemos, vamos ver as outras primeiro. – Falei escrevendo em um caderno o nome da música de George. – Vamos tocar Everybody Hurts?

-Com certeza! – Os dois falaram em uni sino.

-Ok. – Anotei. – The Only Exception, sem duvida, certo? – Eles acenaram positivamente com a cabeça e eu anotei no caderno.

No fim, das nossas músicas músicas, tocaríamos, Say You don’t Want It, Everybody Hurts, The Only Exception, When Your Gone, You and Me e Decode.

-E os covers? – Perguntei.

-Vamos tocar How yoy Remind Me, certo! – Hay falou e eu anotei.

-Mais algum? – Perguntei.

-Iris? – George sugeriu, e antes que eu pudesse falar qualquer coisa Hay concordou, fiquei quieta e anotei.

Não é que eu não goste dessa musica, eu gosto, mas é que é um dueto que faço com George, e vai ser estranho, mas como somos democráticos, e seria um voto contra dois, fiquei quieta e anotei.

-E a ordem? – Perguntei.

-Podemos começar com Nickelback, depois tocamos TOE, EH, Decode, WYG, YM, SYDWI e por último Iris. – Hay falou.

-Você é uma gênia! – Falei sorrindo. – Fica perfeito assim, não precisamos fazer trocas até as últimas três músicas.

Na ordem em que Hay colocou só trocamos de lugar em You and ME, e depois só em Iris onde eu e George cantamos com o violão e a guitarra e Hay faz back com a bateria, fica simplesmente perfeito assim, nas primeiras músicas George faz back na bateria e eu e Hay cantamos alternando o vocal principal, vai ficar perfeito assim.

-Vamos ensaiar então, temos uma festa para ir depois. – Falei me levantando.

-Mas você disse que não ia. – Hay falou.

-Resolvi ir. – Disse.

Os dois se olharam estranho e deram de ombros, nos sentamos nos instrumentos e começamos a ensaiar, primeiro passaríamos cada musica no mínimo cinco vezes e depois tentaríamos passar todas direto. Ensaiaríamos três horas direto, como era o primeiro ensaio precisamos pegar o jeito outra vez.

Ensaiamos durante ás três horas e estávamos exaustos, confesso que até minha garganta passou a arder um pouco, jogamos um pouco de videogame na casa do Danny e fomos pra casa, Dougie iria chegar perto das 20h para irmos mais tarde para festa, eu não tinha ideia ainda de que roupa iria colocar, mas faltava muito tempo ainda e já estava na hora de eu retocar minhas mechas coloridas, estavam quase apagadas.

-Hay, quer ir comigo comprar as tintas do meu cabelo? – Perguntei.

-Sim. – Ela falou pulando da cama.

Fomos no carro de Tom até o shopping, tinha uma loja que só vendia produtos para cabelos, dês de tintas até cremes hidratantes, fomos até a parte das tintas e procuramos pelas tintas coloridas, mas só achamos verde, não tinham outras.

-O que vamos fazer? – Falei olhando em pânico pra Hay. – Não posso pintar só de verde!

-Ou pode! – Ela falou. – Vai ficar muito legal.

-Mas eu sou a Weirdo, tenho que ter 5 cores no cabelo!

-Bom, você pode continuar com as mechas pretas por baixo. – Ela pegou uma tinta preta nas mãos. – E podemos pegar esse violeta e esse loiro mel e colocar, você vai continuar com cinco cores, as mechas verdes, as pretas, as violetas, as loiro mel e o resto do seu cabelo nesse tom de loiro claro que você já tem, vão ser cinco cores igual!

-Gostei, mas você sabe fazer isso Hay? – Perguntei.

-Sim, merdinha não se preocupa!

Pagamos as tintas e fomos para casa. Primeiro Hay passou a tinta cor de mel em algumas mechas, depois a verde na frente, depois a preta e por ultimo passou em uma mecha só a violeta, depois de alguns minutos fui para o banho, lavei o cabelo que fez uma festa de tinta no Box, sai ansiosa, mas molhado não dava para ver direito, me vesti e comecei a secar o cabelo, ficou melhor do que eu esperava!

-Ficou incrível! – Hay falou olhando. – Também né, quem fez? Euzinha!

-Ai já ta metida assim é?

-To brincando merdinha! – Rimos.

-Mas ficou lindo mesmo, eu adorei. – Sorri para ela e dei um abraço. – Que horas são?

-Sete! – Ela disse.

-OMG, tenho que começar a me arrumar, daqui uma hora Dougie vai estar aqui.

Hay riu da minha reação, queria ver se fosse ao contrario! Comecei a me maquiar e fiz chapinha no cabelo, deixaria para ver a roupa por ultimo acho que vou colocar uma skinny jeans preta, uma blusa também preta com algum desenho e um casaco, e coturnos. Fui no guarda roupa e peguei minha jeans, meus coturnos e meu casaco, faltava só escolher a blusa.

-Hay! – Gritei e ela apareceu esbaforida com os cabelos pingando e a toalha quase caindo. – Me ajuda a escolher uma blusa?

-Você me chamou pra isso? – Ela falou séria e eu comecei a rir.

-Desculpa! – Falei. – Quando você se vestir, me ajuda?

-Ajudo!

Eu fui colocando minha calça e meus coturnos enquanto Hay se vestia, ela apareceu usando uma meia calça branca, um vestido vermelho florido e oxford’s brancos com preto.

-Que tipo de blusa você quer? – Ela perguntou.

-Queria uma preta, mas sem mangas, com algum desenho.

-Eu tenho aquele meu vestido de tigre, lembra? Você pode ir com ele.

-Lembro, me dá para experimentar.

Ela me alcançou o vestido e eu o vesti, ficou perfeito, sorri e voltei correndo para o quarto, Hay começou a rir de mim dando voltinhas pelo quarto.

-Ta linda.

-Você também, Hay!

Descemos até a sala, já eram quase oito horas, ouvi umas risadas, Danny estava lá em baixo, desci correndo e ele estava de costas para a escada, pulei nas costas dele e gritei “Dannyzão”, nós caímos no chão e começamos a rir junto com todo mundo na sala, era isso que eu mais amava em estar com eles, eles eram sensacionais, engraçados e simpáticos, eram uma família. Levantamos e nos sentamos no sofá da sala esperando Dougie, ele iria passas para nos pegas ás dez para as onze agora. Ficamos na sala olhando TV e jogando vídeo games o que fez o tempo voar e logo escutamos uma buzina, nos despedimos do meu pai e corremos para o carro.

-Oi, Doug. – Dei um selinho nele e me sentei ao seu lado no banco do carona.

-Oi.

Depois que todo mundo entrou, meio apertados lá atrás, Dougie deu partida, logo ele colocou a mão sob a minha coxa nua exposta pelo vestido, me olhou sorrindo meio estranho e depois voltou-se para a “estrada”.

-Chegamos.

A mansão de Cindy era ainda mais bonita pessoalmente, era ainda mais bonita do que a dos garotos, era simplesmente perfeita, saída de um conto de fadas moderno, entramos com o carro e estacionamos, já tinham muitas pessoas na festa, algumas (muitas) conversando, bebendo e fumando do lado de fora da casa e imaginei que ainda mais do lado de dentro.

-Uau! – Exclamei.

-É, uau! – Hay falou. – É linda!

-É uma das coisas que Cindy mais gosta de se gabar. – Danny falou revirando os olhos.

Descemos do carro e fomos em direção a porta da casa, entramos e nossa, a casa, ou melhor, o castelo dela por dentro era ainda mais belo, o hall de entrada tinha um lustre de cristal enorme pendendo do teto, a sala que ficava a alguns metros tinha uma TV enorme sintonizada em um canal de vídeo clipes no mudo, e mais ao canto da enorme sala estava o DJ tocando os melhores sons.

Fomos caminhando, não sei a procura de que, e paramos na cozinha, era igualmente enorme, lotada de gente e com as mesas e bancadas lotadas de comidas variadas e bebidas, fomos até a mesa de bebidas.

-O que você vai querer? – Dougie me perguntou.

-Não sei, um refrigerante? – Arrisquei.

-Se está tentando fugir da bebida devia ter trazido uma garrafa de água, tudo aqui tem álcool dentro! – Ele falou.

-Então pode ser uma vodka mesmo!

Ele serviu um copo para mim com vodka e suco, tomei um gole e até que estava bom.

-Hay, o que você quer? – Vi Tom perguntando.

-O que você vai tomar? – Ela perguntou de volta.

-Acho que um suco com vodka.

-Pode ser para mim também! – Ela disse.

Tom serviu as bebidas enquanto Danny, Harry e George serviam-se de alguma bebida dourada em um frasco. Dougie me arrastou para a sala e começamos a dançar, a musica estava alta e misturada com as conversas das pessoas, Dougie me puxou pela cintura e começamos a nos beijar enquanto dançávamos colados um ao outro uma musica agitada, os movimentos eram mais sensuais do que eu esperava um dia fazer. Ele mordeu meu lábio inferior e depois beijou o meu pescoço, eu já tinha liquidado o meu copo de 600 ml, o que me fez ficar tonta, Dougie tinha colocado mais vodka do que suco.

-Vem, vamos pegar mais. – Ele falou.

Eu fui com ele e quando chegamos lá, nenhum dos outros estava por ali e nem no caminho, Dougie serviu mais vodka e suco e colocou um pouco da bebida dourada no meu copo, e só daquela bebida para ele, acho que era wisky ou algo do tipo. Tomei e estava mais forte do que o ultimo, mas tomei mesmo assim. Quando voltamos a dançar na pista de dança tudo se movia rápido e estranho de mais, tudo rodava e minha cabeça pesava.

-Ora, ora, ora! – A voz de Cindy veio até meus ouvidos, me virei, e lá estava a aguada. – Olha quem resolveu aparecer.

Ela vestia um tubinho rosa Pink, os sapatos mais altos do que deveriam eram pretos, os cabelos loiros caindo em ondas pelas costas e os olhos marcados com uma maquiagem que fazia a perfeita mistura do rosa e do preto, ela sorria maliciosa para mim, como se estivesse esperando que eu aparecesse, como se já tivesse tudo em mente.

-Oi Cindy, casa legal para alguém tão podre! – Falei sorrindo, ela riu maldosa e me olhou nos olhos.

-Acho que alguém esta falando mais do que o estado mental permite. – Ela falou e saiu rindo.

-Vamos achar os outros, vem! – Falei puxando Dougie pela mão.

-Eu tenho uma ideia melhor!

Ele me puxou pela mão e foi me levando por corredores até que chegamos em um quarto, ele começou a me beijar e sentamos na cama, logo estávamos deitados, o corpo dele sobre o meu, ele me beijava intensamente, uma de suas mãos começou a subir o meu vestido, eu levantei num salto e olhei para ele meio assustada.

-Desculpe, não estou pronta para isso!

Sai do quarto as pressas, não sabia exatamente porque, mas as lagrimas começaram a inundar os meus olhos, corri o mais rápido que pude, e encontrei no caminho com Mindy, umas das amigas de Cindy.

-O que aconteceu? – Ela falou doce, o que eu estranhei, mas o nível de álcool em mim não me permitiu ficar na defensiva.

-Nada, só preciso de um pouco de água. – Falei secando as lágrimas.

-Vem comigo.

Eu não consegui dizer não apenas deixei as mãos dela me guiarem até a cozinha, ela me colocou sentada em um banco enquanto servia água em um copo, ela tirou alguma coisa do bolso, um frasco alaranjado com uma tampa branca, ela se virou para mim colocando um comprimido dentro do copo.

-O que é isso? – Perguntei.

-É um efervescente, vai fazer você se sentir melhor.

Ela colocou o copo na minha mão e o levou até minha boca, eu estava tonta de mais para não aceitar, ela tinha um sorriso maldoso no rosto.

-Você está realmente fora de si não está? Está bebassa! – Ela virou de costas e tirou um saquinho do bolso, parecia algum tipo de comida, e também pegou o celular, não consegui distinguir o que ela falava. Ela se voltou para mim outra vez. – Come isso. – Ela enfiou algo na minha boca e eu engoli praticamente inteiro.

-Olha o que temos aqui. – Cindy falou e me puxou da cadeira. – Você vem comigo, e você, Mindy, fica aqui, bom trabalho.

Ela estava me puxando pelo braço e eu não conseguia lutar contra ela, minha cabeça girava, eu não sentia meu corpo, parecia que eu estava fora do meu corpo, vendo-o sendo levado e não podia fazer nada para parar aquilo.

-Aonde você está levando ela? – Ouvi uma voz masculina, era familiar, mas eu não conseguia distinguir de quem era.

-Estava levando para um de vocês, Jones. – Cindy falou nos virando e então eu vi o rosto preocupado de Danny.

-Então seu trabalho já está feito, Febray.

Danny me pegou e me abraçou, ele falou alguma coisa que eu não compreendi e nós sentamos em frente a casa de Cindy, ele falou no telefone por alguns minutos e depois continuou abraçado comigo, ele falava alguma coisa mas eu não entendia, eu o olhava e escorava a cabeça em seu peito, ele beijou a ponta da minha cabeça e murmurou alguma coisa.

Eu o olhei nos olhos e ele nos meus, não sei se era efeito do remédio estranho e do que quer que seja que eu comi, mas Danny parecia lindo sob a luz da lua naquela noite, seus olhos estonteantemente azuis me fitavam de uma maneira estranha, nunca tinha notado o quanto calorosos eram aqueles olhos, o quanto eles me faziam me sentir segura e querida, o quanto eles faziam meu coração acelerar e um sorriso estranho abrir-se em meu rosto.

Ele passou a mão no meu rosto e afastou o cabelo que tinha em meu rosto, seu rosto tão perto do meu, sua respiração quente batia em meu rosto, seus olhos grudados no meus, e então ele me abraçou.

-Avril? – Ele falou perto ao meu ouvido. –Está me ouvindo?

-Agora sim. – Falei meio embolada.

-O que aconteceu? – Ele falou e quando eu ia falar ele me interrompeu. – Me fala no taxi, estou te levando para casa.

O taxi estacionou á alguns metros de nós, quando me levantei quase cai, Danny me abraçou para que eu não caísse no chão, ele mantinha seus braços envolta de mim e entramos no taxi e Danny falou com o motorista, ele se sentou ao meu lado e me abraçou.

-Agora pode falar.

-Eu estava com Dougie, e ele me levou para um quarto, começamos a nos beijar, e então algo aconteceu e eu sai de lá, Mindy me encontrou e me deu água com um comprido, ela disse que era efervescente, que eu ia me sentir melhor, e depois me deu uma coisa de comer, não sei o que era, ela enfiou na minha boca e eu engoli quase inteiro, ai a Cindy chegou e você nos achou.

-Vou te levar em casa pra você trocar de roupa e vou te levar para o hospital. – Ele falou.

-Por quê?

-Você está ardendo em febre e está branca, sua boca ta seca e suas mãos estão tremendo.

Só agora que Danny falou que eu reparei que era verdade. Minhas mãos tremiam, minha boca estava seca, o que me fez dar conta que estava com muita sede, comecei a chorar, eu não sabia o que estava acontecendo, o que eu tinha tomado ou comido, o que Dougie queria comigo naquele quarto ou o que ele queria estando comigo, as palavras de Tom ecoaram na minha mente, o que ele disse naquele dia quando rolou o nosso primeiro beijo, será que Tom estava certo sobre Dougie?

-Chegamos, vem. – Danny me puxou de dentro do carro.

Nós fomos até a porta, estava trancada, Danny tocou a campainha enquanto eu me abraçava nele.

-O que aconteceu? – Ouvi a voz do meu pai.

-Ela tomou um comprimido e comeu alguma coisa que não sabe o que é, uma garota que não gosta dela lá na escola deu para ela. – Danny falou enquanto entravamos. – Ela precisa ir para o hospital, mas preferi passar aqui primeiro, caso ela queira trocar de roupa ou sei lá.

-Fez bem Daniel, vou lá em cima pegar alguma coisa, você pode ficar aqui com ela? – Meu pai falou com a mão no ombro de Danny.

-Posso sim senhor.

Nós nos sentamos no sofá e eu continuava a chorar no seu peito, eu não sabia porque, mas eu só queria chorar. Danny afagava meus cabelos e respirava alterado, preocupado.

-Vai ficar tudo bem.

Meu pai desceu com um shorts preto podrinho que eu tinha e uma blusa de alcinhas comprida e branca, ele me levou ao banheiro e me deu a roupa e uma borrachinha de cabelo, fechou a porta e ficou do lado de fora me esperando, com dificuldade eu troquei de roupa, prendi meu cabelo e lavei meu rosto tirando boa parte da maquiagem, fiquei alguns minutos me olhando no espelho, meio perdida e confusa, tomei água da pia e sai do banheiro.

-Tom estará a caminho do hospital com George e Hay daqui a pouco. – Ouvi Danny dizendo para o meu pai. – Eles não acharam Dougie ainda. Eu posso ir com vocês?

-Mas claro, ela vai gostar de ter você por perto. – Meu pai falou sorrindo para Danny, mas não de um jeito feliz, mas sim de um jeito agradecido.

Eu estava me sentindo um pouco melhor, mas continuava fora de mim. Danny e eu entramos no carro, me abracei a ele e acho que peguei no sono, porque quando me dei conta estava deitada na cama do hospital, ouvi algumas vozes ao longe “ela acordou, está consciente outra vez doutor.” Acho que não peguei no sono, devo ter desmaiado pela forma como ficaram aliviados de eu estar bem.

O medico falou algo com as enfermeiras que colocaram algo em um tubo ligado ao meu braço, depois disso apaguei outra vez.

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