A professora para quem Trevor me dedurou quando éramos crianças tinha o sonho de atingir mais do que cérebros infantis. Descobri isso quando nosso professor de história faltou e ela apareceu para substituí-lo. Outra descoberta que fiz naquele dia é que ela é rancorosa. Muito rancorosa.
Entregou-nos as provas, parabenizou Trevor pelo desempenho, olhou feio para o meu dez e, mais tarde naquele dia, fui chamado para a sala do coordenador.
Pelo que entendi ela tinha dito a ele que eu havia colado, que isso era um hábito meu e que não era justo com os outros alunos e muito menos com o professor que eu continuasse impune. Foi uma longa conversa.
Chegando em casa Trevor me esperava em meu quarto, atirado na cama e folheando um de meus cadernos de desenho.
“E aí Art, como foi o diálogo com o Luiz?”
“Foi puxativo.”
Respondi me jogando ao seu lado.
“O quê!? Não acredito, Arthur! Ele tem o dobro da sua idade e é seu coordenador, pelo amor de Deus!”
“Desde quando isso faz diferença em ser puxativo ou não?”
“Você tá brincando comigo, né? Depois fica dizendo que o impulsivo sou eu. Se ferrar também. Não consegue controlar os hormônios."
Acesse este conteúdo em outro dispositivo
Fale com o autor