Narração Bernardo:
Ao ser levado para o andar de cima do iate , eu e Eduarda, fomos surpreendidos pela cena de Daniel batendo em João Vitor.
_ Vou acabar logo com isso. – Daniel disse pegando uma arma do seu bolso e apontou pra mim e para Duda.
_ Desgraçado. – João disse pulando em cima dele, fazendo a arma cair e devido ao movimento do barco os dois caíram na água.
Aproveitei a distração dos capangas e dei uma cotovelada no qual me tinha em vigília até então:
_Corre Duda!! – disse me atracando com o cara que a segurava.
Eu estava bastante machucado, mas tive a vantagem dos capangas estarem preocupados com o chefe brigando na água com João, então deixei inconsciente um deles com um vaso que tinha por perto.
_ Agora só falta um! – falei entre fôlego.
Mas a falta de ar veio completamente, quando esse agarrou em meu pescoço, eu não conseguia intervir, mas um barulho de um tiro veio e o ar voltou, e quando pude voltar direito ao meu sentido, vi o cara caindo ao meu lado e Eduarda estava paralisada com a arma na mão.
Levantei com dificuldade e Eduarda ainda estava na mesma posição, estátua em estado de choque.
_ Eduarda, calma, me da essa arma aqui. – tirei com cuidado de suas mãos e a joguei em qualquer canto do barco.
_Vai ficar bem, você só atirou em um .. cara. – disse tentando acalmá-la .
_ João Vitor.. – ela disse saindo do estado de choque e preocupada.
Logo corri a lateral do barco e não via mais João Vitor na superfície.
_ Ai meu Deus! – Eduarda exclamou aos choros.
Vi a cena de Daniel afundado João Vitor na água que já não tinha mais força a lutar, não pensei duas vezes , peguei um canivete em que Daniel ameaçara anteriormente a João Vitor e pulei na água.
Consegui livrar os braços de Daniel em João Vitor, e o vi voltar novamente pela superfície, mas seu corpo estava inconsciente e estava sendo levado pelas ondas, então tentei nadar até ele, mas Daniel agarrou em meu pescoço.
_ Cara, você não desiste. DEIXA A MINHA FAMILIA EM PAZ! – enfiei o canivete no abdome de Daniel e o sangue logo se espalhou pela água.
_ Desgraçado! – ele sussurrou e tentava nadar de volta ao barco.-
Desistir de tentar agredir mais a Daniel ao ver que João Vitor estava se afastando cada vez mais. Nadei até o seu corpo inconsciente e o levei até o iate.
_ João Vitor, meu amor , fala comigo. – Duda tentava reanimá-lo, com respiração boca a boca e massagem cardíaca, mais nada.
_ NÃO ! meu irmão não pode morrer. – disse desesperado e afastei Duda com cuidado e continuei com a massagem cardíaca.
_ Vamos , João!! – Continuava a seqüência de massagem cardíaca e Eduarda estava com a expressão vaga, estava paralisada .
_Vamos , você não pode morrer, seu infeliz. Eu não vou deixar você morrer! – As lagrimas embaçavam minha vista e ouvia um leve risada de Daniel no fundo , ele estava deitado em um canto do iate e tirava agora o canivete de seu abdome.
_ Vamos! Acorde!- Continuava , mas nada.
_ Não nos deixe, irmão.
...
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Narração João Vitor:
Estava em um lugar lindo, um campo com alguns cavalos, parecia até uma fazenda, aquilo era um sonho ou eu estava morto e fui parar no céu ? Confesso que todas essas perguntas fugiram da minha cabeça ao ver o rosto familiar, era minha mãe. Todo o medo e angustia que tinha passara ao vê-la.
_Mãe, onde estamos?
_Não importa, querido. – ela respondeu de forma doce, o que me apareceu estranho, era poucas lembranças que tinha de Clarisse assim.
_ Eu estou morrendo, não é?
_Se quiser desistir, sim você morrerá. Mas se lembrar do que é importante você irá voltar.
_É tão bom vê-la. – disse e me surpreendi com uma lagrima saindo do meu rosto e sentei ao seu lado.
_Eu também tenho saudade, querido. – Ela disse me deitando em seu colo.
_ Nunca tivemos momentos assim.
_ E é a coisa que mais me arrependo, meu filho.
_ Por que teve que partir mãe? – o choro que segurava veio a tona – Me perdoa por ter saído de casa? Me perdoa de ter sido um filho rebelde? eu te amo tanto.
_Eu já perdoei, querido. Mas e você? Me perdoa?
_Eu também já te perdoei, mamãe. –disse a abraçando.
_Você precisa voltar, seu irmão e sua irmã, Duda e, principalmente, Nick precisam de você.
_ Eu não sei se consigo.
_Você é forte, João Vitor. Você é a pessoa mais forte que conheci, aquele jeito que me enfrentava, de manter sua opinião e os princípios que você acredita. Você é capaz.
_Você faz tanta falta. Todas as noites antes de dormir, passo pelo quarto da Valentina e a encontro chorando. Ela não é única, a maioria das noites, sonho com o dia que você partiu e quando eu acordo percebo que aconteceu mesmo e que você se foi pra algum lugar e eu não posso mais trazê-la de volta
_ Vocês vão superar, cada dia vai ficar mais fácil.
_Isso aqui é um sonho?
_ Precisa ser um sonho, querido. Por que você não pode morrer agora. Você é a única pessoa que pode manter a salva a família Roccher.
_Irônico isso, não acha?
_ Muito irônico. – ela disse dando uma risada.
_Eu vou me lembrar disso, quando voltar?
_ Não sei lhe responder, João. Eu nunca voltei. – ela disse dando uma risada novamente, enquanto engoli um seco.
_ Não fique constrangido, eu estou em paz agora. – ela disse serena, novamente.
_Eu não quero esquecer isso, porque quando você morreu me senti tão mal de não ter essa despedida, de não ter me desculpado com você, mãe.
_ Isso deve ter te torturado tanto. – ela disse fazendo um leve carinho em meus cabelos enquanto minha cabeça ainda se encontrava em seu colo.
_Eu quero lembrar de você assim. – afirmei novamente e ela deu um lindo sorriso.
_ Me promete, que quando voltar, não vai desperdiçar sua vida como eu fiz? Que vai se casar e vai ter sempre tempo pra sua família, e que vai ter um pouco mais de responsabilidade e que vai parar de beber esse maldito uísque ?
_ Eu prometo, mãe. Menos a parte do uísque. – ela gargalhava agora.
_Agora, você precisa voltar, antes que seja tarde demais.
_ Eu te amo.
_ Eu também te amo, Querido.
Narração Duda:
Bernardo continuava desesperado tentando reanimar João Vitor, mas ele continuava ali paralisado e eu não conseguia sair do meu estado de choque, a dor que eu estava sentido era a maior do mundo, eu não poderia perdê-lo, eu o amo tanto, ele não pode nos deixar.
No fundo, ouvi barulho de algumas sirenes e helicópteros chegando, vinham da praia, mas nada disso importava, meu mundo estava desmoronando..
_ Acorde, seu piadista idiota. – Bernardo continuava.
_Eu não posso mais perder ninguém. – Bernardo parou com a massagem cardíaca e respirava cansado e a abraçou o corpo do irmão.
_ Nãao! Meu irmão... – ele chorava desesperado e então as lágrimas invadiram o meu rosto também.
Ouvi alguns tossidos e então o corpo de João Vitor abraçado a Bernardo se movimento, ele cuspia água para fora.
_ Ah Graças a Deus . – disse abraçando João Vitor que nos olhava confuso e atordoado.
_ Você voltou pra mim, meu amor.
_Ela disse que tinha que voltar. – ele disse um pouco fraco e encostou sua cabeça em meu colo.
_ O que? .. Não importa você ta vivo. – disse dando um selinho nele.
_ Vai ficar tudo bem. – Bernardo disse nos abraçando.
...
A policia chegou e agora estávamos voltando pra casa, agora realmente parecia que tudo ficaria bem, Daniel estava morto e João Vitor sobreviveu. Me acolhi mais no coberto e me aninhei no braços de João Vitor que olhava o nascer do sol calado pela janela do helicóptero, Bernardo dormia no banco, de uma forma desengonçada por causa de seus machucado.
_ Você esta bem , meu amor? - perguntei a João.
_ Estou sim, finalmente tudo acabou.
_ Eu espero que dessa vez sim. – ele me deu um leve beijo e voltou ao nascer do sol.
_ Desculpa por ter te abandonado no altar. –disse soltando uma risada dele.
_ É me falaram que você me trocou pelo irmão melhor. –ele disse me dando outros beijos.
_ Eu amo você.
_ Eu também te amo. – ele olhava novamente para o nascer do sol com o rosto sereno e depois esboçou um sorriso.
_ O que houve? – perguntei curiosa.
_ Eu ainda me lembro.
_ Lembra? De que? – perguntei confusa.
_Eu tive um sonho quando estava morrendo e tive medo de esquecer ele, mas eu ainda me lembro.
_Pode me contar?
_Posso, mas pode ser depois estou cansando . – ele disse deitando em meu colo.
_ Claro.
_Eu me sinto livre agora, já não tem mais tanta dor. – ele disse adormecendo.
...
Bernardo e João saíram do hospital hoje a recuperação deles foi rápida passaram menos de um dia , a paz finalmente parece que irá reinar em nossa família, depois de tanto sofrimento e angustia, João Vitor me parece mais calmo, de um modo bom ele parece diferente, tem algo a ver com um sonho, ele não parece mais tão magoado e com toda aquela marra de bad boy, acho que ele está melhor consigo mesmo.
_ Vamos! Acordem, Bernardo está chamando todos lá embaixo. – Valentina entrou no quarto acordando a mim e a João.
_Quanta energia de manhã cedo, não acha? – falei dando um leve beijo no rosto de Tina.
_Qual é pequena? Não pode entrar assim, talvez estivéssemos fazendo coisas indevidas pra sua idade. – João Vitor disse rindo e me dando um selinho e Valentina revirou os olhos puxando uma leve gargalhada de nós dois.
_O que o Bernardo quer? – perguntei levantando.
_Ele quer a ajuda de vocês pra organizar uma festa na piscina ainda hoje. – Valentina disse toda contente.
_Tudo bem, só tenho que dar uma olhada no Nick antes. – disse animada também.
_ Eu não posso, combinei de fazer algo com Manu, mas chegarei a tempo para festa. – João disse entrando no banheiro, mas eu também não o questionei, devia ser algo da empresa.
...
Narração João Vitor:
Toquei a campainha mais uma vez e Manu saiu, ela trajava um vestido preto muito bonito, e um rosto um pouco desanimado.
_ Você fica lindo de terno. – ela disse me abraçando e uma lágrima saiu dos seus olhos.
_ O tempo passou tão rápido, não acredito que já faz um ano que Alerrandro morreu.
_ Agora ele pode descansar em paz, a justiça foi feita.
_ Tenho certeza que ele encontrou a paz muito antes de Daniel morrer. – disse dando um longo beijo em sua testa.
...
Manu enfeitava o memorial do pai com as flores que tinha levado no cemitério e me contava historias de seu pai.
_ Eu ainda não entendo como ele adotou você tão rápido , João Vitor. – ela disse rindo.
_ Tenho um sorriso encantador. – disse rindo e a ajudando.
_Ele o amava como um filho.
_ Eu também o amava.
_ Espera, aquela ali não é Felipa ? – Manu disse olhando para o lado e se desconcentrando das flores que ajeitávamos.
_Acho que é o enterro do pai dela.
_ Nossa está tão.. lotado. – Manu disse em tamanha ironia e dando uma leve gargalhada. Pois alem do coveiro, a única que estava presente era Felipa.
_ Eu já volto. – disse caminhando até Felipa que ficou surpresa a me ver.
_ João Vitor, você seria a ultima pessoa que pensaria em aparecer aqui.
_ Devo confessar que não vim a esse local em consideração a seu pai. Hoje faz um ano que o pai de Manu faleceu. - disse dando um sorriso leve a ela , que tinha um rosto vermelho de choro.
_Acho que sou a única pessoa que restou a fazer isso por Daniel Damasceno. – ela disse colocando uma rosa vermelha sobre o tumulo agora fechado.
_Eu sinto muito por você. – disse a abraçando.
_ Eu vou ficar bem, agora eu não estou mais sozinha, tenho Bernardo. – ela disse me dando um sorriso encorajador.
_ Ele vai fazer você muito feliz.
_ Meu pai fez todas as escolhas que o levaram ate aqui, o que é uma pena. – ela disse observando o tumulo mais uma vez.
_ Quer me acompanhar ? – disse erguendo a mão e ela logo segurou, andamos de mão dadas até chegar no lugar em que desejava.
_ O tumulo da sua mãe? – ela disse observando.
_Sim, eu estava devendo uma visita. – disse colocando tulipas no memorial de Clarisse, eram suas flores preferidas e abaixei e sussurei à ela porque de alguma forma sabia que ela ouviria:
_Eu amo você , não se preocupe comigo, você sabe que eu estarei muito bem.
...
Na saídam Felipa estava cabisbaixa então lembrei da festa:
_Ta sabendo da pool party que vai rolar hoje lá em casa?
_ To sim, Bernardo ta animado, mas acho que não vou.
_ Aah vai sim. – disse a puxando e a deixando sem escolha.
...
O som de musica dava- se de ouvir fora da casa, ao entrar nela, havia várias pessoas, amigos que não via há muito tempo, até que enfim o meu irmão soube organizar uma bela festinha.
_ Oi amor, ainda bem que chegou! – Duda disse me dando um selinho, ela estava com o seu biquíni favorito e muito feliz.
_ Pelo visto Bernardo organizou uma boa festinha.
_ Por que está vestido assim? Vai se trocar, não quero você sério. – ela disse tirando meu terno de maneira provocativa e percebi que ela tava animada até demais.
_Você ta bêbada? – disse rindo.
_ Eu não.. só bebi um pouquinho. – ela disse tropeçando em um dos convidados.
_ Vai com calma, minha bebinha. – disse a segurando e arrancando uma risada dela.
_Quer que eu ajude a se trocar ? – ela disse me provocando novamente e me dando um beijo mais longo.
_ Eu adoraria, mas preciso que arranje biquínis para Manu e Felipa. Eu me troco sozinho, mas só dessa vez. – disse retribuindo o beijo.
_ Tudo bem , mas não vai ser tão divertido como ver você trocar de roupa. – ela saiu puxando as meninas para mansão de um jeito atrapalhado.
Era bom ver Duda assim, há muito tempo não à via leve, feliz e bêbada.
_Finalmente chegou. – Bernardo apoiou seus braços em meu pescoço e me passou um drink.
_Como chamou esse pessoal todo em tão pouco tempo ?
_ Nunca subestime um poder de um bom publicitário. –Guilherme chegou e se apoiou em meu ombro do lado oposto de Bernardo e agora eu estava sustentando dois bêbados.
_ Não ta reconhecendo a maioria desse pessoal? – Bernardo indagou.
_ Espera aquela ali é a Mylena e a Ianka ? – perguntei surpreso.
_ Elas mesmo, estão muito mais gatas , não concorda? – Guilherme disse as observando.
_Super concordo. –disse dando uma risada. – A Ianka colocou silicone? ela não tinha aquela comissão de frente toda. – Guilherme e Bernardo gargalharam com meus comentários.
_ E é melhor ficar bem longe deles, a Duda não ficou nada feliz com o convite delas. – Bernado disse risonho.
_Henri, Thomas e até Alex. – Guilherme acenava a eles.
_ O quarteto fantástico reunido é isso? – indaguei.
_ Mais que isso, o colegial todo ta aqui , Mano!! – Guilherme disse muito mais que animado.
_Espera!! – Falei serio.
_ O que foi? Algum problema?
_ Vocês dois bêbados e eu aqui sóbrio e de terno? Isso não me parece nada com colegial. Está errado. Vou trocar de roupa , não saiam daqui. – disse ansioso.
_ Você continua com a festa, eu vou dar uma saída. – Bernardo comentou antes de minha saída.
_ A onde vai? Organizou tudo isso não vai ficar ?
_Tenho que organizar algo muito mais importante amanha você vai saber.
_Ok Doutor.
_Ah propósito. – Bernardo disse me dando um leve soco.
_Pirou? – disse surpreso.
_ Está me devendo um Roadster. Não acredito que deu meu carro favorito pro vigia. – ele disse decepcionado.
_ Foi pra salvar sua vida. – disse aos risos.
_ Não acredito, minha coleção não é mais a mesma. – Bernardo saiu resmungando.
Entrei na casa ainda aos risos pela decepção de Bernardo e encontrei Rogério e Valentina brincando com Nicolas.
_ Se escondendo dos bêbados na piscina , titio?
_ Não, na verdade, pretendo me juntar a eles. – ele disse rindo.
_ A propósito, Valentina o que faz aqui? Vai pro seu quarto e fique longe deles. – Disse e ela revirou os olhos azuis esverdeados e subiu.
_Então como é quase morrer? – Rogério disse me passando Nicolas.
_ Acho que você sabe perfeitamente como é. Ficou supostamente morto por anos. – disse arrancando uma risada.
_ Verdade, mas, garoto, eu só escapei uma vez. – ele disse saindo pela porta, mas antes falou:
_A sua natureza de se preocupar mais com os outros do que com você mesmo é incrível e acho que alguém lá de cima deve retribuir isso de bom grado.
Sentei no sofá e pensei nas palavras do meu tio, e ele tinha razão alguém lá de cima me amava muito com toda certeza, mas o motivo de eu sair salvo de todas as situações de perigo era Eduarda, era o meu amor por ela, pois na morte ela me dava mais vontade de ficar vivo, ela foi a única que pôde me salvar.
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