“No jardim de infância a professora nos fez desenhar um animal que gostaríamos de ser. Teve leão, cachorro, onça, pássaro, cobra e entre outros. Além de desenhar, tínhamos que explicar o motivo do porque querer ser aquele animal. Um pequeno garoto me chamou atenção. Ele desenhou uma borboleta. A sala inteira caiu na gargalhada e começou o apelidar de “mulherzinha” “boiola” “gay” coisas do tipo e ele acabou chorando. A professora nos liberou mais cedo para o parquinho e o chamou para uma conversa sobre o tal desenho:

- Ei, não chora. Diz pra tia do porque você escolheu a borboleta entre tantos animais bonitos?

- Uma vez minha mãe disse que queria ser uma borboleta. Porque as borboletas sempre quando vão embora, elas voltam.

- Sua mãe está certíssima. As borboletas sempre voltam.

- Sim, mas é uma pena que ela não era uma borboleta. Porque ela foi e nunca mais voltou.

Ele chorou muito e fiquei sem entender. Quando cheguei em casa e contei sobre o que aconteceu para minha mãe é que ela explicou que a mamãe dele havia morrido. E quem chorou dessa vez fui eu. Bem que eu queria que todas as pessoas que eu amo fossem como as borboletas, porque quando elas forem embora, eu teria a certeza de que elas voltariam.”

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.