1977
Capítulo 20
Borgin & Burkes
Caros Viajantes,
Há uns dias atrás, minha curiosidade me levou ao pequeno vilarejo de Little Hangleton, onde a família de Tom Riddle morou por alguns anos. Curiosamente, entre as ruínas da antiga mansão dos Riddle, tive a felicidade de encontrar o que talvez seja outro dos objetos que procuram: um anel.
Certamente conheço sobre magia negra avançada, e procurei em vários locais por algo que me pudesse ser útil para sua destruição, a fim de ajudá – los na derrota de Voldemort, mas não encontrei. Se caso os senhores não tiverem encontrado algo para a destruição daqueles que vocês já têm, aconselho algum objeto forjado por duendes, ou algo tão venenoso que impeça os objetos de se regenerarem.
Mando juntamente com esta mensagem o anel que encontrei, a fim de que o destruam.
Um Feliz Natal para todos e os espero em Hogwarts para o começo do trimestre.
Albus Dumbledore
A carta de Dumbledore chegara cedo na manhã após o natal, e Harry a leu em voz alta para todos que se amontoaram próximos ao caldeirão em que Lily fazia a poção para ouvir. Por mais que todos estivessem empolgados com a chegada da nova horcrux (a qual James e Harry destruíram assim que chegou, para evitar confusão), o silêncio foi inevitável quando Sirius e Marlene entraram.
- Bom – dia. – Marlene disse, embora Harry achasse desnecessário o cumprimento. Tanto ela quanto Sirius tinham claros sinais de não terem dormido à noite, e os garotos não podiam culpá – los.
- Lene, vem aqui, amiga. – disseram Lily e Alice, e Marlene foi até as amigas, se aconchegando perto delas.
- Achei que vocês tivessem entendido, cara. – James falou num tom preocupado quando Sirius se escorou na parede.
- Eu entendi, James. – Marlene sussurrou – Mas fiquei triste pela minha mãe. Meu pai é um cara legal, e ela me disse que gostava dele. Mas se os Black tivessem deixado Oreon escolher...
- Você e Sirius seriam irmãos? – perguntou Frank, abismado.
- Provavelmente. – Sirius resmungou, e depois suspirou – É uma história bacana e coisa e tal, mas depois de ouvir meu pai contar tudo isso, me deu a impressão de que ele meio que se via em mim...
- E queria que você vivesse por ele? – Hermione sugeriu, usando uma colher para encher alguns frascos de poção.
- É. Mas, eu não sei se eu quero.
- Esqueçam isso. – Ginny disse, se juntando a Lily e Alice para afagar Marlene. – São histórias antigas. Seu pai só se sente culpado, Sirius, por ter passado tanto tempo sem olhar pra você, e agora quer se redimir contando um pouco da história dele.
- E a minha mãe, Gin? – Marlene se libertou do abraço das garotas e engatinhou na direção de Sirius.
- Se coloque no lugar dela, Lene. – disse Hermione – Ficou nostálgica, só isso. Vai ver, nenhum deles vai tocar mais nesse assunto. Ainda querem ir? A poção está pronta...
- Só um segundo, ok? – Sirius se levantou e puxou Marlene consigo. Os dois seguiram para fora, e deram de cara com Dorcas.
- Oi! Acho que perdi algumas coisinhas, não?
- Onde você tava?
- Remus está meio ruinzinho...
Na porta do banheiro defronte se escutou um barulho alto de alguém vomitando, e Dorcas deu uma risadinha.
- Eu sabia que a empolgação de ontem à noite era fajuta! Foi você, Sirius?
- James ajudou. – Sirius riu.
- Bom, eu agradeço. Foi tão divertido! Mas acho que Remus não curtiu muito...
- Depois eu me acerto com ele.
- Beleza. Vou lá pra dentro me atualizar.
Se despediram de Dorcas e Sirius levou Marlene para um quarto próximo, sentando a garota na cama.
- Marlene. – Sirius se aproximou dela, dando um beijo em sua boca. – Eu amo você. Não me interessa se meu pai amava a sua mãe, não me interessa se seu pai odeia o meu, nem nada disso. Eu amava você antes de saber de tudo isso, e ainda amo agora que já sei.
- O que vai acontecer, Sirius? – Marlene suspirou, recostando a cabeça no peito dele.
- Com a gente? Nada. Já te disse, não me interessa essa história. Por mim, seguimos em frente juntos e vamos encontrar essa horcrux ou seja lá o nome que tem. Concorda?
Marlene encarou o rosto do namorado, numa rara expressão séria, e depois o beijou.
- Vou tentar. Vai morar com o seu pai?
- Vou, ou Regulus vai me atormentar pra sempre por não ter tentado me aproximar dele agora que mamãe está fora.
- Ela vai matar vocês.
- Talvez tente, mas ela já está tão louca que depois de um tempo não vai nem notar a falta de meu pai. Falando nele, hora de uma poção.
Marlene se levantou junto de Sirius, e os dois entraram decididos na sala, fazendo os murmúrios sobre eles pararem.
- Depois tiramos uma soneca. Lily, me dá a poção.
Surpresos com a reviravolta, Lily estendeu dois frascos de poção para Sirius e Marlene, que viraram o conteúdo na boca. Enquanto envelhecia, Sirius olhou em volta.
- Onde está Regulus?
- Com Amelie, no jardim. – Emmeline sorriu – São tão bonitinhos juntos que não tive coragem de interromper a conversa.
Sirius revirou os olhos, fazendo James, Peter e Frank gargalharem alto.
- O que foi?
- Cara, você fez igual ao seu pai ontem à noite. – riu James – Está perfeito o disfarce.
Ao lado dele, Marlene prendia os cabelos num coque apertado, para parecer mais com Walburga.
- Acha que engano assim? – perguntou ela depois. Sirius analisou a garota.
- Engana sim. Só mude a expressão. Minha mãe tem cara de bosta.
Rindo, os dois deram as mãos e se despediram dos outros.
- Se encontrarem algo com o brasão de uma casa de Hogwarts, tragam. – Harry avisou, antes que os dois aparatassem, direto para a Travessa do Tranco.
Quando o lugar apareceu diante deles e a horrível sensação de sufocamento desapareceu, Marlene olhou para Sirius e os dois começaram a andar pelo lugar, se surpreendendo com a quantidade de pessoas mal encaradas que os cumprimentavam com reverências.
- Estamos perdidos? – ela perguntou após alguns minutos, mas Sirius negou com a cabeça e apontou para a vitrine sinistra da Borgin & Burkes.
Os dois abriram a porta e entraram na loja sorrateiramente. Marlene começou a olhar as estantes, enquanto Sirius ia na direção do balcão quando um homem chegou, surpreendendo aos dois.
- Olá, Senhor Black. – sussurrou o homem. – O que procura?
Sirius olhou o homem de cima a baixo, e procurou lembrar – se de como soava o pai. Com a voz fria, tentou soar o mais indiferente possível.
- Estou à procura de uma relíquia para um parente, e imaginei que pudesse ter aqui...
- Uma relíquia? Que tipo de relíquia?
- É um amigo colecionador. Ele é de certa forma fascinado por Hogwarts... E estaria se perguntando se você não teria o que ele precisa...
O velho arregalou os olhos de cobiça.
- Acho que sei o que quer... Bom, se seu amigo não se interessa pela procedência, tenho uma taça valiosa aqui. Encontrei – a esses dias, escondida no porão, olha só!
- Traga a taça. – Marlene ordenou na voz seca de Walburga. Ansioso, o homem correu para dentro, e Sirius respirou aliviado.
- Será que é a taça?
- Não sei, mas ele vai cobrar uma fortuna.
- Não tem problema. A Sra. Potter disse para tirar dinheiro do cofre dela.
- Sério?
- Aham. Ela disse que se ajudar a derrotar Voldemort, ela ajuda.
- Você disse...
- Dane – se o nome. Ai, lá vem ele...
Borgin apareceu atrás do balcão novamente, dessa vez carregando uma bela taça com um emblema gravado.
- Olhe aqui, Senhor. É o emblema de Hufflepuff! Verdadeiro, claro, não vendo nada falso aqui.
Sirius pegou a taça e a analisou por um segundo. Depois, pegou um pedaço de pergaminho e anotou um número.
- Mande retirar a quantia deste cofre, Borgin. Nada de abusos, ou meu amigo ficará um pouco... Aborrecido.
O velho fez uma reverência um pouco exagerada e recolheu o pergaminho.
- Ah, claro, claro... Bom dia para os senhores...
Tensos, Sirius e Marlene guardaram a taça e saíram do lugar. Quando se juntaram para aparatar, Sirius beijou as costas da mão de Marlene.
- Ótimo time, nós dois.
Marlene sorriu.
- Acho que alguém enfeitiçou você, Sirius.
O maroto limitou – se a rir, e os dois aparataram.
- E aí, onde está? – perguntou Ron assim que viu os dois chegarem. Os amigos estavam todos reunidos na sala (Sirius teve vontade de rir quando viu que Regulus e Amelie estavam num canto, abraçados), e quando ele estendeu a taça , a animação foi geral.
- Você conseguiu! – exclamava Hermione, feliz. – Vocês conseguiram!
Neville e Frank chegaram correndo com um dente, e Luna interviu antes que eles pudessem atacar o objeto:
- Neville, afaste os zonzóbulos da cabeça antes de matar a horcrux...
Ignorando o comentário, os dois Longbotton fincaram o dente na taça, e outro grito foi ouvido, seguido de um flash de luz forte. Quando puderam enxergar, a taça havia se partido no meio. Harry deixou – se cair numa poltrona, aliviado.
- Agora só faltam duas. Graças a Dumbledore... e a vocês. Obrigado.
- Ah, estamos fazendo isso por nós também, não é? – falou Lily, sorrindo. – Podemos estar salvando as nossas vidas!
- É, vai saber o que esse louco poderia fazer com a gente. – James abraçou Lily, e Harry por um segundo quis esquecer a responsabilidade e abraçar os dois, mas se controlou.
- É. Vocês podem estar se salvando com isso, James. Com certeza.
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