Rose Weasley - Winter wonderland

Quando era pequena a parte que Rose mais gostava do Natal era passear com a mãe nas iluminadas e enfeitadas ruas de Londres. Alguma coisa nas luzes coloridas e decorações brilhantes faziam com que a ruiva se sentisse estranhamente confortável.

Mesmo não tendo mais tempo ou paciência de visitar todas as ruas a bruxa fazia questão de pelo menos procurá-las na internet Trouxa para ver as fotos. Basicamente uma tradição de Natal.

Mesmo com muito esforço Scorpius, o namorado dela, não entendia essa obsessão. Para ele era só uma tentativa dos trouxas de parecer mais com o mundo bruxo. Não adiantava explicar a ele que os trouxas nem sabiam da existência dos bruxos quanto mais das luzes que eles usavam.

Talvez esse fosse o problema de namorar alguém que não teve contato com a cultura Trouxa.

Rose e Scorpius estavam juntos desde o último ano de Hogwarts quando ela finalmente aceitou sair com ele. Apesar de terem opiniões diferentes sobre muitas coisas eles sempre respeitavam a opinião do outro, e para a Weasley isso era o mais importante.

—Você não vai trabalhar hoje? - o loiro perguntou ou ver a namorada enrolada num cobertor enquanto lia um livro.

—Noop. Já terminei meus artigos para o Profeta dessa semana. E só vamos receber os assuntos da edição de semana que vem amanhã.

—Ótimo. Isso quer dizer que você está livre hoje à noite?

—Acredito que sim. - a ruiva se levantou para pegar um copo de café. Apesar de finalmente ter tempo para dormir ela continuava com a mesma insônia que a perseguia desde a época de Hogwarts.

—Então passo aqui as oito. Tenho uma surpresa para você. - Scorpius beijou a namorada e foi trabalhar. Junto com Albus ele administrava uma loja de instrumentos musicais no Beco Diagonal.

Rose aproveitou o tempo livre para decorar a casa para o Natal. Uma pequena árvore de plástico que imitava um pinheiro, algumas bolar vermelhas e muitos feitiços depois o pequeno apartamento que ela dividia com o namorado poderia ser considerado um paraíso de Natal.
***

Apesar de já estarem juntos a oito anos Rose ainda ficava nervosa quando tinha um encontro, principalmente quando ela não sabia para aonde estava indo, o que era comum já que Scorpius adorava fazer mistério quanto as coisas. Mas por algum motivo dessa vez ela estava especialmente ansiosa.

A ruiva olhou para a roupa e torceu para que o namorado não fosse levá-la para um lugar muito arrumado. Para ser sincera parte dela só queria pedir para ficar em casa e assistir a algum filme Trouxa com tema natalino.
Trinta minutos depois do combinado abre a porta um Scorpius descabelado, arranhado e levemente sujo.

—O que aconteceu? - a bruxa perguntou preocupada.

—A temporada de quadribol está chegando e Wood quer ter certeza que vamos ganhar dessa vez. - O loiro jogava quadribol para o Chudley Cannons junto com Fred. Esse era o primeiro ano de Olive Wood como treinador da equipe e ele estava quase endoidando. Ele se limpou com um feitiço.

— Vamos?

Ele aparatou junto com a namorada e quando Rose abriu os olhos ela estava numa rua completamente coberta de neve. Luzes coloridas enfeitavam as casas e os toques de Winter Wonderland ressoavam.

Acima deles, em luzinhas brilhantes ela leu “quer casar comigo” e ao olhar para o lado Scorpius estava ajoelhado com uma caixinha.

—Desde o dia que eu te conheci eu percebi que você tinha algo de especial. Seu cabelo ruivo, suas sardas, sua mania de cobrir a boca quando ri, o jeito que você fica vermelha quando tem que conversar com alguém pela primeira vez, sua mania de arrumar tudo varias e varias vezes, como você fica nervosa quando algo dá errado. A maneira que seu sorriso consegue iluminar meus dias e o seu abraço me faz sentir em casa. Como você briga comigo quando eu faço algo errado e faz questão de que nada que você faça seja menos que perfeito. Rosalie Marie Weasley, você me daria a honra de poder passar o resto da minha vida ao seu lado?

Rose afirmou com a cabeça logo antes de beijar o loiro. Seus olhos estavam marejados e ela teve uma sensação que não sentia desde quando era pequena e visitava as ruas coloridas com sua mãe.

Ela finalmente se sentia em casa.