12 anos em 12

Capítulo 141 - FOTOS


Algumas semanas depois...

Vitória se adapta bem a escola, sem grandes problemas para os pais. Paula retoma seus compromissos e Vitor se organiza com seus negócios fora dos palcos, ficando mais tempo com os filhos em casa.

— Estou com saudades! - acena para alguns fãs.

— Também estou, Pulinha! Onde você está?

— Chegando ao aeroporto... Tem alguns fãs aqui, vou atendê-los.

— Tudo bem! Estou te aguardando...

— Com comidinha?

— Sim! Vou pedir japonês que você ama...- ri.

— Ótimo! - riem. Vou desligar, branco... Beijos!

Desliga o telefone e sai da van, atendendo alguns fãs. Em casa Vitor banha os gêmeos enquanto Vitória brinca com Lucy. Ao terminar deixa os gêmeos com a ajudando e pega a filha para ir ao estábulo.

— Quer cavalgar, Vivi?

— Sim! ELIAZZZ? - chama.

Anda a cavalo com a Vitória e depois retorna para a sede. A banha e entrega para Lucy.

— Sol, estou saindo... - pega a chave do carro.

— Maria telefonou!

— Sim, já conversei com ela! - sorri. Retorno em algumas horas. - sai.

Na cidade vai ao shopping e compra alguns vinhos e um presente para Paula. Vai até o escritório de sua empresa de imóveis e resolve algumas pendências, seguindo para a casa de Marisa logo após.

— Oi! - a beija.

— Oi filho... Como está?

— Bem!

— Que ótimo! E Paula?

— Chega mais tarde.

— Está em show?

— Sim! E fez algumas gravações também.

— Entendi! Olha isso... - mostra. Leva para ela!

— Que lindo, mãe! Você quem fez?

— Foi sim! Sei que ela ama girafas...

— Sim! - riem.

Fica algum tempo com a mãe até receber o telefonema de que Paula estava no aeroporto, resolvendo buscá-la.

— AQUI! - acena.

— OI! - corre até ele, abraçando-o. Que saudade! - beijam-se.

— Também estava! - sorri. Cadê Cíntia?

— Não vai hoje... Já pegou um táxi para o ape dela.

— Ok então... Vamos? - pega a mala dela.

— Vamos sim! Parece que fiquei um mês longe.

— Pois é! - guarda a mala.

Entram no carro e seguem para a fazenda.

— Josie's on a vacation far away, come around and talk it over! - canta.

— Vou aumentar! - ri. Canta!

— I just want to use your love tonight, i don't want to lose your love tonight!!

Vítor segue cantando até chegarem em casa. Na porta Paula é recepcionada pela filha que a leva para comer. As horas passam e ela aproveita com as crianças. Tatianna chega na fazenda com os filhos para visita-los e então decidem ir para o jardim.

— Olha essa Pulinha...- mostra.

— É linda Tata! Você quer fotos nesse estilo?

— Sim! - ri. Você acha demais?

— Não, uai! Pelo contrário... Acho lindo. Queria ter essa coragem novamente. Lembra aquela vez que posei para aquela revista? Fiquei com muita vergonha do fotógrafo.

— Lembro sim, foram fotos lindas!

— E nem escolhi as mais sensuais!

— Deveria ter escolhido! Acho que vou fazer mesmo cunha.

— Faça sim!

— Faça o que? - se aproxima.

— Fotos sensuais!

— Nossa, Leo tem muita sorte com essa esposa gratíssima.

— Ui! - riem.

— Tia Tata...- vem até a tia. Olha minha bubu!

— Aí que coisa linda! - pega.

— Paulinha, tem encomenda para você! - Diva chega avisando.

— Uai, para mim? - se levanta. Já venho! - vai até a entrada.

Na sala de entrada recebe algumas flores com um cartão.

— Obrigada! - sorri. Uau, que coisa linda! Veja isso Diva...- mostra.

— Que lindas Paula! - sorri. Quem deu!?

— Não sei. Vou ler! - pega o cartão. “Eu simplesmente não sei mais, gostar de alguém sem ser você.... - começa rir ao vê-lo.

— Você roubou a minha paz, vem cá meu bem, vem cá dizer, quem poderá me devolver! - se aproxima dela. Feliz dia dos namorados! - beijam-se.

— Que lindos! - Tatianna chega com Vitória.

— Beijo! - Vitória cai na risada.

— Seu bobo! - ri dele.

Paula guarda as flores em um vaso e passa o restante da tarde com a cunhada. No comecinho da noite, enquanto banha os gêmeos, Vitor chega ao quarto.

— Quer ajuda?

— Sim! - ri. Pega Antônia aqui...

— Será que Vitória não está dando trabalho para Tati? - pega uma toalha e segura a filha.

— Pedi para ela ligar caso fosse incomodar.

— Entendi! - sorri para a bebê. Vamos se trocar, bonequinha? - a coloca sobre o trocador. Vamos jantar na adega hoje?

— Por que? - olha para ele.

— Porque sim! Fazemos as crianças dormirem e vamos para lá...

— E se eles acordarem?

— Lucy vai ficar aqui, já conversei com ela!

— Tudo bem então. - sorri. Preciso me arrumar!? - ri.

— Não! Quanto menos melhor! - pisca para ela.

— Sei! - ri.

Arrumam os filhos e preparam suas alimentações. Lucy chega e organizam tudo com ela. Paula vai para o banho enquanto Vítor confere se está tudo certo na adega, seguindo para seu quarto logo após.

— Pulinha? - fecha a porta.

— Oi! - responde ao sair do banheiro. Os bebês acordaram?

— Não! - ri. Não é nada! Vou tomar um banho... - retira a camisa, jogando sobre a cama.

— Ah Vi, por favor. - aponta para a roupa. Coloca no cesto de roupa suja!

— Coloco! - pega. Senhora! - sai.

— Senhora é seu rabo!

Ela entra no closet, trancando-o e arruma-se. Vítor sai do banho e faz o mesmo, a esperando sentado na poltrona do quarto.

— Estou pronta! - abre a porta. Uai! - o vê arrumado. Eu pensei que você ia estar de bermuda e chinelo...- vai até ele.

— Claro que não! Vamos comemorar um dia dos namorados a caráter... E eu sabia que você ia se arrumar! - levanta.

— Está lindo! - ri.

— Você está! - segura na mão dela, fazendo-a dar uma volta. Linda! Tenho um presente...- vai até a cama e pega a sacola. Aqui! - entrega.

— Vi... Você nunca ligou para essas coisas, porque...- abre.

— Só quis ligar dessa vez, não está gostando!? Estou me esforçando para ser especial para gente, afinal, ainda somos namorados.

— Sempre seremos! - retira a camisola. É linda! - sorri. Você quer que eu coloque?

— Agora não! - estende a mão para ela. Vamos?

— Vamos! - coloca dentro da sacola e leva consigo.

Caminham até a adega abraçados. Ao chegar, Vítor abre para que ela entre.

— Ah não...- se surpreende. Caramba Vitor! Uau... - observa. Pensei que ia estar a comida em cima da mesa de poker! - riem.

— Não! - sorri. Estou dizendo... Queria algo especial!

— Está especial, amor! Muito... - vai até ele. Obrigada, por ter se preocupado com tudo isso!

— Agora tenho tempo! - coloca vinho nas taças.

— Obrigada! - pega.

— Um brinde a nossa história! - brindam.

— Te amo! - beijam-se.

— Vamos jantar? - mostra.

— Vamos! - ri.

Sentam na mesa que ele preparou e comem comida japonesa. Conversam sobre os dias que passaram longe, as responsabilidades dela como profissional e os novos afazeres dele cuidando dos filhos e da vida de empresário e músico.

— Quero poder te valorizar ainda mais depois de todo esse tempo com as crianças! - riem.

— Eles te sugaram a energia, é? - ri.

— Muito! — sorri a ouvindo rir. Eu amo você rindo, Pulinha.

— Sempre rio com você...

— Me diz... Por que ficou chateada ontem? Não deu tempo de terminar de me falar pelo telefone.

— Ah é! - limpa a boca. Não me julga! Promete?

— Tudo bem!

— Ontem eu não estava legal comigo mesma. Não estava legal com meu corpo, com alguns hábitos e acabei me chateando e não me sentindo bem vestindo nada, fazendo nada... E tive tantos compromissos que tive que fingir que tudo estava bem, sendo que eu não estava legal.

— Mas o que te levou a ficar chateada com você?

— Estava no instagram e vi algumas revistas como a VIP, a Boa forma publicarem algumas capas que estão produzindo. Sempre me questionei porque nunca haviam me convidado... E aí fui olhar as capas e percebi que não tenho o biotipo de quem posa para essas revistas. Me senti mal por me sentir excluída e mal por me importar com isso... Mas pensa, branco... É quase inevitável se sentir chateada ao ver essas coisas. Eu não queria isso, mas...

— Eu entendo! - segura a mão dela. Toda vez que se sentir assim, que perceber esse tipo de situação, se olhe por dentro. Pense se seus valores estão corretos, se seu caráter é o que te define, lembre de tudo que lutou para ser quem é e aí automaticamente vai se sentir bem e o resto vai ser esquecido. É algo automático, pequena... Ás vezes, na vida, só precisamos mudar o foco...

— Você está certo! - beija a mão dele. Só precisamos mudar o foco...- sorri.

— Por falar nisso, tive uma ideia... Posso te fotografar como nessas revistas para você perceber que seu corpo é lindo e sempre olhar isso e ter certeza que quem perde são eles!

m- Jura? - ri.

— Sim! - riem. Vamos fazer o seguinte... Faremos a fotos agora aproveitando essa luz romântica, sensual!

— Quero fotos como as que Tati quer tirar...- olha para ele.

— Sério?

— Sim! Já que vamos fazer isso para nós dois mesmos...

m- Serão só nossas!

— Só nossas! - riem.

Paula coloca a camisola que Vitor a presenteou. Organizam o ambiente e ele busca sua câmera fotográfica. Olham algumas fotos do estilo que querem no instagram e começam...

— Isso, amor...- fotografa.

— Deixa eu ver!

— Aqui! - mostra.

— Caramba Vi, você fotografa muito bem.

— Vai ali agora... Se solte, amor...

m- Ok! - sorri. Farei como sempre quis então...

— Faça! - fotografa. Está linda... - continua.

— Agora vou tirar!

— O que? - olha as imagens na máquina.

— A camisola!

— Tudo bem... - a observa retirar toda a roupa.

— Pode fotografar! - deita-se. Não podemos nunca perder essas fotos!

— Sim! - riem.

Vitor faz mais algumas fotos, encaminha para seu celular e para.

— O que foi? - olha para ele.

— Nada! - sorri. Só queria observar agora!

— Hum...- se aproxima dele. Pessoalmente é melhor que foto, né!? - começa desabotoar a camisa dele.

— É bem melhor! - segura as mãos dela. É muito melhor... - a empurra sobre a cama improvisada, caindo sobre ela.

Passam a noite na adega, sendo acordados pelo celular de Vitor que toca às 09 da manhã. Acorda assustado e atende, ainda deitado.

— Alô?

— Vitor, bom dia! Desculpe incomodar, mas é que o pessoal da reunião está aguardando.

— Ah... - lembra sobre a reunião. Daniel, chego em quarenta minutos, tive um imprevisto e não consegui sequer avisar... Peça mil desculpas! - se levanta, procurando por sua roupa. Leva-os para tomar café da manhã, vá segurando até eu chegar!

— Sem problemas!

Ele desliga e veste a calça, do lado avesso mesmo. Paula acorda e senta-se na cama, observando-o perdido.

— Bom dia! O que houve?

— Tenho uma reunião agora de manhã para fechar alguns negócios e eu esqueci! Cadê meu relógio, amor? - procura.

— Aqui...- pega debaixo do travesseiro. Estava me machucando ontem! - entrega para ele.

— Desculpa não poder tomarmos café juntos com as crianças! - pega.

— Me dê um beijo e está tudo certo! - riem.

— Tudo bem!- se aproxima dela, beijando-a. Paula! - ela começa acaricia-lo. Não faz isso!

— Só cinco minutinhos...- beija-o. E você vai! - sorri.

— Não tenho mais cinco minutos...- ri.

— Nem para sua esposa? - coloca as mãos sobre a calça dele, tentando retirar.

— Não, Pulinha! - a afasta. Estou muito atrasado! Mais tarde volto e fazemos isso e muito mais... - ri.

— Veja minhas fotos durante a reunião!

— Odeio você! - ri, pegando suas roupas e seguindo para o quarto.

Ela deita-se por mais algum tempo enquanto ele se banha e segue com pressa para a cidade. Cíntia chega na fazenda e não encontra Paula.

— Diva...- aparece com Antônia no colo. Onde está Paula? Vítor saiu sozinho. A cama está arrumada. Ela já saiu? Onde foi?

— Jantaram na adega ontem... Devem ter dormido lá!

— Sei! - entende. Vou lá ver!

Chama-a na porta da adega, até ver se estava aberta.

— Oi?

— Quem é? - senta-se na cama, se cobrindo com o lençol.

— Sou eu! - a vê.

— Ah tá! - ri.

— O que é isso, hein!? - olha ao redor. Dia dos namorados agitado por aqui...- ri. Você vai ter um irmãozinho ou irmãzinha Antônia!

— Nada disso! - veste a camisola. Não comece!

— Onde ele foi?

— Teve uma reunião agora de manhã... Foi ele quem preparou tudo, acredita?

— Pensei que ele não curtisse essas datas...

— Eu também! - pega a filha. Bom dia, meu amor! - a vê sorrindo para si. Você quer mamá?

Saem da adega e seguem para a cozinha. Ela amamenta a filha e vai para o seu quarto arrumar-se.

Vítor chega na cidade e segue para o prédio onde está ocorrendo a reunião. Senta-se junto aos convocados e combinam de almoçar juntos. Na saída do prédio telefona para Paula.

— Pulinha, não irei almoçar em casa!

— Uai, porque?

— Porque vou almoçar com o pessoal daqui!

— Hum... Sei! Tudo bem então...

— Até mais tarde! - desliga.

Pega o carro e segue para o restaurante em que combinaram. Almoçam, conversam, tomam um café e cada um segue para seu destino. Ele passa na casa da mãe, resolve algumas pendências e segue junto dela para a fazenda.

— Boa tarde! - entra. Cadê todo mundo?

— PAI! - aparece correndo.

— Oi princesa! - a pega no colo. Tia Tati te trouxe?

— Sim!

— Cadê a mamãe? - coloca ela no chão.

— Dando banho nos maninhos... Vovó...- a abraça.

— Já estou aqui! - chega com os bebês no carrinho. Por que não atende o celular?

— Não ouvi você ligar! - coloca a mão no bolso. Uai...- procura. Cadê meu celular? Devo ter esquecido no carro, já volto. - sai.

— Oi! - sorri, indo cumprimentar a sogra.

Vai para a sala de TV com a Marisa e as crianças. Vítor retorna e questiona a mãe se ela está com o celular dele.

— Não, filho! Não vi você de celular.

— Liga nele Pulinha!

— Tá...- disca. Está caindo na caixa; branco!

— Era só o que me faltava! Onde deixei esse celular?

— Você perdeu? - se preocupa.

— Sim! Não está no carro. Liga na sua casa e pede para Ana ver se esqueci lá, mãe.

Marisa faz o que ele pede, mas a funcionária depois de muito procurar confirma que ele não deixou na casa da mãe.

— Me empresta o seu celular, amor... Vou ligar pro Daniel procurar no prédio e no restaurante! - pega.

Enquanto ele resolve o problema do celular, Paula conversa com a sogra sobre trabalho e os filhos. Cíntia se junta a elas e decidem ver um filme quando os gêmeos dormem.

— E aí? - o vê vindo em sua direção. Achou?

— Não! - respira fundo. Perdi!

— Calma... Ás vezes alguém guardou.

— Daniel já olhou em tudo, conversou com o rapaz do restaurante, eu já revirei o carro com o Elias e não está.

m- Tudo bem, não se preocupe! Compramos outro. Entra nas suas contas pelo meu e cancela tudo que tiver seus dados pessoais... Conversa com Reynaldo do banco também e pede para cancelar os cartões que estão vinculados ao celular.

— Farei isso! - sai novamente.

A noite chega mansamente. Marisa resolve ficar com eles já que no outro dia já ficaria com os netos.

— Já pediu a comida?

— Não! - olha para ela. Peça você, eu esqueci! Estava resolvendo algumas coisas...

— O que? - se aproxima dele.

— Sobre meu celular! Quero conseguir saber onde está. Já rastreei, mas não encontro sinal.

— Que estranho! - observa. Será que alguém achou?

— Estou crendo que sim!

— Estava com senha?

— Não! Eu tirei a senha porque Vitória vivia bloqueando tentando abrir.

— Caramba! - fica preocupada. Mas não vamos pensar nisso! Melhor pensar que caiu em algum lugar, ninguém viu.

— É... - fecha o Mac. O que vai pedir?

— Massa! Pode ser?

— Pode!

— Ótimo!

— Onde está minha mãe?

— Olhando as crianç... AI! - se contorce.

— O que foi!? - se assusta, indo até ela.

— Uma pontada! - coloca a mão na barriga.

— Senta aqui! - a leva até a cadeira.

— É cólica! - respira fundo. Me traz aquele remédio vermelho!

Vítor entrega o remédio à ela e um copo de água.

— Pronto! - se levanta.

— Essas suas cólicas são terríveis!

— Sim! Não sei o que faço. Vou pedir a comida! - se retira.

Vítor vai até onde estão os filhos e ajuda a mãe com as crianças. Algum tempo depois a comida chega e sentam-se para jantar.

— Cíntia, você comentou que ia fazer um curso de design de interiores! - limpa a boca. Vi que vão fornecer na faculdade daqui!

— Sério!?

— Mas como Cíntia vai fazer se viaja comigo? - ri.

— Uai, não vai viajar mais.

— Que absurdo Vi! - olha para ele. Até parece... Ela é meu braço direito!

— Pulinha, ela não vai passar a vida inteira dela trabalhando para você! E vamos encontrar alguém que faça isso...

m- Você quando quer ser inconveniente! - se levanta.

— Paula, onde vai?

m- Perdi a fome!

m- Paulinha! - Cíntia a observa sair. Vou até lá!

— Não, fique aí! - coloca o guardanapo sobre a mesa e vai atrás dela.

Vítor a encontra no quarto retirando roupas da mala.

— Precisava daquilo?

— Eu que te pergunto!

— Paula...

— Olha só Vitor... Você fica forçando ela a me deixar.

— Não! Eu a incentivo à ter a própria vida. Você que a força ficar. Não se pergunta se é isso que ela quer pro resto dos dias dela? Ser sua sombra!? Ela é uma pessoa extraordinária e você deveria querer muito mais a ela. Mas só pensa em você! Eu amo você, mas não sou cego pros seus defeitos e um deles é seu egoísmo quanto a esse assunto!

— Agora é egoísmo querer cuidar de alguém que ama!?

— O que você fez não é cuidado! É controle e isso é abominável.

— Me deixa sozinha!

— Com todo prazer... - pega sua carteira e a chave do carro dela. Não tenho hora para voltar! - se retira do quarto.

Vai até o quarto dos filhos e se despede deles, desejando boa noite. Retorna cozinha e faz o mesmo com Vitória.

— Onde você vai papai?

— Vou ver meus amigos! - sorri.

— E a mamãe?

— Vai ficar aqui! Cuide dela, tá?

— Tá bom!

— Estou levando a chave da porta, não precisa me esperar! - olha para a mãe.

— Na casa de quem você irá?

— Acho que já estou grandinho para isso né mãe!? - ri dela. Até mais! - sai.

— Vitor... - desiste de falar quando o vê sair sem dar moral a ela. Abusado!

— O que é isso vovó?

— Nada meu anjo! - ri.

— Vou ver Paula!

— Vá sim Cíntia...

Cíntia conversa com Paula sobre o ocorrido e se entendem. Marisa vai até elas algum tempo depois junto de Vitória e as ajuda organizar o closet de Paula enquanto conversam aleatoriamente.

— Vítor te falou onde ia?

— Não! Mas ele ia jogar poker hoje... Deve ter ido no JP!

— Ô mamãe, que isso? - mostra um batom.

— Você sabe o que é e a resposta é não! - riem.

— Só um potinho, mamãe...

— Não! Você é um bebê para passar maquiagem.

Algumas horas mais tarde Marisa se recolhe no quarto de hóspedes; Cíntia faz o mesmo e Paula fica com a filha em seu quarto.

— Deixa eu mimir aqui!? - deita no travesseiro do pai.

— Só hoje! - sorri. Vem aqui! - a abraça.

— Você vai cantar para mim?

— Qual você quer ouvir filhote?

— Borboletas!

— Ah filha! - ri. Escolhe uma da mamãe!

— Ê mamãe!

— Por favor... Você só escolhe do papai!

— Do passarinho que leva água!

— Água no bico! - ri.

Paula começa cantar para Vitória que volta e meia acompanhava a mãe na letra. Liga a televisão em seguida e assiste a um filme com a filha, desligando assim que a vê adormecer. Cobre-a e vai para a cozinha tomar um chá.

— Cíntia? - a vê passar. Acordada ainda?

— Estava indo no seu quarto! - vai até ela. Olha isso... - entrega o celular a ela.

— Que... - começa ler. Não...

— Paula, foram encontradas no celular dele! Pode ser da internet, eu não sei... Diz aí que há conversas entre ele e uma mulher, mas devem estar mentindo!

— Meu Deus! - senta-se.

— Calma Paula... Onde ele está? Vamos tentar falar com algum amigo dele para ele vir embora e explicar isso.

— Como podem fazer isso!? Invadir assim a vida das pessoas sem se darem conta do estrago? - se desespera.

— Não pense nisso agora! Precisamos ver isso dessas fotos, dessas tais mensagens... Eu não consigo crer que Vitor tenha feito isso com você.

— Feito o que Cíntia? - não entende.

— Te traído! Aí diz que essas fotos são de uma mulher que ele está saindo...

— Preciso pensar...- anda de um lado pro outro impaciente, sem contar a verdade para a prima.

— Paula...

— Cíntia, me deixa sozinha! Toma! - entrega o celular dela.

— Não vou te deixar sozinha... Você precisa de...

— POR FAVOR! - fala no impulso. Por favor... Estou bem! - olha para ela. Amanhã nós conversamos, agora preciso só falar com ele!

— Paula...

— Por favor! É sério... Vá se deitar! - sai rumo ao seu quarto.

Ela disca o número do amigo de Vitor e logo é atendida.

— Paulinha!

— JP, Vítor está com você?

— Está sim!

— Passe para ele, por favor!

—Claro... - entrega para Vítor, avisando ser ela.

—Paula, aconteceu algo? - se afasta dos amigos. Preciso comprar um celular amanhã!

— Venha para casa!

— O que está havendo? - fica apreensivo. É algo com as crianças?

— Vitor, por favor! - chora. Acharam seu celular, mas fizeram algo horrível...

— Como assim!?

— Não consigo nem falar! Vem para casa, pelo amor de Deus!

— Estou indo, se acalme!

Quarenta minutos depois ele entra em casa e a encontra submersa no tablet.

— O que houve? - coloca a chave sobre o sofá, se aproximando dela.

— Olha isso! - mostra para ele.

— O que... - vê as imagens. Não acredito nisso!

— Leia!! - levanta do sofá, inquieta.

— Quem foi o imbecil que fez isso? - se enfurece.

— Alguém que achou seu celular!

— Paula... — olha para ela. Eu nem sei o que te dizer... Não queria que isso estivesse acontecendo com a gente, com você principalmente! Nada disso de mensagens é verdade... Você sabe! Você sempre tem acesso ilimitado ao meu celular, vê tudo, sabe tudo que acontece comigo.

— Vitor eu não estou desconfiando de você, sei que isso é invenção! - senta-se. Mal feita por sinal...

— Sim! - senta-se ao lado dela. Não devia ter enviado essas fotos pro meu celular! Me desculpe.

— O que vamos fazer agora? Está todo mundo me vendo praticamente nua e achando que é sua amante... Que sou uma boba sendo traída sendo que na verdade eu sou a pessoa das fotos!

— Cortaram a cabeça para veicularem essa mentira... Me indigna alguém ter coragem de fazer isso. Tenta não acessar nada por enquanto... Amanhã entro em contato com a Laura e fazemos um boletim de ocorrência.

— Tá... - olha para ele. Até que eu não fiquei feia né!?

— Você nunca é feia! Só quando é teimosa!

— Imbecil! - empurra ele que ri.

— Me desculpe por isso, ok!? - a puxa, beijando sua cabeça. Vamos tentar resolver...

m- Não tem como apagar isso, amor! Estou sendo exposta...

m- Eu sei... E eu sinto muito por isso! Fui muito burro em ter enviado essas fotos para mim...

— Na verdade nós estamos sendo expostos... Estão te acusando de algo que você não fez!

— Está tudo bem... Sei que eu seria incapaz de fazer e você também sabe e para mim é isso que basta. Certo?

— Certo...

— Sei que é impossível não ficar chateada com essa situação... Mas está tudo bem, vamos descobrir quem fez essa maldade.

— Sim! - deita no colo dele. Nem expliquei pro JP porque liguei para ele...

— Ele sabe que estou sem celular!

— Fiquei com vergonha... Mas estava desesperada.

— Não tem porque ficar! - ri. Os bebês estão dormindo?

m- Sim! Vivi tem aula amanhã.

— Eu levo ela!

— Nada disso... Elias e Lucy vão levar. Se você leva é perigoso não deixar ela na escola. - ele ri. É verdade... E amanhã tem pediatra dos gêmeos.

— Ás 14 né!?

— Isso! E preciso ir ao shopping comprar algumas roupinhas para eles... Mandei fazer um bolinho para o dia do aniversário. Vai vir sua mãe, Tati e as crianças. Clarinha, Sol, Lucy... Enfim...

— Tudo bem!

— Peço para fazer uns doces? Melhor, né?

— Sim! Chamou tia Neuza, Cazilda?

— Sim, Leia tbm...

— Ok! Vamos nos deitar...- a levanta de seu colo.

— Vivi está dormindo lá, tá? Ela pediu... Tão fofinha! - levanta.

— Tudo bem! - a acompanha. Quer colo?

— Eu quero! - olha para ele.

— Pula! - vira-se de costas.

— UPA! - pula rindo.

— Quer brincar um pouquinho?

— Depende...- abraça-se mais forte nele. Do que quer brincar? - ri.

— Ah não sei! - riem.

m- Entra aqui! - desce e abre a porta do quarto de hóspedes. Vamos escolher uma brincadeira!

Terminam a noite da maneira que mais gostavam, mas iniciam o dia com grandes tormentas. Veículos de informações bombardeiam os telefones, as assessorias de ambos se perdem na confusão, sem saberem como agir e o que responder. Alguns dias se passam e entre maus ou bons momentos, Paula e Vitor vão tentando fazer o melhor. Reúnem os funcionários e a família e pedem respeito acima de tudo e que não acreditassem no que estava sendo veiculado.

— QUE ÓDIO! - derruba um copo.

— Paula!? - entra correndo. O que foi?

— Nada! - chora.

— Pulinha...- vai até ela.

— Não é justo esse inferno com a gente! - segura-se nos braços dele.

m- Não é essa a questão, meu amor! — a leva até a cama. O que fizeram foi maldade, estão tentando destruir nós dois, nos afetar... - a deita, cobrindo-a. Se acalme!

— Estão falando tanta coisa ruim! - chora.

— Mas não é verdade! Você sabe que não é verdade, não deixa isso te atingir! - a acaricia.

m- Não consigo, eu odeio essa pessoa que fez isso, odeio! Vi... - soluça. Nossos filhos vão ver aquelas fotos, vão ler aquele tanto de baboseira... Meu Deus!

— Não, não! Não fique pensando nisso... Por favor!

Tenta acalma-lá quando são surpreendidos por Vitória.

m- Papai, a mamãe tá chorando? - se assusta.

— Não, amorzinho... Vem aqui com o papai...

— Mamãe! - começa chorar ao ver Paula chorar.

m- Não, filha! - Vítor a pega no colo. A mamãe está bem, meu anjo...

— Não chore minha boneca, a mamãe está aqui... - pega ela. E está bem! Ok? - tenta sorrir.

Convencem Vitória de que Paula estaria bem. A bebê sai do quarto para buscar suas bonecas e ela aproveita para se recompor.

— Isso está afetando demais a nossa família!

— Mas não precisa afetar... Não devemos deixar afetar!

— Eu sei...

— Vamos pensar nos nossos filhos e ao menos tentar ao máximo não desmoronar perto deles! Mas estamos aqui para nós... Um para o outro! - se olham pelo espelho do banheiro.

— Sim!! - sorri. Vamos para sala ficar com eles?

— Vai indo... Vou tomar um banho!

— Tudo bem! - beija-o.

Se certifica que ela saiu com Vitória e desmorona sentindo-se culpado por tudo que ela estava sentindo, pela forma que foram expostos. Quando sai do banheiro se depara com Dulce brigando com Paula na sala.

— Mãe!

— Só acho que para ele é muito cômodo... Ele já explicou de onde são aquelas fotos!? Paula... Pelo amor de Deus, acorda...

— Eu peguei da internet as fotos! - se envolve.

— Vítor... - olha para ele. Por favor, não!

— Não parece ser de internet!

— Tia Dulce, esquece isso! - Cíntia se intromete.

— Não, não vou esquecer! É uma falta de respeito isso... Paula é mãe dos seus filhos, aceitou toda aquela confusão com sua filha, vocês vivem para lá e para cá sem roupa, se pegando em todo quanto é lugar e você ficar com foto de outra mulher no seu celular? Sem contar nessas mensagens... Vitor, me dói crer que você possa fazer isso!

— Mãe, pare com isso... Por favor! Aquelas fotos...

— Dulce, meu filho jamais faria isso! - Marisa se aproxima. Me admira você desconfiar dessa forma...

— Meu Deus! - Paula fica inquieta. Gente, por favor...

— Marisa, tenho um respeito muito grande por vocês, mas você não concorda que é triste isso?

— Mas não há provas que Vítor fez algo e Paula está aqui, com ele!

— Porque é inocente muitas vezes! - encara a filha. E porque ama ele! Já o perdoou de tanta coisa...

Vítor senta-se no sofá e observa a discussão.

— CHEGA!

— Paula... Não quero você infe...

— SOU EU NAS FOTOS!

— O que? - se espanta. Você não vai falar isso só para encobrir...

m- Não estou encobrindo nada! - mostra as fotos inteiras para ela.

m- Mas... - vê. Você tirou essas fotos onde?

— Deixa eu ver! - Marisa pega. Jesus! É você mesma.

— Sim...

— Por que não falaram antes?

— Para não gerar isso! Para Paula não ter que ser mais exposta do que já estava sendo...

— Vitor, me desculpe... Eu fiquei tão...

— Nós temos nossas diferenças Dulce, mas isso não te dá o direito de me julgar como você me julgou. De jogar na minha cara que ela fez muito por mim e que eu sou apenas um problema para ela que vive me perdoando!

— Sinto muito! Você não é isso

— Não sei se sente... Mas isso não importa! - se retira da sala.

— Ótimo... Só faltava essa! Não basta tudo isso estar acontecendo? Não basta estarmos passando por tanta exposição? Custa muito nos darem apoio em vez de julgar?

— Paula, eu não fazia ideia! Não me culpe por ser mãe e por se preocupar. Vou embora! - pega a bolsa e sai.

— Mãe, por favor... - vai atrás dela.

— Não, não quero ser a pessoa que vai te deixar mal com seu marido!

— Você não vai me deixar mal com ele! Eu fico mal por vocês não estarem bem. Você o julgou e ele não tira isso da cabeça de que você tem algo contra ele. Vocês deveriam me ajudar!! - vai para seu quarto.

Na varanda, com o novo celular, Vitor entra em sua rede social, repleta de ofensas e também de apoio. No quarto Paula faz o mesmo e, para encerrar de vez o assunto, resolve se pronunciar.

Há algumas semanas, durante um jantar preparado por meu companheiro de vida, de uma forma extremamente especial para comemorarmos mais um dia dos namorados, me abri, como sempre faço, segura de que tenho nele um amparo e as melhores palavras de ensinamento. Abri o quanto eu, como mulher e humana, me sinto menos diante de tantas coisas que vemos expostas na internet. Abri o quanto eu, MULHER COMO VOCÊ, também me sinto mal com meu corpo as vezes. Ele, para me mostrar o quanto é importante mudar o foco e sabermos que o melhor de nós é o que está do lado de dentro, se propôs a me fotografar. Foi o nosso momento de intimidade, foram imagens registradas para nós dois, representando eu comigo mesma e eu com ele. Imagens para mantarmos a saudade! Mas, fomos expostos, julgados, maltratados por uma mídia que não nos procurou para querer saber a verdade, mas somente para especular o que nunca houve! Peço, com todo meu coração, que vocês não acreditem em tudo que leem e que jamais ajam de má fé para tentar derrubar uma família! Só posso dizer que sinto muito por quem fez isso, porque não nos derrubou, pelo contrário, só provou o quanto somos mais fortes juntos! Sou eu nas fotos, tiradas por @victorchaves no dia 14 de fevereiro de 2019, na adega de nossa casa! Agora, peço que nos deem um tempo para digerir tamanha exposição de nossa intimidade e desgaste de nossos nomes.