12 anos em 12

157 - Sol da manhã



DOIS MESES DEPOIS...

Paula está na sala de jantar com os filhos, pintando alguns desenhos que Vitor imprimiu, quando ele chega da cidade.

— Pai... Olha aqui! - levanta. Pintei dentro da linha como você falou...
— Isso mesmo, filha! Está lindo.
— Trouxe o que pedi?
— Aqui...- entrega para ela. Coma com moderação, porque não irei para cidade tão cedo! - riem.
— Querem? - abre a sacola com alguns chocolates.
— Mãe...- vai até ela. Quero o de maracujá!
— Aqui...- entrega.
— Vou tomar um banho! - sai.

Ele segue para o quarto, toma seu banho e retorna a sala, onde junta -se para ajudar na pintura.

— Paula...- Diva se aproxima. As roupinhas da Francesca secaram...
— Tá bom Diva... Deixa no meu quarto!
— Aiai... Tudo é da Francesca agora!
— Não filha...- se preocupa. É que temos que lavar as roupinhas dela, como lavamos a de vocês.
— Sei... Didi, tem suco?
— Tem amor, jaja Didi traz...
— Vitória, deixa a mamãe ver o seu desenho?
— Aqui! - vira para ela. Uma abelha!
— Linda sua abelha! - sorri. Azul e vermelha! - ri.
— Mãe... Olha o meu! - levanta.
— Um cavalo verde, Vi! - sorri.
— É o sereno...
— Ele está lindão! Depois vamos mostrar para ele. Antônia, o seu está pronto?
— Ainda não...- continua pintar.
— Tá bom... Olhem o meu! - mostra.
— Quanta gente...
— Somos nós, filha! - ri. Eu, papai, você, Maria, Antônia e Vitor e a Francesca no colo.
— Hum... Ficou bonito! - volta pintar.
— Papai, cadê o seu?
— Tô desenhando ainda, amor! - mostra. Uma árvore... Qual fruta vocês querem aqui?
— Maçã!
— Eu quero jabuticaba!
— E você Antônia?
— A que você quiser, pai! - continua pintar.
— Você está triste, Ni?
— Não...
— Está quietinha! Aconteceu alguma coisa?
— Vitória brigou com ela! - Vitor conta.
— Isso é verdade?
— Eu não briguei! Ela queria assistir desenho. Eu não queria. Ela ficou brava!
— Filha...- olha para Antônia. Foi isso?
— Ela falou para gente assistir o filme primeiro e depois ia ver desenho. Aí ela não quis!
— Era só você ter ido assistir no seu quarto!
— Mas a pipoca tava no seu! Você é muito chata. - sai da mesa.
— Antônia...- a chama. Eu vou lá! - fala para Vitor.

Paula segue a filha que entra no seu quarto chorando. Vai até ela e senta-se no seu lado.

— Nini...- coloca a mão sobre a cabeça dela. Você está magoada?
— Sim! - chora.
— Eu entendo, minha borboletinha... Eu sei que deve estar doendo muito. Mas vai passar. A Vitória é sua irmãzinha, você gosta de brincar com ela. Quando ela não quiser ver algo, peça para mim ou para o papai ver com você que nós iremos. Se só no quarto dela tiver a pipoca, peça para nós que iremos fazer para você. Não precisa ficar brava, tá bom?

A acalma e retorna com ela para a sala de jantar.

— Vitória...- Vitor a chama. O que conversamos?
— Desculpa Antônia... Eu vou assistir desenho com você.

Antônia consente com a cabeça e volta para seu desenho. Diva aparece novamente e os chama para tomar café da tarde. Servem-se com bolo de laranja e chocolate, enquanto Vitor prepara um suco com algumas mangas.

— Pai, vó Marisa ligou para você... - olha o celular dele na mesa.
— Atende aí Paula!
— Já desligou amor! - pega. Vou ligar para ela! - pega.

Quando vai discar o número, vê uma mensagem chegar pelo Instagram. Olha para ele entretido com o suco e entra para ver. Se espanta com o conteúdo que lê. Levanta com o celular na mão e vai para a sala sem que ele veja. Vasculha outras mensagens diretas e vê mais do mesmo conteúdo. Observa uma outra mensagem que ele aceitou, com uma única pergunta: "A que horas você vem?". Sente o coração ficar pequeno. Apertado. Volta para a cozinha, coloca na mesa novamente e se senta.

— Ligou, amor? - olha para ela enquanto serve os filhos. Paula? - ela não presta atenção. Paula!?
— Oi! - olha-o.
— Ligou?
— Ela não atendeu! - come.
— Ah sim! Depois ligo então... - senta-se.

Tomam o café observando as crianças conversarem sobre os planos para o próximo dia. Ela segue calada pensando em tudo que viu. A noite chega, Vitor banha os filhos e os coloca para dormir, cada um em seus quartos.

— A mamãe vai vir aqui dar boa noite?
— Vai filho! - beija a testa dele. Já ela vem... Tá bom? - sorri. Vou deixar as estrelinhas ligadas...- olha para o teto onde as luzes refletem estrelas.
— Tá... Boa noite, papai! - vira de lado.

Ele segue para o seu quarto e a encontra vendo seriado.

— Estão aguardando o seu boa noite...- ri.
— Vou lá...- se levanta e vai.

Passa no quarto dos três, conversa com Antônia que ainda está acordada e depois segue para o seu quarto.

— Não foi tomar banho ainda? - volta deitar. Está frio!
— Não...- vai até ela. Você podia ir comigo! Estava te esperando! - sorri, se aproximando para beijá-la. O que foi? - ela desvia e ele estranha.
— Não posso não querer te beijar? Estou assistindo...- o afasta.
— Tudo bem... Desculpa! - se levanta e vai para o banho.

Ela pega o celular e manda mensagem para Cintia sobre o ocorrido.

WHATS ON...

CINTIA: Oi... Como assim? Não começa com paranoia...
PAULA: PARANOIA?
CINTIA: Tá... O que estava escrito?
PAULA: Só perguntando a que horas ele iria...
CINTIA: Não tinha mais nada? Só isso? Nada antigo?
PAULA: ele apagou... hj ele passou o dia na cidade!
CINTIA: Vc mesma não falou q eram reuniões?
PAULA: Foi o que ele me disse... E tem aquelas fotos nojentas ainda!
CINTIA: Paula... Ele não é feio. Vão mandar foto nojenta para ele mesmo... Mas se ele não aceitou nenhuma, já basta. Nem deve ter visto.
PAULA: Duvido muito! Não estamos transando. E ele é assanhado, foguento.
CINTIA: Aí me poupe desses detalhes! E com uma foto não se transa.
PAULA: Cintia... Ele deveria ao menos apagar aquelas coisas.
CINTIA: Fale com ele! É mais fácil do que ficar se martirizando!
PAULA: Você não entende!

WHATS OFF...

Ele termina seu banho e ela ainda está vendo série. Deita-se e começa mexer no celular. Não demora muito para que ela se deite também. Vitor coloca o telefone ao lado e se aconchega nela, a acariciando, o que faz ela se afastar. Vitor liga o abajur e se senta.

— O que está havendo Paula?
— Que? - olha para ele.
— Quero saber o que fiz.
— Uai... Apaga essa luz e deita! - vira.
— Paula... Se eu não quero, você fica brava. Se eu quero, você se afasta. É difícil para mim entender! Por favor... Me diz o que está havendo!
— Pega seu celular! - senta nervosa. Abre aí no seu instagram, nas suas mensagens diretas!
— O que tem? - faz o que ela pede. O que tem? - mostra a ela.
— Você acha que sou burra? - pega da mão dele e entra nas solicitações. Olha aqui... Olha esse tanto de foto! - mostra.
— Meu Deus! - se espanta. Que maluquice é essa?
— Ah... Que ingênuo! Não tinha visto ainda? Que surpresa! Agora aqui...- volta mexer. Olha...- mostra. Quem é essa? Onde você tá indo que ela está te esperando? - joga o celular nele.
— Seria mais simples você ter me perguntado! - pega o celular.
— Você é cínico Vitor! - deita.
— Pulinha...
— Não me chama assim! - puxa a coberta.
— Paula, não fique nervosa... Você está grávida, não é nada disso que você está criando. Por favor...
— Por que não apagou? Não bloqueou essa gente? - olha para ele.
— Porque nem entro aqui nas solicitações já tem tempo! Olha o tanto que tem...- mostra. Não tinha visto essa palhaçada, não. - começa apagar. E essa mensagem aqui, da Renata, é que eu encomendei uma cesta daquelas que você ganhou no dia das mães, pra minha mãe também! Ela só queria confirmar qual horário eu iria buscar! Não dei meu número a ela. Você tem umas coisas...- coloca o celular do lado e deita-se apagando o abajur. Precisa parar com isso! É tão mais simples me perguntar! Odeio que desconfie de mim.
— Tenho razões!
— Quê? - a vira. Paula, ouça o que está me falando!
— Aí Vitor! - afasta a mão dele. Se coloca no meu lugar? Imagina um tanto de homem me mandando foto do... - encara ele. Você ia achar bacana que eu não excluísse?
— Você saber que estão te enviando e não excluir é uma situação diferente de você sequer ter visto essas coisas! Para com isso, amor...- se aproxima. Por favor! Meu Deus... Eu não vi nada, eu não tenho interesse por aquilo que mandam, não! Só tenho atenção para sua. Você sabe!
— Ô Vitor...- não aguenta e ri.
— Está vendo como você é complicada?
— Não sou, não! Você quem é! - se deita. Me irrita essas coisas, você sabe...
— Eu sei! Também me irritariam. Mas você precisa ter consciência que sempre que se sentir assim, com algo relacionado a mim, precisa conversar comigo. Já não somos dois jovens vivendo um relacionamento!
— Eu sei! Ás vezes eu queria ser...- se aconchega nele.
— Você tem saudade daqueles tempos?
— Tenho! Você não? Uai... Não tínhamos tantas responsabilidades, não precisávamos nos preocupar com muito. Hoje é tanta coisa. Mas não troco o hoje pelo passado... Hoje somos bens melhores juntos! Em todos os sentidos...- pisca para ele.
— Sim! - ri alto. Com certeza! O bom eram poucas responsabilidades... Podíamos fazer planos sem outras preocupações! Mas... É a vida! E estamos melhores que nunca agora.
— É a vida...- riem.

Ficam algum tempo no silêncio do quarto. Aproveitando o cheiro e a companhia um do outro.

— Depois que ela nascer, o que faremos? Serão quatro crianças, tem a Maria já entrando na adolescência, tem os escritórios, a casa, toda uma vida e várias outras pessoas dependendo de nós... Será que vai sobrar tempo da gente estar juntos? Isso não sai da minha cabeça.
— Também penso nisso. E aí também penso no quanto ficamos em dúvida com a Vitória, com os gêmeos, com as novas responsabilidades e no fim das contas demos conta de tudo! É bagunçado as vezes? Sim! - riem - mas damos conta de tudo. Por favor... Confie!
— Eu confio, mas o medo existe do mesmo jeito!

Conversam por mais algum tempo até pegarem no sono. Na manhã seguinte ele se levanta mais cedo do que o costume. Passa no quarto dos filhos e confere como todos estão. Em seguida vai até a cozinha e conversa com Diva sobre o que pretende fazer no aniversário de Paula.

— Acho legal! Creio que ela gostará!
— Sim! - sorri. Não comente com ninguém! Por favor.
— Não vou! Até parece...
— Já estou mandando mensagem para Cintia... Para ela saber. - pega o celular e envia a mensagem - e me ajudar, claro.
— Sim!

Toma seu café e segue para a cidade para resolver algumas pendências. Algumas horas depois, Paula acorda com os filhos, tomam café da manhã e seguem para as atividades. Enquanto monitora Vitória na aula de balé online, auxilia Vitor e Antônia no recorte de desenhos para a atividade escolar.

— Isso mesmo, filha...- ajuda Antônia. Vitória...- observa a filha pulando. Acompanha a professora, Vivi. Faça igual ela...
— Mas eu já estou cansada! Não quero.
— Já está acabando, por favor!
— Mãe... Cortei grande. - mostra.
— Corta a beiradinha agora...- ensina.

A aula de balé finalmente acaba e então ela libera Vitória para brincar onde quer. Os gêmeos ainda finalizam algumas atividades e depois são liberados para acompanharem a irmã. Paula organiza a brinquedoteca que virou sala de aula e vai para o quarto se arrumar para uma live que fará com Zé Maria. Vitor chega da cidade, deixa algumas compras com Diva e vai para o encontra dela.

— Oi...- entra no closet. Tão linda logo de manhã! - ri.
— Tenho uma live daqui a pouco! - coloca o cílios.
— Ah é... Você tinha dito! Está muito linda. As crianças fizeram todas as atividades?
— Vitória deu trabalho...- olha para ele. Não quer ver as aulas, fica sem paciência... Antônia e Vitor fizeram já algumas atividades, mas Vitória só viu aula de balé, precisa concluir aquelas duas tarefas que ficou.
— Faço com ela daqui a pouco!
— Ótimo! - sorri. Mantenha-os ocupados! - se levanta. Vou para o escritório depois encontro você. - beija-o.
— Boa live!
— Obrigada! - sai.

Ela cumpre seus compromissos enquanto ele se vira nos 30 com os filhos. Almoçam todos juntos e na tarde Marisa chega para alegria das crianças.

— Já fizeram todas as tarefas hoje?
— SIM! - pula feliz.
— Vamos brincar no pula pula, vó?
— Vamos! - sorri, saindo com os três para o parque.

Paula e o marido aproveitam o sossego para assistirem um documentário no quarto.

— Pulinha... Acredito que chegou a hora de começar a me movimentar para voltar a cantar. Já tenho o disco pronto... Estou sentindo essa vontade. Óbvio que irei aguardar toda sua recuperação, enfim, tudo!
— Você está falando sério? - olha para ele. Isso é maravilhoso! - sorri. Não precisa aguardar branco... Nossas mães vão me auxiliar, Lidi, Lucy, Diva, Sol... Enfim... Vitor, você precisa voltar! Podíamos já ver para ser o primeiro show aqui ou BH!
— Paula... Calma... Por favor! Só estou cogitando a ideia...
— Tá bom! Vou ficar calma! - se aconchega nele. Te amo! Vai ser lindo. - sorri pensando. Vou já comprar camisas novas...
— Paula! - riem.
— Você vai ficar gato!
— Tá bom... Agora outra coisa... Seu aniversário, quer passar onde?
— Não sei branco... Com tudo isso, nem sei se quero fazer algo!
— Temos que fazer!
— Vou pensar e falo!
— Ok...

Mal conseguem assistir a primeira parte do documentário, os filhos invadem o quarto, todos sujos.

— AI,AI,AI,AI,AI... NEM PENSEM! - se levanta. Vamos todos para fora...- ri.
— Mãe... A lilika correu atrás das cocós, aí o Elias foi e pegou ela.
— Ela machucou a galinha de bolinha! - diz preocupado.
— Galinha de bolinha? - riem.
— É Angola, Vitor...- Vitória fala pro irmão.
— Não... É galinha! - fica bravo.
— Filho...- Vitor vai até ele. É que tem uma galinha que chama angola! - sorri.

Levam as crianças para o jardim quando decidem mudar algumas plantas de lugar. Vitor começa regar as orquídeas de Paula e Antônia passa na frente querendo se molhar.

— NANANINANÃO! - Paula grita. VITOR! - ele joga água nos filhos que saem gritando.
— O que tem? - ri.
— Eles podem pegar um resfriado!
— Paula... Por favor! - joga nela que revida com a mão cheia de terra.

Corre atrás dela com a mangueira, fazendo uma lambança pelo gramado. Passam o resto da tarde com os filhos, dando toda atenção que demandam. Na noite, Marisa pede para levá-los para cidade, para dormirem com ela.

— Está tudo aí, amor...- vê Vitória olhando a bolsa.
— Mãe... Minha escova de bichinho também?
— Sim! Obedeça a vovó, por favor... Me ďê um beijo! - a beija.
— Tá! Cadê eles vó? Vamos! - vai até Marisa.
— Calma... - ri. Seu pai está arrumando eles.
— Olha aí, chegaram! - vê Vitor com os gêmeos. Vitória está ansiosa! - ri.
— Beijo pai...- vai até ele. Te amo! Amanhã já volto.
— Beijo meu amor! - pega ela no colo, beijando. Também te amo! - sorri e a coloca no chão. Tchau Antônia...- abraça a filha. Papai te ama muito também! - a beija. Você também meu menininho...- abraça Vitor que o beija. Obedeça a vovó, tá? - beija-o.
— Tchau minha borboletinha...- beija a filha.
— Mãe, fica bem... Amanhã a gente já volta!
— Eu estou bem, meu pequeno! - ri, abracando-o. Te amo muito, homenzinho de mamãe! - o arruma. Está crescendo demais!
— Pai, cuida dela! - Vitória pede.
— Vou cuidar! - todos riem.
— Fiquem com Deus! - abraço o filho.
— Amém, bença! - beija-a.
— Você também, minha querida...- abraça Paula. Amanhã trarei suas crias!
— Tá bem, Má...- ri. Vão com Deus!

Acompanham-os até a porta e aguardam o carro sumir na entrada da Fazenda para entrarem para dentro.

— SOZINHOS! IUPI!! - pula de alegria.
— Sim! - se acabam de rir.
— Nem sei o que quero fazer primeiro...- vai para a cozinha. Quer comer o que, amor?
— Qualquer coisa! - abre um vinho que deixou na mesa.
— Vamos pedir naquele restaurante de sempre?
— Pode ser! Peça massa.
— Tá...- vai até o telefone e realiza o pedido. Pediram 01 hora...
— Ok... Vou colocar uma música, quer ouvir o que? - seguem para a sala.
— O que quiser! - pega sua taça de vinho e segue ao quarto.
— Tá...- sintoniza a playlist para tocar as canções dela.
— OBRIGADA PELA PREFERÊNCIA! - riem.
— O QUE VAI FAZER AÍ?
— JÁ VOU...

Retorna algum tempo depois só de roupão, segurando o outro para Vitor.

— Toma...- ri. Como amamos estar! - senta-se ao lado dele. Nus de tudo! - ri.
— Glória! - retira o shorts. Estava com saudade disso. - vai se despindo.
— Hummm... que gatinho! Striptease ao vivo...- se diverte.
— Aí... Por que não avisou antes? - coloca a camisa e o shorts de novo. Vamos lá... Tanrantanran...- começa brincar e ela ri. Quanto vale minha camisa?
— Deixa eu pensar...- faz careta. Pago 100! Para começar...
— Tá... Vou aceitar porque meu bucho está grande...- retira e joga nela sensualizando.
— Não te aguento...- se acaba de rir. Deixa eu filmar?
— NUNCA! - riem. Agora o shorts... Quanto???
— Está começando a ficar bom...- coloca a taça sobre a mesa. Pago 200...- ri.
— Pô... Só? Não... Pode subir isso aí!
— Tá... - riem. 500! Tá ótimo...
— Vou aceitar...- pisca para ela retirando a peça.
— UHULLL!! - pega.
— E agora...? - dá uma voltinha. Estou com uma bundinha, amor... Mereço um bom preço!
— Aí aí aí... Quanto será que ofereço por essa última peça? - faz careta. 5 mil paga...?
— Está de bom tamanho 5 mil... Você está até valorizando demais o produto! - riem enquanto ele tira a peça íntima.
— Vale muito mais que isso! - estende os braços para ele ir até ela. Meu branquinho gostoso! - ele vai até ela, que o abraça, beijando-o entre risos.
— Agora deixa eu colocar o roupão porque ninguém merece! - coloca.

Resolvem assistir um filme deitados no sofá. A refeição chega e Vitor organiza o chão para comerem.

— Zé me olhou todo sem graça! - ri.
— Também né... Ele nunca te viu de roupão! - riem. Amo esse molho...- abre o pote.

Terminam a refeição e retornam para o sofá já sem roupões, embaixo de uma coberta para terminarem o filme.

— Está me dando agonia...
— O que?
— Sua barba! - encara ele. Te falei para tirar.
— Esqueci! Não sabia que íamos ter esse vale hoje!
— Sei! - ri. Tem que lavar esses pratos... Deixar tudo organi...
— Paula...- interrompe ela. Por favor...- se aconchega mais ainda nela. Vamos ver o filme...- volta sua atenção para a TV.
— Branco...- vira para ele. A gente precisa limpar... Não dá para deixar essa bagunça! - se levanta.
— Deita aqui...- a puxa. Por favor! Depois organizo! - a abraça. Vamos assistir aqui quietinhos, quentinhos! - cobre-a. Sabe-se lá quando teremos novamente essa oportunidade! - riem.
— Você vai arrumar tudo depois! Busca um docinho para mim...- pede. Estou com vontade!
— Sério? - reclama. Já estava arrumado aqui...- se levanta.
— Aproveita e leva essas coisas para cozinha! - sorri. Sua esposa agradece! E sua filhotinha que está aqui também.
— Sei...- recolhe as coisas e segue para a cozinha.

Vitor retorna com doce de figo e creme de leite. Comem juntos enquanto terminam o documentário. Colocam na série que gostam e que Vitor já havia concluído.

— Não quero spoiler, por favor! Fica quietinho...
— Tá bom! - começa rir.

Assistem até alta madrugada, quando Paula enfim finaliza mais uma temporada.

— Não acredito! Que raiva... Não queria que terminasse assim!
— Eu quis avisar...- ri.
— Não! Não quero ouvir nada...- riem. O que quer fazer agora? - abraça-o.
— Posso ser sincero?
— Deve! - sorri.
— Vamos dormir? - sussurra.
— Glória Deus você quis isso! - riem. Já estava sem desculpa se você quisesse outra coisa... Estou tão cansada! - se levantam.
— Eu que o diga! Estou exausto também. - pega as cobertas e seguem para o quarto.

Dormem tranquilos, sem a preocupação de que algum dos filhos precisaria deles na madrugada. Pela manhã, Paula se banha para conceder mais uma entrevista por live.
No escritório ela coloca o apoio, prepara tudo e aguarda a repórter da TV Caras.

LIVE

REP: Olá! Que linda logo pela manhã! - sorri.
PAULA: OI! - ri. Pois é, menina... Dei uma ajeitada aqui na cara para aparecer! - riem.
REP: Imagina, como se precisasse de muita coisa para ficar ainda mais linda!
PAULA: Olha... Muito obrigada, ganhei o dia! - ri.
REP: Dizem que a gravidez traz uma luz também, né?
PAULA: Meu marido fala a mesma coisa! - riem. E acredito nisso! É de fato uma benção divina.
REP: Como está sendo essa gravidez, na quarentena, com três crianças... Imagino que esteja sendo uma correria!
PAULA: E está! As crianças tem os próprios compromissos, aula online da escola, de balé, de inglês e temos que estar sempre ali, em cima, para não perderem o foco, fazerem as atividades. Confesso que só dou conta porque conto com a ajuda de um verdadeiro time - ri - minha mãe e minha sogra se revezam na semana e ficam aqui conosco, além da Lidi e Lucy que cuidam deles três. E óbvio, o pai que é um verdadeiro faz tudo literalmente! Eu não posso dizer que ele ajuda, ele faz! Sem ele com certeza já estaria perdida. - sorri.
REP: A pausa na dupla querendo ou não, veio em uma boa hora...
PAULA: Sim... Foi um momento de repensar, de descanso para ambos e falando pela minha vivência, é extraordinário poder ter ele aqui sempre e ver ele se reinventando. - sorri.
REP: A pequena Francesca foi planejada?
PAULA: Por Deus! - riem. Francesca está sendo amada, esperada como nossa raspinha do tacho...
REP: Como foi a reação das crianças ao descobrirem?
PAULA: Eles são muito pequenos mas já entenderam que vem vindo mais uma pessoinha de luz para eles brincarem. No mesmo dia que contamos já começou a briga para decidirem onde ela vai dormir, qual seria o nome! - ri - é muito engraçado ver eles conversando com a irmã, fazendo planos, é muito lindo! - sorri.
REP: Vitor tinha preferência pelo sexo da bebê?
PAULA: Ele fala que não... - ri - mas quando veio aquele bolo rosa ele pulou mais que qualquer um!
REP: Que bacana! - ri. Vocês já tem um menininho, o Vitor?
PAULA: SIM! - sorri. Chamamos ele de nosso menininho sorriso. Vitor é gêmeo da Antônia... Ele é extraordinário, um anjo. Super educado, carinhoso, paciente, realmente como o pai. Tem toda a personalidade de Vitor, é incrível...- sorri.
REP: Falando agora sobre trabalho... Tem algo para ser lançado?
PAULA: Tem sim! Até final de outubro, novembro já vou estar mostrando algo ao público. Estamos nos últimos retoques, não posso dar muito detalhe por enquanto. - ri.
REP: Vemos que no seu Instagram e no Instagram do seu esposo, rola muitos comentários, as vezes verdadeiras cantadas... Isso incomoda vocês?
PAULA: Não...- ri. Vitor é muito tranquilo, ele mal usa redes sociais, mas tá sempre acompanhando meus trabalhos por aqui e não liga para os comentários. A gente brinca que ao vivo e em cores é só nós dois mesmo. Esses dias até eu estava lendo os comentários no instagram dele, eu me divirto muito, a mulherada é criativa, a imaginação rola solta...- riem. Mas a verdade só eu sei...- ri - é mais gostoso do que imaginam! - ri.

Finaliza a entrevista após 30 minutos contando sobre o cotidiano, o temperamento dos filhos e projetos paralelos a carreira. Sai do escritório e encontra Vitor na sala de jantar tomando café.

— Que mesa linda! - ri, sentando-se.
— Diva se levantou inspirada hoje! - olha para ela. Foi legal a entrevista?
— Foi sim! Não teve nada de tão... - pega um pedaço de bolo. O que fará hoje?
— Ainda não sei... Deixei umas coisas anotadas no escritório, vou conferir. O que quer ganhar no seu aniversário?
— Não precisa de nada, branco... Você sabe. Você já me deu de tudo! - manda beijo para ele que ri.
— Fale algo... Para facilitar para mim! - ri.
— Poxa...- riem. Eu pensei no seu presente com tanto carinho! - come.
— Tá bom, amor... Vou fazer surpresa!

Terminam o café da manhã e ele vai para o escritório enquanto ela vai para o quarto organizar seu closet. Os filhos chegam na fazenda com a avó e correm atrás da mãe.

— MÃE?
— Oi...- vai até eles. Chegaram! - ri.
— Cadê o papai? Preciso contar uma coisa para ele.
— Me dá um beijo primeiro! - a abraça. Ele está no escritório!

Vitória corre até o escritório e abre a porta com tudo assustando o pai que estava em uma reunião online.

— Filha... - sorri. Papai está trabalhando... Espera aí só um pouquinho?
— Mas é rápido, pai...- vai até ele e olhando para a tela com alguns músicos dá tchau. Oi gente! - ri. Pai, eu vi uma foto sua pequeno e você estava pelado! - arregala os olhos.
— Vitória! - todos riem. Depois falamos disso, tudo bem?
— Não... Olha... Só queria falar isso mesmo! - dá um beijo nele. Vou comer agora! Tchau gente! - sai correndo.

Os músicos riem da cara de Vitor que não se aguenta com a filha. Retomam a reunião e algum tempo depois ele já está livre a caminho do quarto.

— Acredita que Vivi interrompeu a reunião para contar que viu uma foto minha pelado? - olha para a esposa.
— Estávamos rindo disso até agora pouco! - ri.
— Cadê os gêmeos?
— Já foram para os cavalos! Chegaram tão bonitinhos, arrumadinhos, já tiraram os sapatos, trocaram de roupa e partiram. - guarda uma blusa.
— Por que arruma tanto esse closet?
— Estava tirando algumas coisas para Camila e Letícia... - mostra a sacola. Vou tirar do seu ainda hoje!
— Sei... Vamos dar uma caminhada mais tarde?
— Vamos!

Vitor fica com os filhos andando pela fazenda, tentando gastar a energia deles ao máximo. Após almoçarem, ele os banha com a ajuda de Lucy e Lidi e depois os deixa ver televisão.

— Amor...? - entra no quarto.
— Oi...? - o vê.
— O que está fazendo?
— Organizando agora minha penteadeira...- ri.
— Pelo amor de Deus... Para um pouco!
— Não tenho o que fazer, está me incomodando! As crianças estão vendo TV?
— Estão!
— Vou lá com elas, então... Onde você vai? - o observa separar uma roupa.
— Preciso ir no escritório na cidade!
— Fazer o que?
— Assinar alguns documentos!
— Cuidado! - beija-o.

Ela passa a tarde com os filhos enquanto ele resolve as pendências na cidade. Os dias passam harmoniosos dentro do possível. O aniversário de Paula chega e pela manhã ela é recepcionada pelos filhos, Vitor, Dulce, Marisa e Cintia no quarto.

— PARABÉNS! - pulam na cama.
— BOM DIA! - vê todos rindo com as crianças. Obrigada, meus filhotinhos! - começa beijá-los.
— Vamos aguardar você se arrumar e te esperamos lá fora!
— Tá bom! - ri. Amei todos aqui! - se levanta.

Ela se levanta e segue para o banheiro se organizar para recepcionar todos no café da manhã. Quando vai para o closet encontra Vitor mexendo nas roupas.

— O que foi? - sorri.
— Guardei aqui ontem...- pega uma caixinha. Quase morri achando que perdi! - vai até ela rindo. Meu bem...- a acaricia. Sou grato pela sua existência todos os dias! Você é meu sol. Meu norte. Sem você, eu não sou quem sou. Obrigada por me amar como ama, por não desistir de nós. Queria te dar o mundo, mas é impossível, por isso quero ao menos ser suas asas para você que voe por ele como nunca! Te amo tanto...- se emociona.
— Vitor...- emociona-se.
— É só uma lembrança... - abre a caixa. Mandei fazer para você! Sempre que se sentir mal com algo, olhe para isso. - retira o colar. Você é como essa pedra! - vai até ela para colocar. Meu diamante mais lindo! - coloca, beijando sua nuca em seguida.
— É um diamante mesmo? - olha no espelho.
— Sim! Só não é mais lindo que você!
— Vitor! - riem. Meu amor...- entrelaça seus braços sobre o pescoço dele. Meu amanhecer! - beija-o. Obrigada por tudo! - beija-o várias vezes.
— Vamos tomar café! Estão nos aguardando...- riem.

Chegam a sala de jantar e Paula se depara com uma mesa incrível preparada para ela. Recebe os parabéns da família e das funcionárias, as convidando para se juntarem a eles. Comem com muita alegria, comemorando mais uma primavera dela. Ao terminarem, seguem para o jardim onde as crianças a presenteia com uma cartinha.

— Eu que escrevi mamãe... Deixa eu ler para você! - pega da mão dela.
— Não! Dá para ela ler Vivi... Você escreveu, mas a gente que falou as coisas. - fica bravo.
— Calma galerinha! - Vitor ri. Deixa a mamãe ler, filha...

Paula pega a carta e já começa chorar.

— Aí meu Deus...- ri. Mamãe... - começa ler. Você é linda igual as flores que você planta. Você é cheirosa igual seu bolinho de cenoura. Você é nossa super heroína, nosso amor, nosso sol igual papai te fala. Te amamos para sempre... Obrigada por sempre brincar com a gente. Te amamos mesmo. Vitória, Antônia, Vitor e Francesca! - chora.
— Que lindo! - riem emocionados.
— Parabéns meus amores...- Marisa os beija. Ficou lindo!
— Titia está orgulhosa de vocês! - Cintia fala emocionada.
— Vem aqui...- Paula os chama. Vocês são a coisa mais importante da vida da mamãe! - chora. Eu amo muito vocês! Nunca esqueçam disso. - os abraça.

Logo após receber todas felicitações da família, de amigos distantes e de Maria por telefone, vai para o Instagram. Agradece os fãs, acompanha o movimento e vai republicando as homenagens.

STORIES ON

• Bom dia amores! Que coisa mais linda todas as mensagens, todas as manifestações de carinho. Estou tão feliz! - diz emocionada. Já acordei sendo mimada pelos meus filhotinhos, pelo meu branquinho, pela minha família e amigos... Só tenho que agradecer!
• Ganhei uma cartinha dos meus filhos que tenho que mostrar para vocês...- mostra. Olha essa letrinha gente, vejam se aguento uma coisa dessa...- ri. Vitória escreveu e os irmãos foram falando.
• É muito amor para uma pessoa só! - ri. Sou abençoada demais!

STORIES OFF

Horas mais tarde o almoço é servido com direito a mesa posta com orquídeas que Marisa preparou com a ajuda de Dulce. Fazem uma refeição feliz e de muitas risadas com as crianças que soltaram a voz.

— A gente pode não ter que dormir hoje a tarde?
— Filha... Vocês não podem sair da rotina! Dormem que mais tarde vamos para piscina! - sorri.
— Mamãe, por favor...
— Filhote, não... Não podem sair da rotina de vocês. Vai com a Lucy...
— Pai...- olha para Vitor que se aproxima. Por favor...
— Vivi, faça o que a mamãe está pedindo... Seus irmãos já foram!
— EU JÁ TO GRANDE! - sai brava.

Vitor olha para Paula e respira fundo.

— Ela vai dar trabalho... Enfim... Vamos dar uma volta?
— Vamos! Vou colocar uma roupa de caminhada e nós vamos.

Se arruma e saem pela fazenda, observando alguns animais, a horta, o orquidario de Marisa.

— Para aí, Pulinha...
— Para que?

— Vou tirar uma foto de vocês...- sorri.
— Estou toda bagunçada, Vitor! - ri.
— Paula, anda... Por favor!
— Tá bom...- faz pose.
— Sorri...- ri. Linda! - tira.

Continuam o passeio e retornam para casa. Paula segue para o banho, enquanto ele come algo na cozinha, mexendo no celular.

— Olha que lindas...- mostra para Diva.
— Meu Deus... - ri. São lindas mesmo! Vai postar?
— Não gosto muito...
— É aniversário dela...

Fica pensando no que Diva disse e resolve compartilhar a imagem.


Acharia você no meio de mil pessoas.
Meu sol da manhã e frescor das garoas.
Te amo, pequena!
O resto digo pessoalmente ❤

Foto: Vitor Chaves, hoje, 28/08/2020.<!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/clipdata/clipdata_201007_004712_608.sdoc-->

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