O dia em que um tigre fugiu.

Era assim que Daiki sempre se lembraria do momento em que Taiga tinha se declarado, surpreendo-o mais uma vez. Era um dia como outro qualquer, com a única diferença de que o próprio Daiki decidira confessar o que sentia. Apaixonara-se pelo rapaz bravio e corajoso, jamais guardaria algo assim pra si.

Mas quem disse que teve tempo? Nem bem chegou à quadra para o um-contra-um rotineiro, Taiga, visivelmente nervoso, despejou uma declaração desajeitada pra cima de Daiki. Foi engraçado. Fofo.

E frustrante, pois Kagami sequer esperou resposta: o Tigre fugiu.

No outro dia, Daiki voltou à quadra incerto sobre o que encontraria. E se Taiga estivesse arrependido? Ou, apesar de gostar de Daiki, não quisesse investir em algo mais a sério?

Seus temores se acabaram quando notou a figura solitária sentada no chão da quadra, brincando com a bola. Quando deu-se conta de que ele chegara, Taiga ergueu a cabeça, ansiedade emanando de cada um de seus poros, uma maneira quase primitiva de reiterar o que dissera no dia anterior: sua presença e sua expectativa confirmavam que sim, ele queria algo a mais. E não, não mudara de idéia.

E então Daiki sorriu.