No mesmo dia os dois separaram o que iriam levar do que iriam deixar. Bella resolveu doar o que e deixaria estes objetos na casa dos pais até que resolvesse. Exaustos, terminaram de empacotar tudo.

— Porque está sorrindo? – Estava sendo uma linda e perturbadora visão, mas também ficou curiosa por ser um sorriso silencioso.

— Oi? – Alheio ao próprio sorriso. – Ah... Acho que estou entusiasmado por estarmos indo para casa.

— Você parece muito, muito entusiasmado. – O sorriso dela foi natural, foi o primeiro desde a manhã do dia em que o sequestro e todo o resto aconteceu. – O que foi?

— Você está muito bonita agora. – Não pensou muito, apenas fez o que o seu corpo pedia e o que ele pedia era aproximação.

Foi por isso que naturalmente como sempre fez, segurou-a pela cintura e a puxou. Afastou seus cabelos do pescoço e afundou o nariz ali inalando o seu perfume. Bella sentiu o arrepio que sempre aquele gesto trazia para o seu corpo.

— Vou tomar um banho e dormir um pouco. Estou suada e exausta. – Ouviu-a dizer sem se afastar, mas era um alerta para que ele não avançasse com o que estava fazendo.

— Faça isso, meu amor. – Foi ele que se afastou primeiro.

Bella tinha sorrido, mas ainda estava abalada a ponto disso interferir em sua libido e ele tinha que compreender. E se contentou com as atitudes mais carinhosas e intimas que lhe era ofertado aos poucos, como por exemplo, comerem uma besteira antes de dormir juntinhos. Bella sentou em seu colo e o enlaçou com um braço.

Estava cheirosa e macia também ao deitarem abraçados. Às vezes era como se intuitivamente sentisse que ela pensava em tentar algo ainda mais íntimo, mas o fogo da paixão estava encoberto pela tristeza. Ficaria firme, sentia o seu amor por ele, era mais forte do que antes, nada parecido com o que a Bella adolescente lhe deu. Aquilo sim, o que viviam no momento, era amor.

Bella logo cedo falou com o locatário do seu apartamento e também com os advogados que ficaram responsáveis pelos apartamentos que o Alec alugava e vendia. Edward só soube o que ela estava fazendo quando a ouviu falar com eles.

— Talvez eu sinta saudades deste aspecto de uma cidade pequena. As coisas são mais fáceis. Teremos que assinar alguns documentos, mas não vão nos cobrar multa por residir os contratos. O meu senhorio está sendo camarada por já estar aqui a alguns anos e os advogados dos Volturi estão acuados e não querem mais escândalos nem laços com vocês.

— Eu ouvi, você foi bem persuasiva. Parece que aprendeu bem enquanto trabalhou no setor de vendas. Devo contratá-la?

— Seria uma rica aquisição na equipe. Mas não trabalharei com você. – Repetiu o que já havia dito a algum tempo.

— E porque não?

— Porque duvidou do meu profissionalismo quando chegou a cidade.

— Não seja injusta. – Lamentou que a memória dela fosse tão boa.

— Eu, injusta?

— Bella, eu vim para me vingar e quando olhei para você depois de 10 anos em que planejava voltar e te fazer sofrer o meu primeiro pensamento foi: “Ela está mais linda.” E depois: “Ela não me reconheceu.” – A resposta para a sua confissão foi uma sacodida de cabeça e vê-la voltar a discar números atrás de números e digitar mensagens no celular. – Muito injusta. – Falou consigo mesmo.

Não foi um dia calmo com tudo para se resolver. Rosie acabou passando um longo tempo com eles para ajuda-los. No dia seguinte Bella arrumou-se com capricho e passou um pouco de maquilagem. Edward foi quem havia acordado mais tarde aquele dia e a encontrou preparando algo para os dois na cozinha praticamente vazia.

— Meu Deus, tem uma fada na cozinha. – Outro sorriso genuíno, cada vez mais lindo.

— Sei que não iria me deixar ir sozinha então esperarei para que me acompanhe em alguns lugares que gostaria de ir.

— Tudo bem.

Na primeira parada Edward já havia entendido do que se tratava. Bella comprou dois buquês. Um deles levou até o túmulo da Alice, onde chorou ao se despedir mais uma vez. Em seguida foi até a casa onde a amiga morava para visitar seus pais. Pareceu ainda mais doloroso estar lá, pois tudo ali emanava a energia da Alice.

Bella esforçou-se por manter as suas emoções controladas enquanto conversava com os Brandon. Estavam tristes ainda e era natural, mas tinham um ao outro para continuarem. Segurou na mão da namorada quando saíram de lá.

— Para onde agora?

— Pensei que deveríamos nos despedir do James, Victória e do Torres.

— Então vamos marcar com eles. – Disse Edward. – Um minuto. – Foi a vez dele se perder por um tempo trocando mensagens. – Eles podem agora, vamos para a casa do James, todos estarão lá.

— Eu não os visitei essa semana, mas estava prestes a fazer isso. – James tinha se tornado amigo de todos e sempre passava para vê-los.

— Que bom ver que está melhor, Bella. – Torres a cumprimentou.

— Obrigada, Torres. Como vai você?

— Sabe, não tenho muitas novidade, mas parece que o James tem. – Falou como um segredo que queria revelar.

— Ah, para com isso. – A voz de James saiu baixa e sem jeito.

— Olá Edward e Bella! – Victória surgiu de dentro da casa.

Não foi difícil saber que saia de um banho. Estava com roupas confortáveis e cheirava a uma mistura de sabonete e hidratante.

— Oi, Vic. – Edward foi o primeiro a abraça-la. Bella recordou que como sentia ciúmes dos dois no início.

— Tudo bem? – Sem mais nada que a fizesse ressentir-se de Victória, Bella também a abraçou.

— Sobre o que falavam?

— Parece que James tem novidades. Acho que iríamos ficar sabendo agora. – Bella atualizou Victória.

— Será que se tratava disso? – E ergueu a sua mão com um anel típico de noivado.

— Vocês vão casar? – Edward perguntou incrédulo. – Você vai casar? – Refez a pergunta ainda mais estupefato.

— Porque está tão surpreso?

— Porque não parecia ser do tipo de casa, Vic. Oh, meu Deus, não parecia mesmo.

— Eu sou muito romântica no fundo. – Piscou para ele.

— Bem, essa é uma notícia muito feliz. É o que eu precisava, correndo o risco de parecer egoísta. – Bella abraçou novamente o James e o seu namorado pensou que um tempo atrás a arrancaria dos braços do policial.

— É uma ótima notícia. – Edward concordou. – Desejo uma vida feliz para vocês.

Depois do breve relato do casal recém noivo sobre o pedido desesperado e engasgado do James, foi a vez dos dois contarem sobre a sua partida imediata.

— Bem, era esperado. – Victória revelou. – Edward nunca iria embora e deixaria a Bella aqui.

— É uma grande decisão. Deve ser o melhor para todos. - James suspirou. – Sentirei falta de vocês. Foi muito importante para a cidade ter vocês ao lado da polícia. O sacrifício que fizeram... Não foi em vão. Também desejo uma vida feliz para vocês e ficarei de olho nos seus pais. Pode deixar, Bella.

— Eu agradeço.

— Queria poder me despedir da Rosie. – Victória pensou alto.

— Não se preocupe. Ela passará aqui mais tarde.

— Falou com ela? – Bella perguntou.

— Não preciso. – A sua namorada ainda não havia se acostumado com aquilo. Teve que rir da expressão de estranheza que surgiu no delicado rosto ao seu lado.

Antes de chegarem ao carro, Edward parou tendo os seus dedos entrelaçados ao dela. Beijou a mão unida repetidas vezes. Nos seus olhos, Bella leu perguntas que queriam ser respondidas.

— Qual o problema?

— Vamos casar um dia, não vamos? – Escondeu seu sorriso quase tímido atrás das mãos.

— Está vermelho?

— Responda. – Tentou ignorar o flagra do seu momento vulnerável.

— Você é do tipo que casa?

— Sempre fui. – Disse com uma firmeza que a pegou de surpresa.

— Então não posso enrolar com você.

— Pensou em enrolar?

— Não, nunca. E é claro que iremos casar. – Por impulso, ergueu o corpo de Bella do chão e a girou no ar, com um sorriso largo no rosto.

— Eu estou feliz e teremos uma vida feliz, Bella.

***

— Tchau, Renée. Tchau, Charlie. – Rosie, Emm e Jas falaram antes de saírem porta a fora conversando entre si.

— Tchau, meninos. – Renée respondeu.

— Tomem cuidado. – Charlie estava sentado, era assim que passava os dias.

Seu progresso era evidente, antes só conseguia ficar deitado. Agora havia ganhado algum peso e seu rosto parecia mais saudável. Também ariscava algumas caminhadas pelo quarto.

— Pai, promete para mim que vai se cuidar.

— É claro. Te visitarei antes que você pense em voltar para essa cidade. Quando eu for, irei andando. Estou quase assim.

— Eu te amo. – Bella beijou o rosto do pai.

— Eu te amo, filha.

Bella sentiu a garganta apertar e já deixou as lágrimas caírem quando a sua mãe a abraçou.

— Não é um adeus, então não precisa chorar assim.

— Eu sou uma boba.

— Bella, você tem uma grande oportunidade agora. Quero que aproveite sem olhar para trás. – Acariciou os cabelos da filha.

— Tudo bem. – Fungou enxugando as lágrimas.

— Prometa para nós que também vai se cuidar. – Pediu.

— Sim, mãe.

— Nos veremos em breve. – Edward disse aos dois.

Do lado de fora Jasper já esperava sentado no banco do motorista do carro do Emm, enquanto este estava ao seu lado conversando animadamente. Rosie estava atrás debruçada pela janela olhando para os dois que se aproximavam.

— Estamos indo agora. – Edward avisou.

— Vamos então. – Rosie encostou-se no acento.

Edward e Bella fora, para o carro do Jas parado atrás. Iriam juntos naquele enquanto os outros três iriam no carro do Emm. Esperou que Bella ficasse segura com o cinto, olhou em seus olhos esperançoso e feliz.

— Não consigo me arrepender de ter voltado. – Havia pensado quase o tempo todo desde que voltaram a ficar juntos, mas nunca parecia certo dizer aqui. Nem mesmo naquele momento.

— Que bom que voltou. – Era mais do que suficiente. Bella acenou para os pais que estavam no portão apoiados u do outros com os braços entrelaçados. Conseguiu ler um “eu te amo” dos lábios da mãe.

***

— Por que está com esse sorriso constante no rosto? – Edward sacodiu a cabeça, negando qualquer coisa, mas o sorriso permanecia. – É algo com a Rosie? – Desconfiou. Aqueles três meses morando juntos foi tempo suficiente para se acostumar com aquela coisa entres os dois.

— É sim.

— Ela está vindo? – Era o aniversário do Emm e estavam na casa dela preparando uma pequena festa surpresa.

Rose tinha deixado a casa do namorado para buscar algumas coisas para a festa, mas parecia também estar escondendo algo. Claro que Edward já suspeitava e naquele momento parecia ter confirmado suas suspeitas.

— Ela está vindo.

Não vai me contar mesmo o que quer que esteja sabendo?

— Bem, acho que não será problema. – Edward pegou a mão em que dias atrás havia posto um anel de noivado em Bella. – Acho que essa festa não será a única surpresa que o Emm vai receber. Na verdade, o maior presente está sendo bem guardado enquanto cresce.

— O que isso significa? Um presente guardado enquanto... – Um grito eufórico saiu dos seus lábios e os cobriu com as mãos. – Um bebe?

— Sim.

— Ele vai ficar louco. – Bella riu animada e ele adorava que o seu riso estivesse cada vez mais espontâneo.

Os três meses não tinham sido tão fáceis. Bella teve mais alguns episódios de crise de pânico, mas pelo menos nunca mais teve alucinações. Estava sendo acompanhada pelos mesmos médicos que trataram o Edward a 10 anos e não era só isso, mas toda a sua motivação genuína em melhorar a impulsionava. Esteve estudando, reciclando o que havia aprendido e parecia começar a ter um plano.

Beijou a sua noiva com todo o amor que sentia transbordando em seu coração. Sentiu o descompasso dele enquanto colavam seus corpos ainda mais. Como já tinha sido dito, aqueles três meses não tinha sido fáceis. Bella e ele mesmo com seus traumas, não conseguiam viver as sua paixão como deviam. Naquele primeiro mês, eles mal se tocavam, aos poucos foram avançando e a menos de uma semana tinham voltado a fazer amor com a mesma liberdade das primeiras vezes.

Foi por isso também que se viu tateando por baixo da sua saia. Tocava a sua bunda, o fato dela não se importar da sua ousada, nem por estarem na casa do seu amigo enquanto ele passava algumas horas com a família, fazia o seu desejo só aumentar.

Conhecia o ambiente, por isso conduziu a noiva entre beijos molhados e sensuais até o quarto do amigo. Bella não constatou, parecia alheia a qualquer coisa que não fosse as suas investidas. Antes de deitá-la na cama, a sua blusa já estava sendo arrancada. Estava absurdamente excitada e não ligava para mais nada a não ser ver o noivo completamente disponível, por isso abriu o zíper da sua calça.

Edward tirou a blusa dela também, abaixou as alças do sutiã escuro para em seguida desnudar os seios pequenos com mamilos rosados. Bella tocou seus ombros e o fez girar ficando por cima. O suor saia do seu corpo, era a reação pela atenção generosa que recebia naquele momento.

— Ai! – Gemeu e olhou para ela. Tinha sido mordido, mas ela não parecia estar arrependida por exagerar um pouco.

Sorrindo, mordeu o lábio inferior dele em resposta a reclamação. Desceu apelo pescoço, aqueles beijos, queimavam a sua pele. Era bom, melhor ficou quando a sentiu sentar nele. Gostava de como aquilo se desenrolava, da sensação dela estar já úmida e colocá-lo dentro sem aquela velha timidez.

Não verbalizaram, mas sabiam que deveriam ser rápidos. Edward adorava as preliminares, mas a situação ali era diferente. Sentia a irmã voltando e a emoção daquilo era ainda maior, deixando-o ainda mais excitado. Segurou a pequena cintura a sua frente, induzindo-a a aprofundar o movimento nele.

Rolaram sobre os lençóis do amigo, não era uma transa calma e lenta. E assim que sentiu que estava prestes ao ápice do prazer, pegou a sua noiva firme por trás dando estocadas em um ritmo maior enquanto a mordia no lóbulo da orelha. A sua pele estava arrepiada e gemeu alto debaixo dele quando gozou. Logo em seguida, era ele que estava satisfeito.

Bella estremeceu com o riso divertido no seu ouvido. Edward ria entre as respirações entrecortadas. Puxou-a até que ficaram de frente um para o outro, desgrenhados, mais leves do que nunca.

— Precisamos nos arrumar de novo.

— Tem que ser rápido. Rosie está chegando. – Bella pulou da cama e deu um jeito em si mesmo em poucos minutos. Edward fez o mesmo e mau voltaram para a sala, Rosie entrou parecendo agitada.

— Rosie! – Edward ergueu a irmã em um abraço.

— Claro que você saberia.

— Teremos mesmo um bebe? – Bella tinha a expressão de uma criança curiosa.

— Teremos. – E recebeu o abraço da cunhada, as duas riam felizes. – Nem pense em mimá-lo, Bella. – Rosie avisou.

— Mas... serei a tia. – Justificou-se, pois tinha de maneira record já imaginado várias cenas futuras.

— E a madrinha. – Bella pôs a mão no coração.

— Serei?

— Quem mais? Vocês dois serão os padrinhos. – Bella segurou no braço do noivo emocionada.

— Não faça a minha noiva surtar. – Pediu a irmã.

— Bella, eu estou nervosa. Me ajude a pensar em uma maneira de falar com o Emm.

— Acha que ele não vai gostar da ideia?

— Não, acho que ele vai desmaiar.

— Bem, então será melhor contar depois da festa. – Pensou alto.

— Tem razão, farei isso.

Jasper chegou em seguida e soube da novidade. O sorriso dele tinha sido o mais longo que Bella havia visto até o momento. Os convidados começaram a chegar, não erma muitos. Meia dúzia de pessoas mais próximas do Emm. E em seguida, ele chegou.

Rosie correu até ele quando todos gritavam “surpresa”. Em vez de ouvir uma parabéns da sua namorada, ele ouviu estou grávida. Emm começou a tossir e ficar vermelho. Poderia ser um ataque do coração? Rosie se preocupou com o namorado. Bella correu para entregar um copo com água para ele.

— O que você disse?

— Estou grávida? – Repetiu em dúvida.

— Eu te amo! – Emm a beijou feliz.

***

Seu estado ansioso aumentava consideravelmente do zero ao extremo em segundos. E depois de tanto trabalho interno e mudança de atitude sobre si, estava diminuindo estes episódios, mas sentia quando a crise a rondava.

Isso acontecia porque tinha se candidatado a um emprego que gostaria muito de conseguir. A sua mente consciente dizia que as suas qualificações eram adequadas para aquele emprego, mas algo queria vir à tona e atrapalhar.

Aguentou firme até a noite anterior, mas naquela manhã, estava ela diante do espelho por mais de 30 minutos apenas sentindo o corpo reagindo ao pânico. Edward ainda dormir, tinha trabalhado até tarde e dormiu cansado.

— Bella? – Ouviu-o chama-la com um a voz preocupada. Havia se enganado, pois não estava tão alheio a sua presença silenciosa no banheiro.

Agarrou-se a pia, fechou e abriu os olhos repetidas vezes. Respirou fundo para tranquilizar a respiração, mas não estava adiantando. Não queria passar por aquilo neste momento importante. Não queria fazê-lo se preocupar.

— Bella? – Isso já tinha se repetido. Edward girou a maçaneta e abriu a porta e ficou aliviado por ela tê-lo escutado.

Na primeira vez, Bella não respondia. Edward teve que arrombar a porta e quase teve ele mesmo um ataque de pânico. Depois disso, a fez prometer não trancar a porta do banheiro.

— Bella, tudo bem. – Viu que seus dedos faziam nós embranquecidos agarrados a pia. – Está tudo bem. Veja, estou aqui com você. Só nós dois. – Tocou-a lentamente para que ela o sentisse. Ela o agarrou forte.

— Não posso fazer isso, não posso fazer isso enquanto estiver assim.

— Bella, faz três semanas desde a última vez. Você está indo bem. Por isso se candidatou a vaga, porque está preparada.

— E olha só, no dia, isso acontece. – Lamentou.

— Ei, pare com isso. Não tente se sabotar. Sabe que está pronta. Se não estiver, só saberá quando experimentar. Então, tem que tentar.

— Tem razão. Estou me sabotando. – Afastou-se dele. – Vou me preparar.

— Isso.

Edward fez questão de leva-la até o local da entrevista, que seria no mesmo lugar em que trabalharia, um restaurante de produtos naturais com uma loja vinculada. Era uma das filiais espalhadas pela cidade.

— Não precisa me esperar nem voltar para me buscar. – Bella o beijou rapidamente e entrou confiante.

Quando saiu algum tempo depois. Procurou o celular na bolsa e enviou uma mensagem para o noivo: “Sou a nova gerente do Nature Vegg”.

— Eu sabia! – Bella pulou com o grito do noivo que saia do carro para parabeniza-la.

— O que está fazendo aqui?

— Te esperando.

— Eu disse que não era para esperar. – Edward a beijou várias e várias vezes.

— Bem, isso é só o começo.

— Eu acredito. – Confirmou.

***

Bella deixou o corpo relaxar sendo conduzida por Edward na dança. Naquele dia estava especialmente orgulhosa, pois mesmo diante de todos os acontecimentos bizarros que são recheados dias festivos e determinantes como aquele, não houve nenhuma alteração em seu sistema nervoso, seu corpo estava sob estresse controlado. Por dois meses não apresentava nenhum episódio de crise de pânico e sentia que aquilo tinha ido embora.

Voltou ao momento presente, percebendo o que vinha acontecendo ao seu redor. A música suave era tocada enquanto os casais ao redor cochichavam entre si, ela sorriu no silêncio daquela dança com o seu marido.

— Eu já disse que estou feliz? – Edward quebrou o silêncio depois de ouvi-la rir.

— Talvez essa seja a milésima vez hoje. – A música parou e Jasper se aproximou dos dois.

— Ainda não tive a honra de dançar com a noiva. – Edward entregou a mão da esposa e o seu irmão a girou fazendo o longo vestido abrir como um leque. – A mais linda noiva. – Bella sorriu tímida, era raro Jas pontuar a beleza de alguém.

— Devo estar mesmo bonita.

— Está mais do que possa imaginar. – Como poderia dizer que ele era uma beleza que ela não poderia explicar?

O terno de padrinho tinha ficado incrível nele. Bella o convidou para fazer as honras, como a sua nova amiga, Maria. Se conheceram em um dos eventos organizados pela empresa onde trabalhavam e a aproximação que começou meramente profissional se transformou em uma amizade interessante.

As duas buscavam melhorias constantes na loja e restaurante e eram sempre atentas aos colaboradores. A motivação as uniu e parecia fortalecer a nova amizade constantemente. Estavam sempre se procurando e a Rosie parecia estar gostando bastante dela também.

Como a Rosie e o Emm seriam padrinhos, Bella também sentiu vontade de Jas estar em um lugar de destaque assim, convidou a Maria para ser o seu par e eles tinham ficado muito bem juntos no altar.

— Então... Sei que não sai com ninguém seriamente depois da Alice. – Bella já podia falar o nome da amiga sem sentir a dor que sentia em seu peito. – Eu conheço a Maria a apenas cinco meses, mas...

— Está querendo me fazer sair com a sua amiga? Nós já vivemos isso antes? – Bella franziu o cenho achando que estava sendo indelicada.

— Sinto muito.

— Bella, eu confio em você. Na última vez eu me diverti. – Deu de ombros. - Pode me passar o número dela?

— É claro!

— Você está feliz. Isso é bom. – Constatou mais relaxado do que nunca. – Edward falou sobre a Chelsea? – Bella interrompeu o seu sorriso e assentiu silenciosamente. – A sua segunda tentativa de suicido foi bem sucedida. – Não conseguia lamentar a partida dela deste mundo, mesmo sabendo que havia enlouquecido depois da morte do filho mais velho e que o mais novo estava vivendo agora longe dela com seus tios. – Acho que enfim, tudo acabou.

— Sim, acabou.

— Então, viva somente o presente. Espero que sejamos a família que merece. Sei que Edward fara o máximo para te fazer feliz.

— Ele não precisa fazer nada, só existir.

— Talvez um dia eu viva um romance como esse. – Beijou o rosto da cunhada, aprendeu a amá-la e respeitá-la como da família.

— Espero que seja o próximo romance.

— Jas, precisamos fazê-la trocar de roupa para seguirem viagem. – Rosie os interrompeu com uma das mãos na barriga de 5 meses que aparecia.

Bella se aproximou mais da cunhada apenas para tocar-lhe a barriga e sentir o afilhado crescendo.

— Já?

— Sim, Bella. Se não forem agora, podem perder o vôo. Venha, Edward já começou a se despedir e também já está indo trocar de roupa. – Rosie segurou a sua mão e seguiu até o espaço reservado para os noivos, pais dos noivos e padrinhos.

— Maria, venha também. – Bella segurou a mão da mais nova amiga.

Queria falar para as duas sobre a conversa que tinha acabado de ter com o Jas. Maria ficou vermelha, Bella tinha notado que a amiga tinha nutrido certo interesse no cunhado. Então, agradeceu o empurrãozinho de Bella e disse que esperaria a ligação dele.

Os noivos se trocaram, os padrinhos cuidariam do resto, mas estavam mais para terminar de curtir a festa. Torres, James e Victória que haviam casado meses atrás em uma cerimônia simples estavam ali dando-lhes os mais felizes votos. Bella se despediu da Rosie e do Emm que estavam morando juntos desde que souberam da gravidez. Jas a elogiou mais uma vez, os pais de Edward assim como os seus listaram muitas recomendações. Renée e Charlie ficariam com os sogros de Bella até o dia seguinte quando voltariam para a cidade deles. Naquela despedida, só houve risos e barulho de todos conversando ao mesmo tempo. Foi um até logo feliz para todos.

— Eu deveria ter deixado a viagem para amanhã. – Bella despertou de um breve cochilo no ombro do marido. – Você está exausta.

— Posso dormir durante o voo. – Recostou-se do banco de espera do aeroporto.

— Não será um sono tão bom quanto em uma cama.

— Você já parou para pensar que levamos menos de um ano para casar depois de estarmos separados por 10 anos? Isso não parece surreal?

— Para mim isso é amor.

— Sim, com certeza é amor. – O beijo foi a confirmação de ambos que dali por diante a vida deles seria baseada neste sentimento.