Melodia do amor
Capítulo 1
Chloé se jogou na cama, cansada depois de um dia cheio. Tarefas, redações e viagens para fazer, tudo estava se acumulando, no entanto, tinha a ajuda de sua companheira, mesmo não gostando de Admitir, sabia o valor que a ruiva tinha em sua vida. A rotina estava entendiante, ela queria uma nova aventura na sua vida, mesmo sem ser do tipo adolescente comunicativa e aventureira. Ela gostava de se divertir, mas evitava lugares movimentados, não suportava o cheiro de bebida e lugares cheios. Mesmo sendo conhecida como egocêntrica e egoísta, ela sabia seu valor, não era qualquer pessoa que estaria a sua altura para fazer amizade consigo, em toda sua vida, só tinha duas pessoas próximas. Sabrina, sua melhor amiga, muito prestativa e fiel. E Adrien, seu melhor amigo, praticamente crescidos juntos. Portanto, suas habilidades sociáveis não eram as das melhores, mas ela se esforçava.
As batidas na porta a despertaram dos seus sonhos acordada.
— Quem é? - perguntou deitada, sonolenta.
— Senhorita Chloé, seu pai pediu para avisar que a aula de dança da senhorita esta marcada para agora. Pode me acompanhar? - O modormo adentrou o quarto, aguardando pela resposta da Loira, que mantinha uma expressão desgostosa.
— Jean lahiffe, é necessário? Estou morta! - reclamou.
— Receio que terei que dizer que sim, me acompanhe por favor, Senhorita Chloé. Estou na Limousine esperando a senhora. - respondeu, saindo de cena.
Chloé suspirou, se arrastando para fora da cama. Rapidamente se vestiu com sua roupa rotineira de balé, e pegou um trabalho manuescrito na sua bancada.
O carro prosseguiu o mesmo trajeto de todos os seus dias. Apoiava seu queixo nas suas mãos, entediada. Observava o céu, enquanto guiava seus olhos pelas ruas, pensava em como sua vida deu uma reviravolta depois do colegial, as coisas ja não eram as mesmas, pessoas diferentes, ambientes novos, novas realidades. Os "perdedores" que antes eram seus colegas de classe se formaram junto a ela, e seguirão suas vidas, alguns fizeram faculdades, outros abriram empresas próprias, e até viraram pais nesse meio tempo. Todos com realidades e sonhos diferentes. E ela estava ali, sem saber o que seria de sua vida nos próximos anos, se conseguiria se formar em direito e seguir os passos do seu pai, se faria novos amigos, ou se conheceria uma pessoa interessante, a dúvida era algo cruel.
O carro se movia lentamente por conta do trânsito, ela estava estressada pelo seu atraso para entregar o trabalho, e as buzinas dos motoristas estavam ajudando para que sua ansiedade só piorasse.
- Eu estou SUPER atrasada, não acredito nisso. Eu odeio esses perdedores, eu não precisava passar por isso! se demorar mais um pouco neste carro eu vou ficar louca! - estava avaliando uma possibilidade de chegar dentro do horário ainda. - Não tenho escolha, esse trabalho é o último do período. Se chegar nem que seja 1 minuto a mais eles não vão aceitar! - Chloé abriu a porta de trás do carro, que estava parado no sinal vermelho, ela murmurrou diversas vezes, enquanto corria para a faculdade.
Ela esbarrou em um homem alto, seus olhos pararam nele, observando a guitarra em suas mãos. infelizmente, ela não conseguiu enxergar o rosto do homem direito, pois estava com pressa. Mas podia jurar que já havia visto aqueles cabelos azuis em algum lugar, e também não pode negar que sua aparência era de tirar o folego.
Chegou eufórica no prédio, mas dentro do horário.
Prosseguiu a aula normalmente, passos e mais passos sendo feitos, saltos, plies, e aquecimentos. Logo após, ela caminhava tranquilamente nos corredores, voltando do toalete, com sua atenção focada em seu celular.
Seus dias estavam sendo solitários essas últimas semanas, pois Sabrina havia viajado com sua família para sua terra de origem. Ela havia tentado manter contato com Adrien diversos dias seguidos, mas sua atenção já tinha um nome: Marinette, que agora se denominava sua namorada. Sua irritação tomou forma em uma expressão aborrecida.
Ao longe um homem corria disparado, parecendo estar com muita pressa. A loira chocou seu corpo contra o homem, derrubando seu telefone no chão.
Ele olhou para ela assustado e com um ar risonho, pela situação nada agradável, porém engraçada.
— Não enxerga por onde vai?! - gritou, repreendendo o homem, que a olhou sorrindo calmamente.
— Desculpe, não havia te visto. Na próxima garanto que pergunto seu nome antes de esbarrar assim com você! - Brincou. A loira mantinha seus olhos no chão insultando-o mentalmente.
Ele ajudou ela a levantar, se repreendendo mentalmente por esse constrangimento. A loira levantou sua cabeça, até a altura dos olhos azuis do homem que sorria maroto, ela olhou fixamente aqueles olhos por alguns segundos, se estranhando e se recompondo rapidamente. Ele a deu um sorriso, se desculpando novamente, ela podia jurar que era um sorriso hipnotizador.
— Não haverá próxima vez, preste mais atenção! - Deu de ombros, saindo rapidamente, enquanto se distânciava olhou pelos cantos curiosa.
Ouviu um grito ao longe.
— Me chamo Luka, foi um prazer conhecê-la, senhorita mistério! - acenou, se despedindo.
Ela olhou confusa, com uma careta emburrada.
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O estresse era inevitável em seu rosto. Os lápis foram arremeçados longe, ela mantinha seu rosto apoiado em sua escrivaninha rodeada de papéis manuescritos, a faculdade não estava dando trégua esses dias. Ela levantou seu rosto com dificuldade, rodando em sua cadeira giratória lentamente, enquanto estava pensando em estratégias de burlar as tentativas de ir na faculdade para entregar a redação.
Ela bufou de insatisfação. Colocou seus chinelos e foi em seu closet, logo pegando algumas peças de roupa e vestindo. Querendo ou não, ela teria que comparecer na faculdade, pois caso contrário seria reprovada, e definitivamente, não era isso que ela estava desejando agora. O clima não estava nada bom em Paris aquela tarde, estava frio, com indícios de tempestade. Tudo o que ela não precisava agora era uma chuva para atrapalhar, torceu para que o sol saísse, mas infelizmente, seus pedidos não foram atendidos aquele dia. A chuva havia pegado ela em cheio, molhando ela por completo. Insultou os céus a cada minuto que pisava em uma poça de lama. Definitivamente, aquele não era seu dia.
— não acredito que Papai resolveu sair com a limousine no dia que eu mais precisa! agora estou aqui, totalmente suja e molhada. Se alguém me ver assim, minha reputação está acabada!- Reclamou dezenas de vezes, se escondendo das pessoas.
— Acho que precisa de uma carona? - Adrien falou, rindo, e acenando para que a loira se aproximasse.
— Como pode brincar nessas circunstâncias? olha para mim! - repreendeu a si mesma por estar em um estado deplorável. - Totalmente ridículo! - pôs sua mão contra seu rosto.
Adrien riu com a cara de aborrecimento da loira.
— Para onde estava indo nessa chuva?! - Adrien perguntou confuso.
— Você não entende mesmo?! Eu estou cercada por lesados! - revirou os olhos. - Faculdade Agreste, se esqueceu da tarefa?
— Claro que não! Marinette fez o favor de entregar o meu junto ao dela, ela é maravilhosa! - a cara de desgosto de Chloé foi impagável.
— Realmente, tem coisas que só vendo para crer! - riu debochada. - Desceu mesmo de nível Adrien, ainda bem que eu não peguei isso de você, pelo contrário, só me relaciono com pessoas da alta sociedade! - se exibiu.
— Não fale assim! E aliás, nunca diga nunca! Um dia gostará de alguém que vai encantar você, mas por enquanto, ainda tem que aprender muito sobre humildade. Você não mudou nada. - repreendeu ela.
— Por favor! Me poupe de algo assim! Enfim, vamos. - falou virando o rosto envergonhada.
— Como quiser. - Adrien fez sinal para que o Gorilla prosseguisse o caminho.
As palavras de Adrien ficaram em sua cabeça por um longo tempo, "você não mudou nada!", ela se perguntava se tinha algo errado com ela, e porquê as pessoas a desprezavam tanto, era uma realidade terrível, mas ela tinha que admitir que isso matava ela por dentro.
Alguns minutos depois, chegou em seu destino, Adrien se despediu e foi embora. Ela caminhou pelos corredores vazios, entrando em uma sala, onde se mantinha uma senhora já no seu auge dos cinquenta anos, cabelo grisalho, e alta, com feição simpática. Ela esperou atrás de dois garotos que estavam em fileira na sua frente. Ela olhou para trás, dispersa, procurando algo para focar sua atenção, até observar ao longe, no outro lado do corredor, a mesma cabeleireira azulada que havia se esbarrado dias antes.
— Ele de novo?! Não pode ser, será que estuda nessa universidade? espero que não me veja, Já me envergonhei o suficiente aquele dia, ele não me verá nesse estado horrível! - escondeu seu rosto com suas mãos.
O homem sorria e conversava perdidamente com uma garota, quase como se esquecesse do mundo a sua volta.
— Espera... - Deu uma pausa, forçando sua vista para enxergar a garota que falava com Luka. - Marinette?! Como ela?... Chloé, se concentre! Não perca seu tempo com fracassados. - balançou sua cabeça para os lados.
Ao longe Luka se despedia de Marinette, acenando. Logo se virou, e seu olhar parou em Chloé, que o encarava curiosa. Ele riu, lembrando da situação de dias atrás. Logo se aproximando de Chloé, que se virou para frente, fingindo não conhecê-lo, e mantendo postura eréta, se repreendendo mentalmente por ter encarado ele por tanto tempo.
— "O que ele está fazendo?! Se acha que vou falar com ele está muito enganado. Não perco meu tempo com derrotados!" - pensou, arrebitando o nariz para cima, se exibindo.
— Oi! Você aqui de novo, fico surpreso por ver vô.. - foi interrompido pelo olhar de desaprovação de Chloé.
— Quem é você? - retrucou sarcástica.
— Não se lembra de mim? Meu nome é luka. - foi interrompido.
— Não! Porque ainda está falando comigo? Vá se misturar com pessoas como você, fracassados! - desviou o olhar. Luka permaneceu indignado em sua frente, logo saindo de cena. Chloé franziu as sobrancelhas hesitante. - Eu fiz o certo, pessoas como ele merecem gente do tipo deles! - revirou os olhos.
Ela observou o garoto ir embora silenciosamente. Ela tentava se convencer que estava fazendo o certo, pois nunca havia nada que fizesse ela pensar do contrário.
A chuva aumentava em Paris, e com ela os trovões no céu.
Após entregar o trabalho ela caminhou até as escadas da saída da faculdade, enquanto a chuva caia fortemente. Os trovões davam arrepios em seu corpo.
— E agora? Estou presa aqui... Não acredito nisso! - sentou-se sobre a escada, se arrependeu amargamente de não ter trago um guarda-chuva decente, nessas horas que mais se precisava. - O que faço agora?
Um guarda-chuva se pôs sobre sua cabeça, fazendo ela retirar as mãos do rosto, e olhar confusa para cima.
— Fique. minha casa é aqui perto. - falou seco, desviando o olhar. E entregando o guarda-chuva para a loira.
— Luka?
Altos clarões eram visíveis sobre os céus aquela noite, os raios ecoavam ao fundo combinando com as gotas de chuva que caiam sobre a cidade luz.
Ele olhou para a garota, frustrado e envergonhado, não negava que estava aborrecido com a mesma, mas seus ideais iam contra a razão. Ela estava estática, consideravelmente boquiaberta, com certeza não é uma atitude esperada de alguém, principalmente para ela. Ele estendeu sua mão, para ajudar ela a se levantar. Hesitante, ela aceitou, olhando para ele incrédula.
Os dois se puseram embaixo do guarda-chuva, encarando o chão e a chuva que se intensificava cada vez mais.
— Você não vai dizer nada? - Luka perguntou, olhando de rabo de olho. - Sei que talvez possa ser difícil falar com estranhos, mas podemos tentar, se você quiser. - apelou para uma tentativa de comunicação, antes que ficasse um climão entre os dois.
— O que quer que eu diga? obrigada pelo guarda-chuva ou obrigada pelo empurrão? - retrucou, debochando da situação.
O moreno riu, pensando em maneiras descontraídas de como levar essa conversa em um tom leve. Mas antes que pudesse dizer algo, foi interrompido.
— Olha, eu não sei o que te levou a isso... Mas se for algum plano para conquistar a filha do prefeito para obter recompensas, está muito enganado se pensa que me interessaria pela ralé. - franziu as sobrancelhas em desaprovação.
Ele levantou as sobrancelhas e respirou profundamente, não acreditou no que havia ouvido.
Ele já tinha ouvido boatos sobre a pessoa de Chloé, desde os feitos dela para beneficiar a maldade em Paris até as atrocidades que ela cometia contra pessoas, mas não gostava de tirar conclusões precipitadas de pessoas sem conhecer elas realmente, e impressionantemente, lá no fundo, ele enxergava uma alma boa nela, provavelmente uma pessoa magoada com acontecimentos da vida e decisões ruins.
— Não se precipite, nem há conheço muito bem. Mas não preciso de muito para dizer que você não finge esse persogem muito bem. - ela olhou confusa para ele.
— Personagem? acha que é algum tipo de brincadei.. - foi interrompida pelas palavras do moreno.
— Não acho nada. Mas não sou louco de acreditar que você é realmente assim, não te conheço tanto para isso, mas vejo um fundo de bondade em você. Contudo, vamos indo, vou te deixar em casa, você não vai sozinha essa hora da noite.
As palavras sumiram de sua boca, ela queria lhe falar algo, retrucar suas provocações, justificar seus atos, talvez. Mas ela não disse nada, apenas um silêncio permaneceu entre os dois até o caminho de volta para a casa. Ela encarava o chão, sem reação e sem coragem de olhar nos olhos dele, mesmo inquieta com aquilo, no fundo ela sabia a verdade.
E eles foram, caminhando juntos, entre a chuva e os trovões, ele não tirava o olho dela, intrigado pelo o que ela falaria em seguida, mas ela não disse nada.
Chegando na prefeitura, ele esperou um olhar de volta da loira, um sorriso talvez, mas não recebeu nada aquele instante.
Ela continuava constrangida pela situação nada agradável.
— Até algum dia, Senhorita Bourgeois. Espero te ver de novo. - ele se despediu. Andando para o longe.
— Me desculpe... - ela falou, quase se engasgando com as próprias palavras. Mas foi baixo o suficiente para ele não ouvir.
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